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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - 21724: Op Mabecos Bravios: a participação da CCAÇ 2403, na retirada de Madina do Boé, em 6 de fevereiro de 1969 (Hilário Peixeiro, cor inf ref)


Foto nº 1 > Guiné > Região de Gabu > Canjadude > Op Mabecos Bravios > 2  fevereiro de 1969 >  Canjadude foi o local onde as NT se reuniram para o início, propriamente dito, da Operação. À esquerda os pilotos da FAP Cap Pilav José Nico (filmando) [, hoje ten gen pilav ref] [1] e o Sarg mil  Honório [2] e o Cmdt da Operação,  Cor Inf Hélio Felgas [, Cmd Agrup 2957, Bafatá, 1968/70][3].



Foto nº 2 Guiné > Região de Gabu > Canjadude > Op Mabecos Bravios > 2 de fevereiro de 1969 >  Concentração das NT em Canjadude, quartel guarnecido pela CCAÇ 5.



Fotos (e legendas): © Hilário Peixeiro (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Há dias falou-se aqui do cor inf ref Hilário Peixeiro, que foi capitão no CTIG, cmdt da CCAÇ 2403 / BCAÇ 2851, Nova Lamego, Piche, Fá MandingaOlossato e Mansabá, 1968/70, mas de quem não temos notícias há já uns anos largos (*). 

Num poste já antigo, de 16/5/2011, há documentação interessante (texto e fotos) sobre a participação da CCAÇ 2403 / BCAÇ 2851 na operação de retirada de Madina do Boé (Op Mabecos Bravios) (**). Reeditamos agora esse materal, valorizando em especial a documentação fotográfica. (***) 

Recorde-se que o desastre do Cheche, em 6 de fevereiro de 1969, fez 47 vítimas mortais. Foi há 52 anos. É uma efeméride difícil de esquecer por todos nós.


 Op Mabecos Bravios: a participação da CCAÇ 2403

por Hilário Peixeiro (**)


Durante o mês de Janeiro [de 1969] tiveram lugar os preparativos e reconhecimentos na zona do Boé, com vista à Operação de evacuação de Madina do Boé, denominada “Mabecos Bravios”.

Para além da CCaç 1790, local, comandada pelo Cap inf Aparício,  participaram na operação outras 6 Companhias [, incluindo da CCaç 2405, Destacamento F].

A 2 de Fevereiro [de 1969] a CCaç 2403, com 3 G Comb  (...)  [Destacamento ], deslocou-se para Canjadude e depois para o Cheche onde chegou já no final do dia, transportada nas viaturas destinadas ao transporte, no regresso, dos materiais da CCaç 1790 e da população de Madina. Desta vez todos os Gr Comb eram comandados pelos respectivos Alferes.

Juntamente com a CCaç 2405, do Cap Jerónimo [Destacamento F], atravessou o Corubal numa das jangadas, recém-construídas para o efeito, indo cada uma ocupar as colinas que flanqueavam a estrada para Madina, á esquerda e á direita. 

Quando as Companhias se separaram, já noite fechada, o IN lançou 2 granadas de morteiro sobre a estrada, sem consequências o que, 15/20 minutos antes, poderia ter tido resultados bem diferentes. 

Na manhã seguinte [, 3 de fevereiro], as Companhias seguiram, apeadas, rumo a Madina, sempre sobrevoadas por 1 T6 ou 1 DO até ao final do dia.

 
Foto nº 3 > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Op Mabecos Bravios > 3 de fevereiro de 1969 > Progressão da coluna em direção a Madina do Boé, sob a proteção da DO 27 do srgt pil Honório



Foto nº 4 > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Op Mabecos Bravios > 3 de fevereiro de 1969 > Progressão da coluna em direção a Madina do Boé, sob a proteção da DO 27 do srgt pil Honório


A meio da manhã [do dia 3 de fevereiro] houve um reabastecimento de água, planeado e, mais à frente, não planeado, um fortíssimo ataque de abelhas à CCaç 2405  {Destacamento F] que deu origem à evacuação de alguns homens no heli do Comandante da Operação, Cor Felgas, que aterrara entretanto.

Este contratempo provocou grande atraso na coluna e a certa altura o efeito do calor e das abelhas fez-se sentir mais acentuadamente sobre a CCaç 2405, tendo a CCaç 2403 [, Destacamento D] que ia na retaguarda, passado para a frente com o intuito de pedir a Madina reabastecimento de água para o pessoal mais atrasado que estivesse em dificuldades. 

Quando, cerca de 10 minutos depois, um Gr Comb se preparava para sair do quartel, chegou a outra Companhia [, CCAÇ 2405].

Enquanto o pessoal foi instalado,  os Capitães receberam do Comandante a missão para o dia seguinte  [4 de fevereiro] que consistia na ocupação dos morros que se estendiam a sul de Madina entre esta e a República da Guiné.



Foto nº 5 > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Op Mabecos Bravios > 3 de fevereiro de 1969  > Evacuação de vítimas de ataques de abelhas e insolação,  com o helicanhão a sobrevoar a zona.

