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sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24956: E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) - Parte IV: Enfim, em casa!... Famalicão, a minha terra...

 


Foto nº 1 > Vila Nova de Famalicão > Edifício, emblemático,  da Câmara Municiap (1961), da autoria do arquiteto Januário Godinho.


Foto nº 2 > Vila Nova de Famalicão >   O Edifício da Lapa, antigo hospital, e posteriormente liceu da cidade, hoje sede da Universidade Lusíada.
 


Foto nº 3 > Vila Nova de Gaia > 2023 > O Joaquim Costa, num esplanada ribeirinha, com o casarinho histórico da sua amada "Invicta"  ao fundo.

Fotos (e legendas): © Joaquim Costa (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

 

1. Continuação da nova série do Joaquim Costa:  "E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas"... (*)


(i) ex-fur mil at armas pesadas inf, CCAV 8351, "Tigres do Cumbijã" (Cumbijã, 1972/74);

(ii) membro da Tabanca Grande desde 30/1/2021, tem cerca de 7 dezenas de referências no blogue;

(iii) autor da série "Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74)" (de que se publicaram 28 postes, desde 3/2/2021 a 28/7/2022) , e que depois publicou em livro ("Memórias de um Tigre Azul - O Furriel Pequenina", por Joaquim Costa; Lugar da Palavra Editora, 2021, 180 pp);

(iv) tirou o curso de engenheiro técnico, no ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto;

(v) foi professor do ensino secundário, tendo-se reformado como diretor da escola secundária de Gondomar;

(vi) minhoto, de Vila Nova de Famalicão , vive em Rio Tinto, Gondomar;

(vii) tem página no Facebook.


E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) - Parte IV:  Enfim,, em casa!... Famalicão, a minha terra...


Enfim, em casa!!!

O sonho de qualquer professor é ser colocado na sua terra (Foto nº 1). Contudo, eu não aconselho.

Ser professor de filhos de colegas, de familiares, de conhecidos, etc. não é tarefa fácil. Seja em casa, no café, na rua, no jardim, na feira ("ó mãe,  olha o meu professor!"), mil olhos sempre postos em nós. Nunca podíamos pôr o pé na "poça".

Por todas estas razões estavam criadas as condições para não ser um ano fácil. E assim foi:

− Só um 4 para o Francisco!?

− Médio, Médio, Médio, Médio! Ao menos um Elevado!!

− Na reunião do conselho de turma um pouco de água benta para a Maria!

Algumas das amizades azedaram um pouco e alguns familiares deixaram de me convidar para os batizados.

Fiquei ao menos de consciência tranquila, não obstante acabar por reconhecer que alguns destes alunos acabaram por ser prejudicados porque me coloquei, algumas vezes, no papel de mulher de César: "Não basta sê-lo,  é preciso parecê-lo."

A coisa não correu bem logo no meu primeiro dia.

Apresentei-me ao diretor, que me recebeu cordialmente, pois, embora não fosse alguém das minhas relações de amizade,  conhecíamo-nos por frequentar o mesmo café. Perguntei se se encontrava na escola um colega professor, meu amigo, de longa data, de nome António.

Resposta pronta do homem:

−  Se é o que eu penso está na cadeia. 

Fiquei atónito. O António na cadeia!? Ainda há dois dias estive com ele!

Estava eu a digerir aquela bombástica notícia, com suores frios e as pernas a cederem, enquanto o homem com toda a calma do mundo e um sorriso cândido procurava o meu horário no meio de uma selva de papeis.

Com a voz trémula ainda afirmei: 

− Tem a certeza?!...

Entretanto entra no gabinete outro elemento da direção a quem o diretor pergunta:
 

 Ó Francisco, o professor António está na cadeia, não está?!

Responde a criatura,  parecendo-me com voz de compaixão:

− Ainda hoje estive lá a conversar um pouco com ele. 

Fiquei de rastos, o meu amigo António na cadeia, o que terá feito de tão grave?!

Entretanto o Diretor lá encontra a agulha no palheiro (o meu horário) e afirma com um sorriso de menino:

− E o colega também vai para a cadeia!

É então que olho para o meu horário e vejo escrito no lugar do nome da sala de aula a palavra: CADEIA.

Assim mesmo, a escola funcionava no antigo hospital (a sede) (Foto nº 2).   e na antiga cadeia, que distava 500 metros da sede. Embora eu já não residisse na cidade há vários anos,  tinha conhecimento que o antigo liceu funcionava no hospital, mas desconhecia em absoluto que também funcionava na antiga cadeia e mesmo que existia.

Aqui a sala de professores funcionava no antigo recreio dos reclusos e as salas de aula nas antigas celas. O edifício não sofreu nenhuma alteração estrutural da antiga cadeia, pelo que as salas de aulas (as celas) mantinham uma pequena abertura junto ao teto, onde entrava apenas um fio de luz. Mantinha a porta de ferro reforçada que pesava uma tonelada, que fechava só da parte de fora com uma ferragem dos anos 30.
 
Todos os professores davam aulas de porta aberta.

Eu, para além de dar as aulas de porta aberta, ficava sempre de pé junto à mesma com medo que alguém a fechasse, pois sempre sofri de claustrofobia. Era uma brincadeira frequente quer de alunos quer mesmo de professores.

Com a massificação do ensino, com muita imaginação, se encontraram soluções de recurso para acomodar tantos alunos: antigos hospitais, antigas cadeias, antigos tribunais bem como os famosos pavilhões pré-fabricados em madeira.

