Mostrar mensagens com a etiqueta hino da Maria da Fonte. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta hino da Maria da Fonte. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24681: Blogues da nossa blogosfera (183): "Portugal e o passado", de Fernando Magro (1936-2023): a "revolta da Maria da Fonte" (1846)


"Maria da Fonte", por Roque Gameiro (Quadros da História de Portugal, 1917). Imagem do domínio público, cortesia de Wikimedia Commons


1. O nosso camarada Fernando Valente (Magro), que acaba de falecer aos 87 anos (*), tinha um blogue, "Portugal e o Passsado", onde publicou, entre 2011 e 2014, duas dezenas de pequenos textos sobre alguns temas da História de Portugal, que lhe eram caros.

Outro dos seus blogues tinha por título "Histórias da vida real", publicado em 2016. Tem 21 postes ou postagens.

É nossa intenção ir repescar um ou outro texto, até como homenagem ao nosso camarada.  São blogues da nossa blogosfera (**). 

Já tive ocasião de lhe deixar um comentário, no poste que a nossa Tabanca Grande lhe dedicou ontem,  e que começa por ser dirigido ao Anílio Magro, o primeiro dos Magro a integrar o nosso blogue (*)

(...) Abílio, pela tua mão chegou-nos, à Tabanca Grande, o teu 'mano velho', o Fernando, e outro dos mais novos, o Álvaro. Nenhuma família portuguesa conseguiu meter 'três manos', e para mais 'Magro', na tertúlia dos bravos da Guiné... E que chegarnm a estar juntos no CTIG!... E mais: nenhuma família portuguesa, como a dos Magro, conseguiu esta proeza de ter seis (!) filhos ao serviço da Pátria, ao tempo da guerra do ultramar, colonial ou de África (como se quiser), entre 1961 e 1974.

É, pois, com grande tristeza que eu recebo, de ti, através do blogue, a notícia de que o 'mano velho' Fernando deixou a Terra da Alegria.

Não o cheguei a conhecer pessoalmente, mas li os seus escritos, os seus postes, um dos seus livros... Para ti, para os restantes manos, para a viúva, filhos e demais família vai a minha solidariedade na dor...

A morte é sempre uma perda irreparável. Resta-nos ao menos a consolação de que o Fernando ficará no 'panteão' dos amigos e camaradas da Guiné... Não aspiramos à eternidade como os deuses e os heróis (que para os gregos ascendiam ao estatuto de semideuses). Simplesmente procuramos que os nossos antigos camaradas, que connosco fizeram a guerra e a paz, não sejam esquecidos... Afinal, morrer é sobretudo ficar enterrado na vala comum do esquecimento. Queremos continuar a lembrar e a honrar a memória do Fernando! (...)


Os dois blogues acima referidos foram mantidos graças á ajuda (informática ) do seu neto Manuel Gonçalo Gomes de Almeida Pinho Valente, na altura estudante universitário, a quem dirigimos também os nossos votos  de pesar pela perda do seu querido avô.


2- Blogues da Nossa Blogosfera > 
Portugal e o passado, de Fernando Magro > sábado, 28 de junho de 2014  >A Revolta da Maria da Fonte (**)

Foi chamada assim a rebelião que eclodiu no Minho, em Abril de 1846, durante o governo de Costa Cabral, no tempo da Rainha D. Maria II.

Começou por ser uma pequena arruaça de mulheres que tinha por cabecilha Maria da Fonte, uma rapariga da aldeia de Fonte Arcada, pertencente ao concelho de Póvoa de Lanhoso, no Minho.

Esta arruaça teve como causa, ou pretexto, a não aceitação das leis de Costa Cabral que proibiam os enterros nas igrejas.

A primeira manifestação verificou-se em 19 de Março de 1846 quando um grupo de mulheres armadas de chuços e foices, na aldeia de Santo André de Frades, concelho de Póvoa de Lanhoso, obrigou o pároco a dar sepultura dentro da igreja ao corpo de uma mulher que ia a enterrar.

Os tumultos prosseguiram e no mês seguinte alastraram por todo o Minho e Trás-os-Montes, começando a tomar uma feição de luta de guerrilhas e de movimento miguelista perante a intervenção de uma força de infantaria vinda de Braga.