 

Foto nº 6 > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Op Mabecos Bravios > A caminho de Madina do Boé > 3 de fevereiro de 1969 > Viaturas das NT abandonadas (Mercedes)



Foto nº 7  > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Op Mabecos Bravios > A caminho de Madina do Boé  > 3 de fevereiro de 1969 > Viatura das NT abandonada (Berliet)



Foto nº 8  > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Op Mabecos Bravios > A caminho de Madina do Boé > 4/5 de fevereiro de 1969 > Viatura das NT abandonada (Berliet)



Foto nº 9 > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Op Mabecos Bravios >  Madina do Boé > 5 de fevereiro de 1969 > Reparação
 de GMC (rebocada) e sem paragem da coluna, de regresso a Cheche,


Quando se fez dia  [em 5 de fevereiro de 1969] o pessoal ficou surpreendido com o cabeço a que Madina estava encostada e os que a rodeavam. Eram autênticas “montanhas” na Guiné, onde tudo era plano. 

As Companhias ocuparam as elevações que lhes foram indicadas e aí permaneceram nesse dia enquanto as viaturas chegaram e no dia seguinte enquanto se procedeu ao seu carregamento com os materiais da guarnição e da população civil que ia ser deslocada para Nova Lamego. 

No dia 6 [de fevereiro], logo que se fez dia, deslocaram-se para a coluna que já se encontrava em movimento a caminho do Cheche, assumindo a segurança dos flancos e retaguarda. 

Antes de atingir o rio Corubal,  a coluna ainda foi alvo de mais um feroz ataque de abelhas que só provocou, como vítimas, a morte de dois cães da população.



Foto nº 10 > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Op Mabecos Bravios > Cheche > 6 de fevereiro de 1969 >  I
magem das jangadas com a CCaç 2403 a embarcar para a última travessia antes da tragédia



Foto nº 11 > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Op Mabecos Bravios > Cheche > 6 de fevereiro de 1969 >  I
magem das jangadas com a CCaç 2403 a embarcar para a última travessia antes da tragédia



Foto nº 12 > Guiné > Região de Gabu > Cheche > Op Mabecos Bravios > Cheche > 6 de fevereiro de 1969 >  I
magem das jangadas com a CCaç 2403 a embarcar para a última travessia antes da tragédia



As viaturas e pessoal foram atravessando o rio até só restarem as 2 Companhias e parte da CCaç 1790 de Madina. Comandava a Operação de carregamento da jangada o Cap Aparício [, da CCAÇ 1790]. 

Na penúltima travessia foram transportadas a CCaç 2403 e parte da CCaç 2405, tendo a primeira recebido imediatamente ordem do Cor Felgas para montar a segurança do flanco esquerdo da coluna que partiria, logo que pronta, rumo a Canjadude.

Para a última travessia, seria embarcado o pessoal que restava das CCaç 2405 e CCaç 1790, muito menos de 100 homens. 

Enquanto se aguardava a chegada do pessoal que faltava para a coluna se pôr em marcha foram disparadas 1 ou 2 granadas das armas pesadas do Destacamento do Cheche. 

Pouco depois surgiu um soldado a correr em direcção ao rio, a chorar, dizendo que a jangada se havia virado e que muita gente tinha caído à água no meio do rio. 

Através do rádio do Capitão,  foi ouvido o Cor Felgas em comunicação com o General Spínola, que não esteve no local, dizendo que havia muitos homens desaparecidos no rio. 

Com grande atraso em relação à hora prevista, a coluna iniciou o deslocamento para Canjadude onde pernoitou.

No dia seguinte [, 7 de fevereiro] chegou a Nova Lamego, onde o Comandante-Chefe falou às tropas participantes na Operação.

Com a chegada da CCaç 1790 a Nova Lamego,  a CCaç 2403 recebeu ordem de marcha para o Olossato com passagem por Fá Mandinga (...) e aí ficou mais de 1 mês, em missão de intervenção do Comando de Agrupamento de Bafatá. (...)

[Revisão / fixação de texto: LG]

_____________

Notas do edidtor:


(*) Vd. poste de 31 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21715: Em busca de... (310): Hilário Peixeiro, capitão que conheci no Forte da Graça, em Elvas, em 1973/75 (João Rico, ex-fur enfermeiro)

Vd. poste de 13 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11837: Op Mabecos Bravios (1-8 de fevereiro de 1969): a retirada de Madina do Boé, com o trágico desastre no Cheche, na travessia do Rio Corubal, foi há 44 anos (1): Relato do cmdt da CCAÇ 2405 / BCAÇ 2852 (Galomaro e Dulombi, 1968/70)


(...) 2. Extractos de: Guiné 68-70. Bambadinca: Batalhão de Caçadores nº 2852. Documento policopiado. 30 de Abril de 1970. c. 200 pp. Classificação: Reservado. Cap. II. 36-38..

(...) Iniciada a Op Mabecos Bravios, em 1 [de Fevereiro de 1969], com a duração de 8 dias, para retirar as nossas tropas de Madina do Boé. 

Entre vários destacamentos, tomou parte no Destacamento F a CCAÇ 2405 [ .Comandante: Cap. Mil. José Miguel Novais Jerónimo; 1º Gr Comb – Alf Mil Jorge Lopes Maia Rijo; 3º Gr Comb  – Alf Mil Rui Manuel da Silva Felício; 4º Gr Comb  – Alf Mil Paulo Enes Lage Raposo]. (...)

1 de fevereiro de 1969

(...) O Dest F com o efectivo de 112 homens (4 oficiais, 10 sargentos e 98 praças - estão incluídos 1 secção de sapadores e 8 condutores auto), saiu de Galomaro em 1 de Fevereiro de 1969, pelas 9.30h, e chegou a Nova Lamego por volta das 13.00h do mesmo dia, sem qualquer novidade.

