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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26203: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (44): Passeio à ilha de Orango Grande, com passagem por Bubaque - II ( e última) Parte

Foto nº 12  > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Ação de fiscalização aos pescadores dentro do Parque Nacional de Orango (1)


Foto nº 13  > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > Ação de fiscalização aos pescadores dentro do Parque Nacional de Orango (1)

Foto nº 14> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós >   Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Praia junto ao hotel (1)


Foto nº 15 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Praia junto ao hotel (2)


Foto nº 16 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Orango Parque Hotel

Foto nº 17 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós >  Viagem Bubaque -Orango > 23 de novembro de 2024 >  Sede do Parque Nacional de Orango: Mural com mapa


Foto nº 18> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > O atual régulo de Orango e a sua mulher, que nos vieram fazer uma visita de cortesia...

 
Foto nº 19> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > O Patrício Ribeiro,de óculos escuros, e o régulo que vaio dar ínício à cerimómia do derrame de aguardente de cana no chão... 
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Foto nº 20 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > ... "a pedir ao irá, que a nossa visita tenha sucesso. E por termos voltado com saúde, etc."



Foto nº > Foto nº 14> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 >  

Foto nº 21 > Foto nº 14> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Moranças da tabanca de Eticoga



 Foto nº 22 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > As descendentes da Rainha Pampa... Nn tabanca existe um túmulo com objectos enterrados, em que só os regulos podem mexer. Uma delas faz-nos menção com a mão para não nos aproximarmo-nos mais...
 

Foto nº 22A > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Mesmo desfocada, a imagem dá para ver que a guardião do túmulo da rainha Pampa  náo quer nada com o fotógrafo.
 

Foto nº 23 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque: saia bijagó,  que as mulheres mais antigas ainda usam


 Foto nº 24 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque:  artesanato bijagó



Foto nº 25 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque:  utensílios bijagós



Foto nº 26 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque:  mais peças


Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama -Bijagós > Ilha de Orango > 7 de outubro de 2008 > O Patrício Ribeiro no Orango Parque Hotel, na ilha mais atlântica da Guiné-Bissau, a 100 km de Bissau, ou seja, a 7 horas de canoa "nhominca", de Bissau..

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Parque Nacional de Orango, criado em 2000, com 1582 km2, cobrindo as ilhas de Orango, Menegue, Canogo, Imbone e Orangozinho. Um exytraordinária biodiversidade e paisagens únicas.

Imagem: Wikipedia (com a devida vénia...) 



1. Reportagem fotográfica que o nosso
Patrício Ribeiro fez, para nós,  nos passados dia 23  do corrente, na sua viagem a Orango: "Foi um passeio no último fim de semana.Viagem entre Bubaque e Orango, de bote rápido, do Parque Nacional de Orango".

Ele é o "nosso embaixador" na Guiné-Bissau, onde vive há quatro décadas. É um histórico do nosso blogue (está connosco desde 1 de junho de 2006)...Tem 170 referências. É autor da série "Bom dia desde Bissau" (iniciada em 3 de abril de 2017).

(Revisão / fixação de texto, edição das fotos: LG)

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26195: Manuscrito(s) (Luís Graça) (262): Porto Santo e a África aqui tão perto - Parte VI: Casa Colombo - Museu de Porto e dos Descobrimentos Portugueses



Região Autónoma da Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > 4 de outubro de 2024 > Mural de Cristóvão Colombo, pintado a spray no edifício da Câmara Municipal do Porto Santo, da autoria de artista de arte urbana Mr. Dheo, natural do Porto e com obra espalhada por mais de dezena e meia de cidades de todo o mundo.



Região Autónoma da Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > 4 de outubro de 2024 > Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses


Região Autónoma da Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > 4 de outubro de 2024 > Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses






Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > Casa Colombo - Museu da Madeira e dos Descobrimentos Portugueses > 4 de outubro de 2024 > A Odisseia dos Mares > Painel sobre o Tratado de Tordesilhas


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses


1. Pois é... já lá vai o tempo em que os dois então poderosos vizinhos ibéricos pegavam no globo terrestre e, qual  "melancia", cortavam-no ao meio.. E toma lá, dá cá... A gente sabe como é que acabou a história: sobrou para nós, "os últimos soldados do império"... 

Foi isso que eu pensei quando em 4 de outubro me pus a ler estes painéis sobre a "Odisseia dos Mares", no Museu de Porto Santo, na Vila Baleira... Aliás, Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses...

