Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quinta-feira, 14 de abril de 2022
Guiné 61/74 - P23167: Humor de caserna (47): O Gasparinho, que eu... não conheci no BAC 1 / GA 7 (Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 / GA 7, Bissau, 1969/71; ex-comandante do 22º Pel Art, Fulacunda, 1969/70)
domingo, 10 de abril de 2022
Guiné 61/74 - P23156: Humor de caserna (45): Histórias pícaras: O Gasparinho - Parte II (José Borrego): (v) Meu comandante, vá chamar filho a outro
Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > Pelotão de Artilharia / GA 7 > Agosto de 1972 > Espetacular foto noturna do obus 14 em ação...
Algumas características técnicas do Obus 14 cm m/943:
Eis mais um depoimento sobre ele, e mais uma história (se não duas...), desta feita já aqui contada em tempos (Poste P4628, de 2 de julho de 2009), pelo nosso camarada José Francisco Robalo Borrego, ten cor art ref, que pertenceu ao Grupo de Artilharia n.º 7 de Bissau (GA 7) e ao 9.º Pel Art (Bajocunda 1970/72).
É também uma boa ocasião para relembrar aqui os nossos valorosos arilheiros do GA 7 / GA 7 (Grupo de Artilharia de Campanha 7 / Grupo de Artilharia 7)
Histórias pícaras > Gasparinho
O comandante do GA7 era o Senhor tenente-coronel Ferreira da Silva que tinha por alcunha o Assassino da Voz Meiga, porque ao dirigir-se aos seus subordinados fossem eles oficiais, sargentos ou praças tinha por hábito tratá-los por “filho” ("Ó filho isto, ó filho aquilo"...) mas na hora de administrar a justiça e disciplina (RDM) era um “pai” pouco meigo.
Um dia tratou o major Gaspar por “filho” e, como este gostava pouco de paternalismos, terá advertido o comandante que pai só tinha um e que não admitia que o voltasse a tratar com tal “afecto”.
Devido ao feitio do comandante, ou talvez não, o certo é que não morriam de amores um pelo outro e, segundo se dizia, tinham muitas divergências e acesas discussões.
No dia de todos os Santos era tradição fazer-se uma formatura geral com representantes dos três Ramos das Forças Armadas em frente ao Palácio do Governador da Província, salvo erro.
A representação do Exército coube ao GA7 com a incumbência de enviar uma força para a cerimónia do dia de finados, força essa, que sob a responsabilidade do major Gaspar terá chegado ligeiramente atrasada ao local da formatura, o que desagradou profundamente ao comandante perante o olhar das altas entidades.
Como cmdt e responsável máximo, o ten cor Ferreira da Silva terá feito uma chamada de atenção ao major Gaspar, que, não tendo gostado da “repreensão” em público, desatou aos berros e com insultos ao cmdt, sendo retirado do local por um oficial conhecido, pondo termo ao espectáculo deplorável!
Para quem conhecia a personalidade do major Gaspar, aquilo foi uma atitude perfeitamente natural em linha com o seu temperamento. Para a época era, ou parecia ser, um oficial desinibido, frontal e, por vezes, desafiador da disciplina. Dizia-se que na sua folha se serviços tinha tantos louvores como castigos e que gozava de alguma simpatia, junto do Senhor General António de Spínola, devido às suas características peculiares.
No regresso à Unidade os dois comandantes discutiram o incidente anteriormente ocorrido, tendo ambos chegado, ou quase chegado, a vias de facto e a situação só não foi mais grave, porque um oficial se intrometeu entre os dois.
Perante a insubordinação do major Gaspar, o cmdt mandou chamar o Sargento da Guarda para prender o major, mas este dizia ao 1.º sargento que não podia prendê-lo, porque não estava em flagrante delito.
Este episódio durou algum tempo em que um mandava avançar o Sargento da Guarda e o outro mandava-o recuar... Houve até quem dissesse que o sargento da guarda, impaciente e nervoso, terá suplicado: "Meus comandantes, decidam-se lá, porque, segundo o Regulamento, o comandante da guarda não pode abandonar o distrito da guarda, por muito tempo". Tal era o desconforto…!
Face ao sucedido, o escalão superior procedeu ao respectivo processo disciplinar e criminal, acabando os dois por serem punidos com penas de prisão. (...)
