sábado, 16 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4362: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (19): Não nos remetamos ao silêncio... (Manuel Maia)

1. Mensagem de Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, (1972/74), com data de 15 de Maio de 2009:

Assunto: Não nos remetamos ao silêncio... ainda e sempre, até que a voz me doa...

Estou certo que o Mário Fitas nunca conseguirá obter uma resposta à questão colocada a Almeida Bruno nos comentários ao meu poste anterior, no entanto devemos alimentar a esperança de que um pingo de vergonha possa, quem sabe, tocar ao de leve no homem e levá-lo a uma postura mais digna.


Buscando a semelhança no rei Huno,
qual Átila moderno, Almeida Bruno,
a ferro e fogo pôs Guiné-Bissau...
Montagem fez da guerra numas salas,
com mapas, pionais e mesmo balas,
soldados, uns de chumbo outros de pau...

Seus pretos vão p´ro mato, onde elas cantam
ganhar batalhas que a todos espantam,
a fonte das medalhas da trapaça...
Com dólmen reforçado, a criatura,
no peito/passerelle,toda a largura,
expõe a lataria p´ra quem passa...


Manuel Maia
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Vd. último poste da série de 14 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4342: Bandos... A frase, no mínimo infeliz, de um general (18): Devemos manter o dedo no gatilho (Manuel Maia)

Guiné 63/74 - P4361: Viagem à volta das minhas memórias (Luís Faria) (14): Um mês complicado (3) O osso

1. Mensagem de Luís Faria, ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 2791, Bula e Teixeira Pinto, 1970/72, com data de 14 de Maio de 2009:

Caro Vinhal

Com um abraço extensivo ao Luís, Briote e pira M. Ribeiro, envio-te um novo bilhete de Viagem… que ficou no estaleiro da vontade à espera de transporte no escaler da disponibilidade para transbordo no grande Paquete das Recordações que nos leva num cruzeiro ao Passado, com a vossa ajuda como
Timoneiros.

Um abraço também aos Passageiros das Recordações
Luís Faria


Bula – Um mês complicado (3)
O "osso"


Conforme já tinha referido, o mês de Fevereiro de 1971 foi complicado. Para além do trabalho do 2.º GCOMB, de ter assumido durante uns dias o comando do 1.º GCOMB por o Alf Mil Op Esp Quintas ter saído da Companhia e o novo Alf Mil Freitas Pereira ainda não se ter apresentado, também me calhou, a par com operações, serviço rotineiro de emboscadas e patrulhamentos, participar na montagem de armadilhas e minas ao longo da estrada Bula –S. Vicente, aumentando o campo instalado. Só serviço ao quartel é que o meu grupo, ao que recordo não fez. Andávamos um bocado estourados e perguntávamo-nos porque éramos quase sempre os mesmos a chuchar os ossos em vez de também comer carne!!

Assim, a 26 do mês fomos de novo chuchar ossos à zona de P. Matar, só que desta vez, a chucha foi-nos mais madrasta e o osso comeu-nos carne e bebeu-nos sangue !

Talvez devido a informação que desconheço, tomaram parte os 1.º e 2.º GCOMB da Força e um Grupo de Milícias, dando a perceber que o osso podia ser duro para chuchar. O 3.º GCOMB estava na emboscada rotineira à estrada de S. Vicente, na que chamávamos curva do café (não faço ideia da origem do apelido) lá pelo Km 10, sob o comando do Alf Gomes (indiano) e dos Furs Almeida e Ferreira.

O amanhecer não tardaria muito quando deixámos a estrada e entrámos no desmatado, avançando em longa bicha de Pirilau para a mata e continuando numa progressão atenta, ziguezagueante e tanto quanto possível silenciosa, atendendo ao número de elementos, com o objectivo de detectar e interceptar um grupo IN presumivelmente numeroso, que por lá se movimentaria.

Não tardou muito que isso viesse a acontecer.

Atravessamento do desmatado da estrada em bicha de pirilau

Foto: © Luís Faria (2009). Direitos reservados


Ao que recordo, ainda cedo da manhã e a relativa pouca distância em linha recta da estrada, rebenta o fogachal danado. O matraquear das Kalash, as chicotadas, as explosões dos RPG e morteiro, sucedem-se. A zona de morte parece extensa e apanha-me(nos) em sítio arborizado alto e de pouca folhagem. A potencialidade dos RPG acentua-se e mete medo, tal a quantidade de explosões, denotando que havia de certeza mais do que duas dessas armas - para mim temíveis – o que devia significar que o grupo IN seria bastante numeroso.

Respondemos com tudo o que tínhamos e é feito pedido de apoio aéreo. O comandante saíra a dar uma volta na DO que estava estacionada em Bula, deixando-nos sem PC durante uma boa meia hora e consequentemente sem qualquer informação útil à situação. O combate parecia não querer abrandar e muito menos terminar!

A meu lado está o Cancelo com o seu morteiro e por me aperceber que os turras estão a curta distancia, peço-lhe o morteiro e faço um disparo de ângulo elevado, que, não posso esquecer-me (nos), podia ter sido fatal, já que ao sair, a granada embate lateralmente na ponta de uns galhos secos… mas consegue seguir viagem sem nos cair em cima, graças a Deus.

Os tiros e rebentamentos continuam, temos feridos, os Enfermeiros acorrem, a DO não aparece nem outro apoio aéreo.

