Subunidade independente, mobilizada no Regimento de Infantaria n.º 16, em Évora, sob o comando do capitão de infantaria
[, falecido 2012, no posto de coronel, reformado] (**), embarca para a Guiné em 6 de outubro de 1964, onde chega a 14 do mesmo mês.
Permanece no sector de Bissau para instrução de adaptação operacional, na região de Có-Pelundo e Prabis, tendo destacado em 18 de novembro um pelotão para reforço da guarnição de
, integrada no dispositivo do BCAÇ 506.
, como unidade de intervenção e reserva do sector, atribuída ao BCAÇ 506, com sede em
, e seguidamente ao BCAÇ 512, por divisão do Sector D, que se instalou em Nova Lamego.
Reforçou as guarnições de Madina do Boé, que já vinha do antecedente, e as guarnições de Buruntuma e Piche.
Tomou parte em operações nas regiões de Nova Lamego, Buruntuma e Madina do Boé, em que foi emboscada na estrada de Madina do Boé - Cobige, em 30 de janeiro de 1965, que causou elevado número de baixas ao IN, mas também houve a lamentar sete mortos nas NT.
Foi substituída na missão de intervenção e reserva, pela CART 731, em 19 de fevereiro de 1965.
Inicia o deslocamento para
Canquelifá, a fim de substituir um pelotão da CCAÇ 509, vindo a assumir a responsabilidade do subsector de Canquelifá, criado em 25 de fevereiro de 1965, continuando integrada no dispositivo do BCAÇ 512 e, posteriormente, no BCAV 705, que substituiu o anterior Batalhão.
Entre 25 de fevereiro e 20 de maio de 1965, destacou forças para o aquartelamento de Dunane e, entre 20 de maio e 22 de agosto de 1965, destacou forças para Sinchã Joté, além de ter destacado efectivos pelos destacamentos de Cantire e Sinchã Joté, por períodos curtos e variáveis.
Mantendo-se no mesmo Sector, Nova Lamego, foi substituída em Canquelifá pela CCAÇ 817, em 22 de agosto de 1965, para assumir a responsabilidade do subsector de Piche, com destacamento na Ponte Caium e, temporariamente, em Dunane.
A 5 de agosto de 1966, foi substituida em
Piche por dois pelotões da CCAÇ 1567, até à chegada da CCAÇ 1586, recolhendo a Bissau, onde veio a embarcar com destino à metrópole em 7 de agosto de 1966.
Bravos da CCAÇ 727 que tombaram em campanha
(i) Por doença (difteria)
António Caeiro Combadão, soldado apontador de metralhadora, n.º 782/67, solteiro, filho de Manuel Caeiro Combadão e de Joaquina Cândida Fialho, natural da freguesia de Alqueva, concelho de Portel, faleceu no HM 24, de Bissau, em 08DEZ64. Foi inumado no cemitério de Évora.
António Henriques Oliveira Marques, fur mil at inf, n.º 1374/63, solteiro, filho de Abílio Marques e de Etelvina Pessoa, natural de Vila do Mato, freguesia de Midões, concelho de Tábua, faleceu no HM 241, em 13DEZ64 - Foi inumado no cemitério de Bissau - Campa 1270.
Anastácio Vieira Domingos, soldado apontador de metralhadora, n.º 688/67, solteiro, filho de Jacinto Domingues e de Guiomar Vieira, natural de Portela dos Caídos, freguesia de Santa Clara-a-Velha, concelho de Odemira, faleceu no HM 241 de Bissau, em 13DEZ64. Foi inumado no Cemitério de Bissau - Campa 1271.