(José Borrego)
[ Seleção / Revisão / fixação de texto e título, para efeitos de publicação deste poste no blogue: LG ]
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Nota do editor:
quinta-feira, 8 de abril de 2021
Guiné 61/74 - P22082: Em busca de... (312): Camaradas do ex-Fur Mil Art Vítor Manuel de Almeida Santos do GA 7, Buruntuma e Dara, 1972/74(?)
Prezados Senhores
Estou à procura de informações sobre o serviço do meu pai na Guiné.
Ele ainda está vivo mas intelectualmente e fisicamente diminuído após um AVC, vive en França.
Ele fez a sua formação no RAL1 em Lisboa (tenho uma placa que lhe foi dada pelo seu peleton, mas não sei porquê)
Foi então mobilizado na artillería en Guiné como Furriel Miliciano
A única coisa de que se lembra é que serviu no GAC 7 em Buruntuma e depois em Dara.
O seu matriculo era: 16187671 o 16187670 (ele hesita no último número)
Agradeço-lhe por qualquer elemento ou ligação que me possa fornecer.
Desculpo-me pelos erros portugueses, porque infelizmente nasci em França e tenho muitas dificuldades em escrever português.
Obrigado
Paul Jorge Santos
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Nota do editor
Último poste da série de 6 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P21976: Em busca de... (311): Ex-Soldados Instruendos do CSM - 3.º Turno de 1971, RI 5 - Caldas da Rainha, Luís Filipe Calado José da Costa e Luís Alberto Costa Pereira do 2.º Pelotão/5.ª Companhia (Carlos Jorge Pereira, ex-Fur Mil IOI)
quinta-feira, 25 de março de 2021
Guiné 61/74 - P22037: Fotos à procura de... uma legenda (146): as antiaéreas de Aldeia Formosa... Também faziam fogo terra-terra... (Joaquim Costa, ex-fur mil arm pes inf, CCAV 8351, Cumbijã, 1971/73)
1. Mensagem com data de hoje, 12h45, de Joaquim Costa (ex-fur mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74)
Bom dia, Luís
Unidade Mob: RAAF - Queluz
Crndt: Cap Art Vítor Marçal Lourenço
Partida: Embarque em 13Fev71 (l ." fase) e 26Mai71 (2." fase) | desembarque em 19Fev71 (1ª fase) e 31Mai71 (2." fase) | Regresso: Embarque em 24Fev73 (L" fase) e 23Mar73 (2ª fase)
Foi constituída e organizada para cumprimento de despacho ministerial de 18Set70, vindo a integrar dois pelotões independentes do antecedente colocados na Guiné e um outro pelotão que chegou em 2." fase.
de recrutamento local.
a responsabilidade da defesa AA da BA12 a baixas altitudes.
Observações: Tem História da Unidade (Caixa n." 104 - 2.ªDiv/4ª Sec, do AHM).
Unidade Mob: RAAF - Queluz
Cmdt: Cap Art Joaquim Branco Evaristo
Partida: Embarque em 13Fev71; desembarque em 19Fev71 | Regresso: Embarque em 13Jan73
Em Jun71 iniciou a construção das posições e do aquartelamento na região de Bor (Bissau), com vista ao cumprimento da missão de defesa AA a médias altitudes da BA 12 e aeroporto de Bissalanca e de parte da cidade de Bissau, tendo ainda instalado uma posição junto aos paióis do CTIG e outra em Cumeré, tendo a sua organização operacional ficado completa em Set72.
área de Bissau, de acordo com as necessidades do COMBlS.
Unidade Mob: RAAF - Queluz
Crndt: Cap Art António José Pereira da Costa
Cap Art Vítor Manuel da Ponte Silva Marques
Divisa: "As Avezinhas"
Partida: Embarque em 26Mai71; desembarque em 31Mai71 | Regresso: Embarque em 25Mar73
Após efectuar a lAO, de OlJun71 a 03Ju171, no CMl, em Cumeré, ficou instalada em Bissau, no aquartelamento do GA 7, onde efectuou a instrução de adaptação da especialidade de 3 a 19Ju171. Em seguida passou a efectuar os trabalhos de construção de espaldões para as peças e radares da área do
aeroporto de Bissalanca.
Observações: Tem História da Unidade (Caixa n." 99 - 2.ª Div/4.ª Sec, do AHM).
