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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26115: As nossas geografias emocionais (28): Gabu, antiga Nova Lamego (Valdemar Queiroz, ex-fur mil at inf, CART 11, 1969/70)



Guiné > Zona leste > Região de Gabu > CART 11 (Nova Lamego, Piche, Paunca, 1969/1970) > Nova Lamego >  Quartel de Baixo >  1969 > O Valdemar Queiroz , em frada nº 3, e com o típico capacete colonial.


Guiné > Zona leste > Região de Gabu > CART 11 (Nova Lamego, Piche, Paunca, 1969/1970) > Nova Lamego > Quartel de Baixo > 1969 > O Valdemar Queiroz  em dia de... sargento de dia (1)


Guiné > Zona leste > Região de Gabu > CART 11 (Nova Lamego, Piche, Paunca, 1969/1970) > Nova Lamego > Quartel de Baixo > 1969 > O Valdemar Queiroz  em dia de... sargento de dia (2)



Guiné > Zona leste > Região de Gabu > CART 11 (Nova Lamego, Piche, Paunca, 1969/1970) > Nova Lamego > 
Quartel de Baixo > 1969 >Porta d' armas. À   esquerda, o Valdemar e uma lavadeira.

Fotos (e legendas): © Valdemar Queiroz  (2034). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Zona leste > Região de Gabu > CART 11 (Nova Lamego, Piche, Paunca, 1969/1970) > Nova Lamego > Quartel de Baixo > 1969 >"Porta de armas": continência à bandeira nacional.

Foto (e legenda): © Abílio Duarte  (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Gabu > Gabu > Sede do Governo Regional de Gabu > s/d (c. 2011) > Fonte: Página do Facebook de Rádio Gandal 104.7 FM - Gabú, Guiné-Bissau (com a devida vénia...)






Guiné-Bissau > Região de Gabu > Gabu > 16 de dezembro de 2009 > A rua comercial da nova Gabu, onde há banco (agência do BAO - Banco da África Ocidental) e multibanco... Em 2009, a velha "rainha do Gabu" havia já destronado a "princesa do Geba", do nosso tempo, Bafatá, a cidade "colonial" mais encantadora da Guiné... Mudam-se os tempos, mudam-se os lugares: aqui falava-se mais francês do que português, e corriam muitos CFA, escreveu o João Graça, médico e músico, que viajou por estas paragens...  

Fotos (e legenda): © João Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Gabu > Gabu > 2008 > Rua principal; ao fundo, a sede do governo regional. Fonte: Wikimedia Commons (com a devida vénia...)


"Repare-se nos magníficos poilões existentes nas traseiras do edifício e que faziam parte das sombras no nosso Quartel." (VQ)


Guiné-Bissau > Região de Gabu > Gabu > "Núcleo histórico"... Cortesia de:  Catálogo da exposição “Urbanidades – Arquitectura e Sítios Históricos da Guiné-Bissau”  Organização: Fundação Mário Soares (Alfredo Caldeira e Victor Hertizel Ramos); Curadoria: Ana Vaz Milheiro, com Filipa Fiúza,  ISCTE-IUL, DINÂMIA’CET, Lisboa, 2016)




Guiné-Bissau > Região de Gabu > Gabu > 16/2/2005 > Edifício da Estação dos CTT



Guiné-Bissau > Região de Gabu > Gabu > 16/2/2005 > Edifício da administração do Gabu

Fotos (e legendas): © José Couto / Tino Neves (2005). Fotos gentilmente cedida por José Couto (ex-fur mil trms, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71), camarada do nosso grã-tabanqueiro Constantino Neves.



Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > s/d  (c. anos 1940) > Sede da circunscrição. Fonte: desconhecida



Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego >  1955 > Visita do Presidente da República, gen Craveiro Lopes, com o cortejo passando defronte do edifício da administração. Fonte: desconhecida.

(Fotos selecionadas por Valdemar Queiroz; nem todas se publicaram por falta de resolução; revisão / fixação de texto, edição de fotos: LG)




1. Mensagem de Valdemar Queiroz (ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70), membro da Tabanca Grande desde 16 de fevereiro de 2014; tem 186 referências no nosso blogue, de que é um leitor atento e comentador assíduo):



Data - sábado, 2/11, 14:55 (há 1 dia)

Assunto - Gabu (Nova Lamego) > Edifício do Governo Regional do Gabu

Parecia um Palácio.

Julgo que fora de Bissau não existia, em 1969/70, um edifício com a grandeza do da Administração de Nova Lamego, mais tarde do Governo Regional do Gabu.
 
A parte lateral esquerda e as traseiras do edifício, assim como um vasto terreno e um grande armazém, era ocupada por instalações militares, o chamado Quartel de Baixo, de Nova Lamego.

Todo o Quartel de Baixo era ocupado pela minha CART11, de soldados fulas do recrutamento local, que anteriormente por lá tinha estado instalada, julgo que parte, da CART 1742, do Abel Santos, que deixou interessantes vasos feitos das partes inferiores de barris de vinho.