(ii) Em combate:
No sábado, 30Jan65, encontrando-se já sob comando operacional do BCaç 512, sendo Oficial de Informações e Operações o Major de Infantaria António Ribeiro Farinha, é montada por um pelotão daquela CCaç 727 acantonado desde 18Nov64 em Madina do Boé, uma emboscada no itinerário Madina do Boé - Rio Gobije, no decurso da qual ocorre uma contra-emboscada IN que causa às NT cerca de uma dezena de feridos e as seguintes sete baixas mortais:
António Angelino Teixeira Xavier, alf mil inf, nº 60-I-3064, comandante de Pelotão, solteiro, filho de António Augusto Xavier e de Angelina da Luz Teixeira Xavier, natural da freguesia Carrazeda de Montenegro, concelho de Valpaços. Foi inumado no cemitério de Carrazeda de Montenegro. Foi agraciado com a Cruz de Guerra 4.ª Classe, a título póstumo (O.E. 20/II.ª/66), porque, colocado como Comandante do Pelotão num destacamento fronteiriço, saiu voluntariamente numa patrulha onde faleceu em combate, sabendo de antemão tratar-se de uma zona onde era provável o contacto com o inimigo.
António Joaquim da Graça Viegas, soldado atirador, n.º 819/64, casado com Maria Manuela dos Santos Bárbara, filho de José Joaquim Viegas e de Dorila da Graça, natural da freguesia Moncarapacho, concelho de Olhão. Foi inumado no cemitério de Nova Lamego, região de Gabu, Guiné
Avelino António Martins, 1.º cabo atirador, n.º 708/64, solteiro, filho de Miguel António e de Perpétua Martins, natural de Canano, freguesia de Alferce, concelho de Monchique. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego região de Gabu, Guiné.
Domingos Moreira Leite, fur mil op esp, n.º 1714/63, comandante de secção, solteiro, filho de Avelino Maria Leite e de Maria Rosa Moreira, natural da freguesia de Rebordosa, concelho de Paredes. Foi inumado no Cemitério de Rebordosa.
Foi agraciado com a Cruz de Guerra 3.ª Classe, a título póstumo (O.E. 22/II.ª/65), porque, especialmente dotado para as funções operacionais de Comandante de Secção de Caçadores, que desempenhou com notável acerto e entusiasmo, [...] faleceu em combate quando a pequena coluna, de que fazia parte a sua secção, caíu numa violenta emboscada.
José Maximiano Duarte, soldado atirador, n.º 749/64, solteiro, filho de Sabino José Duarte e de Maria Celeste, natural da freguesia e concelho de Monchique. Gravemente ferido, foi evacuado de Nova Lamego para o HM 241, onde veio a falecer antes de findar esse dia. Foi inumado no Cemitério de Monchique.
José Pires da Cruz, soldado condutor auto rodas, n.º 937/64, solteiro, filho de Joaquim Pires da Cruz e de Maria dos Prazeres Pires, natural da freguesia de Cernache, concelho de Coimbra. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego, região de Gabu, Guiné.
Leonel Guerreiro Francisco, 1.º Cabo Atirador, N.º 707/64, solteiro, filho de José Francisco e de Gracinda Guerreiro, natural da freguesia de Alte, concelho de Loulé. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego - Guiné
Na Terça-feira 08Jun65, encontrando-se aquela subunidade instalada em Canquelifá (com um destacamento em Sinchã Jidé e pequenos efectivos deslocados em Cantiré e Sinchã Joté), estando desde 01Jun65 operacionalmente dependente do BCav 705 [sendo Oficial de Informações e Operações o Capitão de Cavalaria Ramiro José Marcelino Mourato], quando em deslocação no itinerário Canquelifá - Sinchã Joté e a cerca de 2km da bifurcação para Nhumanca, morrem naquele, em combate os seguintes dois militares:
António Custódio Coelho, 1.º cabo apontador de morteiro, n.º 804/64, solteiro, filho de Francisco Coelho e de Clementina Rosa, natural da freguesia de Coruche, concelho de Coruche, faleceu no Hospital Militar n.º 241 em Bissau. Foi inumado no Cemitério de Coruche.
António Dias Martins, 1.º cabo atirador, n.º 689/64, solteiro, filho de João Martins e de Maria Inácia Macia Dias, natural de Monte Alto, freguesia de Odeáxere, concelho de Lagos, faleceu no Hospital Militar n.º 241. Foi inumado no Cemitério de Odeáxere.