Joaquim Costa (Foto nº 3)

(Revisão / fixação de texto: LG)
_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 9 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24932: E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) - Parte III: Primeiro, Santo Tirso, a seguir, Portalegre e logo... Santarém (onde fiz a minha formação pedagógica)

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24865: E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) - Parte I: Santo Tirso, o dono da "tasca"



Porto > O atual edifício do ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto. que faz parte do IPP - Instituto Politécnico do Porto. Fonte: ISEP (2023)


Santo Tirso - Fachada da atual Escola Secundária Tomaz Pelayo.
Fonte: Agrupamento de Escolas Tomaz Pelayo (2023)



1. Mensagem do Joaquim Costa:

(i) ex-fur mil at Armas Pesadas Inf, CCAV 8351, "Tigres do Cumbijã"  (Cumbijã, 1972/74);

(ii) membro da Tabanca Grande desde 30/1/2021, tem cerca de 7 dezenas de referências no blogue;

(iii) autor da série "Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74)" (de que se publicaram 28 postes, desde 3/2/2021 a 28/7/2022) (*), e que depois publicou em livro ("Memórias de um Tigre Azul - O Furriel Pequenina", por Joaquim Costa; Lugar da Palavra Editora, 2021, 180 pp);

(iv) tirou o curso de engenheiro técnico, no ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto;

(v) foi professor do ensino secundário, tendo-se reformado como diretor da escola secundária de Gondomar;

(vi) minhoto, de Vila Nova de Famalicão (**), vive em Rio Tinto, Gondomar;



Data - 24/10/2023, 10:49
Assunto - Depois da Guiné... a luta continua

Olá,  Luís,

Espero que tudo esteja bem contigo.

Envio-te a minha primeira crónica, que publico no Facebook, sobre as “Minhas Escolas”.

Esta primeira crónica faz uma pequena referência às dificuldades e peripécias sobre o regresso à escola para concluir os cursos que ficaram a meio com a nossa mobilização para a guerra.

Deixo ao teu critério o interesse na publicação do Blogue.

Um grande abraço

Joaquim Costa



2. Comentário do editor LG:

Joaquim, é indecente responder-te só agora... Para mais sendo tu um colaborador "líquido", do nosso blogue, já com 67 referências, o que é muito para quem entrou há pouco mais de dois anos e meio. Lembro que és autor de uma notável série, "Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã", com  base da qual publicaste o teu livro “Memórias de Guerra de um Tigre Azul” (Rio Tinto, Lugar da Palavra, 2021, 179 pp.), 

Como já te respondi, por mail e na sequência da nossa última conversa ao telefone, claro que vamos publicar.  É um "filão" a explorar, o teu, o nosso pós-guerra como "paisanos"... 

Não temos aqui falado tanto quanto deveríamos  das dificuldades e obstáculos que, nós, antigos combatentes,  tivemos de enfrentar e vencer depois da peluda: exorcisar os fantasmas da guerra, "esquecer a Guiné", fazer os "lutos",  acertar o relógio e o calendário, arrostar  com as "piadas de mau gosto" (quando não mesmo a hostilidade de certos indivíduos e grupos), voltar a estudar, arranjar um emprego, ou retomar o trabalho que já tínhamos antes da tropa, refazer a vida pessoal e familiar, arranjar casa, casar, contrair o primeiro empréstimo bancário (e pagar juros altíssimos!), comprar o primeiro automóvel,  ou fazer as primeiras férias com a namorada, ou a mulher e os filhos, viajar, sair pela primeira vez do país, etc.  

Tu que fostes professor toda a vida, e também passaste pela experiência da administração escolar, podes falar de cátedra do que é isso de andar com a casa às casas até conseguir um lugar efetivo do quadro, próximo da terra e da casa onde queremos viver.

Seguramente que as tuas crónicas vão motivar e ajudar outros camaradas a escrever sobre o assunto, doloroso e fascinante ao mesmo tempo.


E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) 

Parte I: Santo Tirso, o dono da "tasca"


Ainda na ressaca dos dois anos passados no inferno da Guiné e completamente alucinado com o desenvolvimento do PREC (Processo Revolucionário Em Curso, 1974/75), assistindo incrédulo ao incêndio e destruição da sede de um partido político com uma multidão em fúria, lá me desloquei à minha antiga Escola (hoje ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto) tentar retomar os estudos vencendo as cadeiras por concluir. 

Foi uma tarefa de avanços e recuos; não só pelo alvoroço de toda aquela juventude que já se tinha livrado da guerra e que,  ao que parece,  também queria mudar o mundo, sabe-se lá para onde... mas fundamentalmente por sentir que aquela já não era a escola que eu tinha deixado.

Esta miudagem olhava para estes “velhos;” tisnados pelo sol da Guiné e com aspeto de alucinados, com alguma desconfiança já que cumprimentavam com deferência os seus antigos professores, que eles queriam sanear.

Como os porcos espinho no inverno,  lá se conseguiu um espaço mais ou menos confortável para as duas gerações. Os miúdos tinham já conseguido reduzir para 3 anos a duração dos cursos, entrar na direção da escola e sanear alguns professores. Nós conseguimos manter a antiga estrutura e duração do curso, o mesmo currículo e aulas suplementares nas cadeiras estruturantes.

Lá se conseguiu concluir o curso com o mesmo espírito com que se venceram os dias de inferno na Guiné, apoiados uns nos outros, nunca deixando ninguém para trás.