Unidade Mob: RAAF - Queluz
Cap Mil Art Luciano Avelãs Nunes
Partida: Embarque em 160ut72; desembarque em 160ut72 | Regresso: Embarque em 30Ag074
Após efectuar o treino operacional, de 170ut72 a 28Nov72, em Bor (Bissau), assumiu em lDez72, substituindo a BtrAAA 3382, a responsabilidade da defesa AA a médias altitudes da BA 12 e aeroporto de Bissalanca e de parte da cidade de Bissau.
Destacou uma secção para guarnecer uma posição instalada em Cumeré. Colaborou ainda em escoltas, patrulhamentos e segurança das instalações e das populações da área de Bissau, de acordo com as necessidades do COMBIS, tendo assumido a responsabilidade do subsector de Bor.
Unidade Mob: RAAF - Queluz
Crndt: Cap Art Joaquim Luís Dias Antunes Ferreira
Partida: Embarque em 17Nov73; desembarque em 17Nov73 | Regresso: Embarque em 08Set74
Colaborou na segurança e protecção das instalações e das populações do subsector de Bor, sob controlo operacional do COMBIS.
Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas de unidade: Tomo II - Guiné - (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002), pp. 541/547.
quinta-feira, 23 de janeiro de 2020
Guiné 61/74 - P20586: Facebok...ando (56): As minhas 10 efemérides (Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GA 7, Bissau, maio de 1969 /maio de 1971)
Foto: © Manuel Resende (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 / GA 7, Bissau, 1969/71; foi comandante do 22º Pel Art, em Fulacunda (1969/70); nasceu em Castelo Branco, trabalhou na Lisnave, vive em Almada; tem 25 eferências no nosso blogue.
Texto publicado na página do Facebook da Magnífica Tabanca da Linha (grupo fechado) em 18 do corrente:
Mas hoje, estou aqui a escrever para referir efemérides cinquentenárias ocorridas no período da minha comissão na Guiné (Maio de 1969 a Maio de 1971, na Bataria de Campanha nº 1, mais tarde GA7.)
Então, aqui vão as efemérides:
(i) em Fevereiro de 1970, morre em combate, em Catió, o sargento de artilharia Issa Jau, do recrutamento local:
(ii) em Abril de 1970, deixo Fulacunda, onde Comandava o 22º Pel Art , com rumo a Bissau (BAC 1, comandada pelo cap art M.Soares) para ser integrado na "Sala de Operações e Informações", participar nas Operações do TO que envolvessem Artilharia e continuar as acções de Instrução com as Escolas de Recruta para artilheiros;
(iii) em 20 de Abril de 1970, são assassinados os Majores; Passos Ramos, Pereira da Silva, Magalhães Osório e o Alferes Mosca. Participei no "Funeral Armas" (cemitério de Bissau) para o qual a minha unidade, BAC 1, tinha sido nomeada pelo Comandante Chefe;
(iv) em Maio de 1970, venho de férias, "à Metrópole", para contrair matrimónio;
(v) em Junho de 1970, chegam à BAC 1, 12 Alferes e 28 Furriéis, para reforço do pessoal de artilharia e libertar Alferes e Sargentos de vários pelotões de morteiros, que temporariamente serviram na artilharia depois de terem recebido a instrução necessária para reforçarem diversos pelotões de artilharia por todo o TO;
(vi) em Julho de 1970, a BAC 1, passa a GA7 com formação em parada, a que foi dado o nome do sargento Issa Jau, com a presença do General Spínola;
(vi) em 25 de Julho de 1970, morrem em acidente de helicóptero, com queda no rio Mansoa em deslocação para Bissau, 4 deputados à Assembleia Nacional; um desses Deputados tinha sido voluntário nesta delegação a fim de visitar o filho que era meu camarada na artilharia, colocado em Catió. Infelizmente não se viram.(Pinto Bull, de origem Guineense e Pinto Leite, pai do meu camarada.)
(vii) em 27 de Julho, na Metrópole, falecia Salazar;
(viii) em Julho de 1970, o Homem dava um "grande passo" ao pousar na Lua, pela primeira vez;
(ix) em 22 de Novembro de 1970, tem inicio a Operação "Mar Verde", comandada pelo Comandante Alpoim Calvão.
(x) em Dezembro é levado a efeito o reforço da Anti Aérea como protecção de um eventual ataque aéreo, como retaliação à Operação " Mar Verde". Cap Lourenço e Evaristo integram a minha Unidade, BAC1/GA7.