No domingo 04Jul65, no subsector de Nova Lamego morrem em combate os seguintes três militares:
Adelino Castanheira Dias, soldado atirador, n.º 722/64, solteiro, filho de António Dias Martins e de Maria Rosa Castanheira, natural da freguesia de Monsanto, concelho de Idanha-a-Nova. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego.
Filipe Rosa Camacho, soldado atirador, n.º 775/64, solteiro, filho de Luís Camacho e de Virgínia Rosa, natural da freguesia e concelho de Ferreira do Alentejo. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego.
Francisco João Beirão, 1.º cabo de armas pesadas, n.º 807/64, solteiro, filho de Casimiro Beirão e de Olinda Jesus Henriques, natural da freguesia de Veiros, concelho Estremoz. Foi inumado no Cemitério de Nova Lamego.
(iii) Em acidentes:
No domingo 22Ago65, momento em que foi substituída por troca com a CCaç 817, quando no aquartelamento de Canquelifá um sentinela ia ser rendido, aquele inadvertidamente atingiu gravemente a tiro o militar da CCaç 727 que naquele posto o iria render:
Mamadu Said Jaló, soldado atirador, N.º 471/64, solteiro, recrutado do CTIG, filho de Alarba Sibide e de Malan Jaló, nascido na freguesia de Santa Isabel, concelho de Nova Lamego, evacuado para o HM241 onde veio a falecer. Foi inumado no cemitério de Bissau - Campa 1884.
Na Segunda-feira 25Abr66, encontrando-se a citada Subunidade desde há cerca de oito meses em Piche, a 15km de Nova Lamego e de regresso ao acantonamento ocorre um acidente de viação, do qual resultam graves ferimentos no militar:
Manuel Gertrudes Guerreiro, 1.º cabo atirador, N.º 691/64, solteiro, filho de Isabel Gertrudes e de Daniel Salvador Guerreiro, nascido na freguesia de Alte, concelho de Loulé, evacuado para o HM241 e seguidamente para o HMP-Estrela, onde veio a falecer na Segunda-feira 09Mai66.
Na Sexta-feira 06Mai66, ocorre em Piche um outro acidente de viação, do qual resultam graves ferimentos no militar:
Manuel Joaquim de Sousa Martins, soldado condutor auto rodas, n.º 1270/67, solteiro, filho de Rosa de Sousa Martins e de Domingos Lima Martins, nascido na freguesia do Carreço, concelho de Viana do Castelo, evacuado para o HM241 e seguidamente para o HMP-Estrela, onde veio a falecer na Quarta-feira 11Mai66.
Ver aqui, no portal Ultramar TerraWeb,
a lista dos bravos da CCAÇ 727, mortos em campanha (18 no total)
Sabemos que o pessoal da companhia se reúne, todos os anos. Em 2010, por exemplo, realizou o seu XVII encontro, em Barcelos (***)
Contactos:
(i) Joaquim Esteves Ferreira, Balugães, Barcelos: telef + 351 258 107 204 / telem + 351 963 306 491
(ii) 1.º cabo escriturário (, de que se desconhece o nome) Telem + 351 914101833
(iii) Virgílio João dos Santos, Setúbal (, sem nº de telefone / telemóvel).
(iv) 1º cabo Carmelindo Guerreiro, Aveiro (?) (, sem nº de telefone / telemóvel).
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Notas do editor:
(...) Faleceu, em 23 Junho de 2012, em Lisboa, o coronel de infantaria reformado Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos (...).
Comandou a CCaç 727 (Canquelifá, out 64 / ago 66) e, em 1968, quando comandava a CCaç 2316, foi gravemente ferido em combate na área de Mejo/Guileje.
Militar, ginasta e desportista, após o seu ferimento, dedicou-se à poesia, à escrita.
Nascido em 1938, no Funchal, era director do núcleo da Ordem Nacional de Escritores, em Portugal, desenvolvendo um trabalho muito meritório na recolha de obras de poetas, artistas e escritores locais.
Grande cultor da língua, profundo conhecedor do nosso vernáculo, era um exigente revisor de provas de poesia e literatura em geral. Um verdadeiro intelectual e um talentos diseur de poesia. (...)