Concluído o curso, enquanto esperava pela resposta aos inúmeros currículos enviados para várias empresas, com outros colegas avançámos, como profissionais liberais, na elaboração dos primeiros projetos (ou proje...tinhos) de engenharia.

Entretanto surge a minha colocação na Escola Industrial e Comercial de Santo Tirso, que aceitei uma vez que me garantia o vínculo à função pública.

Não foi fácil, pois o ensino estava a anos-luz das minhas preferências. Apresentei-me na escola num dia, e nesse mesmo dia me indicaram a sala, cheia de alunos, para iniciar as aulas. 

O que é isso de pedagogia?!... Desenrasquei-me, ensinando como fui ensinado!

Entrei pela primeira vez na sala de professores, onde se discutia aos gritos os últimos desenvolvimentos do PREC. Mesmo naquelas condições não foi uma entrada discreta, para além do silêncio de igreja que abruptamente se fez sentir, vejo, incrédulo, toda a gente a afastar-se de mim. Tinha acabado de trocar o meu Fiat 600 por uma Diane nova com os estofos de uma mistela que deixava um cheiro na roupa insuportável. Demorou um ano a sair aquele cheiro,  pelo que não foi fácil fazer... amizades.

Passei dois anos nesta Escola, bem perto de casa (que era em Famalicão), mas não foram propriamente os melhores anos da minha vida. Contudo gostei muito dos alunos com quem mantive uma boa relação.

Também ajudou a algum desconforto o facto de ser o responsável pelo bar da escola, tarefa que ninguém queria, já que se estava sujeito a todo o tipo de piropos sobre a qualidade dos produtos e a quantidade do queijo e fiambre no pão. Chegaram a insinuar que eu estava a meter dinheiro ao bolso. Era brincadeira, mas... aleijava!

Até os amigos das jogatanas de futebol de salão me tratavam por... “tasqueiro”!

Sim, é mesmo verdade! Imaginem o meu espanto quando a Diretora me entrega o horário com duas horas da “disciplina” de Bar. Argumentei que a minha formação era em engenharia eletromecânica pelo que nada sabia sobre restauração. Dizia ela, com um sorriso nos lábios: "não dá trabalho nenhum, é só comprar os produtos e vendê-los ao preço de custo. No final do ano entregas um relatório com a diferença do deve e haver a zeros!"...

Ficou, ao menos,  uma grande amizade com o funcionário do bar, o meu braço direito...e esquerdo.

Não foram propriamente dois anos fáceis, principalmente na "cadeira" de Bar...

Joaquim Costa

_____________

Notas do editor

(*) Último poste da série > 28 de julho de 2022 > Guiné 61/74 - P23465: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte XXVIII: Em 1976, uma viagem pela velha Europa para esquecer a guerra e espairecer do PREC

(**) Vd. postes de:

18 de dezembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23891: Origens do Tigre Azul: Nado e criado entre Famalicão e o Porto (Joaquim Costa, ex-fur mil, CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74) - Parte I: A pomada milagrosa

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24645: Ser solidário (258): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (5): A força das mulheres da Guiné-Bissau (Renato Brito)

1. Mensagem enviada ao nosso Blogue, em 9 de Setembro de 2023, por Renato Brito, voluntário, que na Guiné-Bissau integra um projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa:

Bom dia Carlos Vinhal,
Partilho mais um bilhete-postal que vai dando notícias sobre a campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa – Guiné-Bissau.
Partindo da imagem sugestiva de um grupo de mulheres que transportam água na aldeia de Cabuca, apresento uma reflexão sobre a força das mulheres da Guiné-Bissau.
Destaco também a ideia reconhecida e premiada da Associação Afectos com Letras de oferecer em aldeias descascadoras mecânicas de arroz para que as meninas possam frequentar a escola.
Bem ilustrativo desta realidade este vídeo:



Ainda sobre este tema, procurei ajuda para traduzir do Crioulo a música de Zé Manel “Mindjer i um Kumpanher” que pode ser ouvida neste site:


Apresento ainda um projecto de distribuição gratuita de água potável realizado no sul do Senegal, desenvolvido pela Associação Italiana Salo Balouo.
Referem no site que com um investimento que pode variar entre 7.000 e 12.000 euros, beneficiam desta água sem vírus nem bactérias, diretamente 3000 pessoas e indiretamente 10.000.
Possível consultar a descrição detalhada deste interessante projecto neste site:
https://www.balouosalo.com/projects/pozzo-kenewal.html


Ainda, como acontece com cada “cartolina”, divulgo a apresentação da minha viagem à Guiné-Bissau que se vai realizar no Centro Cultural Urania, na cidade de Merano.
Uma noite onde os presentes vão poder também experimentar a gastronomia e ouvir a música do país.
Para quem tenha curiosidade, possível aceder à apresentação deste deste evento aqui:
https://urania-meran.it/it/cultura-societa/cultura-allurania/kurs/2310C10271/merano-travel-nights-02-guinea-bisseau-in-bicicletta-attraverso-lafrica-oc/

Muito grato pelo seu contributo em divulgar este projecto.