Pois é, o Fernando Medina, o anterior presidente da Câmara Municipal de Lisboa,  queria criar na cidade um Museu dos Descobrimentos. É preciso distrair os turistas quando nos vêm "visitar" e deixar cá uns euritos... Que a cidade, em boa verdade, em matéria  de museus e monumentos nacionais e outras "atrações turísticas", não pode competir, nem de longe nem de perto com as rivais (Londres, Paris, Madrid, Roma, Amesterdão, Berlim....). (A culpa, dizem, foi do terramoto de 1755 que tudo levou, mais a beatice e a incultura  da maior parte dos nossos reis e rainhas que nunca foram grandes nem exigentes colecionadores de arte, muito menos profana.)

Caiu-lhe o Carmo e a Trindade em cima, ao pobre do Medina: "seu saudosista, seu imperialista, seu esclavagista, seu negreiro, seu colonialista, seu racista, seu filho daquele e daquela"... Enfim, quem tem ideias que não sejam "politicamente corretas", como esta pouco ortodoxa do "Museu dos Descobrimentos", está sujeito a levar  no "toutiço" dos historiadores, dos curadores de museus, dos dirigentes de associações de afro-descendentes, dos jornalistas, e por aí fora, sem esquecer os novos censores das redes sociais...

Mas os madeirenses (incluindo os porto-santenses) não deixaram cair a ideia em saco roto...e logo em 2023 decidiram, sem complexos,  remodelar e ampliar o museu local de Porto Santo, inaugurada em 1989 e reestruturado em 2004, passando a Casa-Museu Cristóvão Colombo,  a chamar-se Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses.

Afinal, foi aqui (e em Ceuta) que tudo começou...Para o bem e para o mal, para a glória e para a perdição...(Em boa verdade, o que seríamos nós, Luís Vaz de Camões, enquanto povo, se toda a gente tivesse dado ouvidos ao teu  "homem do Restelo" ?!...)

Pensando bem, até  já havia um núcleo museológico, baseado na casa onde, segundo a tradição,  o  descobridor do "Novo Mundo" viveu e casou com uma das filhas do capitão donatário da ilha, o Bartolomeu Perestrelo, filho de mercadores italianos. (Eu sempre o tratei, ao Colombo,  por idiota por  ter chamados "índios" aos desgraçados que foram "descobertos" para começarem logo a ser "dizimados"; e idiota por se ter enganado na leitura das cartas  de navegação e pensado que tinha chegado às "Índias"; se, calhar, mais do que idiota, mas isso é outra história, outra conversa,...).

A Casa Colombo - Museu do Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses apresenta uma nova museografia (nunca conheci a anterior), tendo  sido enriquecida com novos conteúdos e recheios, estes fruto da  doação mecenática de obras de oficinas nacionais e europeias (Alemanha, Espanha, Flandres, França), africanas, asiáticas e sul-americanas.

Do interessante espólio entretanto adquirido destacam-se peças que vão desde o século IV até ao século XVIII (tais como pratos, taças, travessas, terrinas, vasos, garrafa, bilha, azulejos, elmo, imagens devocionais em escultura e pintura, mobiliário, gravuras, mapas e moedas),  enfim, obras executadas nos mais diversos materiais com o porcelanas, faianças, cobres, marfins, madeiras exóticas, tartaruga, madrepérola, ferro, etc.. 

Em suma, é um pequeno grande espaço de cultura, de memória e de aprendizagem, que vale uma visita,e que aconselho  a quem, dos nossos amigos e camaradas, for passar uns dias à "Ilha Dourada". Os antigos combatentes têm acesso gratuito à Casa Colombo... 


PS - Contrariamente ao que aprendemos, nos anos 50, na escolinha primária do livro único, a ilha de Porto Santo não foi "descoberta" em 1420 pelos portugueses João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo, mas sim "reconhecida" por eles... Já vinha assinalada pela cartografia castelhana por volta de 1385. E em 1417 navegadores castelhanos tinham passado pela ilha (desabitada).... 

Vinte e seis anos depois, em 1446, os portugueses chegavam à Costa da Guiné... Podemos dizer, isso, sim, sem euforia (muito menos com arrogância) mas com orgulho, que foram os nossos antepassados quem abriu a grande autoestrada marítima que deu "novos mundos ao Mundo", unindo terras, ilhas,  mares, continentes, povos e civilizações... E tudo começou há mais de 600 anos... Porto Santo é, pois, uma referência emblemática, incontornável...