Num piso superior, das traseiras do edifício, com acesso por uma escadaria para uma varanda a toda a volta, ficavam as instalações dos oficiais e sargentos e secretaria, sendo utilizada na parte da bela varanda virada à entrada pela messe de oficiais e sargentos.

Nas várias fotografias anexas, umas tiradas da Net e outras do nosso blogue, vê-se a parte frontal do edifício desde 1940 até à atualidade. 

Na fotografia do Abel Santos (à esquerda), embora pouco legível, vê-se a escadaria que dá acesso à grande varanda e instalações da Companhia, no rés do chão havia uma arrecadação. Como curiosidade, note-se a porta d'armas com um sentinela e usando uma simples corda a barrar a entrada.
 
É pena não haver fotografias no blogue com tropa fotografada junto da frontaria do edifício, assim como na 'parada' a apanhar a parte do Quartel instalado no edifício.

Dentro das nossas instalações havia uma porta trancada de ligação com um pátio do edifício que de uma das nossas janelas podíamos verificar tratar-se duma cadeia de penas leves de mulheres.

Havia valas e arame farpado em todo o perímetro do Quartel, tínhamos um morteiro 120 no meio da parada, um forte abrigo para o material e umas espessas paredes no edifício que aguentavam granadas de RPG-7.
 
Durante vários meses que estivemos instalados no Quartel de Baixo, apenas fomos atacados com os foguetões 122 que passaram por cima, mas os Pelotões da Companhia estavam em intervenção com acções de patrulhamento, reforço de outras unidades e segurança de outras tabancas.

Valdemar Queiroz





Guiné > Região do Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 2893 (1969/71) > 1970 > Foto aérea > Povoação e quartel velho de Nova Lamego (hoje Gabu). Principais edifícios civis e militares 


Legendas:

(1) Caserna das Praças;
(2) Casas civis (para alugar);
(3) Loja dos irmãos Libaneses;
(4) Depósito de géneros;
(5) Estação dos CTT (civil);
(6) Destacamento de Engenharia;
(7) Messe de Oficiais;
(8) Messe de Sargentos;
(9) Parque e Oficinas Auto;
(10) Refeitório;
(11) Dormitório de alguns Sargentos;
(12) Sala do Soldado;
(13) Parque de Jogos.

Imagem aérea do quartel antigo e da vila de Nova Lamego.O quartel estava situado no centro da vila, formando um rectângulo e ocupando alguns edifícios civis. A foto já vinha com as marcas sem a respectiva legenda,que o Tino Neves completou. (Foto cedida por Roseira Coelho, que o Tino Neves presumia fosse ten pilav, mas não, segundo apurámos, trata-se de  José João Roseira Coelho, licenciado em Engenharia Eletrónica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, ex-alf mil sapador, e professor.) .

Foto (e legendas): © Roseira Coelho / Tino Neves (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagenm complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Nota do editor:

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25607: Convívios (1001): Rescaldo do XXXI Encontro da Rapaziada, e familiares, da CART 11/CART 2479, levado a efeito no passado dia 1 de Junho na Tornada, Caldas da Rainha (Valdemar Queiroz, ex-Fur Mil Art)

1. Mensagem do nosso camarada Valdemar Queiroz, ex-Fur Mil Art da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) com data de 3 de Junho de 2024 com o rescaldo do convívio da malta da CART 2479/CART 11:

Boa tarde, Luís,

No passado dia 01 de Junho realizou-se na Tornada (Caldas da Rainha) o 31.º Encontro da rapaziada e familiares da CART 11 (ex-CART 2479). 

Eu por razões de saúde e com muita pena não fui. É uma chatice.

Não apareceu muita gente, por já haver poucos, alguns terem falecido, doenças ou dificuldades financeiras para deslocações. Mas, por informação do Abílio Duarte, foi um dia bem passado em que não faltaram conversas do que se passou na Guiné há 55 anos. À última hora faltou o Macias que sempre haveria alguma conversa sobre caça no Alentejo.

Para o ano vai ser na zona do Porto, provavelmente aparecerá mais gente.

Abraço, saúde da boa para todos e que se vão repetindo estes Encontros.
Valdemar Queiroz


A Ementa apresenta os emblemas usados pela Companhia antes CART 2479 e depois CART 11 em intervenção com soldados fulas.
Na foto vemos em primeiro plano uma garrafa de bioxene do bom, os mesmos e o ex-condutor Costa, e em frente junto à parede o ex-condutor e ex-alf mil Martins e esposa 
Na foto vemos os ex-fur mil Pinto, Silva, Duarte, Pais, Canatário e Cunha em pé

 
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Nota do editor

Útimo post da série de 28 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25574: Convívios (1000): Grande Encontro de Rapazes de Mampatá na Quinta Senhora da Graça, Santa Marta de Penaguião (António Carvalho, ex-Fru Mil Enf.º)

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25397: S(C)em Comentários (32): 16 de março de 1974, o dia do meu casamento: estava eu, na porta da Igreja, à espera da noiva, e nem noiva nem convidados! (Abílio Duarte)

Abílio Duarte , ex-fur mil, CART 2479, mais tarde CART 11 e, finalmente, já depois do regresso à metrópole do Duarte, CCAÇ 11, a famosa Companhia de “Os Lacraus de Paunca” (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70); faz parte da Tabanca Grande desde 27/8/2010; tem 70 referências no blogue; está reformado como bancário do BNU - Banco Nacional Ultramarino; vive na Amadora.