Cumprimentos,
Renato Brito

____________

Notas do editor

Vd. poste anterior de 27 DE ABRIL DE 2023 > Guiné 61/74 - P24260: Ser solidário (255): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (4) (Renato Brito)

Último poste da série de 30 DE ABRIL DE 2023 > Guiné 61/74 - P24268: Ser solidário (257): Com a consignação de 0,5% do nosso IRS a favor da ONGD Afectos com Letras (NIF 509301878), podemos ajudar a levar descascadoras de arroz até à Guiné-Bissau, retirando as meninas do trabalho manual da descasca e permitindo que vão à escola

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24438: O Nosso Blogue como fonte de informação e conhecimento (101): Pedido de apoio para a obtenção de antigos manuais escolares do PAIGG (com destaque para o livro da 4ª classe). editados na Suécia, em Upsala, impressos na Wretmans Boktryckeri AB (Jorge Luís Mendes, Primeiro-Conselheiro da Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil)


Capa de "O Nosso Livro, 3ª Classe", PAIGC, s/d (Cortesia de Jorge Luís Mendes)



Foto do histórico fundador, secretário geral e líder do PAIGC, Amílcar Cabral (1924-1973), incluída em O Nosso Livro de Leitura da 2ª Classe, editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné (sic). Tem o seguinte copyright: © 1970 PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sede: Bissau (sic)...

A primeira edição teve uma tiragem de 25 mil exemplares, tendo sido impressa em Östervåla, Uppsala, Suécia, em 1970, na tipografia Tofters / Wretmans Boktryckeri AB.


1. Mensagem do nosso leitor Jorge Luis Mendes:

Data . 26/06/2023, 16:48

Assunto . Pedido de apoio para a obtenção de livros antigos do PAIGC

Caros amigos, Camaradas da Guiné, com a devida permissão!

Senhor Luís Graça,

Com os meus melhores cumprimentos e, tenho a honra de solicitar, se possível, o obséquio de seguinte livro: 

PAIGC. O nosso livro 4 ª classe. Uppsala: Wretmans Boytryckeri AB, n.d.

Destarte, os Manuais Escolares do PAIGC foram criados coletivamente por professores e outros militantes e impressos em Uppsala, na Suécia, pela tipografia (?)-

O motivo do meu pedido, relaciona-se com a coleta seletiva de livros antigos, isto é, Livros Escolares, do PAIGC, Editados na Uppsaka, na Suécia, de nível de 1ª Classe, 2ª Classe, 3ª Classe e 4ª Classe, que haviam sido distribuídos nas regiões libertadas, no período de 1963 – 1974. O uso desses Livros foi extensivo como materiais didáticos até 1985.

Pois, estou escrevendo Memória: o Lugar/engajamento da Família Farã Mendes, Deputado do PAIGC e Comité do Partido, Irmãos, Primos e Filhos, durante a Luta Armada de Libertação Nacional.

Estou ensaiando, demonstrar o empenho, ou seja, a dedicação em que toda minha família estava engajado para que a Guiné-Bissau fosse independente.

Por isso, gostaria de obter esses livros tão importantes na vida da minha família e da Guiné-Bissau, para aproveitar algumas fotografias em que minhas irmãs, irmãos e primos fazem parte no Livro de 4ª Classe do PAIGC, intitulado o Nosso Livro de Leitura.

Eis, o título do Livro que estou escrevendo:

Contributo, Memória e História em Memória da Família Farã Mendes durante a Luta Armada para a Edificação do Estado da Guiné-Bissau.

Farã Mendes foi do Comité do PAIGC e Deputado da 1ª Legislatura para a Região de Cubisseco-de-Baixo, Tombali, Sul da Guiné-Bissau.

Alta Consideração
Jorge Luís Mendes
Primeiro-Conselheiro
Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil
email: jorlui.mendes@gmail.com



Capa do Livro da 1ª Classe do PAIGC... Exemplar capturado pelo nosso camarada Manuel Maia no Cantanhez, possivelmente em finais de 1972 ou princípios de 1973. Vê-se que esse exemplar tinha uso. A capa teve de ser reforçada com uns improvisados adesivos (aparentemente autocolantes, que acompanhavam embalagens de apoio humanitário, vindas do exterior).  Sabe-se que foram feitos, na Suécia, 20.000 exemplares deste livro,  numa primeira edição. "Neste mesmo dia apanhei ainda duas cartas, uma escrita em árabe e outra em crioulo", diz.nos o nosso camarada Manuel Maia, ex-fur mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine (1972/74).

Foto (e legenda): © Manuel Maia (2009).  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Capa e contracapa de "O Nosso Livro, 2ª classe", PAIGC (1970). Cortesia de Paulo Santiago (que vive em Águeda e foi alf mil, comandante do Pel Caç Nat 53, Saltinho , 1970/72). A impressão já foi feita (em que ano ?)  pela empresa dos irmãos Tofters,   sediada em Östervåla, que, em 1973,  ficaram com o que restou da Wretmans Boktryckeri AB. (Östervåla é uma localidade situada no município de Heby, condado de Uppsala, Suécia com c. 1600 habitantes em 2010.)

2. Comentário do editor Luís Graça:

Caro senhor  Jorge Luís Mendes, primeiro-conselheiro da Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil: obrigado, antes de mais, pelo contacto, e pelo pedido de ajuda.

Já aqui apresentámos a capa e a contracapa de O Nosso Primeiro Livro, o manual escolar usado nas escolas do PAIGC, editado em 1966, pelo Departamento Secretariado, Informação, Cultura e Formação de Quadros do Comité Central do PAIGC... Algumas imagens digitalizadas do livro chegaram-nos pela mão de diveros camaradas  nossos (*) 

 Também apresentámos imagens (digitalizadasw) do manual escolar do PAIGC, O Nosso Livro - 2ª Classe.  O livro foi "elaboradao e editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné" (sic). Tem o seguinte copyright: 1970 PAIGC - Partido Afrucano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sede: Bissau (sic)... A primeira edição teve uma tiragem de 25 mil exemplares. Também foi mpresso em Upsala, Suécia, em 1970, por Wretmans Boktryckeri AB.