Costa Cabral pediu às câmaras poderes extraordinários para restabelecer a ordem. Esses poderes - suspensão de garantias, lei marcial - foram concedidos apesar da oposição de muitos deputados. Costa Cabral enviou então para o Norte, como comissário do governo, seu irmão José, ao tempo ministro da Justiça, para sufocar a rebelião.

As medidas que este tomou mais excitaram os ânimos e acenderam a revolta. Em Vila Real surge a primeira Junta Provincial revoltosa, presidida pelo morgado Mateus, logo seguida de outras espalhadas por todo Norte, pelas Beiras e até pela Estremadura. Também em Santarém se organiza uma Junta, presidida por Manuel Passos, ao mesmo tempo que o visconde de Vinhais que comandava a divisão miliciana de Trás-os-Montes,  se coloca ao lado dos revoltosos.

José Costa Cabral vê-se obrigado a regressar a Lisboa. Perante tão grave alastramento do movimento revolucionário, o Duque da Terceira, presidente do Ministério, convocou uma reunião do gabinete a que presidiu a própria Rainha, aí declarando que não tinha força suficiente para debelar a revolta e propondo, como único meio de lhe pôr cobro, a imediata demissão do Ministério. Perante a gravidade da situação, apesar da protecção que sempre dispensara a Costa Cabral, a Rainha concordou.

O movimento saíra pois vencedor e os irmãos Cabral, vencidos, emigraram para Espanha.

Nesse tempo era compositor residente no Teatro Nacional de S. Carlos o maestro Ângelo Frondoni. Ocupava esse lugar por concurso público,  tendo sido preferido entre outros concorrentes, dos quais constava um nome que foi mais tarde reconhecido mundialmente: Giuseppe Verdi.

Ângelo Frondoni, entusiasmado com a revolta das mulheres, encabeçada pela Maria da Fonte Arcada, compôs a música vibrante do Hino da Maria da Fonte, também conhecido por Hino do Minho, hino que ultrapassou as barreiras do tempo por ser considerada uma obra- prima entre as composições do seu género, sendo ainda nos tempos actuais muitas vezes executada por orquestras sinfónicas.

Publicada por Fernando Magro à(s) 15:12

(Seleção, revisão e fixação de texto, para efeitos de publicação deste poste no nosso blogue: LG)
 
_________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de setembro de 2023 >  Guiné 61/74 - P24678: In Memoriam (486): Fernando de Pinho Valente Magro (10/05/1936 - 18/09/2023), ex-Cap Mil Art do BENG 447 (Bissau, 1970/72) (Abílio Magro)

(**) Últmo poste da série > 10 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24383: Blogues da nossa blogosfera (182): Uma "mulher de armas", a holandesa Noraly (nome de guerra, "Itchy Boots") que, com a sua especial Honda CRF 300 L Rally, acaba de atravessar a Guiné-Bissau

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Guiné 61/74 - P18029: Agenda cultural (614): Comemorações do 1º de Dezembro: 6º Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas, Av Liberdade, Lisboa, 15h00-17h00: 1 grupo de percussão, 1 banda nacional militar e 32 bandas filarmónicas civis, c. 1900 músicos


1. Evento > 1 Dezembro de 2017 > 6º Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas "1º de Dezembro" > Convite e programa

O Movimento 1º de Dezembro lançou a ideia deste grandioso desfile e mobilizou por todo o país, com o apoio dos seus delegados e da Confederação Musical Portuguesa, diferentes bandas e municípios.

É possível realizá-lo graças ao apoio da Câmara Municipal de Lisboa e à capacidade de organização da EGEAC. A iniciativa conta também com o endosso da SHIP - Sociedade Histórica da Independência de Portugal, que o incluiu no Programa Oficial das Comemorações do 1º de Dezembro, e com a parceria da CMP – Confederação Musical Portuguesa. Agradecemos também o apoio facultado pelo "Recheio" e pelo "Amanhecer".

O Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas "1º de Dezembro" foi um êxito em 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016. Será êxito maior em 2017.

13h30 - Concentração junto ao Monumento aos Mortos da Grande Guerra, na Avenida da Liberdade (ao Cinema S. Jorge)

15h00 - Início do Desfile

16h30 - Concentração final, na Praça dos Restauradores, e Apoteose Final com interpretação conjunta por 1.900 músicos dos três hinos: Hino da Maria da Fonte, Hino da Restauração e Hino Nacional.