1. Comentário ao poste P25392 (*)

Olá a todos... 

16 de Março de 1974, dia do meu casamento, faz por agora 50 anos, na Igreja da Amadora.

Estava eu, na porta da Igreja à espera da noiva, e nem noiva nem convidados!!!

Lá acabaram por aparecer, e então, é que tivemos conhecimento do que se passava.

Na receção, após a cerimónia, na Pastelaria Mina Bela, no Jardim da Amadora, somente exclamei, que só poderia ser coisa do meu Comdte-Chefe, Camarada Gen Spínola. E que era o único que poderia acabar com a guerra.

Durou mais um mês e uma semana. Mas a guerra acabou, para desespero dos saudosistas.

Abílio Duarte ( CArt 2479/CArt 11) (**)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 15 de abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25392: Consultório Militar do José Martins (79): Dia 16 de Março de 1974 - Parte IV - O dia

(**) Último poste da série > 3 de abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25331: S(C)em Comentários (31): Os reordenamentos no desenvolvimento socioecnómico das populações (Luís Graça)

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24743: Ataques ou flagelações com foguetões 122 mm: testemunhos (2): Nova Lamego, 5 de abril de 1970: seis "jactos do povo", sem consequências, contra a nova pista de aterragem (Valdemar Queiroz e Abílio Duarte, CART 11, 1969/70)



Infografia: Nuno Rubim (2007)


1. Iniciámos uma nova série,  "Ataques ou flagelações com foguetões 122 mm: testemunhos" (*). Temos hoje os comentários ao poste P24735 (**), de dois camaradas nossos, da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70), os ex-fur mil at inf, Valdemar Queiroz e Abílio Duarte, que estavam em Nova Lamego, quando a nova pista de aterragem (renovada para receber os Fiat G-91) foi   flagelada com seis "jactos do povo" em 5 de abril de 1970, sem consequências.

Esta e outras acções do IN, nos anos de 1969 e 1970, estranhamente não vêm mencionadas pela CECA (2015), embora se fale do aparecimemto da nova arma, sem se precisar a data e o local da sua estreia (que terá sido Bedanda,  em 24 de outubro de 1969) (***).



Guiné > Região de Gabu > Carta de Nova Lamego (1957) (Escala: 1/50 mil) > Posição relativa de Nova Lamego, aeródromo e Coiada

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


(i) Valdemar Queiroz:

Oi, ouvi-os passar por cima da cabeça que pareciam foguetes a subir zzzeeeeeeee ao céu para rebentar em dia de romaria, mas com pouco entusiasmo.

Foi em Nova Lamego a 5 de abril de 1970. Na História da Unidade está escrito:

"05Abr - Cerca das 20h30 o IN desencadeia uma flagelação a Nova Lamego com foguetões 122. Os disparos foram executados com grandes intervalos, tendo sido encontrados seis pontos de impacto entre Coiada e a estrada de Bafatá, junto ao topo Oeste da nova pista de aterragem.

Não resultou qualquer baixa ou prejuízo para as nossas tropas nem para a população.
Qualquer que tivesse sido o objectivo a atingir, povoação e instalações militares ou a
pista de aterragem, a precisão dos disparos revelou-se bastante precária".


Julgo que seria para acertar na nova pista de aterragem, mas nenhum rebentou. No outro dia, foi o meu Pelotão que descobriu o local da instalação da "rampa" de lançamento dos 122, que devia ter sido accionada por baterias auto (?), a cerca de 12 km de Nova Lamego. (...)

8 de outubro de 2023 às 14:13

(ii) Abílio Duarte:

Olá,  Valdemar, era esta situação que tu relatas, que anteriormente quis relatar.

Então , é assim:  estava eu e mais alguns camaradas a jantar no libanês, em Nova Lamego, depois de um bom bife, e estava na sobremesa, verdade, um gelado, quando começaram a assobiar os foguetes sobre Gabú...

De seguida, sem fazer conta com o dono do restaurante, a malta começou a correr para o nosso aquartelamento (Quartel de Baixo, como era conhecido).

Porra, estava de havaianas, comecei a correr como um desalmado como os outros e cheguei ás nossas valas, descalço, e os pés todos f_d_dos.

Por isso estranhei anteriormente, falarem nestas armas do PAIGC, só em 73 e 74, quando em 70 já estávamos a levar com elas.

Este ataque a Nova Lamego foi antes da inauguração da renovação da pista para terem os Fiats, que foi inaugurada pelo Silva Cunha, ministro da ditadura. (****)

A minha companhia. CART 11, nesse dia fez a segurança móvel a Nova Lamego, sempre em movimento, e em viaturas, e no palanque do evento, nunca tinha visto tantas amarelas, eram oficiais da NATO e mais, tudo a monte, naquele pequeno território.

