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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26195: Manuscrito(s) (Luís Graça) (262): Porto Santo e a África aqui tão perto - Parte VI: Casa Colombo - Museu de Porto e dos Descobrimentos Portugueses



Região Autónoma da Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > 4 de outubro de 2024 > Mural de Cristóvão Colombo, pintado a spray no edifício da Câmara Municipal do Porto Santo, da autoria de artista de arte urbana Mr. Dheo, natural do Porto e com obra espalhada por mais de dezena e meia de cidades de todo o mundo.



Região Autónoma da Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > 4 de outubro de 2024 > Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses


Região Autónoma da Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > 4 de outubro de 2024 > Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses






Madeira > Porto Santo > Vila Baleira > Casa Colombo - Museu da Madeira e dos Descobrimentos Portugueses > 4 de outubro de 2024 > A Odisseia dos Mares > Painel sobre o Tratado de Tordesilhas


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses


1. Pois é... já lá vai o tempo em que os dois então poderosos vizinhos ibéricos pegavam no globo terrestre e, qual  "melancia", cortavam-no ao meio.. E toma lá, dá cá... A gente sabe como é que acabou a história: sobrou para nós, "os últimos soldados do império"... 

Foi isso que eu pensei quando em 4 de outubro me pus a ler estes painéis sobre a "Odisseia dos Mares", no Museu de Porto Santo, na Vila Baleira... Aliás, Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses...

Pois é, o Fernando Medina, o anterior presidente da Câmara Municipal de Lisboa,  queria criar na cidade um Museu dos Descobrimentos. É preciso distrair os turistas quando nos vêm "visitar" e deixar cá uns euritos... Que a cidade, em boa verdade, em matéria  de museus e monumentos nacionais e outras "atrações turísticas", não pode competir, nem de longe nem de perto com as rivais (Londres, Paris, Madrid, Roma, Amesterdão, Berlim....). (A culpa, dizem, foi do terramoto de 1755 que tudo levou, mais a beatice e a incultura  da maior parte dos nossos reis e rainhas que nunca foram grandes nem exigentes colecionadores de arte, muito menos profana.)

Caiu-lhe o Carmo e a Trindade em cima, ao pobre do Medina: "seu saudosista, seu imperialista, seu esclavagista, seu negreiro, seu colonialista, seu racista, seu filho daquele e daquela"... Enfim, quem tem ideias que não sejam "politicamente corretas", como esta pouco ortodoxa do "Museu dos Descobrimentos", está sujeito a levar  no "toutiço" dos historiadores, dos curadores de museus, dos dirigentes de associações de afro-descendentes, dos jornalistas, e por aí fora, sem esquecer os novos censores das redes sociais...

Mas os madeirenses (incluindo os porto-santenses) não deixaram cair a ideia em saco roto...e logo em 2023 decidiram, sem complexos,  remodelar e ampliar o museu local de Porto Santo, inaugurada em 1989 e reestruturado em 2004, passando a Casa-Museu Cristóvão Colombo,  a chamar-se Casa Colombo - Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses.

Afinal, foi aqui (e em Ceuta) que tudo começou...Para o bem e para o mal, para a glória e para a perdição...(Em boa verdade, o que seríamos nós, Luís Vaz de Camões, enquanto povo, se toda a gente tivesse dado ouvidos ao teu  "homem do Restelo" ?!...)

Pensando bem, até  já havia um núcleo museológico, baseado na casa onde, segundo a tradição,  o  descobridor do "Novo Mundo" viveu e casou com uma das filhas do capitão donatário da ilha, o Bartolomeu Perestrelo, filho de mercadores italianos. (Eu sempre o tratei, ao Colombo,  por idiota por  ter chamados "índios" aos desgraçados que foram "descobertos" para começarem logo a ser "dizimados"; e idiota por se ter enganado na leitura das cartas  de navegação e pensado que tinha chegado às "Índias"; se, calhar, mais do que idiota, mas isso é outra história, outra conversa,...).

A Casa Colombo - Museu do Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses apresenta uma nova museografia (nunca conheci a anterior), tendo  sido enriquecida com novos conteúdos e recheios, estes fruto da  doação mecenática de obras de oficinas nacionais e europeias (Alemanha, Espanha, Flandres, França), africanas, asiáticas e sul-americanas.