Diz-me mais tarde o Fur Almeida que era tal e tão próximo o foguetório, que quis vir em nosso auxílio com o 3.º GCOMB, mas não teve autorização. Posteriormente pensei se o objectivo IN não teria sido o 3.º GCOMB ?!!

Lá nos aguentámos. À minha beira e do Cancelo, cai ferido com gravidade um dos meus Homens que me pede para dizer aos Pais… ao que respondi, (apostando uma grade de cerveja) não ser preciso porque se iria safar! O 1.º Cabo Lopes, um pouco mais afastado, fica ferido e acaba por morrer, infelizmente. Há mais quatro feridos para além dos da Milícia, um destes com um estilhaços na cabeça.

O Alf Barros (guineense), no comando do meu 2.º GCOMB, perde momentaneamente o controlo, atira com a G3 para o chão e corre em direcção aos turras, chamando-lhes algo como f.d.p. e cabrões, sendo preciso correr para o ir buscar e acalmar. Sorte os turras já estarem em debandada! Entretanto o apoio chega, a contenda acaba.

Os Enfermeiros não têm mãos a medir. É feita a segurança para o héli aterrar enquanto o canhão e a DO volteiam sobre a zona.

A minha atenção recai nos feridos e nas evacuações a serem feitas. Uma destas tem uma história (com h) extraordinária que talvez venha a referir um dia mais tarde, não sei se com ou sem nomes. Se bem me recordo, o héli foi por duas vezes buscar feridos, transportando os menos graves para Bula, (a três ou quatro minutos) e os restantes para Bissau.

Não sei se para defesa da nossa estabilidade emocional (talvez o Luís Graça possa dar uma achega), no meio do caos aconteciam por vezes situações que, sem razão aparente, nos captavam a atenção, talvez por parecerem surreais no contexto e no momento, mas que de certo modo nos aliviavam e distraíam, acabando por ficar armazenadas no subconsciente, aflorando por via de um qualquer estímulo.

Recordo o milícia com estilhaços na cabeça a ser tratado pelo seu Enfermeiro que, para o desinfectar (?) lhe esfregava a cabeça com tal sem parcimónia que me fez intervir chamando-lhe a atenção para o facto, ao que me respondeu algo do género, de não doer!!

No meio de todo este cenário sombrio não esqueço o quadro de Esperança pintado pelo João, natural de Braga (dizia ser meu vizinho, por eu morar no Porto!!) que, subindo para um bagabaga, abre os braços em toda a extensão e com a G3 segura na mão, dirige-se em voz bem alta à sua namorada distante dizendo “… (não recordo o nome) Amo-te do fundo do curaçom “ !!! . (A imagem parecia a do Apocalipse now na cena de despedida quase no final).

Lembro a Enfermeira Pára (gostava de saber o nome), que mais me pareceu uma Deusa do Olimpo a descer do héli da Esperança, morena, com calças camufladas e T-shirt branca, começar a fazer a triagem de embarque aos feridos que lhe eram levados, já que dado o número, tinha de haver prioridades no transporte.

Inspeccionada a zona de emboscada que nos indicou termos de certeza comido carne IN e bebido do seu sangue (informações posteriores confirmaram 4 mortos e alguns feridos) e feitas as evacuações, regressámos a Bula, cansados mas não desmoralizados e preparados para a certeza de em breve nos darem mais uns ossos para chuchar!

Para a Tertúlia, um abraço
Luís Faria
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 20 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4218: Viagem à volta das minhas memórias (Luís Faria) (13): Um mês complicado (2) Emboscada bem montada

Guiné 63/74 - P4360: História do BCAÇ 4612/72 (Jorge Canhão) (2): Actividade no T.O. do C.T.I.G.


BATALHÃO DE CAÇADORES 4612/72
CAPÍTULO II
ACTIVIDADE NO T. O. DA GUINÉ
Fascículo I
(Período de 28SET72 a 31JAN72)

INSTRUÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO OPERACIONAL
Todos os militares desembarcados ficaram instalados no Campo Militar de Instrução do Cumeré, aguardando o início da Instrução de Aperfeiçoamento Operacional. Esta instrução com a duração de 04 semanas teve o seu início em 06OUT72 e o seu termo em 02N0v72.
Durante toda a IAO o BCAÇ teve presente em instrução num total de 506 instruendos, distribuídos do seguinte modo:
CCS 1ªCCAÇ CCAÇ CCAÇ TOTAL
Cabos 42 32 32 35 141
Sold. 61 98 97 99 365
Total 103 130 129 134 506
A instrução decorreu segundo os programas em vigor.
Pela inexperiência quer dos instrutores quer dos monitores e ainda pela sua falta pois o Q. O. não vinha completo nem em instrutores nem em monitores, notaram-se muitas deficiências.
A instrução de especialidades decorreu nos locais e nas datas que haviam sido previstas e de modo a satisfazer, embora com o inconvenien­te de muitas vezes essa instrução ser dada fora do CMI.
Todas as Companhias do BCAÇ, executaram o tiro programado e nos quantitativos autorizados, se bem que os condicionamentos provocados pela falta de alvos, falta de um Oficial de tiro e pela existência de uma carreira de tiro, tenham afectado o rendimento desta instrução.
Na instrução de combate, as CCAÇ atingiram um nível que pode considerar-se razoável, conseguindo-se também o necessário contacto com o terreno e clima, com vista a melhor adaptação possível.
Como apreciação final poderá dizer-se que o aproveitamento na IAO por parte do BCAÇ 4612/72, foi bom e fundamental para o cumprimento da missão que lhe cabe desempenhar.
VISITAS IMPORTANTES DURANTE A I.A.O.
GENERAL ANTÓNIO DE SPÍNOLA - Comandante-chefe do C.T.I.G.
Visitou o Cumeré no dia 17OUT72 em cerimónia de boas vindas, que constou de passagem de revista às tropas em parada, seguindo-se discurso no qual exortou todos os militares presentes, ao melhor cumprimento da sua missão, terminando com um desfile das tropas ao qual presidiu, numa tribuna montada para o efeito. Em seguida hou­ve uma reunião com todos os Oficiais e Sargentos do Batalhão, ten­do Sua Ex.ª falado sobre as normas que devem nortear a conduta da­queles que comandam, respondendo depois às perguntas que lhe foram postas.
BRIGADEIRO SILVA BANAZOL - 1° COMANDANTE MILITAR DO G.T.I.G.
Visitou o Cumeré no dia 07OUT72 em cerimónia de boas vindas com programa idêntico ao da visita de Sua Ex.ª o General Comandante-chefe.
CORONEL TIROCINADO GALVÃO DE FIGUEIREDO – 2º COMANDANTE MILITAR E DIRECTOR DE INSTRUÇÃO
Visitou duas vezes o Cumeré. A primeira vez para orientação ge­ral da I.A.O., tendo-se reunido com os Oficiais e Sargentos, a segunda em visita de inspecção.
RENDIÇÃO DO BATALHÃO DE CAÇADORES 3852
Após a última fase da I.A.O., o BCAÇ 4612/72, deslocou-se em 03N0V72 para o Sector 04, a fim de render o BCAÇ 3832. Para o efeito fez deslocar as suas subunidades, segundo as ordens recebidas, para as seguintes localidades:
CMD/BCAÇ4612/72 MANSOA
CCS MANSOA
1ªCCAÇ PORTO GOLE
CCAÇ JUGUDUL
3ªCCAÇ MANSOA
- A rendição processou-se em 2 períodos distintos:
Treino operacional (04 a 17NOV72)
Sobreposição (18 a 28NOV72)
TREINO OPERACIONAL
Decorreu em conformidade com o planeamento e sob a responsabilidade do BCAÇ 3832, tendo constituído complemento valioso da instrução de aperfeiçoamento.
Durante o treino operacional as subunidades foram passando gradualmente do contacto possível ao provável até ao muito provável possibilitando às CCAÇ um razoável conhecimento das respectivas ZA, não tendo havido, porém, qualquer contacto com o IN.
Neste período foi possível intensificar a actividade operacio­nal dentro do Sector, pelo aproveitamento dos meios à disposi­ção do BCAÇ 3832.
Foi feito quando possível um desfasamento para garantir a se­gurança afastada aos trabalhos da estrada Jugudul - Bambadinca.
Foi mantida uma continuidade de esforço e de acção do modo a evitar quebras após o período de rendição.
SOBREPOSIÇÃO
Durante este período de rendição, que se processou da melhor forma, sem problema que não pudessem vir a ser resolvidos, foram alcançados os objectivos seguintes.
Conhecimento específico da ZA tendo sido recebidos todos os elementos de arquivo e instrução.
Conhecimento tanto quanto possível dos terrenos e de quase todas as particularidades relativas à ZA.
O BCAÇ 4612/72 assumiu a responsabilidade do Sector 04 em 280001NOV72, tendo o BCAÇ 3832 deixado o Sector nas seguintes datas:
CMD/BCAÇ, CCS, CCAÇ3304 (JUGUDUL) e a CCAÇ3305 (MANSOA) 28NOV72
CCAÇ 3303 (PORTO GOLE) 29NOV72
SECTOR 04
Ref.ª Carta 1/50.000
BINTA FARIM
MANSOA MAMBONCO BAMBADINCA
TITE FULACUNDA
1. GENERALIDADES
O Sector 04 ocupa actualmente uma área aproximada de 1350 quilómetros quadrados, cuja extensão máxima mede cerca de 50 km no sentido SO - NE e 45 km no sentido E-O (paralelos de ENCHEIA e Foz do R. BARADOULO).
A localização dos núcleos IN na área de responsabilidade do Bata­lhão e a situação dos que se encontram sediados na nossa área de interesse, influenciaram decisivamente a actuação das NT e inclu­sivamente o seu próprio modo de actuar.
