Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos da capela (1)
Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos da capela (2)
Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Região de Gabi > Piche > 28 de outubro de 2015 > Guião do BCAV 2922, "À carga", Piche, 1970/72 (que era composto por CCS, CCAV 2747, CCAV 2748 e CCAV 2749)
Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos de memorial dos mortos do BART 2857, Piche, 1969/72
Foto nº 4 A > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos de memorial > Mortos da CCS/ BART 2857, Piche, 1969/71 > 1º cabo António S. Gonçalves, morto em 25/3/1969; 1º cabo Augusto e Vieira, morto em 21/5/1969; 1º cabo João G. Antunes, morto em 3/1/1970
Foto nº 4 B > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 128 de outubro de 2015 > Restos de memorial > Mortos da CART 2439 / BART 2857, Canquelifá 1969/71 > 1º cabo [aux enf] José M. Laranjo, sold Manuel J. Ferreira, sold Joaquim Carvalho e sold Manuel C. Parreira. Todos mortos
no mesmo dia, 7 de outubro de 1969, numa mina a/c reforçada, na estrada Dunane-Canquelifá, a cerca de 2 km de Canquefilá... Além destes 4 mortos da CART 2439, morreu ainda o sold guineense Satone Colubali, da CART 2479 / CART 11, Houve ainda uma dúzia de feridos graves. evacuados para o HM 241, Bissau.
Foto nº 4 C > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Piche > 28 de outubro de 2015 > Restos de memorial > Mortos da CART 2440 / BART 2857, Piche, 1969/71 > Sold Serafim P. Madeira, morto em 13/5/1969; sold Manuel M. Ferreira, morto no mesmo dia: 1º cabo Aires S. Pedrosa, morto em 7/6/1969; sold Henrique G. Salvador, morto em 17/11/1060; 1º cabo Álvaro Barreira Go[mes], morto em 12/2/1970; sold João C.Pereira. morto em 20/3/1970; e 1º cabo Aníbal A. Carreira, morto em 12/6/1970.
Fotos (e legendas): © Adelaide Barata Carrêlo (2017), Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Continuação da publicação do álbum fotográfico
e das notas de viagem de Adelaide Barata Carrelo, à Guiné-Bissau, em outubro-novembro de 2015 (*).
2. Mensagem da Adelaide Barata Carrêlo, com data de 15 do corrente:
Bom dia, Luís,
Como havia dito, a viagem à "minha Guiné" nunca acabará, porque não há dia em qua não nos lembramos do que vivemos lá e não há melhor do que relembrar, com tanto carinho, esta gente e esta terra.
Segue um relato/diário - um dia passado em Pitche e algumas fotos.
beijinhos,
Adelaide Carrêlo
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Piche, 4ª feira 28 de outubro de 2015
Depois da estadia de 2 dias em Gabu, prosseguimos para Pitche, muito perto da fronteira de Guiné - Conacry.
Tivemos oportunidade de ter uma visita guiada pelo que se mantém "em sentido" do antigo quartel. Vimos a porta de armas, as paredes da capela [Fotos nºs 1 e 2] , a cozinha e o monumento em homenagem aos militares que morreram em combate [Foto nº 4]
Pelo caminho, quase deserto, ainda tivemos a oportunidade de entrar numa sala de aulas e ouvir os alunos e dois professores a saudarem-nos com um olá em uníssono. Reparámos que no quadro em ardósia estava escrito "WA IÁ".
Quando regressávamos ao centro, um homem interpelou-nos com uma recordação da tropa de cavalaria [, guião do BCAV 2922,] que lá deixou marcas: "Foi um militar que me deu e eu guardo-o até hoje!!!". Foi com orgulho que falou, como que com uma saudade dos tempos que recorda como se tivesse sido ontem. [ Foto nº 3].
Foi uma tarde agradável, onde parece que nada se passa, a não ser o abandono e a recordação.
Ainda fomos convidados para visitar o Régulo, mas, face ao adiantado da hora, o regresso a Bafatá fez-nos declinar o convite.
Quando deixámos Pitche, já não vimos o guineense que tapou os buracos da estrada, recebendo em troca placas de zinco para a sua casa (de um elemento do governo) como forma de pagamento.
Limitava-se agora a levantar e a baixar um cordel de sisal (atado a uma árvore junto à estrada), como se de uma portagem se tratasse, ficando à espera de uma moeda que demoraria muito tempo a "cunhar". O rânsito de viaturas era parco, mas a paciência e o saber esperar são duas das regras que aprendemos assim que pisamos esta terra.
Adelaide Carrêlo
Guiné > Região de Gabu > Piche > 1971 > A capela, ao lado do heliporto (Cortesia do blogue
Combatentes de Avintes; sem indicação de autoria; vd. também
página no Facebook, que dá continuidade ao blogue, editado entre 2010 e 2014; um dos editores do blogue era o nosso grã-trabanqueiro
Antero Santos; tem cerca de 71 mil visualizações).
Guiné > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > O nosso grã-tabanqueiro Jacinto Cristina (o famoso padeiro da Ponte Caium), à direita, de camuflado, com um camarada junto á capela de Piche.
Foto: © Jacinto Cristina (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Notas do editor:
(*) Vd. último poste da série > 28 de outubro de 2016 >
Guiné 63/74 - P16649: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte XIII: Bolama, uma experiência agridoce (II)
(**) Vd. poste de 9 de julho de 2016 >
Guiné 63/74 - P16288: (In)citações (95): "Terra vermelha quente e de paz, / lugar onde tive medo, fui feliz e vivi, / amar-te-ei sempre, / minha Guiné menina velha encantada"... (Adelaide Barata Carrêlo, filha do tenente Barata, que viveu em Nova Lamego, no início dos anos 70, durante a comissão do pai, e aonde regressou, maravilhada, quarenta e tal anos depois)
(...) Em 1970 aterrámos em Bissau onde o meu pai nos esperava ansiosamente, seguimos alguns dias depois para Nova Lamego onde ele estava colocado.
Eu tinha 7 anos, sou gémea com uma irmã e tenho um irmão mais velho 1 ano. Somos a família Barata. Quando chegou a hora dos meus pais decidirem juntar-se naquela terra, não conseguiram convencer-nos de que poderíamos separar-nos, não, fomos também. E até hoje agradeço por ter conhecido gente tão bonit, tão pura.
As primeiras letras da cartilha, foram-me desenhadas pelo Prof. José Gomes, na Escola que hoje se chama Caetano Semedo.
Aquele cheiro, a natureza comandada pelo calor húmido que sufoca e a chuva que cai como uma cascata sobre a pele e o cabelo que teima em não se infiltrar...cheguei a pedir à minha mãe para me deixar correr como aqueles meninos que se ensaboavam no meio da rua e com um chuveiro gigante que deitava tanta água de pingos grossos e doces.
Também me lembro de quem lá ficou para sempre, não éramos muitos. (...)