Do interessante espólio entretanto adquirido destacam-se peças que vão desde o século IV até ao século XVIII (tais como pratos, taças, travessas, terrinas, vasos, garrafa, bilha, azulejos, elmo, imagens devocionais em escultura e pintura, mobiliário, gravuras, mapas e moedas),  enfim, obras executadas nos mais diversos materiais com o porcelanas, faianças, cobres, marfins, madeiras exóticas, tartaruga, madrepérola, ferro, etc.. 

Em suma, é um pequeno grande espaço de cultura, de memória e de aprendizagem, que vale uma visita,e que aconselho  a quem, dos nossos amigos e camaradas, for passar uns dias à "Ilha Dourada". Os antigos combatentes têm acesso gratuito à Casa Colombo... 


PS - Contrariamente ao que aprendemos, nos anos 50, na escolinha primária do livro único, a ilha de Porto Santo não foi "descoberta" em 1420 pelos portugueses João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo, mas sim "reconhecida" por eles... Já vinha assinalada pela cartografia castelhana por volta de 1385. E em 1417 navegadores castelhanos tinham passado pela ilha (desabitada).... 

Vinte e seis anos depois, em 1446, os portugueses chegavam à Costa da Guiné... Podemos dizer, isso, sim, sem euforia (muito menos com arrogância) mas com orgulho, que foram os nossos antepassados quem abriu a grande autoestrada marítima que deu "novos mundos ao Mundo", unindo terras, ilhas,  mares, continentes, povos e civilizações... E tudo começou há mais de 600 anos... Porto Santo é, pois, uma referência emblemática, incontornável...

Como todas as odisseias humanas, reais ou míticas ou mitificadas (como a de Ulisses), a nossa "odisseia dos mares", os nossos "Descobrimentos", também tiveram efeitos perversos, é bom não esquecê-lo... Mas assumamos tudo isso, de maneira crítica, frontal  e...descomplexada!

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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26116: Manuscrito(s) (Luís Graça) (261): Porto Santo, e a África aqui tão perto - Parte V: o Pico da Ana Ferreitra e a magia da geologia

 












Porto Santo > Pico Ana Ferreira, geossítio nº 4  > 2 de outubro de 2024


Fotos (e legenda): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. É o geossítio (PSt04) que vale o percurso de jipe (pela parte Norte da ilha,  4 pessoas, custando 40 euros por pessoa, num total de 3 horas com guia).

É o ponto mais alto da ilha, no lado ocidental (288 m). Fica-se estarrecido com o "piano", o conjunto de "colunas prismáticas", nascidas do "génio" do vulcão, ou,  em linguagem menos poética, resultante do fenómeno, que em geologia e geomorfologia se chama ... disjunção prismática.

Não há muitas, no nosso planeta, formações geológicas exibindo disjunções prismáticas como esta... Só não percebo por que é que ainda não foi classificada como "monumento natural", e não há maior cuidado com a sua proteção.

Cite-se mais algumas famosas a nível mundial:


Este geossítio no Pico Ana Ferreira durante anos foi uma pedreira. Extraía-se pedra para a construção e obras públicas.  Até que alguém deu conta desta obra-prima da natureza, que é um regalo para a fruição estética... e uma referência obrigatória para a educação ambiental e o turismo na ilha.

Lê-se no  "site" oficial da Geodiversidade da Região Autómoma da Madeira:

(...) "Nesta antiga pedreira do Pico de Ana Ferreira observa-se uma disjunção prismática com colunas quase perfeitas, de elevado valor estético. 

"Esta estrutura, de cor cinza clara, foi originada pelas tensões de contração que se geraram durante o arrefecimento do magma no interior de uma conduta vulcânica.

"A rocha resultante do magma consolidado - mugearito, por ser mais resistente do que as rochas encaixantes, sobreviveu à ação erosiva, enquanto o material à sua volta foi desaparecendo ao longo do tempo." (...)

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Nota do editor:

2 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26109: Manuscrito(s) (Luís Graça) (260): Ao fim da tarde, ao pôr do sol no Atlântico, lembramos neste dia todos os nossos mortos queridos

Vd. poste anterior > 29 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26092: Manuscrito(s) (Luís Graça) (259): Porto Santo, e a África aqui tão perto - Parte IV

sábado, 2 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26109: Manuscrito(s) (Luís Graça) (260): Ao fim da tarde, ao pôr do sol no Atlântico, lembramos neste dia todos os nossos mortos queridos







Lourinhã > Praia do Areal Sul >2 de novembro de 2024 > Pôr do sol

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Hoje é Dia dos Fiéis Defuntos, Dia de Finados ou Dia dos Mortos, segundo o calendário litúrgico da Igreja Católica. Mas outras igrejas cristãs também celebram o dia dos mortos: além dos católicos,os anglicanos, os ortodosos, os metodistas...