Como todas as odisseias humanas, reais ou míticas ou mitificadas (como a de Ulisses), a nossa "odisseia dos mares", os nossos "Descobrimentos", também tiveram efeitos perversos, é bom não esquecê-lo... Mas assumamos tudo isso, de maneira crítica, frontal  e...descomplexada!

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sábado, 23 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26183: Roteiro dos museus e outros lugares de memória e cultura, abertos (ou a abrir) ao "antigo combatente" (4): Museu da Guerra Colonial, V. N. Famalicáo, de visita gratuita


1. O Museu da Guerra Colonial (MGC), em Vila Nova de Famalicão, é de entrada livre (no caso de grupos e escolas há marcação prévia).

Localização, horário e contactos:

Famalicão Central Park, Lote 35 A
4760-727 Ribeirão

Telef: 252 217 998
Email: info@museuguerracolonial.pt


Horário:
  • Terça a sexta: 10h00 às 17h30
  • Sábado: 14h30 às 17h30
  • Domingo (sob marcação)
  • Encerra às segundas e feriados nacionais, sábado de Páscoa, 24 e 31 dezembro

2. Faz parte da notável rede municipal de museus (de que só conheço dois, e que recomendo: Casa-Museu de Camilo, e o Centro Português do Surrealismo):


O  objetivo do 
 Museu da Guerra colonial (MGC) em Vila Nova de Famalicão é fazer o levantamento e a recolha dos espólios dos combatentes utilizando a metodologia da história oral.

Como resultado o MGC recupera aquilo a que os seu criadores chamam “o Baú da Guerra” que, depois de aberto, fornece fontes importantíssimas para o estudo do combatente português na guerra colonial.

Recuperam-se e ordenam-se vários documentos tais como:

  • processos de morte e de ferido,
  • correspondência,
  • diários pessoais e de companhia,
  • documentos de ação social e psicológica,
  • relatos e processos confidenciais,
  • objetos de arte,
  • fotografias,
  • objetos religiosos,
  • bibliografia, e
  • documentos vários,

O Museu está organizado segundo temas, tem um perfil pedagógico de informação histórica e cultural para as gerações do pós-guerra e para o público em geral com a intenção de preencher lacunas sobre este período recente da História de Portugal.

Visitar o MGC ajuda-nos a conhecer o itinerário do combatente português neste conflito armado que decorreu de 1961 a 1974 (13 anos).

3. Recorde-se aqui, em síntese, a sua génerse e desenvolvimento:


(i) o MGC nasceu no ano de 1999,

(ii) através de uma parceria entre:
  • o Município de Vila Nova de Famalicão;
  • a ADFA (Associação dos Deficientes das Forças Armadas);
  • a ALFACOOP (Externato Infante D. Henrique de Ruilhe);

(iii) tendo por base um projeto pedagógico intitulado “Guerra Colonial, uma história por contar”;

(iv) o conteúdo e a metodologia, recolha, tratamento, organização e estudo das fontes resultaram de um projeto pedagógico dirigido pelo Dr. José Manuel Lages e 32 alunos em colaboração com as Entidades referidas.

(...) "Mais do que um espaço museológico, é um local que pretende transmitir ao visitante um real conhecimento sobre este período da História de Portugal, contado por quem a viveu e sentiu na primeira pessoa. " (...)

A exposição permanente retrata o itinerário do combatente português na Guerra Colonial (1961-1974), abordando as seguintes temáticas:

  • O Embarque;
  • O Dia-a-Dia;
  • As Operações Militares;
  • Os Nativos;
  • A Ação Social e Psicológica;
  • A Religiosidade;
  • Os Horrores da Guerra;
  • A Morte;
  • A Correspondência;
  • As Madrinhas de Guerra.
Todo o acervo museológico foi cedido ou doado por:
  • antigos combatentes ou seus familiares;
  • delegações da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA);
  • e vários ramos das Forças Armadas Portuguesas.
O visitante poderá ainda ver os objetos usados pelos nossos Militares, como:

  • Baús da Guerra (objetos pessoais, alimentação, vestuário);
  • Fardamentos e Equipamento Militar (torres de transmissões, paraquedas, capacetes, armas);
  • Veículos de Guerra

O MGC foi inaugurado no do 23 de abril de 1999 e situa-se no Lago Dicount lote 35A, na freguesia de Ribeirão, ocupando uma área de mil e quinhentos metros.