A grande dispersão dos efectivos do Batalhão pelos seus 11 aquartelamentos condicionou muito a actividade operacional, requerendo sistematicamente a manobra dos seus meios.
2. DESCRIÇÃO GERAL DA AREA
a. Aspecto geográfico - militar
(1) Condições climáticas e meteorológicas
(a) Durante o ano existem duas estações que se caracterizam pela existência ou não de chuvas, pela temperatura média durante o dia e a noite e ainda pela percentagem de humidade.
Deste modo a época seca, estende-se de meados de OUTUBRO a meados de JUNHO, e a época das chuvas preenche os res­tantes meses. A temperatura média anual é de aproximada­mente 26ºC sendo os meses mais quentes os de MAIO e OUTUBRO e os mais frescos, sobretudo de noite, os de DEZEMBRO e JANEIRO.
A precipitação anual situa-se entre os valores de 1550 e 1850mm. A humidade relativa chega a atingir percentagens que rondam os 100%. A amplitude térmica chega a atingir valores que rondam os 25° C.
O calor afecta extraordinariamente o rendimento das NT em operações, chegando a haver necessidade, muitas das vezes, de se efectuar o reabastecimento de água as for­ças empenhadas, sobretudo no período seco. Do mesmo modo este facto exerce influência sobre o IN e sobre as populações que colhem os seus locais de refúgio em regiões onde a água não chega a desaparecer.
A época das chuvas especialmente nos meses de AGOSTO e SETEMBRO, condiciona os movimentos apeados a algumas regiões do Sector sendo de difícil trânsito a estrada JUGU­DUL - BINDORO. O rio MANSOA e os seus afluentes BRAIA e OLOM, não são vadeáveis durante os meses de AGOSTO a JA­NEIRO. As bolanhas, ficam alagadas entre os meses de AGOSTO e OUTUBRO.
Dificultando e impedindo os movimentos apeados. O destacamento de BISSÁ, rodeado de uma grande bolanha fica isolado durante o período que se estende de JULHO a OUTUBRO, tornando-se necessário efectuar o seu reabastecimento, para aquele período, antes do período das grandes chuvas.
(b) Influência sobre o IN
Época seca
Maior facilidade nos deslocamentos não só porque as bolanhas se encontram secas e os rios ficam com um caudal menor, mas também porque o capim e a vegetação rasteira acabam por secar, podendo ser queimadas.
Maior facilidade na realização de colunas de reabaste­cimentos.
Maior facilidade na obtenção de alimentos, após as co­lheitas, e na recolha da fruta da época.
Maior dificuldade na obtenção de água potável, sobretu­do nos últimos meses da época seca.
Maior possibilidade na obtenção de notícias sobre as NT, em virtude do maior afluxo das populações controladas pelo IN, às povoações onde estão aquarteladas.
Faculta ao IN maior número de bases de fogos, para as suas flagelações às populações e aquartelamentos.
É normalmente nesta época que o IN exerce a sua maior actividade.
Época das chuvas
Maior dificuldade nos deslocamentos, em virtude das bolanhas se encontrarem alagadas, do caudal dos rios aumentar e do aparecimento do capim e da vegetação rasteira.
Maior dificuldade na realização das colunas de reabas­tecimento.
Maior dificuldade na obtenção de alimentos.
Limitação dos campos de tiro e de observação.
Maior rentabilidade na implantação de minas e armadilhas sobre os trilhos e caminhos tradicionais, em virtude dos deslocamentos das NT ficarem mais condicionados a sua utilização.
Bases de fogos limitadas aos terrenos que não ficam alagados.
Maior necessidade de construção de casas de mato para pernoita.
Necessidade de concessões de licenças a diversos elementos combatentes para ajudarem os seus familiares nos trabalhos agrícolas.
É normalmente nesta época que existe uma redução sensível na actividade IN.
(c) Influência sobre o rendimento da nossa missão
De um modo geral a época seca facilita o cumprimento da nossa missão, ao contrário do que acontece na época das chuvas em especial porque:
Condicionam grandemente os nossos deslocamentos apeados, obrigando muitas vezes as NT a utilizarem os trilhos existentes.
Condicionam os deslocamentos auto na estrada JUGUDUL – BINDORO, muito embora se mantenha transitável todo o ano.
Dificulta-nos a travessia da maioria dos rios.
Condiciona e limita o emprego dos meios aéreos devido às más condições atmosféricas.
Dificulta a execução de acções prolongadas.
O clima piora depauperando as NT reduzindo a sua capacidade combativa.
(2) TERRENO
Definição da ZA
A DOP "VONTADE ENÉRGICA" de 15AG072, do CCFAG, fixou os se­guintes limites ao sector 04
MANSOA 6 C6.49-Lim Administrativo - MANSOA 9 E3.66 - BINTA 7 D8.20- BINTA 7 G6.50 BINTA 7 H6.70 bolanha a O de BISSANCAGE- FARIM 2 B4.34- FARIM 2 E2.52 - RMANJAMPOTO-RIONFARIM --FOZ RIONFARIM RCANJABARI - FOZ RCAMBAJU - BANJARA 2 D0.60 Lim Administrativo-RGAMBIEL-BAMBADINCA 3 H2.47 RMANCURRE – Lim. Administrativo - MAMBONCÓ 9 A9 -34- MAMBONCÓ 8 G.45 Lim. Administrativo-MAMBONCÓ 8C2.25- MAMBONCÓ 7 C1.88 - RBARADOULO RGEBA - TITE 6 C5.20 - Lim. Administrativo - RMANSOA-MANSOA 1 H5. 90 - Lim Administrativo - MANSOA 6 C6.49.
(Jorge Canhão – Ex-Fur. Milº da 3ª Cia do BCAÇ 4612/72)
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Nota de M.R.:

Guiné 63/74 - P4359: Tabanca Grande (143): Amadu Bailo Djaló, Alferes Comando Graduado, incorporado no Exército Português em 1962 (Virgínio Briote)

Amadu Djaló, Alferes Comando Graduado, incorporado no Exército Português em 1962 e Comando desde 1964. 

Este novo membro da nossa Tabanca Grande, veio até nós trazido por Virgínio Briote, que o tem apoiado na feitura do seu livro de memórias, que mais não é que a própria história da guerra colonial na Guiné. 


  1. Em 23 de Abril de 2009, Luís Graça dirigia esta mensagem ao nosso camarada Virgínio Briote: 

  VB: (...) Acho que o Amadu Djaló já faz parte, por direito próprio, da nossa Tabanca Grande... Faz-lhe o convite formal... Fala-lhe do nosso blogue e da ideia de 'Tabanca Grande' onde deveríamos caber todos, portugueses e guineenses, amigos e inimigos de ontem... Vê o que ele te diz... Gostaria que o nome dele figurassse ao lado dos nossos. Luís 

2. Mensagem do nosso camarada Virgínio Briote, com data de 7 de Maio de 2009, em resposta a Luís Graça: 

 Falei ao Amadu (*), mostrei-lhe o blogue (**), viu mapas e fotos. Quando viu as imagens de Bafatá, as lágrimas correram. Ele teve, há uns tempos, um AVC, ligeiro, a voz não é muito perceptível, diz que a língua se enrola, o braço direito já não tem ligeireza para escrever, quanto mais para dar ao gatilho. O Amadu tem sido a minha companhia, de manhã à noite. Falámos da guerra e da Guiné de hoje, da familia, da casa, dos terrenos dele. E nunca se esquece de falar das duas filhas e das netas que vivem com ele na Amadora e das saudades e do desejo enorme que tem de regressar à terra dele. Tem amigos aqui, quase todos guineenses, um ou outro europeu. De alguns destes fala com alegria, de outros com tristeza, especialmente do esquecimento. E das dificuldades que tem em conseguir a nacionalidade portuguesa para as duas filhas. Agora, quando vi a tua mensagem, telefonei-lhe, formalizei o teu convite. Que tem muito gosto em fazer parte da Tabanca Grande, mas que não sabe como fazer. Ofereci-me para fazer a apresentação por ele. - Mano Briote, estás à vontade, manda as fotos que te dei e escreve o que quiseres, confio em ti. E é isto, caro Luís, que tenho para responder ao teu convite. O Amadu é um poço de memória. Hoje, ao fim de mais um dia de trabalho, já à saída, dei-lhe o trabalho de casa: - Amadu, 2.ª feira vamos falar dos princípios da guerra, ainda antes de começarem os tiros. Em 60, 61 e 62, o ano da tua incorporação, nunca ouviste contar nada, do que se estava a passar? - Sim, mano! Ainda não estava na tropa, quando o meu primo Ussumane me pediu pare eu ir a Catió, comparar máscaras, aquelas máscaras que os nalús e os biafadas faziam e fazem, ouvi lá falar de um tal Nino Vieira, que tinha fugido de... e que... O resto, Luís, fica para depois. Mando-te em anexo, uma breve apresentação do Amadu, que está ainda por completar. Espero levá-lo ao nosso encontro. Um abraço vb 

  3. Virgínio Briote fala de Amadu Djaló Amadu Bailo Djaló Um livro ainda sem título Este é um relato dos anos da guerra travados na Guiné, vistos pelos olhos e pelas memórias do Amadu Bailo Djaló. São descrições das caminhadas em trilhos e carreiros calcorreados pelos seus pés. E dos combates travados pelos contendores. Amadu Djaló é hoje um dos raros sobreviventes que pode falar de todos os anos que durou a guerra. Incorporado em 1962, percorreu quase todo o território da então província portuguesa. Futa-Fula, natural de Bafatá, oriundo de famílias da Guiné-Conackry, Amadu escolheu um dos lados, combateu no Exército Português, ao lado de milhares de africanos. Pouco depois da incorporação, em 1964, ingressou nos Comandos do CTIG e fez parte de um dos primeiros grupos de comandos então formados em Brá, perto de Bissau. Numa das primeiras operações que fez com grupo, viveu em Gobige, na estrada entre Madina do Boé e Aldeia Formosa, um das tardes mais dramáticos da guerra desses anos. Uma mina anticarro reduziu o grupo “Fantasmas” quase a metade. Uma tarde inteira, na estrada, a ver morrer um, outro e outro, até contar oito, que o nono só conseguiu morrer em Lisboa. Dias depois, com o grupo desfalcado, foi um dos doze homens que se propôs atravessar o Oio, de Cutia a Bissorã. De noite andavam, emboscavam-se durante o dia. Na última operação que fez com o grupo, em Catunco, na zona de Cameconde, foi um dos dez feridos pelo rebentamento de uma granada de bazuca que só deixou incólume um elemento do grupo. Na altura, os meios para as evacuações eram ainda muito reduzidos e tiveram que se deslocar pelos próprios meios, cerca de quatro quilómetros, arrastando-se e trazendo um morto, o furriel Morais, numa padiola improvisada. Com a extinção do grupo regressou à unidade de origem, a CCS do QG e teve sorte, foi aumentado 150 escudos mensais por ter a especialidade de condutor. Mas não usufruiu muitos meses desse aumento, voltou para os comandos, para outro grupo recém-formado, os “Centuriões”. Voltou a Catunco e, desta vez, foi melhor sucedido. Depois, seguiram-se operações em Jabadá, Cuntima e Bigene, entre outras. Grupo acabado, recolheu novamente à CCS do QG, a sua casa-mãe, e dali seguiu para Bafatá, a sua cidade natal. A Guiné mudou de governador e de políticas. Criados os comandos africanos, ingressou na 1ª CCmds Africanos, comandada pelo seu amigo, capitão graduado João Bacar Djaló, então um nome mítico da guerra. Fardou-se e equipou-se de guerrilheiro do PAIGC para ir a Conackry, ajudar a libertar os prisioneiros portugueses que lá se encontravam. Depois foi a formação do Batalhão de Comandos Africanos, a ida ao Senegal, a Kumbamory, no agrupamento do capitão Matos Gomes, para uma acção que se veio a tornar decisiva para as povoações e aquartelamentos fronteiriços de Guidage, Binta e Bigene. São os anos todos da guerra, de 1962 até ao fim. Em 25 de Abril de 1974 andava atrás da guerrilha, na zona de Piche, quando teve conhecimento pelo rádio de um milícia que tinha havido um golpe militar em Lisboa. Depois, aquela guerra acabou e começou outra, a luta pela sobrevivência na Guiné-Bissau. Preso mais que uma vez, foi escapando sempre até que, em 1986, veio para Lisboa. Depois…

