Vídeo: 10' 01'' > Cortesia de RTP2 / Maria João Guardão (2011)... Disponível na conta You Tube > NEAUNL - Núcleo de Estudantes Africanos da Universidade Nova de Lisboa
1. Carlos Schwarz da Silva, mais conhecido por (i) Schwarz, entre os amigos portugueses quando era estudante do ISA - Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, antes do 25 de abril de 1974, e (ii) Pepito, para os guineenses, seus compatriotas...
Foi uma das vinte personalidades escolhidas pela realizadora do programa "Eu Sou África", Maria João Guardão, para ilustrar a ideia de que a África, a África dorida e sofrida de ontem e de hoje, é um continente de esperança e de futuro. O programa, em dez episódios, passou na RTP2, e na RTP África, o ano passado (*). Na altura, a 9/4/2011, a realizadora do programa, Maria João Guardão, mandou-nos uma sinopse do vídeo, com a seguinte mensagem:
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Caro Luis Graça, sou realizadora de uma serie documental - EU SOU AFRICA - , cujo último episódio se mostra hoje na RTP2, 19h. Sucede que este último episódio se fez com e à volta de Carlos Schwarz da Silva, Pepito, e dos seus. E sucede ainda que a primeira vez que li a história da vida dele foi no auto-retrato publicado na sua Tabanca. Portanto, este email - info + agradecimentos - segue com um enorme atraso (ainda pior porque me encontro fora de Portugal e com acesso limitado à Net) mas, espero, ainda a tempo - metade da serie passará ainda na RTP África, tem acesso à lista de exibição nos links que seguem com o att. Obrigada e até sempre, Maria João.
Maria João Guardão
DESMEDIDA Filmes
Rua Bernardim Ribeiro 63, 5D
1150-069 Lisboa.
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Pepito (10º episódio) e Augusta Henriques (2º episódio) representam, de alma e coração, a Guiné-Bissau, o melhor da Guiné-Bissau. São dois guineenses que honram a sua pátria, e orgulham o seu povo. São de origem portuguesa, ou têm ADN português. E foram escolhidos justamente porque "trazem esperança ao seu país".
No caso concreto do Pepito, que nos honra com a sua amizade, e que é nosso grã-tabanqueiro de longa data (desde finais de 2005), é além disso um ser humano de grande verticalidade e um cidadão de grande coragem, física e moral, por cuja vida, liberdade e segurança, temos mais do que uma vez temido, nós os seus amigos, muitos dos quais aqui representados na Tabanca Grande.
Estamos mais tranquilos depois do mail que nos mandou às 23h de ontem. Ele pelo menos tranquilizou-nos. Mas queremos assegurar-nos que a sua liberdade de circulação (dentro e fora do país), a sua integridade física e a continuidade do seu trabalho na AD não estão em causa:
"(...) Enquanto conselheiro da área produtiva do PM Carlos Gomes Junior, foi-me atribuido, como a todos os outros na mesma circunstância, um passaporte diplomático. Eles apenas me vão tirar esse passaporte. Já há uma semana que estava a tratar de renovar o meu ordinário, que é bom e chega para o que eu quero fazer".
De qualquer modo, mais uma vez, ele está a precisar do nosso apoio, da nossa solidariedade, ele que nunca regateou o apoio e a solidariedade aos que precisam, nomeadamente ao povo humilde da sua terra, às crianças, às mulheres e aos homens guineenses que beneficiam do trabalho da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento. É bom que ele saiba, ele, a sua família, os seus colaboradores, mas também os seus compatriotas, na Guiné e na diáspora guineense, que os amigos são sempre para as ocasiões, sobretudo para as ocasiões mais difíceis. Felizmente que ele tem muitos amigos, aqui e em todo o mundo... Mesmo assim, e para comprovar isso mesmo, escrevan-lhe oara a nossa caixa de comentários e/ou mandem-lhe um mail, com uma pequena mensagem de amizade e/ou solidariedade... O endereço
é: adbissau.ad@gmail.com .
O vídeo que reproduzimos hoje (cortesia da RTP 2 e da realizadora Maria João Guardão) foi visto por alguns de nós, na devida altura (*)... Ao tempo, a realizadora contactou-nos pedindo a sua divulgação através do nosso blogue. Mas muitos dos membros da nossa Tabanca Grande, e dos leitores que seguem o nosso blogue, de há um ano a esta parte, nunca viram o vídeo, que passou no programa Eu Sou África , na RTP2, RTP África, RTP Internacional... Justifica-se, pois, a sua incorporação neste poste (**), com a devida vénia ao produtor e ao realizadora, bem, como à RTP 2.
Como ele próprio o diz, logo no íncio do vídeo, o Pepito nasceu em 1949 na "maternidade Simão Mendes", em Bissau, onde 30 anos depois nasceria a sua filha mais nova. Ele é casado com a portuguesa Isabel Levy Ribeiro, sendo ambos engenheiros agrónomos.
Em 1949 o hospital principal de Bissau teria seguramente outro nome. (Como é sabido, Simão Mendes é nome de um enfermeiro que morreu ao serviço do PAIGC, durante a guerra colonial). Mas esse pormenor é agora de somenos importância.