A gestão do Museu é da responsabilidade da Associação do Museu da Guerra Colonial na qual figuram os sócios fundadores Coletivos e Individuais. Esta estrutura integra a Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão e tem protocolos de colaboração com as Forças Armadas Portuguesas.
(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos: LG)

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26139: Roteiro dos museus e outros lugares de memória e cultura, abertos (ou a abrir) ao "antigo combatente" (3): Com a medida "Acesso 52", já podemos levar a família, incluindo filhos e netos, a visitar gratuitamente os museus, monumentos e palácios nacionais, pelo menos uma vez por semana ao longo de todo o ano








Peniche > 15 de agosto de 2024 > Fortaleza de Peniche, hoje Museu Nacional da Resistêrncia e Liberdade... Um dos museus, monumentos e palácios tutelados pelo Ministério da Cultura,  abrangido pela medida "Acesso 52", e a  cuja entrada gratuito passou a beneficiar o antigo combatente e a sua família.


Fotos (e legenda): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados [Edição : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


I. A partir do passado dia 1 de agosto, os antigos combatentes jã podem levar a família, incluindo filhos e netos, a visitar gratuitamente os museus, monumentos e palácios nacionais, pelo menos uma vez por semana ao longo de todo o ano... 

Infelizmente há mais semanas por ano (=52) do que museus e monumentos nacionais (sob tutela do Ministério da Cultura)  a visitar "à borla" (=37). Mas aproveitemos, até para melhorar as nossas estatísticas de consumos culturais que, no conjunto da União Europeia, não são famosas...

Com a devida vénia, do Portal República Portuguesa > XXIV Governo, destacamos:

Notícias > 2024-08-01 às 11h13 > Novo regime de gratuitidade em museus e monumentos

Os portugueses e residentes em Portugal passam a poder visitar;

(i) 37 museus, monumentos e palácios do Ministério da Cultura no Continente, 

(ii) gratuitamente;

(iii) 52 dias por ano;

(iv) a qualquer dia da semana. 

Até agora a gratuitidade estava limitada aos domingos e feriados.

A decisão da Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, que entrou em vigor a 1 de agosto de 2024, permite também que cada pessoa visite mais de um museu ou monumento num dos 52 dias de gratuitidade.

O processo é simples: 

(v) à entrada em cada museu ou monumento, cada visitante deve apresentar numa das bilheteiras – uma primeira vez para registo – o seu Cartão de Cidadão e indicar o seu número de contribuinte;

(vi) quando entrar novamente num museu ou monumento, deverá dirigir-se à bilheteira e voltar a apresentar o seu Cartão de Cidadão para lhe ser descontado o dia no cômputo dos 52 dias de acesso gratuito.

Garantir o acesso à cultura é uma medida estruturante do Programa da Cultura do Governo.

II. Ainda segundo a mesma fonte (o portal do Governo), os portugueses e residentes em território nacional podem visitar em qualquer dia da semana, gratuitamente, os museus, monumentos e palácios que se seguem:

  • Convento de Cristo, em Tomar.
  • Fortaleza de Sagres, em Vila do Bispo.
  • Mosteiro de Alcobaça, em Alcobaça.
  • Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
  • Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
  • Museu de Alberto Sampaio e extensão no Palacete de Santiago, em Guimarães.
  • Museu de Arte Popular, em Lisboa.
  • Museu de Lamego, em Lamego.
  • Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha.
  • Museu Nacional da Música, em Mafra.
  • Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, em Peniche.
  • Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.
  • Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
  • Museu Nacional de Arte Contemporânea — Museu do Chiado, em Lisboa.
  • Museu Nacional de Conímbriga, em Condeixa -a -Nova.
  • Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa.
  • Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra.
  • Museu Nacional de Soares dos Reis e Casa-Museu Fernando de Castro, no Porto.
  • Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa.
  • Museu Nacional do Teatro e da Dança, em Lisboa.
  • Museu Nacional do Traje, em Lisboa.
  • Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real, em Lisboa.
  • Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo e Igreja das Mercês, em Évora.
  • Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu.
  • Museu Rainha D. Leonor e extensão na Igreja de Santo Amaro, em Beja.
  • Paço dos Duques, Castelo de Guimarães e Igreja de São Miguel do Castelo, em Guimarães.
  • Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
  • Palácio Nacional de Mafra, em Mafra.
  • Panteão Nacional, em Lisboa.
  • Torre de Belém, em Lisboa.
  • Museu D. Diogo de Sousa, em Braga.
  • Museu dos Biscainhos, em Braga.
  • Museu da Terra de Miranda, em Miranda do Douro.
  • Museu do Abade de Baçal, em Bragança.
  • Museu Dr. Joaquim Manso, na Nazaré.
  • Museu da Cerâmica, em Caldas da Rainha.
  • Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa.