No reconhecimento que o Valdemar fala, o meu pelotão também esteve presente, assim como no local onde os foguetes caíram, deram cabo de um cajueiro, no fim da pista. A pista não tinha sido atingida, e as celebrações, foram efetuadas.

8 de outubro de 2023 às 15:31


(iii) Valdemar Queiroz:

Certo Duarte, eu estava de serviço no Quartel.

Na primeira passagem zzzzzzeeee ninguém se apercebeu o que era, foi preciso alguém (?) dizer 'é um ataque', correr à nossa caserna (#) buscar a G3 e vir para a Parada juntar o pessoal, que a nosso serviço era a defesa do gerador público.

No Quartel, estava de passagem um 1º. sargento velhote que ficou dentro do edifíciom encostado à parede e disse-me 'despe essa camisola branca'.
Juntei os soldados que apareceram e saímos para o gerador, e passaram outros zzzzeeeeees, mas nada de rebentamentos ou tiros.

Não me lembro de mais nada, quem ficou nas nossas valas,  e se o Canatário das armas pesadas chegou a fazer fogo com o morteiro 81. (O abrigo/espaldão do morteiro 81 era no meio da parada.)
 
(#) O mais correcto seria dizer correr para os nossos quartos. As instalações do Quartel de Baixo, em Nova Lamego, eram umas divisões/salas de parte do edifício da Administração Regional que nos foi cedida, e que transformámos em quartos dormitório de oficiais e sargentos.



(***) Vd, Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 6º volume:  aspectos da actividade operacionaç Tomo II: Guiné, Livro II,  Lisboa: 2015, 608 pp.

(****) Segundo um apontamento meu, e com base na história da minha unidade, a CCAÇ 12, 1969/71, a ida do Silva Cunha, ministro do Ultramar,  a Nova Lamego deve ter sido em 14 de março de 1970, sábado, quinto da visita á Guiné: 

(...) Em 14 de Março, o Ministro do Ultramar, acompanhado do Com-Chefe e do comandante do Agrupamento nº 2957 (Bafatá), visitou o Reordenamento de Bambadincazinho. Foi montado o devido cordão de segurança por forças da CCAÇ 12 e outras subunidades. 

Na véspera, Bafatá tinha sido elevada a cidade, em cerimónia presidida pelo Dr. Silva Cunha, o homem grande de Lisboa (vd. reportagem fotográfica do nosso camarada Américo Estorninho sobre a recepção do Ministro do Ultramar por parte das autoridades e população de Bissau). (...)

Mais concretamente: a inauguração do aeródromo de Nova Lamego foi no quinto dia da visita do ministro do Ultramar à Guiné (aonde chegou a 10 de março de 1970), conforme reportagem da RTP que passou no noticionário nacional de 19 de março de 1970. Ver aqui: Vídeo, 28' 32'', RTP Arquivos


Resumo analítico (da responsabilidade da RTP - Arquivos, com a devida vénia...):

Vistas aéreas a partir de helicóptero; Nova Lamego: revista às tropas; inauguração do Aeródromo do Gabú; Monsenhor Amândio Neto, prefeito apostólico, faz a bênção; descerramento da placa inaugurativa; Silva Cunha cumprimenta populares e recebe oferendas da parte dos régulos; discursos do General António de Spínola e de Silva Cunha.

Festival aéreo realizado pelo Grupo 1201 da base aérea nº 12 da Força Área da Guiné; cartazes dando vivas a Portugal; travessia das ruas a pé e em jipe (multidão); plantação de tomate e instalações pecuárias.

Viagem de helicóptero militar à região do Boé; inauguração e visita à estação central militar da base aérea n.º 12 de Bissau em Bafatá; visita às regiões de Guileje (guarnição), a Gadamel, a Cassine (sic) [ Cacine] (guarnição e bairro em construção), às ilhas Melo e Como (cerimónia de receção); à Ponta de São Vicente (construção de estrada) e a Jolmete (aquartelamento)
[ em 16 de março, segunda-feira] . 

Inauguração de obelisco em Pelundo; visita a Chulame (casas em construção); a Teixeira Pinto (multidão, honras militares, hospital, capitão-médico Tavares de Pina, campos de arroz, mesquita), a Có (construção de casas) e a Bula (população a correr junto do carro).

Travessia de barco entre Cacheu e Bissau; vista em movimento de povoação.