Aqui fizeram-se os preparativos finais da organização da coluna que partiu às 5.30h do dia 2 [D]. (...)

2 de fevereiro de 1969

(...) A coluna saiu de Nova Lamego para Canjadude com o pessoal totalmente embarcado e atingiu-se esta povoação por volta das 9.00h sem qualquer problema. A partir de Canjadude a coluna progrediu com guardas de flancos,  tendo o Dest F colaborado na guarda da rectaguarda da coluna fazendo uma progressão apeada que não estava prevista.

Atingiu-se o Cheche [entre Canjadude e Madina do Boé] por volta das 17.00h (sempre com uma cobertura aérea excelente).

3 de fevereiro de 1969

(...) O IN não voltou a manifestar-se mas obrigou-nos a uma vigilância nocturna permanente e a uma mudança de posição por volta das 23.00h.  (...)

Pelas 5.30h [do dia 3, D + 1] mandou-se um Pelotão a Cheche buscar um Pelotão do Dest E que fazia guarda imediata às viaturas e que eu [, cmdt da CCAÇ 2405,] devia levar até Madina.

Cerca [ das 10.00h ] o Dest F sofreu um violento ataque de abelhas e teve que recuar cerca de um quilómetro para se reorganizar de novo. Um soldado, em consequência, ficou imediatamente fora de acção. Foi pedida a respectiva evacuação bem como a de outro soldado que apresentava sintomas de insolação.

As evacuações fizeram-se para Nova Lamego  (...)

O héli desceu mais tarde para reabastecer o pessoal de água.

O Dest D [CCaç 2403[ passou para a frente e reinicou-se a marcha, sempre fora da estrada até à recta que leva a Madina. Nada mais se passou além do sofrimento intenso das tropas por via do calor. O Det D foi reabastecido de água. 

Atingimos Madina [do Boé] por volta das 19.00h [do dia 3 de fevereiro ] desligados do Dest D que prosseguiu a sua marcha quando F teve que parar para reajustar o dispositivo e tratar os mais debilitados (4 praças e 1 furriel).

Houve descanso em Madina e tomou-se uma refeição quente (...)

4 de fevereiro de 1969

(...) No dia 4 (D + 2)  o Dest F dirigiu-se para [ Felo Quemberá, ilegível] ocupando a posição 3 que se atingiu sem dificuldade por volta das 11.00h. Alternadamente ocupou-se as posições 3 e 4 de acordo com o plano.(...)

5 de fevereiro de 1969

(...) Em D + 3 [5 de Fevereiro de 1969] por volta das 7.30h,  recebemos ordens do PCV [Posto de Comando Volante] para a abandonar a nossa posição e seguir ao encontro da coluna. 

Uma hora depois atingimos o campo de aviação de Madina onde fomos reabastecidos de água e r/c [rações de combate]. 

Pelas 9.00h a coluna pôs-se em movimento e meia hora depois 4 carros da rectaguarda tiveram um acidente. Não obstante, a coluna prosseguiu e o pessoal do Dest F mais os mecânicos resolveram a dificuldade.

6 de fevereiro de 1969

(...) Próximo de Cheche recebi ordens para ocupar a posição que ocupara que tivera em D / D+1 porque o Exmo. Comandante da Operação [, cor inf Hélio Felgas,] entendeu dever poupar alguns quilómetros ao Dest F e D, bastante atingidos pela dureza dos respectivos percursos. Essa foi a razão porque não transpus o [Rio] Corubal em D + 3 [ 5 de Fevereiro] só o vindo a fazer em D + 4 [6 de Fevereiro] por volta das 9.00h.(...)

(...) Durante a transposição do Corubal a jangada em que seguiam 4 Gr Comb [da CCAÇ 2405 e da CCAÇ 1790], respectivos comandos e tripulação afundou-se espectacularmente acerca de um terço da largura do rio, provocando o desaparecimento de 17 militares do Dest F e grandes quantidades de material perdido. (...)

(...) Por voltas das 10.00h de D+ 4 [6 de Fevereiro] saímos de Cheche para Canjadude que atingimos por volta das 16.30h com o pessoal deste Dest embarcado. (...)

7 de fevereiro de 1969

(...) Descansou-se e em D + 5 [7 de Fevereiro] às primeiras horas a coluna pôs-se em movimento para Nova Lamego que foi atingida por volta das 11.00h. 

Às 12.00h as tropas ouviram uma mensagem do Exmo. Comandante-Chefe [, brig António Spínola,] que se deslocou propositadamente para a fazer.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21715: Em busca de... (310): Hilário Peixeiro, capitão que conheci no Forte da Graça, em Elvas, em 1973/75 (João Rico, ex-fur enfermeiro)




O hoje cor inf ref  Hilário Peixeiro, ex-cap,  
CCAÇ 2403 / BCAÇ 2851, Nova LamegoPicheFá Mandinga,
 Olossato e Mansabá, 1968/70


1. Mensagem do nosso leitor  João Rico, que foi fur enfermeiro, no Forte de Elvas, no período de 1973/75, é atualmente professor e vive em Mira:


Data: quarta, 25/11/2020 à(s) 23:47
Assunto: Hilário Peixeiro 


Faz hoje exatamente 45 anos que dei por finda a minha atividade militar (1973/75), tendo tido a sorte de ter servido o capitão Hilário Manuel Pólvora Peixeiro no Forte da Graça, em Elvas. 