Em todas as comunidades humanas, há rituais de celebração da morte e dos mortos... Sem quaisquer preocupações metafísicas, acabo de tirar essas fotos do pôr do sol  na minha terra, banhada pelo Atlântico.  Num fim de tarde, magnífico, e com um mar sereno... e tentando abstrair-me do facto de há 150 milhões de anos a duna onde me sento,  não existir, nem esta praia, nem este mar, nem a terra que me viu nascer, nem as Berlengas aqui à minha direita... 

É impossível, contudo,  neste sábado, dia 2 de novembro de 2024, e a esta hora mágica do fim de tarde, até por força das nossas tradições e da nossa cultura, não nos lembrarmos de todos os nossos entes queridos, que conhecemos em vida,  da família aos vizinhos, dos colegas de escola e de trabalho aos camaradas de armas, dos amigos aos compatriotas mais ilustres, enfim, de todos aqueles que da lei da morte já se libertaram (citando o maior de todos os nossos vates, o Luís Vaz de Camões, cujo quinto centenário de nascimento começámos a celebrar este ano)... 

Estão também no nosso pensamento  os membros da Tabanca Grande que já se despediram da Terra da Alegria... São já 150, nestes últimos 20 anos da nossa existência.  O último dos quais,  a nossa querida Regina Gouveia (1945-2024).

À boa maneira romana, rogamos a todos os deuses de todos os panteões, criados por todas as culturas humanas, para que os nossos queridos mortos possam descansar em paz, e que o sol continue a iluminar e a aquecer o nosso planeta, a nossa frágil casa comum... (LG)

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Nota do editor:

Último poste da série > 29 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26092: Manuscrito(s) (Luís Graça) (259): Porto Santo, e a África aqui tão perto - Parte IV

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26092: Manuscrito(s) (Luís Graça) (259): Porto Santo, e a África aqui tão perto - Parte IV - Nem os "profetas" escaparam... à guerra colonial

 

Foto nº 30 > Porto Santo > 1 de outubro de 2024 > Ponta da Calheta e vista da cota norte


Foto nº 31 > Porto Santo > 1 de outubro de 2024 > Ponta da Calheta... e os sinais geológicos da origem vulcànica da ilha...



Foto nº 32 > Porto Santo > 1 de outubro de 2024 > Ponta da Calheta... A vida que náo desiste...


Foto nº 33 > Porto Santo > 3 de outubro de 2024 > Miradouro das Flores > O Ilhéu de Baixo ou da Cal


Foto nº 34 > Porto Santo > 3 de outubro de 2024 > Miradouro das Flores > Nove quilómetros de praia que precisam de proteção contra o lobi do cimento armado (a construção, o imobiliário, a hotelaria, o turismo... )


Foto nº 35 > Porto Santo > 3 de outubro de 2024 > Outubro de 2024  > Um pequeno bosque de pinheiros raquíticos no sítio dos Morenos, na costa  Norte


Foto nº 36 > Porto Santo > 3 de outubro de 2024 > Outubro de 2024  > O dragoeiro ou "sangue-de-dragã", uma espécie  A espécie é originária da região biogeográfica atlântica da Macaronésia (Madeira, Canárias e Açores). Este foi plantado por mão humana, numa praça da Vila Baleira. Está extinta em Porto Santo, como espécie selvagem.



Foto nº 37 > Porto Santo > 3 de outubro de 2024 > Outubro de 2024  > Adro da igreja de Na. Sra. da Piedade, a igreja matriz, cuja construção remonta a  1430/1446. Foi várias vezes pilhada e destruída pelos corsários. Reconstruída totalmente em 1667.


1. Não sei se houve algum concelho do país (continente e ilhas) sem mortos na guerra do ultramar / guerra colonial... Escapou, por certo,  a ilha das Berlengas, por que não tinham habitantes permanentes (na época, só faroleiro).