Foi um ano recheado de acontecimentos que nos ficam na memória. Cada uma destas efemérides têm desenvolvimento que o tempo foi apagando.
Abraço aos Camaradas,
Domingos Robalo
Furriel Miliciano Art (nº 192618/68)
[revisão / fixação de texto para efeitos de edição neste blogue: LG]
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Último poste da série > 8 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20429: Facebook...ando (55): os valorosos mecânicos de artilharia do GA 7, Bissau, 1972/74 (António Rios / Carlos Marques de Oliveira)
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
Guiné 61/74 - P20446: Álbum fotográfico de Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7 (Bissau e Fulacunda, 1969/71) - Parte V: Em Cutia, entre Mansoa e Mansabá, barragem de artilharia sobre a mata do Morés, de 17 a 27 de julho de 1970... A 25, no regresso da visita a Teixeira Pinto, morrem quatro deputados da Assembleia Nacional, em acidente aéreo, no rio Mansoa.
Um dos deputados era pai de um camarada meu da artilharia que estava colocado em Catió, razão pela qual o deputado trocou com um outro para poder visitar o filho. Deslocação inglória, porque não se encontraram. (...)
Guiné > Mapa geral da província (1961) > Escala 1/500 mil > Região do Oio > Detalhe: posição relativa de Cutia no triângulo Bissorã- Mansabá- Mansoa. Ficava a meio, na estrada Mansoa-Mansabá.
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)
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(**) Vd. postes de:
20 de outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3335: Controvérsias (6): O acidente aéreo de 25 de Julho de 1970 (Carlos Ayala Botto)
domingo, 8 de dezembro de 2019
Guiné 61/74 - P20429: Facebook...ando (55): os valorosos mecânicos de artilharia do GA 7, Bissau, 1972/74 (António Rios / Carlos Marques de Oliveira)
Fotos (e legendas): © António Rios (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Comentário do António Rios, ex-fur nil mecânico e Artilharia (GA 7, 1972/74), na página do Facebook da Tabanca Grande Luís Graça:
Era um grupo de malta de Vila Real de Santo António. Havia um que estava colocado no Hospital e está um que era vagomestre do GA7 [Grupo de Artilharia nº 7]: ele desenfiou do refeitório comida e fomos comer ao hospital. Eu sou o que está na fila de cima, o da direita com bigode. A cerveja era em lata.
Diz-nos algo mais sobre a tua comissão, quando chegaste, quando regressaste a casa, os sítios por onde andaste como "doutor dos obuses"... A gente quer saber tudo, direitinho... Podes escrever, no Facebook da Tabanca Grande, se te dá mais jeito... Aqui no blogue não podes escrever diretamente, a não ser na caixa de comentários. Mas podes usar o nosso endereço de email: luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com
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Nota do editor:
Último poste da série > 7 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20423: Facebook...ando (54): António Rios, ex-fur mil mecânico de artilharia (GA 7, Bissau, 1972/74), algarvio de Vila Real de Santo António, a viver em Tavira
Guiné 61/74 - P20425: Lições de artilharia para os infantes (9): Os Pel Art, de vez em quando, tinham que "tocar uma punheta" aos obuses, por razões de manutenção... (C. Martins, ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74)
Foto (e legenda): © Vasco Santos (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Comentário do nosso camarada C. Martins (, ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74; hoje médico, reformado), ao poste P20423 (*)
Foto: Cortesia de António Rios (2019) |
Quando avariava um ou mais obuses,consoante o tipo de avaria, podia-se eventualmente fazer a reparação no próprio local, os Pel Art tinham material de substituição, ou então deslocava-se um mecânico de Bissau, e em último caso o obus era substituído.
Os tubos (que para os infantes são canos) tinham estrias e, após mil tiros, tinham que ser substituídos porque estas se desgastavam, mas, para evitar isso, aconselhavam avivá-las o que dava uma trabalheira do "caraças".
Os graduados dos Pel Art tinham uns conhecimentos de mecânica dos obuses não só para a manutenção como para eventuais pequenas reparações.
Algures no sul da Guiné um alferes de um Pel Art perdeu um "cogumelo", que era uma peça em aço da culatra cujo o formato era isso mesmo, um cogumelo, e como ia ser substituído tinha que fazer o espólio do Pel Art.