Na altura os pais do Pepito, Artur Augusto da Silva, já falecido (em 1983) e Clara Schwarz (a decana do nosso blogue), estavam na Guiné há 2 anos... Os seus avós paternos eram de Farim. Os maternos eram, o avô, polaco, e a avó, russa, ambos de origem judia...O resto da história deste homem, de grande generosidade e humanidade, é contada em 10 minutos neste vídeo... Leia-se, em complemento, a informação a seguir recolhida, há um ano atrás, no sítio da RTP sobre este programa (Eu Sou África, RTP2, 2011).
Para ele vai, daqui de Lisboa, para ele, família e colaboradores mais próximos, um abraço solidário do tamanho do Rio Geba e do Rio Tejo juntos!... Temos orgulho em ti, Pepito!... E parafraseando Italo Calvino, lembraremos aqui aos ditadores e aprendizes de ditadores no mundo que "não é a voz que a dirige a história, mas sim o ouvido"... Não é a voz dos que gritam mais alto, porque têm momentaneamente o poder de comando, mas sim o ouvido daqueles que tendem a ser tratados como a maioria silenciosa... E já lá vai o tempo em que os ditadores morriam tranquilamente na cama e iam para o céu... LG
2. RTP / RTP2 > A história de 10 pessoas contada em episódios
Género: Documentário
Ficha Técnica: Produção: Vitrimedia: Realização: Maria João Guardão
Eu Sou África é uma série documental de 10 episódios, dois por cada um dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
Cada um dos filmes desta série retrata a vida e a obra de um(a) africano(a) implicado(a) na história e no desenvolvimento social, político e cultural do país onde nasceu. Eu Sou África revela dez heróis desconhecidos do grande público e desfaz os lugares comuns depreciativos da realidade dos PALOP.
Na diversidade das suas experiências e reflexões, o que estes dez africanos dão a ver é a emergência de uma nova África de língua portuguesa – um lugar em que a esperança tem toda a razão de ser. O último episódio é dedicado à Guiné-Bissau e a um dos seus filhos, co-fundador e director executivo da ONG AD- Acção para o Desenvolvimento.
Carlos Schwarz da Silva [Pepito]
Carlos Schwarz da Silva, guineense nascido em [Bissau], em 1949, só exerceu o nome enquanto se fazia engenheiro agrónomo em Lisboa, ao mesmo tempo que se diplomava na luta estudantil contra a ditadura. Na Guiné Bissau, todos o conhecem como Pepito, lutador incansável contra as más práticas de Estado, mas sobretudo contra a fome, pela cidadania e pelo desenvolvimento.
Fundador do pioneiro DEPA (Departamento de Experimentação e Pesquisa Agrícola) e da ONG Ação para o Desenvolvimento (AD), deputado, neto de polacos que sobreviveram ao Gueto de Varsóvia, filho de um jurista nacionalista preso pela PIDE, pai de 3 filhos, avô de 2 netos, Pepito é, nas palavras dos anciãos balantas, um homem grande.
Testemunha o 25 de Abril frente ao quartel do Carmo, com a mulher, Isabel Lévy Ribeiro, e juntos regressam a Bissau, determinados a viver intensamente o tempo histórico que lhes coube. Com 25 anos e um diploma na mão, Pepito sabe principalmente que quer mobilizar as pessoas para a acção, mesmo que isso signifique recomeçar inúmeras vezes do zero. Ele e os seus recomeçaram sempre.
A viagem que fazemos, de Bissau à Floresta de Cantanhez – dois dos pólos de acção da AD – , é uma travessia pela sabedoria de um país repleto de singularidades. “A Guiné Bissau tem trinta e duas etnias: são trinta e duas maneiras de pensar diferente, de dançar diferente, de fazer cultura diferente, de filosofias de vida diferentes. É uma riqueza extraordinária se todas forem consideradas elementos que potenciam a união”.
São estes saberes que Pepito privilegia – contrariando leis ou métodos impostos pelo exterior –nas reuniões com os mais velhos, na festa com os mais novos, nas conversas com mulheres e homens de experiências variadas, muitos dos quais ousaram seguir as práticas informais e eficazes que a equipa do engenheiro agrónomo foi pesquisando e testando, um projecto que se declina na agricultura e no eco-turismo, mas também nas Escolas de Verificação Ambiental, nas televisões e rádios comunitárias. Nas tabancas do sul, no antigo quartel de Guiledge – marco crucial da luta pela independência, memória viva -, em Quelélé, o que está em marcha é a luta contínua pela cidadania e por condições de vida dignas para os guineenses.
(Com a devida vénia à RTP / RTP 2)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 4 de abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8049: Agenda Cultural (114): Eu sou África, um documentário dedicado ao Cantanhez, à AD - Acção para o Desenvolvimento e a um homem especial, o nosso amigo Pepito, na RTP2, 9 de Abril, sábado, 19h00
(**) Último poste da série > 2 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9982: Ser solidário (128): O contentor da ONG Ajuda Amiga finalmente desalfandegado, aberto e distribuido o seu conteúdo (Carlos Silva / Carlos Fortunato)