III. Quais destes museus e monumentos nacionais são mais visitados ?

Com a pandemia, perdemos naturalmente visitantes:

De cerca de 5,1 milhões  de visitantes (em 2017) passámos para de 1,3 milhões (em 2020 2 2021), uma quebra brutal de  mais de 70%.

Em 2023, já se atingiu quase os 3,7 milhões. Os cinco equipamentos culturais mais visitados (nenhum deles museu) foram (em números redondos, em milhares; entreparêntesis, a localização):

1º Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa) > 965,5
2º Fortaleza de Sagres (Sagres, Vila do Bispo)> 427,8
3º Castelo de Guimarães (Guimarães)> 387,6 
4º Paço dos Duques de Bragança (Guimarães) > 387,2
5º Mosteiro da Batalha (Batalha) > 366,8


Dos museus nacionais (MN) e outros museus (M), os mais cinco mais visitados foram (em números redondos, em milhares):

1º MN Azulejo (Lisboa) > 276,2
2º MN Coches  (Lisboa )> 226,2
3º MN Arte Antiga  (Lisboa) > 107,2
4º MN Conímbriga (Condeixa-A-Velha) > 97,1
5º M Alberto Sampaio (Guimarães) > 85,5


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Nota do editor:


Vd. também postes de:


quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26099: Roteiro dos museus e outros lugares de memória e cultura, abertos (ou a abrir) ao "antigo combatente" (2): Museu da Marinha, Fragata Dom Fernando,. Submarinbo Barracuda, Planetário e Aquário Vasco da Gama... Vale a pena, mas é tudo "a pagantes"


Lisboa > Mosteiro dos Jerónimos > 
Ala oeste, com as duas torres neomanuelinas >
Entrada do Museu da Marinha.
Foto de Felix Koenig (2014)
Fonte: Adapt. de
Wikimedia Commons

1. Continuando a nossa viagem pelo roteiro dos museus e monumentos nacionais... a que têm acesso (gratuito) os antigos combatentes, bem como de outros museu, regionais, municipais e particulares a que queremos ver também reconhecido o nosso direito de visita...


Abrimos aqui, no passado dia 10, uma campanha de informação e sensibilização para que o nosso benefício (social) se alargue também, pelo menos (e para já), aos museus municipais, sociais e privados... (e mais tarde, aos monumentos) (*).
 
Vamos procurar, com a ajuda dos nossos leitores,  identificá-los e ajudar a "sensibilizar" os proprietários e gestores desses museus e núcleos museológicos (autarquias, misericórdias, Igreja, etc.) para o seu interesse também em estender aos antigos combatentes o acesso gratuito. 

Se ainda somos 400 mil (*), com as nossas famílias, facilmente ultraprassamos o milhão de potenciais visitantes...mesmo com a idade a pesar e a perda quer de mobilidade quer de poder de compra,  fatores que não nos deixa viajar para muito longe.

Teríamos que incluir nesse número (com direito a cartão de antigo combatente) a diáspora lusófona, os nossos camaradas do continente e "ilhas adjacentes" (Açores e Madeira) que deixaram a "Pátria ingrata" e foram para o Brasil, a Venezuela, os EUA, o Canadá, a França, a Alemanha, o Luxemburgo, a Suiça, o Reino Unido, a Austrália, a África do Sul, e por aí fora... 

Infelizmente, uma parte deles perdeu o contato com as suas raízes... Agora, reformados, muitos regressam, nem que seja por uns meses,  e precisa de (re)conhecer (e reconcilioar-se com) o país onde nasceram e lutaram...

2. Ora apontem mais um à vossa lista (mais um ou mais quatro):




É tudo gerido (o museu e od demais equipamentos culturais) pela Comissão Cultural da Marinha, tutelada pela Direção Cultural da Marinha, a quem compete:

(i) contribuír ativamente para o desenvolvimento da vertente cultural da Marinha;

(ii) constitui um fator de prestígio e de marcante afirmação de identidade da Marinha.

(...) "A par da sua componente operacional, a Marinha detém uma diversificada e rica área Cultural, fruto de uma história secular que se confunde com a própria identidade do país.