Amadu Bailo Djaló em 1966 Amadu Djaló - CICA BAC - Bissau - 1962 Amadu Djaló e Ana Djaló > Dacar - 1998 Amadu Djaló, mais recentemente, junto à lápide dos nossos Camaradas mortos nas três frentes da Guerra.


4. Comentário de CV Duas linhas para te dizer camarada Amadu, o quanto nos honra que tenhas aceitado o convite do nosso editor Luís Graça para fazeres parte da nossa Tabanca Grande. Vai também ser manga de ronco a tua presença junto de nós, no IV Encontro da Tertúlia em Monte Real. Vamos todos ter a oportunidade de te conhecer e abraçar, velho camarada de armas guineense. És dos poucos que escaparam ao ajuste de contas do pós-guerra. Muito nos alegramos por isso. Ficamos ansiosos pelo teu livro e por histórias tuas que poderás fazer chegar até nós pelo nosso comum amigo Virgínio Briote. Pessoalmente, espero o dia 20 de Junho para um abraço. Para já fica este abraço virtual em nome de toda a tertúlia, com votos de muita saúde. Carlos Vinhal 5. Em mensagem de 14 do corrente, o VB informou-nos do seguinte: Caro Luís, Carlos e Eduardo, Escrevo-vos para vos comunicar que o Presidente da Associação de Comandos, Dr Lobo da Amaral, me telefonou hoje a dizer que vários camaradas lhe têm telefonado para saber quando vai estar à venda o livro do Amadu. Que têm tido conhecimento através do nosso blogue... Um abraço, vb 

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 Notas de CV: (*) Sobre o ex-Alf Cmd Graduado Amadu Djaló, vd. postes de: 22 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4067: Os nossos camaradas guineenses (3): Amadu Djaló, Fula de Bafatá, comando da 1ª CCA, preso, exilado... (Virgínio Briote) 25 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4076: Os nossos camaradas guineenses (4): Amadu Djaló, com marcas no corpo e na alma (Virgínio Briote) 27 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4086: Os nossos camaradas guineenses (5): O making of do livro do Amadu Djaló, as memórias de um comando africano (Virginio Briote) 29 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4102: Os nossos camaradas guineenses (6): Amadu Djaló, as memórias de um comando africano (Virginio Briote) 21 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4229: Os nossos camaradas guineenses (7): Amadu Djaló, as memórias do Comando Africano continuam (Virgínio Briote) (**) Vd. poste de 22 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4234 (Ex)citações (23): A grandezas humana de um comando africano (Virgínio Briote / Luís Graça) Vd. último poste da série de 16 de Maio de 2009: Guiné 63/74 - P4354: Tabanca Grande (142): Joaquim Macau, camarada do último morto em emboscada do PAIGC (2.ª CCAÇ/BCAÇ 4616, Xitole, 1973)

Guiné 63/74 - P4358: Em busca de... (73): Camaradas das seguintes Unidades: BAC1, CART 1692, CART 1427, 1966/68 (Tony Grilo)

Publicamos mais um apelo “Em busca de..”, desta vez proveniente de um camarada nosso que se encontra por motivos profissionais nos E.U. América, e que, segundo o próprio indica, regressará em breve a Portugal. 
Com os nossos desejos de um bom regresso:

Amigos e camaradas, 
Um forte abraço para toda a rapaziada da Tertúlia e desejos de muita saúde.

Queria pedir-vos um grande favor, pois há 41 anos que procuro reencontrar 3 bons camaradas, que estiveram comigo na Guiné, nos anos1966 a 1968, cujos nomes a seguir menciono:

- Victor Soares Carneiro, era 1º Cabo Apontador de obus de 8,8 cm, pertenceu à B.A.C.1 em Bissau no Q.G. e era de Vila Nova de Gaia;

- Victor Anjas, era Soldado Condutor da CART 1692, encontrava-se em Cacine, também nos anos 1966/68 e era do Beato, em Lisboa;

- António Fernando Pratas, estava em Cabedu na CCAÇ 1427, idem nos mesmos anos.