Nem o minúsculo território de Porto Santo (com pouco mais de 42 km2 e c. 3500 habitantes em 1960) escapou à fatalidade de uma guerra prolongada e distante para a qual foram mobilizados c. de 800 mil portugueses (sem contar com os africanos, c. de 200 mil). 

Pois dos naturais de Porto Santo (porto-santenses e não portos-santenes...) houve pelo menos um morto, se bem que por doença, o 2º srgt iuf, Tibúrcio Alencastre Pestana, em Moçambique, em 13/8/1970.

Na visita que eu fiz à ilha, como turista (a reboque de duas canadianas!), de 29 de setembro a 6 de outubro passado, não me dei conta de qualquer pedaço de memória dessa guerra.  Há referência ao início da nossa expansão marítima, a alguns dos seus principais atores e beneficiários (a começar pelos capitães-donatários das ilhas:  João Gonçalves Zarco, ficou com o Funchal,  o Tristão Vaz Teixeira, com o Machico, e o Bartolomeu Perestrelo, com o Porto Santo...). 

Não faço ideia quantos porto-santenses foram mobilizados, entre 1961 e 1974.. Mas a ilha tem o seu martirológio, a sua lista de vítimas, por ataques de piratas e corsários bem como de epidemias e fomes... 

No Museu de Porto, de acesso grátis para antigos combatentes (Casa Colombo -. Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses) fiquei a saber coisas que não sabia, a começar pela estranha alcunha, "Os Profestas", que foi dada aos seus habitantes, e que já vem do séc. XVI, ou seja, do início do império...

Também a fiquei a saber mais detalhes da brutal incursão de que a ilha foi vítima, em 1617, por parte de corsários argelinos... Com uma costa tão extensa e aberta, a sul, e localizada a uns escassos 500 km da costa ocidental africana, e a mil do sul da Europa, sofreu, nomeadamente até ao séc. XVII, as incursões, pilhagens, raptos e assassínios de piratas e corsários que agiam sob várias bandeiras... A mais trágica terá sido, de facto,  a de 1617.

Foi sempre uma ilha de extrema pobreza, sofrendo os efeitos de uma dupla colonização: até ao reinado de Dom José I, vigorou o miserável sistema de "colonia" na exploração da terra, em que os colonos eram os porto-santenses e os senhorios os madeirenses...A colonia foi extinta, em Porto Santo, pelo menos "de jure", por alvará régio de 13 de outubro de 1770.

Contrastando com a Madeira, é uma ilha paupérrima, em termos de recursos materia
is, a começar pela flora, são escassas as árvores (vi palmeiras,  pinheiros, alguns dragoeiros...),. Mas a ilha, mais antiga que a Madeira, é uma joia para os geólogos...e os amantes da natureza.

A ilha do Porto Santo começou a formar-se há 19 milhões de anos, tendo emergido  há  8 milhões de anos.      A Madeira, por sua vez,  data da mesma época (há 19 milhões de anos, no Mioceno) mas só emergiu durante a  transição do Mioceno para o Plioceno, há cerca de  5 milhões de anos. O que não é nada, sabendo que os dinossauros do Jurássico,  evoluíram entre 200 e 146 milhões de anos, passeando-se entre a Lourinhã e Nova Iorque. (Estás a ver, João Crisóstomo, irás fazer o mesmo percurso, não a pé, obviamente, mas de avião,  150 milhões de anos depois...).

Para saber mais sobre a Porto Santo e os porto-santenses:


(I) População (de alcunha, os "profetas"...)




(ii) Segurança...



(iii) Economia....




Fonte:  Casa Colombo -. Museu de Porto Santo e dos Descobrimentos Portugueses) ... (Seleção, sublinhados a vermelho: LG) (com a devida vénia..)

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26034: Manuscrito(s) (Luís Graça) (258): Porto Santo, e a África aqui tão perto - Parte III: uma ilha... "fotogénica", mas com dupla "insularidade"

 


Foto nº 20 > Porto Santo >  Um dos icónicos moinhos de vento da ilha, no Campo de Cima. (O primeiro terá sido construído em finais dp séc. XVIII.) 


Foto nº 21 > Porto Santo > Anoitecer, na baía. Vista do porto de abrigo. É aqui que atratca todos os diuas o "ferryboat "Lobo Marinho", que faz a ligação diária com o Funcal.