(...) "A Direção Cultural da Marinha tem um papel de primeira instância na abertura à sociedade, no sentido da conservação, valorização e divulgação do património Cultural, histórico e artístico da Marinha, e com esse objetivo tem vindo a desenvolver, com êxito, uma série de novas iniciativas e projetos." (...)

Ver aqui o mapa do sítio. São 4 equipamentos culturais, com destaque para o Museu da Marinha.  É uma visita que vale a pena.

(...) O Museu ocupa uma área total de cerca de 50 mil metros quadrados, dedicando 16.050 metros quadrados à exposição permanente. O espólio é constituído por mais de 20.000 peças museológicas, estando expostas apenas seis mil.

O acervo do museu é constituído por modelos de Galés, embarcações fluviais e costeiras e navios desde os Descobrimentos até ao século XIX.

Também possui uma vasta colecção de armas e fardamentos, instrumentos de navegação e cartas marítimas.

O Museu inclui um centro de documentação com 14.500 obras, um arquivo de imagem, que reúne, aproximadamente, 120 mil imagens, e um arquivo de desenhos e planos com mais de 1.500 documentos de navios portugueses antigos.(...) (Fonte: Wikipedia).


3. Mas  é tudo a "pagantes" ... Não há borlas para os antigos combatentes... Nem para os marinheiros aventureiros que andaram a chafurdar nos tarrafos, rias, rios, braços de mar e bolanhas da Guiné ?!... 

Posso ter visto mal, mas acho que não, que não há borlas... Para ver tudo, o preço completo para um "sénior" (+ 65), como eu, seria de 20,5 euros (se não fiz mal as contas; em alterantiva, pode-se comprar o passe CulturaMAR, por 11 euros).
 
Segundo o sítio oficial,   que consultámos, o Passe CulturaMAR é um bilhete conjunto, com validade de 4 meses,  para uma entrada em:

  • Aquário Vasco da Gama, 
  • Núcleo Museológico Fragata D. Fernando II e Glória (Fragata e Submarino Barracuda), 
  • Museu de Marinha 
  • Planetário de Marinha, 
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sábado, 19 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26058: Os nossos seres, saberes e lazeres (650): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (175): Regresso aos Açores, às ilhas do grupo oriental (4) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Julho de 2024:

Queridos amigos,
É dia de transferência de lugar, finda a visita a recantos maravilhosos da Ribeira Grande parto para Vila Franca do Campo, uma das autarquias que me ofereceu a oportunidade de cirandar pelo concelho. Parto radiante, com uma pontinha de melancolia, apreciei a valer elementos significativos que a Ribeira Grande oferece.O local para onde vou foi acometido por um sismo em 1522, desbaratou a população e, curiosamente, houve gente que foi viver para a Ribeira Grande. Sempre me despertou muito a atenção aquele ilhéu, mal sabia eu que ia ter a sorte de no dia da sua abertura ao povo de lá passar um bom par de horas. A seguir vou dar-vos conta da rota das olarias, programa organizado pelo Museu Municipal, está estabelecido um roteiro onde se podem visitar olarias de vários mestres e fornos, é assunto que reservo para próxima semana.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (175):
Regresso aos Açores, às ilhas do grupo oriental – 4


Mário Beja Santos

Está na hora de mudar de poiso, ontem andei a cirandar por ruas, jardins e vistas do mar, um tanto melancólico, foi uma estadia soberba, há mais de meio século por aqui passei em merecida atenção que a terra merece, a despeito de uma conferência feita nos Paços dos Concelho, guardara as recordações do edifício, do teto do Salão Nobre, da opulência do largo e dos seus metrosideros. Sentado no Jardim do Paraíso, numa das margens da ribeira, recordo a Caldeira Velha, o arvoredo luxuriante, a surpresa que foi o Museu da Emigração Açoriana e o Arcano Místico não me sai da mente, Madre Margarida Isabel Narcisa, ou Madre Margarida do Apocalipse, engendrou uma construção fenomenal, conjuntos de figurinhas, tudo para entreter e ensinar catequese. O Museu Casa do Arcano é um espaço onde se propõe revelar o testemunho de vida e obra de Madre Margarida e daí a exposição de livros e outras obras da Madre que cortam a respiração.