17h00 - Fecho e desmobilização das bandas


Nesta 6ª edição, desfilarão as seguintes bandas e grupos, aqui ordenados por géneros e por ordem alfabética dos distritos e concelhos respectivos:


GRUPOS DE PERCUSSÃO:

Tocá Rufar (Seixal)

BANDA NACIONAL:

Banda da Armada

BANDAS FILARMÓNICAS:

· Banda Musical de Figueiredo (Arouca)

· Sociedade Recreativa e Filarmónica 1º de Janeiro de Castro Verde (Castro Verde)

· Banda da Sociedade Filarmónica União Mourense "Os Amarelos" (Moura)

· Banda de Música da Carvalheira (Terras de Bouro)

· Associação Filarmónica Retaxense (Castelo Branco)

· Associação Recreativa Musical Covilhanense | Banda da Covilhã (Covilhã)

· Sociedade Filarmónica Oleirense (Oleiros)

· Banda Filarmónica da União de Aldeia de João Pires (Sociedade Recreativa e Musical) (Penamacor)

· Sociedade Filarmónica Aurora Pedroguense (Sertã, Pedrógão Pequeno)

· Sociedade Filarmónica de Educação e Beneficência Fratelense (Vila Velha de Ródão)

· Sociedade Musical Recreativa de Alqueidão / Filarmónica do Alqueidão (Figueira da Foz)

· Filarmónica Instrução e Recreio de Abrunheira (Montemor-o-Velho)

· Sociedade Filarmónica Sangianense (Oliveira do Hospital)

· Banda Filarmónica Simão da Veiga da Casa do Povo de Lavre (Montemor-o-Novo)

· Sociedade Filarmónica Portimonense (Portimão)

· Sociedade Recreativa e Musical Loriguense (Seia)

· Sociedade Filarmónica Avelarense (Ansião)

· Sociedade Artística Musical 20 de Julho de Santa Margarida do Arrabal (Leiria)

· Sociedade Filarmónica Pedroguense (Pedrógão Grande)

· Associação Musical e Artística Lourinhanense (Lourinhã)

· Banda da Escola de Música da Juventude de Mafra (Mafra)

· Banda Juvenil do Município de Gavião (Gavião)

· Sociedade Musical Nisense (Nisa)

· Sociedade Recreativa Musical Alegretense (Portalegre)

· Sociedade Filarmónica de Crestuma (Gaia)

· Sociedade Filarmónica Gualdim Pais (Tomar)

· Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba (Alcácer do Sal)

· Banda Municipal do Barreiro (Barreiro)

· Banda Nova de Barroselas (Associação Banda Escuteiros de Barroselas) (Viana do Castelo)

· Banda Marcial de Tarouquela e Municipal de Cinfães (Cinfães)

· Banda de Música de São Cipriano “A Nova” (Resende)

· Sociedade Filarmónica Fraternidade de São João de Areias (Santa Comba Dão)


Será um total de 34 entidades, integrando 1 grupo de percussão, 1 banda nacional militar e 32 bandas filarmónicas civis.

Serão cerca de 1900 músicos, provenientes dos mais diversos pontos do país, que irão descer a Avenida da Liberdade para celebrar Portugal, a Independência e a Restauração, através de uma merecida homenagem a esta prática musical e à importante acção formativa e cívica das bandas filarmónicas.

Tendo como ponto de partida o monumento aos Mortos da Grande Guerra, o desfile descerá até à Praça dos Restauradores, para uma interpretação conjunta final das Bandas participantes, sob a direcção do Maestro Capitão-Tenente Délio Gonçalves, da Banda da Armada.

Ao longo do desfile, serão interpretadas várias marchas, bem como o Hino da Restauração. O alinhamento do momento colectivo conta também, além do Hino da Restauração, com a interpretação dos Hino da Maria da Fonte e Hino Nacional.

Assim não chova! Será um grande sucesso.

Fonte: Facebook > Eventos > 6º Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas "1º de Dezembro"

_______________

Nota do editor:

Último poste da série > 29 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18025: Agenda cultural (613): Amanhã, 30, pelas 18h30, na famosa Livraria Filigranes, em Bruxelas, apresentação da obra "Aristides de Sousa Mendes: memórias de um neto". Convite da Embaixada Portuguesa em Bruxelas e do Camões, I.P.