Foto nº 22 > Porto Santo _ Miradoiro da Portela. Vista  da Vila Baleira e praia,


Foto nº 23 > Porto Santo > Serra de Fora > Terras que há dera,m cereal (1)...


Foto nº 24 > Porto Santo > Serra de Fora > Terras que lá deram cereal (2).... 


Foto nº 25 > Porto Santo > Resaurante  "Teodorico" > O bolo do caco


Foto nº 26 > Porto Santoo >Vila Baleira  > Caf+e Bar "O Rapaz" > A cerveja Coral (que vem da Madeira)


Foto nº 27 > Porto Santo > Serra de Fora > O "Teodorico", um dos restuarantes de referència da ilha


Foto nº 28 >  



Foto nº 29 Porto Santo > Vila Baleira > Casa Colombo (3)

Região Autónoma da Madeira, Porto Santo > 29 set - 6 out 2024

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  A ilha é fotogénica: dá para tirar umas belas "chapas"... Maz lembrar o canto da sereia... Eu imaginei-me náufrago numa ilha como esta. Que não tem nada para um desgraçado de um ser humano poder sobreviver. Hoje vem tudo da Madeira. A sua dupla ou tripla insularidade assusta-me. 

Mas há gente que aqui nasce, estuda, trabalha, vive, se casa, faz filhos, envelhece, adoece e morre. Há gente que emigra, mal acabada a escolaridade obrigatória. Mas também há gente que vem para aqui trabalhar, como imigrante. Das mais diferentes partes do planeta: falei com "miúdos" da Argentima, do Brasil, de Marrocos, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, do Comgo0 Kinshasa, de São Tomé e Príncipe, de Angola, de Moçambique, do Nepal, do Banglasdesh, etc.  A qualidade do turismo foi afetada com a pandemia, a perda de recursos humanos e o inevitável recurso a mão-de-obra temporária estrangeira... 

Desde há mais de cinco séculos que é (ou foi) uma ilha sofrida e de sofrimento. O turista, que vem aqui passar as suas "férias de sonho", não quer saber nada do seu parto violento, a sua origem vulcânica, a sua desertificação, a sua secura, a sua terra estéril,  os dramas e tragédias mas também as lições de coragem da sua gente... (Confesso que só falei com meia dúzia de porto-santenses de origem, do homem do táxi, do jardineiro do hotel, ou  das funcionáras do museu...).

Merece ser conhecida, com mais detalhe, o rol de tragédias que marca a história dos desgraçados que colonizaram a ilha. Gente de coragem e tenacidade. É a ilha mais próxima da nossa plataforma continental e a primeira a ser "achada" e povoada...logo no início do séc. XV. 

Com a conquista de Ceuta (1415), inicia-se, para o mal e para o bem, o império colonial português, o primeiro império global da história... O passo seguinte foi Porto Santo (1418).

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sábado, 5 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26011: Manuscrito(s) (Luís Graça) (257): Porto Santo, e a África aqui tão perto - Parte II

 


Foto nº 14 > Porto Santo > Cidade de Vila Baleira > 4 de outubro de 2024 > Mural Porto Santo, Ilha Dourada, letra de Teodoro Silva; música de Max e Libertino Lopes; criação de Max.  Um famoso fado bolero lançado em 1954... Quem não se lembra, da gente da nossa geração ?

(Fonte: You Tube, com a devida vénia...)

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. A chegar ao fim as minhas "miniférias" em Porto Santo, eu que não queria cá vir, já levo saudades desta terra,,, Regresso amanhã ao "cont'nente'... E levo este fado-bolero no ouvido (já não o ouvia desde o século passado). Quando chegar a casa,  vou ver também o filme de Jorge Brum do Canto, "A Canção da Terra" (1938), aqui passado.

Sinopse:  " Porto Santo, junto da Madeira. A luta pela vida assume aspectos dolorosos com a seca, pois não chove na ilha. Gonçalves procura obviar ao infortúnio, com o alento que lhe traz o amor de Bastiana, e apesar da rivalidade com João Venâncio, que aliás possui água mas recusa partilhá-la. A resignação e o sacrifício, a ansiedade, a paixão e o ódio, ateiam conflitos humanos sob os caprichos da natureza..."