 Infelizmente não temos informação sobre os livros de leitura da 3ª e 4ª classes, também impressos na Suécia, na mesma gráfica,  Contrariamente aos livros da 1ª E 2 classe, os da 3ª e 4ª classe deveriam ser mais raros no mato (nas "regiões libertadas") e daí não terem ainda aparecido antigos combatentes portuguesas com exemplares apreendidos.

Recorde-se que era a Lilica Boal (Maria da Luz Boal) quem dirigia a Escola Piloto do PAIGC em Conacri (criada em 1965, para acolher os filhos dos combatentes e os órfãos de guerra), sendo também ela a responsável pelos conteúdos nos manuais escolares, publicados na Suécia. 

A Lilica Boal era mulher do dr. Manuel Boal, outro natural de Angola, que saiu em 1961 para se juntar aos movimentos nacionalistas. A Lilica Boal nasceu em Tarrafal, Santiago, Cabo Verde, em 1934. Não confundi-la com a "Maria Turra", a Amélia Araújo, que deu  voz à "Voz da Libertação", do PAIGC (estação de rádio inaugurada em 1967).

Lamentavelmente nenhum destes quatro livros parece constar da PORBASE - Base Nacional de Dados Bibliográficos, numa pesquisa rápida que fizemos (e em que são listadas apenas 50 referèncias bibliográficas com o descritor PAIGC). Também não sabemos se há algum exemplar destes livros no Arquivo Histórico-Militar ou outros arquivos nacionais. Prometemos procurar com mais tempo e vagar. Mas para já pedimos a preciosa ajuda dos nossos leitores. (***)

Vamos tentar também, pelos nossos contactos na Suécia (na época um parceiro estratégico do PAIGC) (****),  localizar, nalguma biblioteca pública,  um exemplar do livro da 4ª classe, para pelo menos podermos digitalizar a capa e as fotografias pretendidas pelo Jorge Luís Mendes. Tal como em Portugal, na Suécia deveria ser obrigatório, na época,  o "depósito legal" de uns tantos exemplares dos livros impressos no país.

Sabemos que os manuais foram todos (?)  impressos na Wretmans Boktryckeri AB; um tipografia ou oficina gráfica fundada em 1889, por Harald Wretmans, tipógrafo com formação alemã, e que faliu em 1973, depois de ter passado por várias mãos, e de ter 40 funcionários na década de 1940. Tinha fama de apresentar boas encadernações. Em 1973 foi adquirifa, a massa falida, pela gráfica dos Tofters, em Östervåla.(****ª)
_____________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

23 de fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3928: PAIGC: O Nosso Livro da 1ª Classe (Manuel Maia, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610, Cafal Balanta / Cafine, 1972/74)

27 de outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2221: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (1): Bandêra di Strela Negro (Luís Graça / Paulo Santiago)

29 de junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1899: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (1): O português...na luta de libertação

1 de kulho de 2007 > Guiné 63/74 - P1907: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (2): A libertação da Ilha do Como (A. Marques Lopes / António Pimentel)

4 de julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1920: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (3): O mítico Morés

9 de julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1938: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (4): Catunco

(**) Vd também postes relativos ao livro da 2ª classe, uma edição sueca, e obedecendo à mesma linha estética do livro da 1ª classe:

27 de iutubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2221: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (1): Bandêra di Strela Negro (Luís Graça / Paulo Santiago)

31 de iutubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2232: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (2): O Morés e os amigos da Europa do Norte (Luís Graça / Paulo Santiago)

(***) Último poste da série > 14 de outubro de  2022 > Guiné 61/74 - P23710: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (100): O Arquivo da Defesa Nacional disponibiliza acesso a documentação entretanto desclassificada relativa à guerra colonial (Beja Santos / Carlos Vinhal)

(****)  Sobre a ajuda sueca ao PAIGC e depois à Guiné-Bissau, vd. postes de:


4 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13847: Da Suécia com saudade (41): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte II)... Um apoio estritamente civil, humanitário, não-militar, apesar das pressões a que estavam sujeitos os sociais-democratas, então no poder (José Belo)

5 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13849: Da Suécia com saudade (42): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte III)... Pragmatismos de Amílcar Cabral e do Governo Sueco, de Olaf Palme, que só reconheceu a Guiné-Bissau em 9 de agosto de 1974 (José Belo)

7 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13859: Da Suécia com saudade (44): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte V): Quando se discutia, item a item, o que era ou não era ajuda humanitária: catanas, canetas, latas de sardinha de conserva... (José Belo)

(*****) Vd. Uppsala industriminnesforening [Associação para a Memória Industrial de Uppsala ]

https://www.uppsalaindustriminnesforening.se/wretmans-boktryckeri-ab/

 Resumo  (da responsabilidade de LG):

Upsalla (hoje com mais de 160 mil habitantes), situada no centro leste do país, é conhecida pela sua universidade (a mais velha da Escandinávia), e ainda pela sua imponente catedral luterana. Desde o séc. XII, também o centro religioso da Suécia.