Tentei, por diversas vezes, saber onde ou como o poderia encontrar ou contactar, sempre sem sucesso. Hoje, numa leitura pela vossa (de todos, afinal) "Tabanca", deparou-se-me o seu nome e não resisti à tentação.

Assim e desde já pedido-lhe desculpa pela ousadia de o incomodar sem o conhecer, agradecia-lhe que lhe solicitasse autorização para me facultar os seus contactos.

Para o ajudar, lembre-lhe que fui furriel enfermeiro, no Forte de Elvas, que: 

(i) conseguimos que a direção escolar nos autorizasse a fazer (e fizemos) exames da quarta classe aos militares; 

(ii)  conseguimos fazer uma enfermaria com 6 camas;

(iii) jogámos futebol na equipa do Forte.

Acrescento que sou professor e que resido em Mira.

Obrigado.
João Rico

 2. Resposta do editor LG:

Caro João Rico: Ficamos na dúvida se, na devida altura, lhe respondemos ao seu pedido. Se sim, espero que tenha conseguido contactar o nosso camarada que procurava, o Hilário Peixeiro. Se não, esperamos que ainda vá a tempo. 

Segue, por outra via, o endereço de email do nosso camarada,  cor inf ref Hilário Peixeiro. Não temos tido notícias dele, esperamos que esteja bem de saúde. Vamos em breve reeditar algumas das suas fotos relativas à Op Mabecos Bravios (5-6 fevereiro de 1969) (retirada de Madina do Boé). (**)

Vamos também editar a sua mensagem (, omitindo apenas os seus contactos pessoais que apenas seguem para o Hilário Peixeiro), na expetativa de o nosso camarada entrar em contacto  consigo e/ou connosco. (***)

Desejamos-lhes uma boa entrada no ano de 2021. Luis Graça

 PS - O Hilário Peixeira foi cap inf, CCAÇ 2403 / BCAÇ 2851, Nova Lamego, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70. É membro da nossa Tabanca Grande desde 10 de maio de 2011 (*). Tem 15 referências no nosso blogue.

Tem facebook activo: https://www.facebook.com/hilario.peixeiro
____________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:


(...) "Sou Coronel reformado e, como complemento à minha vida militar, contida na história da CCaç 2403 que vos enviei (**),  acrescento que, depois da primeira comissão na Guiné,  iniciei a segunda em Maio de 1972 em Moçambique.

Ofereci-me para os Comandos donde saí a meu pedido e ingressei nos GEP (Grupos Especiais Pára-quedistas) depois de fazer o respectivo curso, regressando em Junho de 1974.

Fui colocado no Forte da Graça em Elvas onde estive até Setembro de 1977. Seguiu-se Santa Margarida, 2 anos, Casa de Reclusão de Elvas, Curso de Estado Maior e colocação no Estado Maior do Exército, Regimento de Elvas, Quartel General de Évora e Tribunal Militar de Elvas onde, aproveitando a chamada lei dos Coronéis, passei à situação de Reforma. (...)


(**) Vd. postes de:

14 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8273: História da CCAÇ 2403 (Hilário Peixeiro) (1): Deslocação para a Guiné e chegada a Nova Lamego

16 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8284: História da CCAÇ 2403 (Hilário Peixeiro) (2): Actividade da CCAÇ 2403 e participação na Operação Mabecos Bravios

19 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8299: História da CCAÇ 2403 (Hilário Peixeiro) (3): Actividade da CCAÇ 2403 e participação na Operação Mabecos Bravios

terça-feira, 29 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P13065: Furriel Enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (14): O fadista regressa ao palco - II (Ou quando o apurar dos factos nos leva à procura do militar desconhecido)

1. Mensagem do nosso camarada Armando Pires (ex-Fur Mil Enf.º da CCS/BCAÇ 2861, Bula e Bissorã, 1969/70), com data de 18 de Abril de 2014:

Fantástico!
Não sei se por estarmos na Páscoa, se por estarmos em período festivo, no que à vida do blog respeita, sei que esta equipa editorial é bestial.
Está um homem preocupado com o bom andamento da recuperação do Editor-Chefe, escreve ao Sub-Editor e diz-lhe, “ó Carlos, tenho aqui uma coisa escrita para enviar, mas não sei se o hei de fazer para o Luís ou se directamente para ti”. Responde o Carlos, “fácil, aos dois!”

Pois aqui têm, caros Luís Graça e Carlos Vinhal, decidam agora qual de vós descasca esta amêndoa. O que vos proponho não é uma nova história. É uma espécie de adenda ao que anteriormente escrevi com o titulo de “O fadista regressa ao palco”.

E por ser uma adenda, dei-lhe o 13-A como número de série. E esta adenda parece caída do céu, parece surgida com o propósito de assinalar o 10º Aniversário do nosso blog. Porque sem ele, sem a sua importância e vitalidade, não teriam sido possíveis os reencontros a que vão assistir. E o que os protagonistas dizem, entre si, é um verdadeiro hino em louvor da nossa Tabanca Grande. Acho que talvez mereça a pena ilustrar o texto com as fotos dos então capitães Barros e Hilário, hoje coronéis, cuja localização parece óbvia.