Vd. também poste de 26 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15159: O nosso querido mês de férias (3): 10 de março de 1970: eu a partir e o ministro do ultramar, Silva Cunha, a chegar, no mesmo Boeing 707, da TAP ( Manuel Resende, ex-alf mil da CCaç 2585 / BCaç 2884, Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/71)

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24586: Fotos à procura de... uma legenda (177): Foto do Abílio Duarte, tirada talvez pelo Cândido Cunha, em Fasse, Paunca: (i) "Furriel com um bebé ao colo"; (ii) "O capitão pode ser o chefão disto tudo, mas é o furriel que me dá a pica cá no sitio"; (iii) "Os furríeis podem ser os mais garbosos, mas quem me trazia as sobras eram os da ferrugem", etc. (Valdemar Queiroz / Chernmo Baldé / Carlos Vinhal / Eduardo Estrela / Luís Graça)


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > "Eu, dentro do possível, fazendo psico"...


Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Seleção de comentários a propósito da foto acima, inserida no poste P24579 (*). Oportunidade para os nossos leitores acrescentarem algo mais â(s) legenda(s) possível(eis) (**):


(i) Valdemar Queiroz:

Como lisboetas, eu nem tanto, mas nem se notava os vincos da escorregadela na tábua, e o Duarte andávamos muitas vezes juntos, e grande parte das fotografias a ele próprio são tiradas por mim. Julgo que a da messe é uma delas.

Há muito poucas fotos tiradas em operações, ninguém se lembraria de levar ou nem sequer haver máquina.

Lembro-me daquela foto tirada no mato, o meu Pelotão também foi naquela Operação e eu estou numa imagem na distribuição de rações de combate.

Havia a moda dos slides com belas fotografias que ficaram por ser reveladas para papel. O Duarte tinha um slide extraordinário dum fim de tarde quente e poeirento em Canquelifá, ao vê-lo só falta ouvir algumas palavras em panjadinca que com este calor de agora até isso estamos a sentir.

Uma rectificação, uma das máquinas de fotografias existentes era do 1º. Cabo Pais de transmissões, já falecido, e não fur mil Pais de Sousa, mecânico.

Na bela fotografia do Duarte com uma criança ao colo, parece ser una menina (brincos e roncos) nas nossas acções de psico 'por uma Guiné melhor', talvez na pequena tabanca de Fasse (Paunca).

Esta menina devia ter sido uma bonita bajuda e agora mais de cinquenta anos deve ser uma bela avó que está numa fotografia ao colo de um tuga nos tempos da guerra.

Saúde da boa (,,,)

23 de agosto de 2023 às 14:50


(ii) Cherno Baldé:

Se algum dia tivesse que falar ou escrever sobre uma determinada tipologia ou classe do soldado português que nós admirávamos, essa seria a dos Furrieis, não porque os tivesse conhecido ou convivido de perto, mas porque, no ambiente que conhecemos, na altura, no seio de uma companhia de quadrícula, eles se destacavam por certas características (juventude, empatia, boa disposição, garbo militar, sobriedade, entre outros) que os faziam parecer distintos e, certamente, mais simpáticos que o resto da Malta, era como se tivessem sido especialmente escolhidos a dedo.

É verdade que não se pode generalizar, mas era a impressão com que, na altura, nós ficávamos e, assim como no futebol todos queriam ser o Eusébio e do Benfica, também o Furriel era o nosso modelo preferencial nos momentos das brincadeiras a imitar os adultos.

Em contrapartida, ninguém queria fazer o papel do velho e "rabugento" Sargento da companhia, cuja figura se situava nas antípodas dos Furríeis. Se calhar era o resultado dos conflitos próprios inerentes às suas funções no seio das corporações que fazia com que não fosse muito apreciado dos restantes soldados da companhia.

No entanto, ainda me lembro da parte de uma canção que as bajudas da minha terra, mais discretas e criativas, inventaram para fazer eco destas imagens recriadas a partir das observações sobre os soldados metropolitanos, mostrando o quão a nossa comunidade apreciava os nossos jovens e irrequietos soldados portugueses durante a guerra na Guiné (traduzido da língua fula):

"O Capitão bem que pode ser o chefão cá do sítio, mas é o Furriel que me dá a picadela (injecção) no sitio".

Confesso que, ainda hoje, não consigo vislumbrar o significado desta estrofe da canção, mas nunca mais desapareceram do meu espírito as vozes ritmadas das meninas a cantar nas nascentes e lagoas, enquanto batiam com toda a sua força os pesados camuflados nas pedras de lavar a roupa, tendo como fundo o espaço verde e límpido da nossa bolanha no rio Suncujuma, em Fajonquito.

Mas, colocando à parte o imaginário infantil que nos habitava, na altura, os meus verdadeiros amigos eram os condutores e mecânicos auto entre os quais fiz amizades que perduraram no tempo. Infelizmente, pela lei da vida, estão a partir pouco a pouco para a outra dimensão. No ano passado partiu o Elsa (Oliveira) que, pela primeira vez na vida me entregou o volante do seu Unimog para uma experiência única inesquecível.

Assim, também, apetece dizer que "os Furríeis podem ser os mais garbosos, mas quem me trazia as sobras eram os da Ferrugem".

23 de agosto de 2023 às 20:24


(iii) Carlos Vinhal:

Caro amigo Cherno, o "furriel" Vinhal agradece a tua apreciação sobre a sua classe.