Pediu ao Pel Art da vizinhança, que amavelmente cedeu um. Este por sua vez resolveu a falta do dito incluindo-o no relatório dos estragos feitos por um ataque, evidentemente com mais uma picareta, uma pá e tralhas várias em armazém.
Sabia-se que ninguém lia o dito relatório, e se lessem que fossem lá verificar a veracidade da coisa.
Também se tocava periodicamente uma "punheta" aos obuses que consistia na lavagem dos tubos, e esta parecia que os tubos estavam a ejacular, daí o respectivo nome.
Mais lições de artilharia, têm que pagar, porque andei eu a queimar os neurónios para vocês passarem a saber tanto como eu, só faltava mais essa!
Ah, na foto [, à esquerda], está-se a reparar o aparelho de pontaria que era uma avaria frequente.
Saudações artilheiras (**)
C.Martins
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 7 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20423: Facebook...ando (54): António Rios, ex-fur mil mecânico de artilharia (GA 7, Bissau, 1972/74), algarvio de Vila Real de Santo António, a viver em Tavira
(**) Último poste da série > 23 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20375: Lições de artilharia para os infantes (8): Algumas características técnicas do obus 14 e da peça 11.4 (C. Martins, ex-cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1973/74; João Martins, ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69)
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
Guiné 61/74 - P19515: Pelotões Independentes em Gadamael: A Memória (Manuel Vaz, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 798) (6): 3 - Os Pelotões de Artilharia que estiveram em Gadamael (Continuação)
1. Continuação da publicação do trabalho sobre os Pelotões Independentes que estacionaram em Gadamael, da autoria do nosso camarada Manuel Vaz (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 798, Gadamael Porto, 1965/67).
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Nota do editor
Último poste da série de 7 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19477: Pelotões Independentes em Gadamael: A Memória (Manuel Vaz, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 798) (5): 3 - Os Pelotões de Artilharia que estiveram em Gadamael (Continuação)
sexta-feira, 10 de junho de 2016
Guiné 63/74 - P16186: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (14): dois poemas ("Letargia da carne" e "Escravidão", de Armando Lopes, natural do Porto)
1. Considerada a primeira antologia da poesia guineense, esta edição (hoje rara) deve muito à carolice, ao entusiasmo, à dedicação e à sensibilidade sococultural de dois homens:
A antologia reune 24 poemas de 11 poetas (guineenses, caboverdianos e metropolitanos, neste caso militares em servi no TO da Guiné, em 1973-74).
Albano Mendes de Matos (hoje ten cor art ref; tenente art, GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74). Há dias soubemos notícias dele.. Aqui vai um excerto de uma mensagem de 16 de maio último:
Grande abraço do Camarada Albano Mendes de Matos.
O Luís Jales de Oliveira é membro da nossa Tabanca Grande desde 21 de janeiro de 2008. Foi fur mil trms inf, Agrup Trms de Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael Porto, 1972/74). Continua a escrever e a publicar. Falaremos dele (e dos seus livros) muito em breve. (***)
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(*) Último poste da série > 15 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16092: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (13): três poemas de Valdemar Rocha, militar de transmissões em Santa Luzia, premiado nos Jogos Florais da UDIB (1972)
(**) Vd. postes de
13 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12974: Memórias dos últimos soldados do império (1): “Bate estradas” histórico, escrito à minha filha em 1973, e uma redacção da minha neta, vinte anos depois (Albano Mendes de Matos)
13 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12975: Memórias dos últimos soldados do império (2): A aventura do "Caderno de Poesia Poilão", de que se fizeram 700 exemplares, a stencil, em fevereiro de 1974, em edição do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do BNU (Albano Mendes de Matos)
(***) Vd. poste de 21 de janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2467: Tabanca Grande (54): Luís Jales, ex-Fur Mil Trms (Agr Trms Bissau e CCAÇ 20, Gadamael Porto, 1973/74)
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Guiné 63/74 - P15638: Blogues da nossa blogosfera (73): No Blogue "Portugal e o Passado", A Agonia do Império, de Fernando Valente (Magro)
1. Publicamos hoje mais um texto do nosso camarada Fernando Valente (Magro) (ex-Cap Mil Art.ª do BENG 447, Bissau, 1970/72), intitulado A Agonia do Império, enviado pelo seu irmão Abílio Magro em mensagem de 8 de Dezembro de 2015, que podemos ler, além de outros, no seu Blogue "Portugal e o Passado".