Resta-me desejar ao Luís rápida recuperação, desejar a ambos uma Boa Páscoa, e tornar este último voto extensivo a todos os nossos camaradas tabanqueiros.
Armando Pires


FURRIEL ENFERMEIRO, RIBATEJANO E FADISTA

13-A - O fadista regressa ao palco – Parte II

Ou quando o apurar dos factos nos leva à procura do militar desconhecido

Urge proceder à reformulação da divisa desta Tabanca Grande.
De facto, onde ela proclama que “o mundo é pequeno e a nossa Tabanca … é grande”, já não é sem tempo que se aumente o grau ao adjectivo, passando então a escrever-se que, “o mundo é pequeno e a nossa tabanca… é muito grande”.
Ocorreu-me isto após as incidências que resultaram do meu post anterior (P12905*), no qual, desastradamente, troquei o nome a um capitão. A correcção chegou num comentário do nosso camarada Grantabanqueiro, coronel Hilário Peixeiro, feito nos termos que aqui recordo.

Caro Armando Pires. 
Também estive em Bissorã, uns dias apenas, por volta de MAI/JUN70, para onde fui enviado, enquanto aguardava marcação de embarque para a Metrópole para comandar a CCS do Batalhão, em substituição do Cap. Luís Andrade Barros, do meu curso da Academia Militar que já tinha o embarque dele marcado. 
Foram realmente apenas alguns dias, razão porque não me lembro de ninguém. Na foto do bingo é precisamente o Capitão Barros que está presente. 
Parabéns pelo aniversário muita saúde e um abraço deste amigo que provavelmente ainda foi seu comandante de Companhia por alguns dias.

Hilário Peixeiro
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Meu comandante de Companhia por alguns dias? Foi aqui que o sino tocou a rebate, e que se iniciou uma troca de email’s, cujos eu vou citar nas partes que mais importam a esta história, não lhes acrescentando se não uma ou outra pequena nota de rigor, porque os conteúdos são suficientemente claros para que se compreenda toda a trama.
Comecemos, pois, pelo email que dirigi ao Coronel Hilário Peixeiro.

Caro Coronel. Camarada. 
Começo por lhe agradecer os parabéns o abraço que me deixou no nosso blog. 
Deixe que lhe manifeste a minha estupefação pelo que me revelou. Que esteve em Bissorã, ainda que de passagem, por referir que "terá" comandado a CCS de que fiz parte, e por identificar o Capitão que está na foto da sessão de bingo, comigo e com o Furriel Bonito, como sendo o Cap. Luís Andrade Barros. 
Permita-me que lhe faça um pedido que virá ajudar a "refrescar" a memória que temos desses tempos.

1 - Em que período, ao certo, esteve em Bissorã? 
2 - Não percebi em que circunstância "substituiu" o Cap. Barros 
3 - Dado que foi seu camarada na Academia Militar, pode ajudar-me a "refazer" o percurso dele na Guiné? 
4 - Peço-lhe que me confirme que o oficial que está na foto comigo e com o Furriel Bonito é o Cap. Barros que eu identifico, erradamente, por Cap. Caldeira. 
5- Finalmente, o camarada (permita-me que siga aqui o tratamento em uso no nosso blog) tem alguma fotografia sua da época, se não mesmo de Bissorã, que nos permita ajudar a identificá-lo? 

Aceite as minhas desculpas pela "trabalheira" que lhe dou, mas, como calcula, ao sinalizar a sua presença em Bissorã, deixou-nos a braços com uma imensa curiosidade, com uma enorme necessidade de preencher correctamente certos itens da nossa história.

Aceite um abraço do 
armando pires
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Caro Armando Pires, um grande abraço. 
Não tenho comigo nenhum documento que me permita saber com exactidão quando estive em Bissorã mas vou dar referências que podem trazer luz sobre o assunto. 
Fui comandante da CCaç 2403 que embarcou em 24jul68, no Uíge e regressou em 28mai70 no Carvalho Araújo. 
Em Jul69 fui evacuado para Lisboa e regressei à Guiné em 20jan70, indo comandar a CCS do BCaç 2851 que estava em Galomaro. 
Quando o Batalhão foi para Bissau aguardar embarque, eu fiquei a aguardar que Lisboa informasse do despacho sobre a minha doença da baixa, e mandaram-me para Bissorã substituir o Cap Luís Andrade de Barros, que já tinha regressado a Bissau por ter terminado a comissão e por isso não nos encontrámos em Bissorã. 
Se quiser ver fotos minhas da época, pode dar-se ao incómodo de ver no nosso Blogue uma resumida história da CCaç 2403.

Hilário Peixeiro 
Grantabanqueiro
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Último jantar a bordo. Na mesa do Imediato os Cmdts da CCaç 2401, CCaç2403 e CCaç 2405. Na outra mesa, de costas, o Cmdt da CCaç 2402
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Caro Coronel. Camarada. 
Muito lhe agradeço a brevidade com que respondeu às minhas interrogações. Até porque elas vieram por um ponto final numa dúvida que há muito se tinha instalado naqueles a quem pedi que identificassem pelo nome o capitão (e seu antigo camarada de curso) que substituiu o Capitão Alcino Veiga dos Santos. 
Já pedi ao Luís Graça que fizesse as necessárias correcções ao texto do meu Post. 
Quanto ao "meu coronel", melhor dito, "meu capitão", já foi devidamente identificado, sobretudo pela malta das transmissões, a quem hoje dei contra do seu relato. Sim, recordam-se de si, embora sempre com esta nuance, "ó pá, mas ele esteve muito pouco tempo lá em Bissorã". Pois é para esta questão que peço me diga em que "data" saiu de Bissorã.