Dizes muito bem, os nossos homens da "ferrugem" eram diferentes para melhor. Lembro-me de o pequeno Salifo, cuja mãe tinha sido morta num golpe de mão a uma tabanca "inimiga", ter sido trazido para o quartel e ficar ao cuidado dos nossos mecânicos. 

Dormia nas suas instalações e eram eles que também lhe proporcionavam roupa e comida, além de lhe ensinarem português em troca de ele ensinar crioulo. Era muito pequenino, teria uns 5 anos.

Às vezes era nosso convidado na messe, onde lhe dávamos-lhe lições de "etiqueta", ensinando-o a comer com talheres, o que para ele era muito difícil. De vez em quando, fazíamos de conta, olhávamos para o lado para ele comer como lhe dava mais jeito, com as suas mãozitas.

Um dia o avô, que vivia na tabanca, exigiu o menino de volta,  o que foi para nós um desgosto. Mas compreendemos.

Pessoalmente, não convivi muito com a população de Mansabá, apesar dos 22 meses de quadrícula: primeiro por me sentir um "invasor" e me achar porventura mal recebido; segundo porque tinha muito trabalho no quartel, além da actividade operacional;  e terceiro ser pouco sociável, fruto talvez do facto de ser filho único e estar habituado a estar só e a não sentir necessidade de conversar.

No entanto, nos momentos de contacto social, fui sempre cortês e respeitador para com aquelas pessoas que eram diferentes de mim porque eram diferentes os seus usos e costumes. Não sendo os africanos, nem mais nem menos do que nós europeus, porque carga de água haviam de ser "convertidos" ao cristianismo? (...)

23 de agosto de 2023 às 22:13

(iv) Valdemar Queiroz:

Tens razão, Cherno Baldé, os Furriéis milicianos eram uns bacanas. Poderia haver um ou outro palerma mais a maioria eram uns gajos porreiros.

Repara como o ex-Furriel miliciano Abílio Duarte pega ao colo a criança-bebé, repara no seu braço esquerdo que a envolve, a segura com todo o cuidado para não cair e aconchegando ao mesmo tempo para não chorar com um "chiu" sorridente para não a assustar.

Esta fotografia é uma obra d'arte, repare-se no braço que segura a menina.
Como não sabemos a patente do militar fotografado,  podemos catalogá-la : "Furriel com um bebé ao colo".

Julgo que a fotografia foi tirada pelo furriel mil Càndido Cunha que era do Pelotão do Abílio Duarte.

Saúde da boa (...)
 
23 de agosto de 2023 às 23:56

(v) Eduardo Estrela:

Subscrevo por inteiro os vossos comentários mas retenho o do Carlos que diz...." Aquelas pessoas que eram diferentes de mim por serem diferentes os seus usos e costumes ".

Em suma, a sua cultura que era tão ou mais valiosa do que a nossa.

Os furriéis milicianos tinham que gramar com os seus superiores e ouvir e conciliar os seus subordinados.

Para além de que, duma forma menos direta, contribuíram para que o 25
de Abril fosse em 1974 e não em data posterior.

Abraço fraterno. (...)

24 de agosto de 2023 às 13:16

(vi) Luís Graça:

Querem história mais linda do que a do nosso camarada e amigo Manuel Joaquim, ex-fur mil armas pesadas inf da CCAÇ 1419 (Bissau, Bissorã e Mansabá, 1965/67), hoje professor do ensino básico reformado, que trouxe para a sua casa e educou, como padrinho, o "nosso minino Adilan", o Zé Manel, o José Manuel Sarrico Cunté...

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2015/12/guine-6374-p15500-decaras-26-os-homens.html

Mais do que ser furriel, sargento, alferes ou capitão, miliciano ou do quadro, é(era) a formação humana e moral de cada um de nós que conta(va)... no trato com a população da Guiné... E, claro, a liderança, a orientação superior, o exemplo que vem de cima...

Eu posso dizer que, no geral, tive orgulho nos camaradas que me couberam em sorte (praças, graduados, especialistas, europeus e africanos). Claro, como em todos os rebanhos, há sempre uma "ovelha ranhosa"...

24 de agosto de 2023 às 15:15

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 23 de agosto de 2023 > Guiné 61/74 - P24579: Por onde andam os nossos fotógrafos ? - Parte IIB: Abílio Duarte, ex-fur mil art, CART 2479 / CART 11, “Os Lacraus” (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70)

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24579: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (3): Abílio Duarte, ex-fur mil art, CART 2479 / CART 11, “Os Lacraus” (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70) - Parte II


Foto nº 13  > Capa do álbum da minha saudosa mãe, "Honra e Glória"


Foto nº 14 >  A foto da ordem, a farda nº 1, emprestada...


Foto nº 15  > Eu e o famoso e afamado Pechinchado meu pelotão, o 3º, CART 2497 / CART 11 (1969/70); era  fur mil op esp, e desenhador na vida civil...
 

Foto nº 16 > Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CART 2497 / CART 11 (1969/70) > O Abílio Duarte na messe, em Nova Lamego, decorada pelo Pechincha, lendo a revista brasileira "O Cruzeiro"...