A Agonia do Império
Texto publicado por Fernando Magro no seu blog "Portugal e o Passado"
O Império Colonial Português abrangia em 1960 uma superfície total de 2.031.935 Km2, correspondendo à soma das superfícies dos seguintes países europeus: Portugal Continental, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Suíça, Alemanha e Inglaterra. Em área Portugal ocupava em 1960 o quarto lugar do mundo entre os impérios coloniais nessa altura. Os territórios que estavam sobre o domínio de Portugal eram, além do rectângulo europeu e das ilhas adjacentes da Madeira e dos Açores, o arquipélago de Cabo Verde, a Guiné, São Tomé e Príncipe, São João Baptista de Ajudá, Angola, Moçambique, Estado da Índia (composto por Goa, Damão e Diu), Macau (na China) e Timor (na Indonésia).
A partir porém de 1960 este vasto Império começa a desmoronar-se, devido a movimentos armados dos respectivos povos.
A primeira perda foi a de São João Baptista de Ajudá, uma presença simbólica portuguesa na costa do Daomé, uma vez que era praticamente constituída por uma fortaleza e um pequeno território a envolvê-la.
A 17 de Dezembro de 1961 a União Indiana ocupa militarmente o Estado Português da Índia e anexa Goa, Damão e Diu ao seu território. Nesse mesmo ano, em Angola é iniciada uma guerra de guerrilhas contra a nossa permanência naquela área de África, guerra que se estende rapidamente em 1962 à Guiné e em 1963 a Moçambique.
Essa guerra, em três frentes, tornar-se-á longa obrigando a um grande esforço material e humano, com sacrifício de várias gerações de jovens soldados, enquadrados por sargentos e oficiais do quadro permanente e do quadro de complemento (milicianos).
No caso da minha família (Valente Magro) todos os meus cinco irmãos e eu próprio fomos chamados a prestar serviço militar obrigatório e todos fomos mobilizados: um para Moçambique, como alferes miliciano, dois para Angola sendo um deles no posto de furriel e o outro como cabo especialista da Força Aérea e três para a Guiné, sendo eu, o mais velho, como capitão miliciano, o mais novo como furriel e o imediatamente a seguir ao mais novo como primeiro-cabo auxiliar de enfermeiro.
No meu caso particular fui duas vezes incorporado obrigatoriamente na vida militar. Em 1959 iniciei o cumprimento da minha primeira obrigação militar na escola prática de artilharia em Vendas Novas como cadete, tendo acabado como aspirante oficial miliciano no Grupo de Artilharia Contra Aeronaves n.º 3, em Paramos, Espinho. Somente regressei à vida civil em Fevereiro de 1960 como alferes miliciano, tendo sido promovido mais tarde a tenente miliciano na disponibilidade.
Estive nas fileiras do exército nessa primeira fase durante vinte meses. Depois disso entrei ao serviço do Ministério das Obras Públicas como engenheiro técnico, casei e nasceu o meu filho Fernando Manuel em 1961, precisamente no ano da invasão e anexação pelas tropas da União Indiana das possessões de Goa, Damâo e Diu.
Também em 1961 teve início a guerra colonial de Angola, que se estendeu rapidamente à Guiné e a Moçambique como já referi anteriormente.
Na altura, em 1961, ainda receei ser mobilizado como alferes [tenente], mas tal não se verificou. Mas em 1968, passados sete anos, tive conhecimento que, por haver muita falta de comandantes de companhia (capitães) o governo estava incorporando os tenentes milicianos na disponibilidade a fim de frequentarem obrigatoriamente um curso de promoção a capitães, tendo em vista a sua mobilização, nesse posto, para as guerras coloniais em África.
O aviso para me apresentar em Mafra a fim de frequentar o referido curso de promoção a capitão chegou-me a vinte e oito de Fevereiro de 1969. Em Março desse mesmo ano fui pela segunda vez incorporado no exército e só passei à disponibilidade em trinta de Junho de 1972, isto é, passados quarenta messes. Como na minha primeira incorporação tinha estado vinte meses ao serviço do exército, com esta segunda incorporação perfiz sessenta meses, isto é cinco anos de vida militar obrigatória.