Aceite um abraço do 
armando pires
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Caro Armando 
Não sei precisar a data da minha saída de Bissorã mas terá sido em finais de Julho porque eu julgo que regressei em Agosto à Metrópole. Não tenho nada escrito sobre estas datas. 
Hei de pedir uma cópia da minha nota de assentos principalmente por causa destas datas. 

Um abraço e obrigado pelo contacto. 
Gosto imenso de recordar a Guiné e por isso estou muito grato ao Luís Graça e aos restantes administradores do excelente Blogue que criaram para todos nós e que eu consulto com frequência. 

Hilario Peixeiro
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Cap Hilário Peixeiro > Natal de 1968 em Nova Lamego (Gabú)
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Meu caro coronel. 
Aqui tem uma excelentíssima razão para eu não estar muito seguro da sua presença em Bissorã. É que ela corresponde exactamente ao período em que vim de férias a Portugal. 

Um abraço e grato pela sua disponibilidade. 
armando pires
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Caro Armando 
Para a hipótese de querer contactar o Coronel Barros e convidá-lo a incorporar os Tabanqueiros aqui lhe deixo o seu e-mail 
HP
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Cap Hilário Peixeiro > Natal de 1968 em Nova Lamego (Gabú)

Fotos ©: Hilário Peixeiro
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Fantástico!!! 
Muito obrigado. 
Amanhã já lhe vou escrever. 
Abraço. 
AP.
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Meu caro Senhor Coronel Luís Andrade de Barros. 
Chamo-me Armando Pires, fui furriel miliciano enfermeiro da CCS do BCAÇ 2861 (Bissorã) que o senhor Coronel, à época capitão, comandou. Este endereço de email foi-me dado pelo coronel Hilário Peixeiro, seu camarada do Curso da Academia. Acontece que ele e eu escrevemos memórias da Guiné num blog que tem o seguinte link.

… A última memória que publiquei foi sobre as sessões de bingo que realizávamos no bar de sargentos, e das noites de fado em que era eu que cantava. Nessa memória publiquei uma fotografia onde o senhor coronel, se me permite ainda, o "meu capitão", está ladeado por mim, à direita, e pelo Furriel Bonito, já falecido, à sua esquerda. É essa fotografia que tenho a honra de lhe oferecer.

Aceite os cumprimentos do 
armando pires
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Caríssimo Armando Pires, furriel enfermeiro, ribatejano, fadista e companheiro da guerra . 
Recebi com muito agrado as suas notícias de Bissorã, nomeadamente recordando as sessões de bingo com uma afluência capaz de fazer inveja às melhores casas da especialidade. Lembro o entusiasmo que tal iniciativa despertou, a preparação - decoração da sala com pinturas alusivas e os convites para o evento, incluindo a amigos do IN, isto na certeza de então não sermos atacados. E havia também as diversões no club do Michel. 
Estive em Bissorã até 23 de julho de 1970, tendo ali permanecido cerca de cinco meses. Guardo algumas fotografias e também boas recordações de Bissorã .

Um abraço amigo do 
Luis Andrade de Barros.
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Caríssimo Coronel. 
Obviamente que vai ter que me perdoar por lhe ter trocado o nome. Só me apercebi do equívoco quando o seu camarada Hilário falou de si no comentário que fez no meu post. Mais uma vez lhe apresento as minhas desculpas, dizendo-lhe que ontem mesmo escrevi ao Luís Graça, o "pai" do Blog, a solicitar-lhe a devida correcção. 
Já agora, se o meu amigo me permite, porque razão só esteve cinco meses connosco? Segundo me disse o Hilário, terminou o seu tempo de serviço. Sendo assim, o "meu capitão" já se encontrava na Guiné. Importa-se de esclarecer mais este capitulo da nossa história? E deixe-me lançar-lhe um desafio, que me foi sugerido pelo coronel Hilário. Porque não se torna o senhor coronel membro da Tabanca Grande?

Fico na expectativa de notícias suas e peço-lhe que aceite um abraço, um abraço sincero, do 
armando pires
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Caríssimo Armando Pires, furriel enfermeiro e companheiro da guerra.
Vou já responder-lhe porquanto é meu princípio não deixar para amanhã o que posso fazer hoje.
Antes de ir para Bissorã estive a comandar a C.Caç.1788 desde Julho de 1968, em substituição do capitão falecido por acidente em atividade operacional, na sequência do rebentamento de uma granada - armadilha das NT.

Nota: o Coronel Luís Barros refere-se ao capitão Artur Manuel Carneiro Geraldes Nunes. Sobre este acidente de guerra consultar o P3813.
Prosseguindo com o email do cap Barros:

Tive situações difíceis, mas também bons momentos em Catió / Cabedu e Farim. 
Vou só contar a tourada em Farim, uma iniciativa muito parecida com as sessões de bingo em Bissorã. 
Estava no gabinete quando me aparece um alferes seu vizinho (era alentejano) dizendo-me : 
- Meu capitão, não queira saber a nossa sorte! Temos um boi que marra! 
Isto referindo-se a um bezerro vindo do Senegal e destinado a bifes. 
- E o que é que isso interessa! respondi-lhe surpreendido. 
- O que interessa ?!... Antes de o comermos temos de fazer uma tourada!
 Depois de algum espanto com a ideia, alinhei e colaborei com ela. Comprámos um burro para servir de cavalo; improvisou-se com as viaturas uma praça de touros; convidaram-se civis e militares da cidade e até se afixaram cartazes publicitários. 
O bezerro foi toureado duas vezes a pé e a cavalo de burro, valendo tudo. Não houve uma terceira corrida porque o touro partiu um corno quando o metiam no curro (um abrigo ), o que acelerou o seu fim.