Aproveiteu ontem a tarde para visitar a Casa Colombo - Museu de Porto Santo e o Núcleo Museológico Brum do Canto. Esta terra não é sõ praia e miradouros. Tem história e memória... (*)


Foto nº 15 > Porto Santo > Vila Baleira > Mural no Centro Cultural de Congressos





Foto nhº 16 : Porto Santo > Casa Colombo - Museu de Porto Santos  


2. Não há talvez figura mais controversa, ligada à época da "1ª era da globabilização", com uma história tão "manipulada",  do que o Cristóvão Colombo (1451-1506). Por razões nacionalistas e ideológicas, todos o reivindicam (italianos, espanhóis, portugueses e até judeus) como um dos seus ...  Por outro lado, os seus feitos e a sua memória desemcadeiam paixões (**)...

Não devia ser boa rês, o homem.  Pessoalmente, sempre o considerei um aventureiro, um oportunista e até um "idiota" (ou "chico-esperto") que, ao chegar ao Novo Mundo, com a "fossanguice" de querer ser o primeiro a chegar  à Índia,  chamou "índios" aos seus habitantes... Mas, ao que parece, não era trouxa, e terá sabido muito bem tirar partido do "poder uterino"...  Os espanhóis chamam-lhe almirante e, claro, herói...

Sem querer tomar opinar sobre um dossiê complexo e controverso que desconhecço (a não ser muito pela rama), limito-me a reproduzir aqui um dos painéis que constam da Casa Colombo - Museu de Porto Santo, que visitei no passado dia 4 de outubro.  Dizem que o homem viveu aqui...Porto Santo teve um papel importante na nossa "expansão marítima"... (Sobre o polémico Cristóvão Colombo uma artigo, em inglês, na Wikipedia que me parece bastante completo e imparcial, mas só o li por alto.) (***)

Curiosamente, os italianos adoram esta ilha como turistas,,, Os dinamarqueses é pelo golfe...Os italianos devia ser... pelo Colombo!... No hotel onde onde estou, vejo muita gente que vem de Itália. Mas, como a maior parte dos portugueses, não devem ter interesse nem paciência nem pachorra para visitar a Casa Colombo - Museu de Porto Santo (a exposição permanente é em portuguèrs e inglês).  E é pena...Porto Santo não são só 9 km de praia... E  também uma  ilha onde se usam alguns poetas portugueses (Fernando Pessoa, Camões, Florbela Espanca...) para  "ajudar a contar outra história" do nosso mar...


Foto nº 17 > 


Foto nº 18


Foto nº 19

Porto Santo > Ponta da Calheta  > Município de Porto Santo >  Cartazes  celebrando, em 2022,  os 35 anos da Bandeira Azul (#35AnosBA)... No passado dia 21 de setembro, Dia Internacional da Limpeza Costeira, celebrado com apoio do Município, 12 voluntários recolheram na totalidade 101 kg de lixo marinho, na sua maioria plástico  no Calhau da Fonte Areia... Também aqui a massificação do turismo  tem o seu verso e reverso...

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 3 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26007: Manuscrito(s) (Luís Graça) (256): Porto Santo, e a África aqui tão perto - Parte I

(**) Excerto do artigo da Wilipedia, em inglêrs (adapt e traduzido por Google Translate e LG):

(...) Colombo tem sido criticado tanto pela sua brutalidade como por dar início ao despovoamento dos povos indígenas das Caraíbas, seja por doenças importadas ou por violência intencional. 

De acordo com os estudiosos da história dos nativos americanos, George Tinker e Mark Freedman, Colombo foi responsável por criar um ciclo de "assassinato, violência e escravidão" para maximizar a exploração dos recursos das ilhas caribenhas, e ainda pelas mortes de nativos na escala em que ocorreram,   não podendo ser apenas imputadas  âs novas doenças. 

Além disso, eles descrevem a proposição de que a doença e não o genocídio é que causou essas mortes como a "negação do holocausto americano".[...] 

O historiador Kris Lane discute se é apropriado usar o termo "genocídio" quando as atrocidades não foram uma calara intenção de Colombo, mas resultaram de seus decretos, de objetivos de negócios familiares e de negligência.[...] 

Outros académicosw  defendem as ações de Colombo ou alegam que as piores acusações contra ele não são baseadas em fatos, enquanto outros afirmam que "ele foi culpado por eventos que estiveram muito além de seu alcance ou conhecimento".[...] 

Em  resultado dos protestos e motins que se seguiram ao assassinato de George Floyd,  em 2020, muitos monumentos públicos de Cristóvão Colombo foram removidos.[...]