Vida militar que na segunda fase compreendeu uma comissão na Guiné de 10 de Abril de 1970 a 30 de Junho de 1972. Essa comissão que inicialmente estava para a ser cumprida comandando uma companhia operacional no mato, acabou por ser levada a efeito no Batalhão de Engenharia 447, em Bissau por intervenção do Governador e Comandante-Chefe da Guiné, General Spínola, que decidiu colocar-me no referido batalhão de engenharia aproveitando a minha formação civil.
Aí chefiei os Serviços de Reordenamentos Populacionais. Tratava-se de um serviço dirigido por militares que era essencialmente destinado às populações civis. Tinha em vista proceder ao agrupamento de diversas pequenas "tabancas"(*) com o fim de constituir aldeamentos médios onde fosse rentável dotá-los com algumas infraestruturas tais como escolas, postos sanitários, fontanários, tanques de lavar, cercados para o gado, mesquitas ou capelas.
Além disso tinha-se também em vista, com a execução dos reordenamentos, a defesa e o controle das populações.
A minha actividade não estava por isso circunscrita à cidade de Bissau. Tinha por vezes que me deslocar ao interior do território para resolver localmente problemas que surgiam durante as obras dos reordenamentos populacionais. Fiz, por isso, algumas viagens para o interior da Guiné em helicóptero ou em avião militar (Dornier). Essas viagens tinham alguns riscos devido aos independentistas, a certa altura, se terem apetrechado com mísseis terra-ar e devido aos tornados que por vezes se formavam e que eram perigosos principalmente para as pequenas aeronaves.
Durante a minha estadia na Guiné ocorreu um acidente justamente com um helicóptero que transportava cinco deputados da Assembleia Nacional e que um tornado fez despenhar no rio Mansoa tendo morrido todos os seus ocupantes.
Comigo as deslocações ao interior da Guiné correram sempre sem perigo, mas para outros militares não foi sempre assim.
O Batalhão de Engenharia 447 tinha como funções dar apoio às tropas aquarteladas na Guiné no âmbito de garantir o regular funcionamento dos quartéis, promover o fornecimento de geradores eléctricos, orientar e apoiar as obras de reordenamentos populacionais, fornecer material de manutenção, construir estradas, pontes e portos de atracagem, quartéis e abrigos subterrâneos, etc. Muitos elementos do BENG 447 tinham de se deslocar ao mato frequentemente em colunas por via terrestre e alguns correram grandes riscos como podemos constatar pelo relato trágico que o Furriel Miliciano de Engenharia Pedro Manuel Santos fez no livro "A Engenharia Militar na Guiné" (no qual também colaborei) quando descreve uma emboscada que sofreu uma coluna de dez viaturas, em que ele mesmo seguia, da seguinte forma:
"No dia 22 de Março de 1974 quando regressava de Piche para Nova Lamego, em coluna militar, e após termos percorrido cerca de dez quilómetros entre Benten e Cambajá, cerca das 8:30 horas, sofremos uma emboscada de grande violência.
O PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) tinha colocado à beira da estrada cerca de 110 abrigos e outra grande quantidade de guerrilheiros em cima de mangueiros. O número de guerrilheiros estimou-se entre duzentos e duzentos e cinquenta elementos...
A nossa coluna militar era constituída por dez viaturas, sendo duas chaimites, uma white, três berliets e quatro unimogs.
Quando deflagrou a emboscada as duas chaimites da frente foram as primeiras a ser atacadas com RPGês bem como uma white e um unimog.
A primeira chaimite onde ia o Capitão Luz Afonso passou e saiu da estrada protegendo-se no mato no lado oposto ao dos guerrilheiros tendo sido ainda atingida por um rocket de raspão. A segunda chaimite, onde ia eu, apanhou uma rocketada à frente, bem como no lugar onde ia o condutor e o Furriel Soares que a comandava. Perfurou o blindado e cortou as pernas aos dois referidos camaradas que começaram a gritar por ajuda.
O Cabo Augusto Graça que ia na metralhadora, com uma enorme frieza dispara durante algum tempo até que a velha máquina se encravou. Durante uns minutos, que me pareceram anos, a chaimite começou a arder pela frente e as chamas envolveram os companheiros que tinham sido atingidos pela rocketada e que já estavam sem pernas.
Lembro-me de olhar nos olhos o Furriel Soares, que comandava a chaimite, e que me pediu para o não deixar morrer ali.