Upsalla, desde a década de 1860 até a década de 1970,  era "uma animada cidade industrial", com diversas empresas na área da indústria transformadora. Possuia também duas grandes gráficas, Almqvist & Wiksell e Appelbergs,  mas também tipografias de menor dimensão, como a  Wretmans Boktryckeri AB  ou a Akademitryckeriet. 

Wretmans Boktryckeri foi fundada em 1889 por Harald Wretman, que  fora tipógrafo na Alemanha.   Tornou.se um reputado impressor na cidade.  Depois de várias localizações, a tipografia mudou-se  para Östra Ågatan 33, onde permaneceu até a liquidação em 1973. 

Após a morte de Wretman,  a empresa mudou de mãos, e em 1925, Emil Sjögren transformou empresa em sociedade anônima.  A Wretmans Boktryckeri permaneceu na posse da família Sjögren até 1973, quando a gráfica foi fechada. 

Além de livros, a Wretmans também imprimia jornais, revistas,  impressos publicitários, etc.. O equipamento mecânico era completamente moderno para a época. No entantorante muito  tempo, a gráfica não tinha encadernação própria, até meados da década de 1960. 

Em meados da década de 1940, Wretmans tinha cerca de 40 funcionários, que foram depois  diminuíndo  gradualmente. Em 1973, ano da sua  liquidação, restavam apenas nove funcionários..

Após o fechamento em 1973, as máquinas e acessórios foram adquiridos pela gráfica dos Tofters em Östervåla.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Guiné 61/74 - P24260: Ser solidário (255): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (4): Venha conhecer a Guiné-Bissau (Renato Brito)

1. Mensagem enviada ao nosso Blogue, em 21 de Abril de 2023, por Renato Brito, voluntário na Guiné-Bissau, que integra um projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa:

Bom dia Carlos Vinhal
Partilho mais um bilhete-postal que vai dando notícias sobre a campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau.
Depois dos bons resultados do mercado de venda de objectos em segunda-mão em Merano (550 euros), partilho consigo a notícia da participação em um festival multicultural numa cidade chamada Bressanone, sempre na Região italiana do “Alto Adige”, onde resido.
Este evento é organizado pela “Casa della solidarietà” que, como o nome indica, ajuda pessoas a superar uma situação de vida difícil.
Sobre este festival pode visualizar alguma informação aqui:
https://www.zugluft.it/sample-page/?lang=it

Para divulgar, mais uma “cartolina” que partilho consigo. Desta feita resolvi contar como percorri a Guiné-Bissau em bicicleta em 2020. Envio-lhe também uma simpática publicação do IBAP sobre os parques naturais da Guiné-Bissau.
No site criei uma página onde “arrumo” as publicações que vou encontrando.
Pode visualizar aqui:
https://sostegnoguineabissau.weebly.com/pubblicazioni
Conhece outras que estejam disponíveis na Internet e que concorram nesta ideia de dar a conhecer aspectos relevantes da cultura e do território Guineense?

Cumprimentos,
Renato


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Nota do editor

Último poste da série de 14 DE MARÇO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24143: Ser solidário (254): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (3) (Renato Brito)

terça-feira, 14 de março de 2023

Guiné 61/74 - P24143: Ser solidário (254): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (3): Sabores da Guiné-Bissau (Renato Brito)



1.
Mensagem enviada ao nosso Blogue, em 8 de Março de 2023, por Renato Brito, voluntário na Guiné-Bissau, que integra um projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa:

Bom dia Carlos Vinhal,

Partilho mais um bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau.
Está agendado para o dia 30 de março um mercado de venda de objectos em segunda-mão em Merano – Itália. Os objectos foram em parte doados por meninos de uma escola primária onde apresentei as fotografias da Guiné-Bissau.

Outros foram oferecidos por amigos e conhecidos.

Sempre com a ideia de divulgar simultaneamente aspectos relevantes do país, desta vez um pouco da gastronomia. Pesquisando descobri que o embondeiro para além de ser uma árvore imponente produz um fruto que é também um super alimento. A sua polpa contém duas vezes mais cálcio que o leite e seis vezes mais vitamina C do que uma laranja.

Encontra-se uma descrição desta árvore na página 33 desta publicação com um curioso título “Plantas usadas por chimpanzés e humanos no Cantanhez, Guiné-Bissau”.
Publicado pelo Repositório da Universidade de Lisboa, está disponível para consulta e download neste endereço internet: https://repositorio.ul.pt/handle/10451/45219
Encontrei também este simpático livro, publicado pela Fundação Slow Food, com receitas tradicionais da Guiné-Bissau onde vem descrito como fazer o sumo de cabaceira.
Disponível para consulta e download aqui: https://www.fondazioneslowfood.com/wp-content/uploads/2015/04/ricette_guinea_bissau_POR.pdf

Envio-lhe também a imagem que deu origem ao desenho no bilhete-postal.
Este embondeiro existe em Cabuca e deve ter assistido à chegada dos portugueses.

Cumprimentos,
Renato Brito

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Nota do editor

Último poste da série de 10 DE FEVEREIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24054: Ser solidário (253): A ONGD "Na Rota dos Povos", com sede em Gondomar, na sua segunda viagem, por via terrestre, levando mais uma carrinha adaptada para pessoas com mobilidade reduzida, até Catió (Joaquim Costa)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23976: Ser solidário (252): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (2): Ponto da situação da campanha de angariação de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa (Renato Brito)

1. Mensagem enviada ao nosso Blogue, em 11 de Janeiro de 2023, por Renato Brito, voluntário na Guiné-Bissau, que integra um projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa:

Boa noite Sr Carlos Vinhal
Na sequência do mail enviado a 27.07.2022 solicitando o contributo para divulgar uma campanha de angariação de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa, venho por este meio dar notícia dos avanços desta iniciativa.