Hei de voltar, certo e seguro, faltaram museus, faltou a ida à Lagoa do Fogo, percorrer a Serra de Água de Pau, andar pelos miradouros, comparar com Rabo de Peixe de hoje com aquele que eu conheci, ir à Fábrica de Chá do Porto Formoso, a viagem nunca acaba, só os viajantes é que acabam ou esquecem, será o meu caso, que aquela ilha tão amada é uma manta de rincões maravilhosos. Promessa feita, ala morena que se faz tarde, amesenda-se já em Vila Franca do Campo, primeiro itinerário daquele sorteio de que fui premiado, terra que foi a primeira capital da ilha, residência de capitães donatários, devastada pelo sismo de 1522, palco da batalha naval de Vila Franca do Campo, aqui caíram definitivamente as esperanças (mesmo com o apoio francês) de D. António Prior do Crato vir a ser rei de Portugal.

À hora aprazada, apresentei-me no Museu Municipal de Vila Franca do Campo, instituição multifuncional, abrange um museu com momentos da história local, dados etnológicos e etnográficos, estamos numa casa apalaçada dos viscondes de Botelho, muito bem recuperada, há lá no cimo um espaço circular envidraçado que permitia ver a aproximação dos barcos no período conhecido pelo Ciclo Laranja. Uma das dimensões importantes deste museu são as olarias, descobrirei adiante que esta parceria de Vila Franca do Campo com Vila do Porto prende-se com barro e produção de cerâmica, esta visita à louça das vilas será o prato forte de amanhã.

A diretora do museu leva-me ao espaço superior, inegavelmente o Salão Nobre do solar, rendi-me aos elementos decorativos, à harmonia das cores, a toda aquela narrativa tardo-romântica onde não faltam pavões, crianças a empunhar grinaldas, a sumptuosidade decorativa do chão ao teto. Peço licença para recolher estas imagens que tanto me seduzem, cumpre-se a praxe de ir comer o pastel da vila, arrumam-se os trastes e o resto do tempo é para vistoriar o emaranhado das ruas e ficar preso na contemplação do ilhéu Vila Franca do Campo. E amanhã também é dia,


A imponência florestal a caminho da Caldeira Velha, Ribeira Grande
Que sopro imaginativo recebeu esta freira para compor 92 quadros e centenas de figurinhas moldadas à mão e formadas por materiais como farinha de arroz, gelatina animal, goma arábica e vidro moído?
Em exposição no Museu Arcano Místico
Já esteve no Arcano Místico este Paraíso de Adão e Eva, trabalho meticuloso, os artesãos e artesãs açorianos trabalham o papel de lustre colorido, as escamas de peixe, etc. com altíssima perícia, guardo no meu escritório um senhor Santo Cristo magnificamente agrinaldado pela Graça Páscoa, nunca me canso da sua beleza.
A janela manuelina sita na Rua da Praça, Ribeira Grande
Imagens do interior do Teatro Ribeiragrandense
Sala com as cordas açorianas, Museu Municipal de Vila Franca do Campo
Pormenor do teto do Salão Nobre da Casa do Visconde de Botelho
Pormenores da decoração
Não há melhor iconografia para identificar Vila Franca do Campo, o seu ilhéu

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 12 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26040: Os nossos seres, saberes e lazeres (649): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (174): Regresso aos Açores, às ilhas do grupo oriental (3) (Mário Beja Santos)

sábado, 12 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26040: Os nossos seres, saberes e lazeres (649): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (174): Regresso aos Açores, às ilhas do grupo oriental (3) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 18 de Julho de 2024:

Queridos amigos,
Se a Ribeira Grande possui o privilégio de ter uma dosagem equilibrada entre património cultural e esplendor paisagístico, sendo a visita curta, portanto impeditiva de pôr o pé em tudo quanto é lagoa, cascata ou miradouro, optou-se por uma passeata e um banho na Caldeira Velha, isto ainda a meditar ter começado com o pé direito pelo Museu da Emigração Açoriana e a perceber muito bem que havia que tomar decisões sobre o que visitar ainda em termos de museus, pois a Ribeira Grande tem um centro de artes contemporâneas, um museu municipal, há o museu de tabaco da Maia, o museu vivo do franciscanismo e Casa do Arcano, optou-se por este último, sentia-se uma atração irresistível por poder ver a peça do Arcano Místico, um móvel/expositor dividido em 3 pisos que são preenchidos por pequenas figuras moldadas à mão, compostas por vários materiais, representando cenas do Antigo e Novo Testamento. Optou-se e optou-se lindamente, como se procura mostrar.