Foto nº 17 >  Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CART 2497 / CART 11 (1969/70) > Uma parelha de Fiat G-91 na pista de Nova Lamego


Foto nº  18 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel  > CART 2497 / CART 11 (1969/70) >1969 > Praia de Contuboel, no rio Geba





Fotos nº 19  e 19A>  Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Nova Lamego > CART 2497 / CART 11 (1969/70) > Vista aérea de Piche... Pormenor do espaldão do obus, valas e abrigosSão visíveis, para além das instalações do perssoal e o perímetro de valas que circundavam o aquartelamento.

(...) Era um quartel novo, com razoáveis instalações para a CCS e para mais duas companhias operacionais. Tinha água canalizada e gerador elétrico. As instalações do quartel incluíam trincheiras, base de fogos do morteiro 81, três peças 11,4 e as habituais casernas, messe, cozinha e posto de socorros, tudo rodeado por arame farpado, com a respetiva Porta de Armas" (...)  (Mendes Paulo, maj cav, 1932-2006)...


Foto nº 20 > Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Nova Lamego ou Piche (?)  > CART 2497 / CART 11 (1969/70)  > Corte de cabelo, do soldado que, para mim, era um mistério: pessoa muito recatada, os outros obedeciam-lhe, sem qualquer dúvida; muito calmo, dialogante, julgo agora que ele era um líder religioso.


Foto nº 21 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Setor L6 (Pirada) > Paunca >  CART 2479 / CART 11 ( 1969/70) > Cerimónia do Ramadão de 1970 em Paunca. Nesse ano o Ramadão começou a 31 de outubro e terminou a 30 de novembro.


Foto nº 22 > Guiné > Zona leste > Região de Gabu > CART 2479 / CART 11  (1969/70) > Algures  >  Uma aldeia atacada e destruída pelo IN...


Foto nº 23 > Guiné > Zona Leste > s/l  >    CART 2479 / CART 11  (1969/70)  > Algures no Corubal... Foto do 3º Pelotão: ao centro,  Abílio Duarte bebe água...   

(...) A nossa companhia foi constituída por soldados de 2ª linha, provenientes da evacuação de Madina do Boé, Cheche e Beli, ao sul do Rio Corubal.

Foi dada instrução militar, em Contuboel, donde se formaram duas Companhias de Fulas [CART 11 e CCAÇ 12] e um Pelotão de Mandingas, que foi depois enviado para a Zona de Bambadinca e Xime.

A nossa Companhia era comandada, pelo cap mil Analido Aniceto Pinto  [já falecido, trabalhou na Petrogal, com o Tony Levezinho, por exemplo],  que muito considero, pois alinhou sempre.

Depois da Formação e Juramento de Bandeira em Bissau, fomos colocados no Leste da Guiné como força de Intervenção subordinada ao Com-Chefe, e depois ao COP 5 de Bafatá.

Durante 14 meses de Operações Militares de toda a espécie, Nomadizações, Colunas, Emboscadas, Segurança na Fronteira com o Senegal, Apoio Logístico no conflito de Buruntuma (Fronteira com a Guiné-Conakri) e Apoio no Deslocamento de Rebeldes de Nova Lamego até à Fronteira com a Guiné, para o Golpe de Estado contra Sekou Touré [, Op Mar Verde], tudo foi feito com dignidade e honra" (...).




Fotos nº 24  e 24A > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca  >   CART 2479 / CART 11  (1969/70) >  "Eu, dentro do possível, fazendo psico"...


Foto nº 25 > Guiné > Zona Leste > Regiáo de Gabu > Paunca>   CART 2479 / CART 11  (1969/70) >  "Refrescando-me no SPA de Paunca"... [O depósito de água é um bidão de gasolina da SACOR, Bissau]


Foto nº 26 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca>   CART 2479 / CART 11  (1969/70) > A nossa cozinha...



Foto nº 27 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca> CART 2479 / CART 11 (1969/70) > Na suite do Ali Babá em Gabu (Nova Lamego).





Foto nº 28 > Moita, Praia do Rosário > 13 de maio de 2023 > CART 2479 / CART 11, "Os Lacraus", 1969/70 > Convívio >  Um grupo de resistentes... O primeiro da esquerda para a direita, na primeira fila (sentados): eu, Abílio Duarte, o Pais de Sousa, o Manuel Macias, o Alf Martins e um camarada condutor, que agora não recordo o seu nome. De pé, e também da esquerda para a direita: o Pechincha, o Silva, o Reina, o Saraiva, o Artur Dias e o Cândido Cunha.

Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Segunda (e última) parte de uma seleção das fotos (*) do Abílio Duarte, ex-fur mil art MA, CART 2479 (mais tarde CART 11 e finalmente, já depois do regresso à Metrópole do Duarte, CCAÇ 11), "Os Lacraus" (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70).

Faz parte da Tabanca Grande desde 27/8/2010. Tem cerca de 7 dezenas de referências no blogue. Esteve no CTIG de fevereiro de 1969 e a dezembro de 1970.