Neste momento a escola já tem projecto. Envio-lhe em anexo uma síntese da proposta.

Com o intuído de divulgar esta iniciativa, no passado mês de dezembro, surgiu a oportunidade de apresentar as fotografias da minha viagem à Guiné-Bissau em 2020 a crianças de uma escola primária na cidade de Bolzano, situada no norte de Itália, onde vivo. Deparei-me com um público muito atento e participativo a observarem como se vive num país onde a maioria das pessoas vive sem eletricidade, como usam a água, como cozinham e o que comem. Foi-lhes pedida a doação de um objecto para ser vendido num mercado de segunda-mão, contributo destas crianças para tentar substituir a escola de palha de Sincha Alfa. Foram ainda convidados a escreverem ou desenharem num bilhete-postal algo sobre o objecto que presenteavam. Com o material recolhido resolvi elaborar um site para divulgar estes objectos através da internet. Na secção “notizie” deste site encontra a referência a esta atividade.

https://sostegnoguineabissau.weebly.com

Para divulgar este espaço digital foi elaborado mais um bilhete-postal “cartolina 03” que pretende também enaltecer os artesãos da Guiné-Bissau. Destaque para os construtores de canoas que escavam de uma árvore de poilão esta embarcação.

Sobre esta árvore sagrada na Guiné-Bissau fala-se na página 239 da publicação “As árvores florestais da Guiné-Bissau”. Este precioso livro, que dá a conhecer as riquezas naturais da Guiné-Bissau, é publicado pelo Repositório da Universidade de Lisboa.

Está disponível para consulta e download neste endereço internet:

https://repositorio.ul.pt/handle/10451/45909

Ainda com o intuito de divulgar o potencial turístico do país foi também publicitado o Guia Turístico da Guiné-Bissau disponibilizado gratuitamente pela Associação “Afectos com Letras” que por diversas vezes encontro referenciada no vosso blog.

É possível encontrar este guia turístico da Guiné-Bissau em Português, Francês, Inglês e Espanhol neste endereço internet:

http://afectoscomletras.blogspot.com/2018/05/guia-turistico-descoberta-da-guine.html
Esta campanha continua a precisar do contributo das pessoas de boa vontade, parafraseando o professor Mamadou de Sincha Alfa.

Agradeço-lhe o contributo na divulgação deste projecto.

Cumprimentos,
Renato Brito

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Notas do editor:

As imagens ampliam com um clic

Vd. poste de 2 DE AGOSTO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23483: Ser solidário (249): Divulgação de uma campanha de recolha de fundos que visa construir uma escola em Sincha Alfa, Leste da Guiné-Bissau (1) (Renato Brito)

Último poste da série de 28 DE NOVEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23824: Ser solidário (251): Divulgação da campanha de fundos que visa ajudar o luso-guineense Mamadu Baio, músico de Tabatô, a publicar o seu primeiro CD em Portugal onde vive há 10 anos... Ponto da situação: 33 doadores (cinco do blogue), num total de 1800 euros (1/3 da meta)...Camaradas e amigos, ainda podem fazer uma pequena doação até ao dia 4 de dezembro

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23483: Ser solidário (249): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (1): Divulgação de uma campanha de recolha de fundos que visa construir uma escola em Sincha Alfa, Leste da Guiné-Bissau (Renato Brito)

1. Mensagem enviada ao nosso Blogue, em 27 de Julho de 2022, por Renato Brito, voluntário na Guiné-Bissau, pedindo a divulgação da campanha de recolha de fundos para construção de uma escola em Sincha Alfa no Leste da Guiné-Bissau:

Boa tarde,
Chego ao vosso blogue através de uma publicação do Senhor Mário Beja Santos que a 08 de Março 2013 publica um artigo sobre o músico Lilison di Kinara.

Desde 2015 trabalho no norte de Itália num centro que acolhe refugiados, em grande parte oriundos da África Sub-sahariana, alguns da Guiné-Bissau.
Em fevereiro de 2020 fui conhecer a Guiné-Bissau. Viajei durante 1 mês de bicicleta pelo país. Sincha Alfa é a aldeia de onde é originário o pai de um dos requerentes de proteção internacional que vive onde trabalho.
Constatando as condições deficitárias da escola, resolvi pôr em prática uma campanha de recolha de fundos que visa construir uma escola nesta.

Partilho convosco os “bilhetes-postais” preparados para divulgar esta ideia.
Se acharem pertinente, agradeço o vosso contributo para divulgar este projecto.