Se houver alguém que saiba algum indício sobre estes camaradas, agradecia imenso que me informassem.

Ate breve, pois regresso a Portugal no dia 28 Maio próximo. 
Amigos e camaradas da nossa Tertúlia, muito obrigado e um grande abraço. 
Tony Grilo
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Nota do editor

Vd. poste anterior 6 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4292: Em busca de... (72): BCAÇ 4615 (Teixeira Pinto 1973/74) (Francisco Teixeira)

Guiné 63/74 - P4357: Questões politicamente (in)correctas (39): Havia racismo nas Forças Armadas Portuguesas ? ... E no PAIGC ? (Nelson Herbert)

1. Mensagem do Nelson Herbert, nosso amigo Nelson Herbert, nascido na Guiné-Bissau, mas de origem caboverdiana (viveu a guerra colonial como adolescente, em Bissau) e que é editor sénior do serviço em português para a África, da Radio Voice of America, [Voz da América] com sede em Washington ) (*)...


"By 30 April 1968 total U.S. military personnel in Vietnam numbered 543,300. Assuming a nine to one ratio, that is nine service and support for each grunt in the bush characteristic of a modern technology (including technologies of the intellect)-based army, such as we had in Vietnam, and you rapidly conclude that all of the fighting was done by no more than 50,000 men at any one time. What this means is that with a surfeit of bodies in the rear, a critical mass was effected that recreated America in Vietnam. RACISM IN THE REAR WAS ALIVE, WELL AND VIRULENT. Both the Viet Cong and the North Vietnamese would exploit this pernicious flaw in the American Character as a divisive weapon illuminating what the war managers could not seem to grasp--the fundamentally political character of the conflict."


[ Até 30 de Abril de 1968,o total de militares norte-americanos no Vietname atingia os 543300. Assumindo uma relação de um para nove, isto é nove especialistas das áreas de serviço e apoio para um operacional na selva, que é o traço característico de um exército de base tecnológica moderna (incluindo as tecnologias da informação e do conhecimento), como tivemos no Vietname, rapidamente se conclui que o número de combatentes na frente de batalha não terá ultrapassado, de qualquer modo, os 50.000 homens. Isto significou a existência de um excesso de forças na retaguarda, tendo como efeito uma massa crítica que recreou a América no Vietname. O RACISMO NA RECTAGUARDA ESTAVA VIVO; EM FORÇA E ERA VIRULENTO. Tanto o Vietcong e como os norte-vietnamitas iriam explorar essa perniciosa falha na cultura militar dos americanos, como uma arma facturante mostrando aquilo que os gestores da guerra pareciam não compreender – a natureza fundamentalmente política do conflito.][Tr. ingl., L.G.]

in Black Studies, de William M King, Afroamerican Studies Program ,University of Colorado, Boulder, Colorado, USA


Não creio que hajam guerras imunes a problemáticas e conflitos raciais latentes, particularmente quando as forças e os homens nelas envolvidas, de um e outro lado da trincheira, forem de origem multirracial. A guerra americana no Vietname foi disso, um exemplo! A guerra travada por Portugal, nos três cenários africanos, não deverá decerto ter sido uma excepção.

Pois, vem isto a propósito da utilização do termo Nharro, num dos postes do blogue, prontamente contestado pelo bloguista José Macedo, por sinal um antigo companheiro de armas, vosso. Nharro é de facto o mais pejorativo termo feito recurso na Guiné colonial, para se referir a um negro, a um nativo. E não estou aqui a ensinar [o Padre Nosso ao Vigário]!

Termo pejorativo, racista, que, quiçá ao longo dos tempos foi-se desprendendo de toda essa sua carga semântica original. Hoje “expressão de afecto” e não tenho neste particular razões para duvidar ter sido com essa intenção, a sua utilização pelo bloguista Henrique Matos , mas pela polémica que a sua utilização e recurso no blogue podem suscitar ( melhor, já suscitou), deixo aqui um repto, um desafio.. quem sabe, uma temática a abordar: a problemática do racismo nas casernas, nas fileiras militares. Terá esse problema existido e afectado a vossa camaradagem ?

Do lado do inimigo, a então guerrrilha do PAIGC é o que se sabe, com todo o seu dramático cortejo de episódios, de que o assassinato de Amílcar Cabral fora quiçá o cume !

A história e a geração pós-guerra (a que me considero pertencer, apesar de 13 anos de vivência desse conflito), muito agradecem !