Na CART 2479/CART 11 havia vários militares equipados com máquinas fotográficas além do Abílio Duarte, o ex-fur mil Cândido Cunha, o ex-1º ccabi trms Pais  (já falecido) e o  ex-alf mil Pina Cabral (também já falecido). Infelizmenmte destes quatro nomes, só o Abílio é membro da nossa Tabanca Grande.

Bancário reformado, residente na Amadora, o Abílio Duarte continua a fazer alguma fotografia, nomeadamenmte por ocasião dos convívios anuais dos "Lacraus". As fotos agora selecionadas são provenientes dos postes abaixo identificados (**)

2. Sobre a primeira máquina fotográfica Canon que comprou a bordo do T/T Timor, escreveu ele:

(...) Entrando na tertúlia das máquinas fotográficas, não quero deixar de deixar algumas palavras sobre a minha CANON.

Comprei-a a bordo do navio que nos levou à Guiné, o "Timor", e que me acompanhou em toda a comissão, tendo ido muitas vezes para o mato.

Foi a minha 1.ª câmara, que me despertou muito para a actividade de fotógrafo, e com ela tirei centenas de fotos e slides. Aprendi o que era abertura vs velocidade, grandes planos, campo de profundidade, etc.

Era uma máquina bastante resistente e tinha um bom estojo, que a salvou de muitas quedas, e apanhou bastantes chuvadas. Tive-a até bastante tempo depois de regressar, mas um dia caiu e já não teve conserto, para tristeza minha. (...)

Uma coisa que estranhei, quando estava na Guiné, é que quando mandava slides para revelar, para a Alemanha, nunca me desapareceu nenhum rolo, o que na altura me deixava bastante satisfeito. (...)


3. Comentário do editor LG (ao poste P15886):

(...) Abílio, então ouve lá: não sabes se as fotos "etnográficas" são de Piche, Contuboel, Nova Lamego ou Paunca...? Sei que passaste por muitos sítios, mas, vá lá, faz um esforço de memória... 

Eu sei que, quando a gente mandava a uma foto à família, não tinha a preocupação de mandar uma legenda completa... Uma foto era apenas uma forma de "prova de vida"... Se tivesse algum "exotismo", melhor... "Eu e bajudinha", "eu e o homem grande", "eu, junto ao rio Geba, a pensar no rio da minha aldeia"... E "já só faltam 600 dias para vos beijar e abraçar!"... O que eram 600 dias na vida de um homem, mobilizado para defender as costas dos grandes senhores do império?!...

Para a família, a milhares de quilómetros de distância, fazia alguma diferença que a gente tivesse em Paunca ou Piche?!... Coitados dos nossos pais, irmãos e amigos, eles sabiam lá onde ficavam esses lugarejos do fim do mundo!... Eles sabiam lá onde ficava a Guiné, a não ser que ficava a cinco dias de viagem por barco!... E que havia mosquitos, crocodilos e "turras"...

Tirando eles, os nossos pais, irmãos e amigos íntimos, quem dos restantes 10 milhões de portugueses se preocupavam connosco!?... Só quem tinha filhos ou irmãos ou amigos íntimos na Guiné, no ultramar, na guerra!... (...)

Vd. poste inicial da série > 15 de agosto de 2023 > Guiné 61/74 - P24555: Por onde andam os nossos fotógrafos ?  (1): Luís Graça

(**) Fotos selecionadas de:

17 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24321: Facebook...ando (28): Convívio anual da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70) em que apareceu, pela primeira vez, o Pechincha, que já não via desde 1969 (Abílio Duarte)

27 de abril de  2016 > Guiné 63/74 - P16023: Fotos do álbum da minha mãe, "Honra e Glória" (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego e Paunca, 1969/70) - Parte V: A FAP no Gabu

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22 de maqrço de 2016 > Guiné 63/74 - P15886: Fotos do álbum da minha mãe, "Honra e Glória" (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego e Paunca, 1969/70) - Parte II

16 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15862: Fotos do álbum da minha mãe, "Honra e Glória" (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego e Paunca, 1969/70) - Parte I

31 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14103: A minha máquina fotográfica (17): Comprei uma Canon no navio "Timor" e andei com ela muitas vezes no mato... Tirou centenas de fotos e "slides" (que mandava para a Alemanha, para revelar) (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 11, Nova Lamego, Paunca, 1969/1970)

14 de julho de  2014 > Guiné 63/74 - P13399: Efemérides (164): O Ramadão de 1970 em Paunca (Abílio Duarte, ex-fur mil art, CART 2479 / CART 11, Os Lacraus, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70)

2 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12380: O que é que a malta lia, nas horas vagas (2): a revista brasileira, ilustrada, "O Cruzeiro" (Abílio Duarte, ex-fur mil art da CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70)

13 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11092: Álbum fotográfico de Abílio Duarte (fur mil art da CART 2479, mais tarde CART 11/ CCAÇ 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paúnca, 1969/70) (Parte II)