Um abraço do
Mário


Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (174):
Regresso aos Açores, às ilhas do grupo oriental – 3


Mário Beja Santos

Finda a visita ao Museu da Emigração Açoriana, com saquinho de fato de banho e toalha e garrafa de água, toma-se um táxi, o concelho oferece maravilhas paisagísticas e não é viável andarilhar pela Serra da Água de Pau e ir à Lagoa do Fogo, havendo caldeiras, ruma-se para a Caldeira Velha, aqui se podem tomar banhos em duas poças de água quente, como o leitor poderá ver nas imagens o lugar é um verdadeiro monumento natural regional, diz a brochura divulgativa que este parque natural contém uma fumarola, uma nascente de água férrea, uma queda de água, uma ribeira e um centro de interpretação que dá informações sobre biodiversidade, geodiversidade, geotermia e termalismo. Guardo memória, de quando aqui vivi entre 1967 e 1968 ter bebido uma água maravilhosa que tinha o nome de Água das Lombadas, desapareceu, perguntei porquê, deram-me a explicação que a nascente não está capaz, não deixo de lamentar não poder beber aquela água tão saborosa. Vamos então conhecer um pouco deste apregoado paraíso de lagoas, termas, cascatas, nascentes, jardins e trilhos pedestres. E para quem não sabe, a Ribeira Grande é a capital do surf dos Açores e há outras práticas, como o parapente, o balonismo, BTT, birdwatching, canyoning, pesca desportiva, scuba diving, andar a cavalo, golfe e tiro. Chega-se à Caldeira Velha (é obrigatório antecipadamente fazer a inscrição no digital). Feita a chamada na receção, faz-se uma bela caminhada no aprazível arvoredo, muda-se de roupa e começa a festa, impossível que o leitor não queira vir aqui um dia relaxar-se em banho de água quente cercado de tanta beleza.

Museu da Emigração Açoriana, vista de um pormenor, dá para perceber que havia lugares de lavagem e bancas de venda de peixe, o museu está instalado no mercado do peixe da Ribeira Grande, datado do século XIX
Pormenor da lagoa mais alta da Caldeira Velha
Banhos de água férrea
Não estava enevoado, mas também não estava ensolarado, daí o reflexo desta luz, a temperatura era amena, podia-se estar especado a ver esta vegetação luxuriante.
Detalhe da vegetação, aqui se pode estar sentado a ver os esplendores da natureza
Um dos acessos à Caldeira Velha
Aqui não se toma banho, é água borbulhante, com os seus odores característicos, tem semelhanças com o que se vê no Vale das Furnas, na mesma ilha.
Uma das quedas de água dentro deste paraíso
Está na hora de regressar à Ribeira Grande, segue-se almoço, a serenidade de um passeio à beira-mar, e da coleção de museus da Ribeira Grande escolheu-se uma peça singularíssima, a Casa do Arcano, isto é onde se guarda o Arcano, obra de arte única do século XIX, classificada como Tesouro Regional em 2009. Aqui se mostra o testemunho de vida da obra de Madre Margarida do Apocalipse, um conjunto impressionante de cenas do Velho e Novo Testamento, uma composição de centenas de figurinhas, moldadas à mão e formadas por vários materiais, tais como farinha de arroz, gelatina animal, goma-arábica e vidro moído.
Esta Casa do Arcano foi onde viveu Madre Margarida Isabel do Apocalipse, comprou-a em 1837. Aqui morou até à sua morte, em 1858. A Casa do Arcano está transformada em casa-museu, tem inalterados alguns dos seus espaços, procurou-se salvaguardar o mais possível as alfenarias e os tetos. Esta Madre Margarida era clarissa no Mosteiro do Santo Nome de Jesus da Ribeira Grande onde viveu até a extinção dos conventos em 1832. Na sua casa, manteve-se a freira clarissa até ao fim dos seus dias.
Há a convicção de que ainda em freira no mosteiro tenha dado início à ideia de criação do Arcano Místico e continuado o projeto já em sua casa.

No seu testamento explica que o Arcano contém os mistérios mais importantes do Antigo e Novo Testamento, que compreende as três leis que o senhor Deus deu ao mundo para que por figuras melhor pudéssemos entender o dever, a que estamos obrigados, e a escolha que devemos fazer pela Lei da Graça que por Graça nos foi dada. Voltaremos a falar desta surpreendente visita.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 5 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26012: Os nossos seres, saberes e lazeres (648): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (173): Regresso aos Açores, às ilhas do grupo oriental (2) (Mário Beja Santos)