Mantenhas

Nelson Herbert

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Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste desra série: 15 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4348: Questões politicamente (in)correctas (38): Os nossos queridos nharros (José Teixeira)

Guiné 63/74 - P4356: Fichas de Unidades (2): BART 2857 (Sector L4), CART 2428 (Bajocunda), CART 2439 (Canquelifá), CART 2440 (Piche) (José Martins)

BATALHÃO DE ARTILHARIA 2857 

Unidade Mobilizadora: Regimento de Artilharia Ligeira nº 5 – Penafiel 

Comandante: Tenente-coronel de Artilharia José João Neves Cardoso 
                         Major de Artilharia Rui Pereira dos Santos 

2º Cmdt: 
Major de Artilharia Carlos Alberto de Castro Silva Gaspena 
Major de Artilharia António Nunes de Carvalho Pires 

Oficial de Informações e Operações/Adjunto: 
Capitão de Artilharia Orlando dos Santos Dias

Companhia de Comando e Serviços (CCS): 
Capitão de Artilharia José Vítor dos Santos Almeida 

Companhia de Artilharia nº 2438: 
Capitão de Artilharia Luís Carlos Santos Veiga Vaz 

Companhia de Artilharia nº 2439: 
Capitão Miliciano de Artilharia António Regência Martins Ferreira 
Alferes Miliciano de Infantaria Vítor José Monteiro Gouveia 
Capitão de Infantaria Manuel Maria Pontes Figueiras 
Alferes Miliciano de Infantaria Vítor José Monteiro Gouveia 

Companhia de Artilharia nº 2440: 
Capitão Miliciano de Artilharia Carlos Manuel Paquim da Costa 

Partida Embarque em 09 de Novembro de 1968 
Desembarque em 15 de Novembro de 1968 
Regresso em 05 de Outubro de 1970

Síntese da Actividade Operacional

Batalhão de Artilharia Nº 2857 
 
Em 24 de Novembro de 1968, assumiu a responsabilidade do Sector L4 (zona Leste) com sede em Piche, então criado por subdivisão da zona de acção do Batalhão de Caçadores nº 2835 (Nova Lamego), com sede em Piche e englobando os subsectores de Piche, Buruntuma, Canquelifá e Bajocunda, este até 27 de Junho de 1970, por ter passado então à responsabilidade do Comando Operacional Temporário nº 1 (COT 1); de 15 de Março de 1969 a 11 de Outubro de 1969, o batalhão foi integrado no Comando Operacional nº 5 (COP 5), então criado. 

Desenvolveu intensa actividade operacional, orientando o seu esforço para a realização de patrulhamentos, emboscadas e protecção e segurança dos itinerários e das populações da área, com especial incidência na reacção a fortes ataques aos aquartelamentos e povoações, desencadeados a partir de bases de fogo no exterior do território. 

Da sua actividade ressalta a detecção e destruição de 27 minas e a detecção e levantamento de mais 67. 

Em 12 de Agosto de 1970, foi rendido no sector de Piche pelo Batalhão de Cavalaria nº 2922, recolhendo em 28 de Agosto de 1970, a Bissau, afim de aguardar o embarque de regresso. 

Companhia de Artilharia nº 2438

Seguiu em 18 de Novembro de 1968 para Bajocunda, a fim de render a Companhia de Caçadores nº 1683, assumindo, em 25 de Novembro de 1968, a responsabilidade do subsector de Bajocunda, com um pelotão destacado em Copa, ficando integrada no dispositivo de manobrado seu batalhão e depois do COT 1. 

Em 15 de Agosto de 1970, foi rendida no subsector pela Companhia de Caçadores nº 2679, por troca, permanecendo, no entanto, em Bajocunda, em reforço do COT 1, até 21 de Setembro de 1970, após o que recolheu a Bissau, a fim de aguardar embarque de regresso.

Companhia de Artilharia nº 2439

Seguiu em 26 de Novembro de 1968 para Canquelifá, a fim de render a Companhia de Artilharia nº 1689, assumindo, em 01 de Dezembro de 1968, a responsabilidade do respectivo subsector, com um pelotão destacado em Dunane e ficando integrada no dispositivo de manobrado seu batalhão; em 03 de Abril de 1968 o pelotão destacado em Dunane recolheu à seda da subunidade, tendo sido deslocado por curtos períodos para Piche, em reforço da guarnição local. 

Em 21 de Agosto de 1970, foi rendida no subsector pela Companhia de Cavalaria nº 2748 e deslocou-se para Bissau, por fracções, a fim de aguardar embarque de regresso, tendo entretanto dois pelotões permanecido na zona Leste, em reforço temporário das guarnições de Nova Lamego e Canquelifá, até 20 de Setembro de 1970.

Companhia de Artilharia nº 2440

Seguiu em 22 de Novembro de 1968 para Piche, a fim de render a Companhia de Caçadores nº 2403, assumindo, em 01 de Dezembro de 1968, a responsabilidade do respectivo subsector, ficando integrada no dispositivo de manobrado seu batalhão. A partir de 06 de Julho de 1969, destacou um pelotão para a ponte do rio Caium e desde finais de Janeiro de 1970, outro pelotão para segurança e protecção dos trabalhos de construção e reordenamento de Cambor. 

Em 12 de Agosto de 1970, foi rendida no subsector pela Companhia de Cavalaria nº 2749 e enquanto dois pelotões seguiram desde logo para Bissau e Bolama, deslocou-se para Nova Lamego afim de reforçar temporariamente o Batalhão de Caçadores 2893, até 20 de Setembro de 1970, e após o que recolheu igualmente a Bissau, afim de aguardar o embarque de regresso. 

Observações – Tem história da unidade, que pode ser consultada, no Arquivo Histórico Militar (caixa nº 119- 2ª Divisão – 4ª Secção). 

Texto retirado do 7º Volume – Fichas das Unidades – Tomo II - GUUNÈ - da Resenha Histórico Militar das Campanhas de África, edição do Estado Maior do Exército. 

(José Martins) 
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Nota de M.R.:  

Vd. Primeiro poste da série em: