1. O nosso camarada, amigo e colaborador permanente do nosso blogue, José Martins (ex-fur mil trms, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70) [, foto à esquerda], colaborou com o Luís Marinho no programa "Canções da Guerra", com duas canções do Nosso Cancioneiro...
Recordemos aqui o Cancioneiro de Canjadude, com (i) o Hino dos Gatos Pretos; e (ii) os Binóculos de Guerra... Mas há mais, ou havia mais, que em Canjude havia manga de poetas e músicos (**)...
O José Martins recordou, recentemente, no programa o "making of" destas duas canções. É também uma boa oportunidade para começar a recuperar e juntar numa só série os nossos vários "cancioneiros", dispersos pelo blogue... (LG)
2. CANÇÕES DA GUERRA: Programa da Antena 1
Portal da RTP > "Canções da Guerra": programa de rádio, passa todo os dias, de 2ª a 6ª, na Antena Um, às 14h55. Os episódios mais antigos e os mais recentes podem aqui ser vistos.
Sinopse:
(...) "A guerra colonial, tendo em conta o seu enorme impacto social, foi motivo de canções.
"Desde o hino 'Angola é Nossa', criado após o início da rebelião em Angola, que levou a uma guerra que durou 14 anos.
"As canções ligadas à guerra, falam da vida dos soldados, da saudade da terra, ou criticam de forma mais dissimulada ou mais directa, a própria guerra.
"De 2ª a 6ª feira, às 14h55 na Antena1, ou nesta página, escute as canções da guerra colonial, enquadradas por uma história. Que pode ser a da própria canção, do seu autor ou de um episódio que com ela esteja relacionado.
"Um programa: António Luís Marinho | Produção: Joana Jorge".
"As canções ligadas à guerra, falam da vida dos soldados, da saudade da terra, ou criticam de forma mais dissimulada ou mais directa, a própria guerra.
"De 2ª a 6ª feira, às 14h55 na Antena1, ou nesta página, escute as canções da guerra colonial, enquadradas por uma história. Que pode ser a da própria canção, do seu autor ou de um episódio que com ela esteja relacionado.
"Um programa: António Luís Marinho | Produção: Joana Jorge".
3. Hino dos Gatos Pretos
No Leste da Guiné, entre Madina do Boé e Gabu, na altura Nova Lamego, estava instalada, em Canjadude, a Companhia de Caçadores 5.
No Leste da Guiné, entre Madina do Boé e Gabu, na altura Nova Lamego, estava instalada, em Canjadude, a Companhia de Caçadores 5.
Eram os Gatos Pretos. O ex-furriel José Martins, conta-nos a história desta companhia e também a do seu hino.
4. Binóculos de Guerra
Num quartel na região leste da Guiné, Canjadude, numa zona de grande atividade da guerrilha do PAIGC, estava uma companhia africana do exército português, a de Caçadores 5.
A maioria dos oficiais e sargentos era oriunda da metrópole e, nas horas de descanso, criavam-se canções.
O ex-furriel José Martins, que esteve na Guiné entre 1968 e 1970, foi um dos autores de algumas destas canções.
Enviou-nos uma delas, Binóculos de Guerra, e contou-nos também como nasciam …
Num quartel na região leste da Guiné, Canjadude, numa zona de grande atividade da guerrilha do PAIGC, estava uma companhia africana do exército português, a de Caçadores 5.
A maioria dos oficiais e sargentos era oriunda da metrópole e, nas horas de descanso, criavam-se canções.
O ex-furriel José Martins, que esteve na Guiné entre 1968 e 1970, foi um dos autores de algumas destas canções.
Enviou-nos uma delas, Binóculos de Guerra, e contou-nos também como nasciam …
(Fonte: Media > RTP > Canções da Guerra... Com a devida vénia)
Guiné > Região do Gabu > Canjadude > CCAÇ 5 (Gatos Pretos) > 1973 > Interior do "Clube de Oficiais e Sargentos de Canjadude"... O ex- fur mil enf João Carvalho, membro da nossa Tabanca Grande, é o terceiro a contar da esquerda... No mural, na pintura na parede, pode ler-se: [gato] preto agarra à mão grrr....
Guiné > Região do Gabu > Canjadude > CCAÇ 5 (Gatos Pretos) > 1973 > Interior do "Clube de Oficiais e Sargentos de Canjadude"... O ex- fur mil enf João Carvalho, membro da nossa Tabanca Grande, é o terceiro a contar da esquerda... No mural, na pintura na parede, pode ler-se: [gato] preto agarra à mão grrr....
Percebe-se que estamos no Rio Corubal com o destacamento de Cheche do lado de cá (margem direita) e... o mítico campo fortitificado de Madina do Boé, do lado de lá (margem esquerda)... Em 24 de setembro de 1973, não em Madina do Boé, mas algures, na vasta e desertificada região do Boé, junto à fronteira (se não mesmo para lá da fronteira...), o PAIGC proclama "urbi et orbi", unilateralmente, numa "jogada de mestre", a independência da nova República da Guiné-Bissau: foi um verdadeiro xeque-mate à diplomacia portuguesa... O aquartelamento de Madina do Boé, como se sabe, foi retirado pelas NT em 6/2/1969.
Foto: © João Carvalho (2005). Todo os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]
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(*) Vd. poste de 6 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15206: Lembrete (13): Todos os dias, de 2ª a 6ª feira, na Antena Um, às 14h55, o programa de António Luís Marinho, "Canções da Guerra"... Destaque para "Lágrima da preta": poema de António Gedeão (1961), musicado por José Niza e interpretado por Adriano Correia de Oliveira (1970)
(**) Sobre o Cancioneiro de Canjadude e a produção poética da CCAÇ 5, vd. os postes:
28 de fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - P576: Cancioneiro de Canjadude (CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1973/74) (João Carvalho)
(...) O isolamento em que nos encontrávamos, a necessidade de ocupar a mente com algo diferente que não fosse a actividade operacional, a tentativa de encurtar a distância que nos separava da metrópole, o sentido de improvisação e muitas mais razões, levaram a que os militares tomassem como suas as músicas em voga, na época, e lhes dessem nova vida, com factos que lhes estavam mais próximos e, sobretudo, que ajudavam a manter um espírito de corpo.
Os textos das canções ou poemas que se seguem, quando não identificam o autor, devem ser considerados de criação colectiva, pois que, se sempre há quem lance a ideia e lhe dê uma forma inicial, será o conjunto a sancioná-la e a transmitir-lhe a forma definitiva. (...)