Por segundos tentei pegar num deles mas a viatura já se encontrava com um nível de calor muito elevado e o perigo de ficarmos todos lá dentro era iminente.
O Cabo Atirador Augusto Graça apenas teve tempo de abrir metade da escotilha do blindado e gritar para fugirmos. Já não pude fazer mais nada. Tive de abandonar o blindado.
Saí eu, o Capitão Miliciano Fernando e o Cabo Augusto Graça. Corri cerca de cem metros e logo atrás de mim um guerrilheiro do PAIGC tentou agarrar-me à mão. De imediato os depósitos da chaimite rebentaram e deu-se uma enorme explosão.
Ainda me lembro de ouvir as balas e as granadas que estavam dentro do blindado a rebentar e os últimos gritos dos meus dois camaradas!
Nesse momento o guerrilheiro que correu atrás de mim, em volta de um enorme morro de formigas "baga baga", desistiu, presumo que assustado pela enorme explosão da chaimite e consegui despistá-lo fugindo para o mato. A minha G3 tinha ficado no blindado.
Dentro do mato encontrei o Capitão Fernando... ele trazia uma pistola Walter e disse-me: esta pistola é para nos suicidarmos se formos agarrados à mão!
A partir de aí perdi por completo a memória, não sei por onde andei nem durante quanto tempo, mas dizem-me que foi por um dia inteiro. Tenho uma vaga ideia de ir ter sozinho à estrada e encontrar o Furriel Fidalgo que fazia segurança ao material queimado. Senti o cheiro de carne humana queimada que saía da minha chaimite e que até hoje nunca mais me saiu do nariz.
Levaram-me para Piche onde o nosso Capitão Luz Afonso já se encontrava à espera de transporte para Bissau. Segui, depois, para Nova Lamego onde fui tratado a uma perna que ficou ferida ao sair por metade da escotilha da chaimite. Fui depois evacuado para o Hospital Militar de Bissau...
A minha arma foi entregue mais tarde no BENG 447 apenas com a parte de ferro crivada das balas que rebentaram dentro da chaimite.
O Furriel Fidalgo disse-me que quando apareci do mato e o encontrei junto à estrada só gritava para ele: "Foge que vem aí os amarelos!" (referindo-me aos fardamentos do guerrilheiros do PAIGC) e que estava completamente baralhado da cabeça. Chamaram-me o "morto-vivo" por ter sido dado como morto e depois aparecer com vida.
Nesta emboscada tivemos seis mortos, dezasseis feridos muito graves e três feridos ligeiros. Tenho na memória alguns camaradas a respirar pelas costas e já sem vida. Alguns completamente desfeitos. Outros a serem tratados com garrotes.
Quando regressei à metrópole para junto da minha família... senti-me completamente abandonado e entregue a mim próprio. Ninguém me perguntou se estava bem ou mal, se precisava ou não de qualquer tipo de ajuda. Tinha de recomeçar a minha vida...
Hoje, passados quarenta anos, acho imprescindível este desabafo para que alguém com poderes para isso não deixe que a história se repita neste capítulo. Esta é apenas uma história entre outras que em dois anos sucederam e que não gosto de contar mas entendo que a devia escrever. A todos os ex-combatentes ainda vivos deixo uma palavra de coragem para acabarmos os dias que nos falta viver.
As gerações vindouras que não esqueçam a brutalidade a que o Governo de então submeteu os jovens da nossa geração. Quando se fala de ex-combatentes deve tributar-se o respeito que eles merecem pois marcaram e fazem parte de uma página da história que, em nome da Pátria, foram obrigados a cumprir e muitos a darem, inclusive, a sua própria vida."
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Notas do editor
- Sublinhado da responsabilidade do editor
- Nesta emboscada morreram 2 Soldados e 2 Furriéis do Esq Rec Fox 8840, 1 Soldaddo da CCAÇ 21 e 1 Soldado do 12.º Pel Art
Último poste da série de 18 de janeiro de 2016 Guiné 63/74 - P15631: Blogues da nossa blogosfera (72): Uma aventura em África: em 14 de novembro de 1980, eu estava em Bissau... Depois do jantar, no Hotel 24 de Setembro, fui surpreendido pelo golpe de Estado do 'Nino' Vieira (Francisco George, antigo represente da OMS - Organização Mundial da Saúde na Guiné-Bissau)