Cumprimentos,
Renato Brito


Guiné-Bissau > Localização de Sincha Alfa
Guiné-Bissau > Sincha Alfa > Exterior da Escola
Guiné-Bissau > Sincha Alfa > Interior da Escola
Guiné-Bissau > Sincha Alfa > Regresso da Escola
Cartolinas - Clicar nas imagens para facilitar a leitura


OBS: Em relaçao aos conteúdos da “cartolina 02” deixo o formato texto onde espero possam aceder directamente aos “links” assinalados:

LILISON DI KINARA - Bamatulu (1999) – Luciana
https://www.youtube.com/watch?v=WPfcxOgTiwA

LILISON DI KINARA - Bamatulu (1999) – Fidjus (Soronhas di Lili)
https://www.youtube.com/watch?v=RQMqIr7YCVk

ZÉ MANEL - African Citizen (2003) – Mindjer i um Kumpanher
https://www.youtube.com/watch?v=9n5Z1OyeoQs

IBRAHIMA GALISSA - Tafettas (2004) – Saudade do meu amor
https://www.youtube.com/watch?v=n6j8mNJro34

IBRAHIMA GALISSA - Tafettas (2004) – Yay Balma
https://www.youtube.com/watch?v=SnXcf3JHQgU

BIDINTE - Iran do Fanka’s (2001) – Considjo di Garandis
https://www.youtube.com/watch?v=h3AyKBkoFfI

ENEIDA MARTA - Lôpe Kai (2006) – Mindjer Doce Mel
https://www.youtube.com/watch?v=QGrseiVptSE

ENEIDA MARTA - Nha Sunhu (2015) – Na Bu Mons
https://www.youtube.com/watch?v=Z5YQ4y-fO9A

KARYNA GOMES - Mindjer (2014) – Amor livre
https://www.youtube.com/watch?v=pGyZvhiy-Ts&t=15s

KARYNA GOMES - Mindjer (2014) – Mindjer di Balur
https://www.youtube.com/watch?v=wiIxk1fPCa8

KARYNA GOMES - Mindjer (2014) – Mindjer i Namê
https://www.youtube.com/watch?v=PBJ6tnFMLDA

BINHAN - Lifante Pupa (2017) – Amor so Amor
https://www.youtube.com/watch?v=2URysJEzy5g

Documentário “Kora”
Filme de Jorge Carvalho, rodado na Guiné-Bissau, conta a história de um dos mais importantes instrumentos musicais da África Ocidental.
Documentário completo com legendas em Inglês:
https://www.youtube.com/watch?v=qy1sKOaWZL8

Renato Brito

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Nota do editor

Último poste da série de 30 DE JULHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23475: Ser solidário (248): Pedido de apoio para a instalação de painéis solares na Escola Humberto Braima Sambu e angariação de fundos com o objetivo de construir um pavilhão multiusos (Marta Alegre)

sábado, 30 de julho de 2022

Guiné 61/74 - P23475: Ser solidário (248): Pedido de apoio para a instalação de painéis solares na Escola Humberto Braima Sambu e angariação de fundos com o objetivo de construir um pavilhão multiusos (Marta Alegre)

1. Mensagem de Marta Alegre, voluntária na Guiné-Bissau, enviada ao nosso Blogue em 16 de Junho de 2022:

Caros Amigos e Camaradas da Guiné,
O meu nome é Marta Alegre, tenho 27 anos e estou neste momento em Bissau, em missão de voluntariado numa Escola no Bairro Militar. Sigo o vosso blogue desde que cheguei a Bissau em Abril, por indicação do amigo Patrício Ribeiro.

A minha primeira visita à Guiné-Bissau foi em 2018, em contexto de trabalho, quando vim organizar uma conferência internacional sobre energias renováveis. Fiquei apenas uma semana e apaixonei-me pela Guiné, pelas pessoas, pela energia, pelo calor. E desde aí que ficou o bichinho de voltar.
Decidi este ano que para voltar teria de ser por um período mais alongado para que tivesse tempo de conhecer e me envolver melhor com a comunidade. Descobri a associação portuguesa “Para Onde?” que apoia vários projetos comunitários em todo o mundo e vim fazer voluntariado para a Escola Humberto Braima Sambu, por um período de 3 meses.

Cheguei no início de Abril e desde então tenho estado, em conjunto com outros voluntários, a desenvolver atividades diversas com as crianças da escola, a lecionar aulas de apoio escolar para alunos que têm notas mais baixas, e a ajudar a Direção da Escola com algumas tarefas administrativas. Vejo todos os dias o esforço dos alunos que procuram na escola um futuro melhor, dos professores que apesar de terem salários em atraso e de as condições da escola não serem ideais, trabalham e incentivam os alunos a não desistir. E vejo o esforço do Professor Humberto e de toda a Direção da Escola que querem fazer mais e melhor todos os dias, pelo futuro destas mais de 1.000 crianças.

Estou a contactar-vos porque tenho em mãos dois projetos que gostaria de partilhar convosco e, se vos parecer adequado, pedir a partilha no vosso blogue.

O primeiro é um pedido de apoio para a instalação de painéis solares, para colmatar algumas necessidades da Escola. Envio o projeto em anexo onde podem ver todas as informações, incluindo o orçamento e planta da escola. Talvez conheçam alguma entidade que possa financiar este projeto, ou onde me devo dirigir para solicitar esse apoio.

O segundo projeto é uma angariação de fundos com o objetivo de construir um pavilhão multiusos, que será muito útil para algumas atividades da Escola e também para diversificar as fontes de rendimento.
Deixo o link onde podem doar diretamente e saber mais sobre o projeto: https://gofund.me/5ac8da64.

Agradeço desde já a V. atenção e coloco-me à disposição para esclarecer qualquer dúvida que surja. Deixo o meu contacto: +351 961 491 467 (Whatsapp).
Aguardo a V. resposta.

Com os melhores cumprimentos,
Marta Alegre
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Nota do editor

Último poste da série de 29 de Julho de 2022 > Guiné 61/74 - P23469: Ser solidário (247): Pedido de apoio para o transporte de 150 carteiras escolares de Lisboa para Bissau, destinadas à Escola Privada Humberto Braima Sambu