Quanto ao convite para me tornar membro da Tabanca Grande, agradeço, considerando muito interessante a sua atividade na constituição de amizades e de recordações boas e mas, sendo certo que se não fosse a Tabanca Grande não teria "regressado" a Bissorã, indiscutivelmente o melhor lugar que tive na comissão da Guiné … fica só a minha disponibilidade para colaborar e nos termos em que agora o faço com muito gosto. Como reformado vou passando o tempo desocupado em Coimbra e de vez em quando vou até à aldeia, em Figueira de Castelo Rodrigo, onde faço agricultura bastante para sacrificar o corpo. E já fiz um livro de 400 páginas sobre a minha aldeia, o que para mim constitui um motivo de alegria e de realização pessoal, isto além de ter concluído a licenciatura em Direito em Coimbra.

Um abraço de muita consideração com votos de uma Boa Páscoa do 
Luis Andrade de Barros.
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Caro Coronel. Meu Capitão. 
Em primeiro lugar. Deixe-me dizer-lhe que está a provocar grande "frisson" entre malta da nossa companhia o facto de nos termos reencontrado. Só não tenho reacções do lado dos oficiais porque, à excepção do Dr. Oliveira, (com quem falei agora mesmo ao telefone e que pediu que lhe enviasse os seus cumprimentos) não tenho contactos com mais ninguém. Foi para mim preciosa a sua resposta à minha pergunta central, porque ela me permite escrever a história por linhas direitas. Da mesma forma que me "localizou" no blog do Graça, sugiro-lhe que localize uma referência que lá vem à CCAÇ 1788, onde é dada nota de ter o sr. coronel substituído o falecido capitão Artur Nunes.
… Aceite um forte abraço e fico a aguardar as suas notícias. 
armando pires
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Terminada a epistolar e muito cerimoniosa troca de correspondência, fica por saber quem foi o 4º Homem. Sim, não sei se se deram ao trabalho de terem vindo a contar o número de capitães que comandaram a CCS do BCAÇ 2861, a saber, em primeiro lugar o capitão Alcino dos Santos, o tal que tendo sido promovido a major passou a oficial de operações, depois o Capitão Luís Andrade Barros, seguiu-se-lhe, quase me apetece dizer, em regime de parte-time, tão breve foi o tempo que lá esteve, o Capitão Hilário Peixeiro, e vão três, pois então, mas tendo o Capitão Hilário terminado a sua missão em Julho de 1970, quem foi o homem, o tal quarto homem, a comandar-nos até ao fim da comissão, ou seja, até Dezembro de 1970?

Deixem-me abrir um parêntesis para dizer que, não sendo caso raro, o nosso Batalhão foi pródigo em trocas de comandantes de Companhia. Só Capitão Melo de Carvalho se manteve fiel, do principio ao fim, à sua CCAÇ 2465. Quanto às restantes, a CCAÇ 2466 teve três comandantes e a 2464, dois.

Fechado o parêntesis, quero dizer que muito tenho interrogado os meus camaradas sobre que memória ainda lhes acode do 4º Homem. Nada. Ninguém está seguro de nada. Alguns até se questionam se existiu um 4º Homem. Outros têm uma vaga ideia de um tipo que era baixo, magro, até há quem o diga, havendo mesmo quem ponha bigode a recortar o lábio superior, mas só de um ou dois ouvi dizer que ele se chamava Castro.

“E que tal ires à história da Companhia?”, perguntarão os que me estejam a ler. Pois atentem na minha incredibilidade ao ler a Resenha Histórica Militar das Campanhas de África, 7º Volume, Tomo II, da qual consta que a minha Companhia foi comandada pelo capitão Castro, da arma de Infantaria, acrescentando o livro que “não foi obtida a identificação completa”.

Quase em choque, dirigi-me ao Arquivo Histórico Militar, requisitei a história do meu Batalhão, da minha Companhia em particular, e do Capitão Castro nenhuma referência, nenhuma notícia, ali o homem não existiu. Ora eu não acredito que aquele capitão tenha ido à Guiné, a fazer um biscate, entre Julho e Dezembro de 1970, como comandante da minha Companhia.
Aquele capitão ou já estava na Guiné e, por uma qualquer razão, foi destacado para o comando da CCS do BCAÇ 2861, ou chegado de Portugal, em rendição individual, foi direitinho para Bissorã para nos comandar mas, chegando a nossa comissão ao fim, a ele ainda lhe restaria muito tempo de serviço por cumprir.

Então, de onde veio o Capitão Castro, oficial da arma de infantaria?
Então, para onde foi o capitão Castro, oficial da arma de infantaria?
Será que alguém me ajuda a dar nome a este “militar desconhecido”?

(FIM)

Armando Pires
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(*) Vd. poste de 27 DE MARÇO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12905: Furriel Enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (13): O fadista regressa ao palco

domingo, 15 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12454: Boas Festas (2013/14) (7): Alberto Sousa e Silva, Manuel Maia, Jorge Teixeira, Giselda e Miguel Pessoa, Felismina Costa, Hilário Peixeiro, Manuel Lema Santos e Joaquim Cardoso

1. Postal de Alberto Sousa e Silva, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70



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2. Mensagem de Natal do nosso camarada Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74:

Para o Luís Graça e sus muchachos (co-editores do Blogue...) bem como para todos os camarigos, daqui envio os votos de um Natal cheio de saúde e alegria.

Que o 2014 possa surgir no horizonte coo um ano de esperança.

Um grande abraço
MM

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3. Mensagem do nosso camarada Jorge Teixeira, (ex-Fur Mil Art, CART 2412, Bigene - Guidage e Barro, 1968/70):

Caro Carlos Vinhal, amigo.
Na altura do Natal aproveitamos sempre para desejar Boas Festas, o problema é que de há uns tempos a esta parte, as "festas" têm sido todo o ano. Infelizmente muitos, ainda correm o risco de na altura que deviam ter Boas Festas, terem "amargos de boca"!...
Apesar de tudo desejo a todos Festas Felizes... dentro do possível, claro!

Um abraço
cumprim/jteix


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4. Dos nossos camaradas da FAP, BA 12 (Bissau), ex-2SAR Enf.ª Giselda Pessoa e Cor Pilav Ref Miguel Pessoa:


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5. Mensagem da nossa Grã-Tabanqueira e Amiga Felismina Costa:

Caríssimos Amigos Luís Graça e Carlos Vinhal
Não queria deixar passar esta quadra Natalícia, sem vos desejar um tempo de advento, de alegrias e Paz.
Que à vossa volta todos se sintam irmanados no espírito da quadra, e que prevaleça esse espírito para além, sempre para além do tempo.
Estendo a todos os vossos familiares os desejos de um Feliz-Natal e envio um abraço colectivo e sincero.

Amiga para sempre
Felismina Mealha


Mensagem Natalícia:

Caríssimos amigos da Tabanca Grande
Permitam-me uma saudação Natalícia!

Nem sempre a vida nos dá dias bonitos e inspiradores, e esse tem sido o meu caso!
Porém, a minha dívida para convosco, é imensa e eterna!
Somos irmãos no tempo que vivemos e vivemos. Partilhamos ao longo da vida, uma vida comum, se bem que “per si”. Cada um de nós partilhou e tomou conhecimento da evolução e do recuo da civilização, da evolução tecnológica, que nos permite o “encontro” à distância de um clic, e o reviver do passado, sempre presente.
E nesta contemporaneidade, nesta recta, que pretendo muito longa e de fácil caminhada para todos nós, à luz do conhecimento adquirido, do respeito e do carinho que todos me merecem, estou aqui para vos desejar para este Natal, uma reunião familiar, calorosa e sincera, onde cada um de nós, dê provas e passe a mensagem do valor da família, do saber quem somos, e porque somos.
Somos a geração responsável pelo próximo futuro e até mesmo já, pelo presente!
Gostava de deixar aos nossos filhos e netos um mundo de que se orgulhassem, mas contra as melhores vontades… as menos boas!
Desejo porém, que dias mais felizes cheguem, pois convenço-me cada vez mais, que as situações são cíclicas e portanto, o ciclo positivo chegará risonho no tempo aprazado!

Até lá, amigos, desejo-vos o melhor que houver, o melhor que conseguirdes para vós e para os vossos.

Renovo os desejos de Boas-Festas e envio aquele abraço fraterno que a todos contempla e o meu eterno obrigada!

Felismina mealha
Natal de 2013

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6. Mensagem do nosso camarada Hilário Peixeiro, ex-Cap Mil da CCAÇ 2403/BCAÇ 2851, Nova Lamego, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70:

A todos os meus amigos desejo um Santo Natal e um Feliz Ano Novo e uma longa vida com qualidade, desejos que através do nosso chefe de Tabanca, Luis Graça, torno extensivos a todos os camaradas tabanqueiros.

Hilário Peixeiro

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7. Postal de Natal do nosso camarada ex-1.º Tenente da Reserva Naval Manuel Lema Santos


Votos sinceros para todos os Camaradas e Amigos, extensivos aos respectivos Familiares.
Manuel Lema Santos

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7. Mensagem natalícia do nosso camarada Joaquim Cardoso (ex-Soldado de TRMS do Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74):

Caríssimos Editores e Camaradas em geral
Eis que se aproxima a passos de gigante as Festas de Natal.
De seguida, o fim deste ano 2013, estando o novo 2014, já à "espreita" para lhe tomar o lugar.
Como este Natal é o primeiro que passo no "aconchego" da tabanca, é não só, mas também por isso, que venho desejar a todos que dela fazem parte, bem como aos seus familiares, um feliz Natal e, que o Ano Novo lhes traga tudo o desejam. 

Muita saúde e Boas Festas para todos.
Castelões-Penafiel 16/12/2013
J.Cardoso
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Nota do editor

Último poste da série de 13 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12445: Boas Festas (2013/14) (6): José Martins, José Rodrigues, José Santos, Joaquim Mexia Alves e Ernestino Caniço

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11575: Op Lança Afiada (Setor L1, Bambadinca, 8 a 19 de Março de 1969): I Parte: Cerca de 1300 efetivos: 36 oficiais, 71 sargentos, 699 praças, 106 milícias e 379 carregadores

Guiné > Zona Leste > Setor L1 (Bambadinca) > Ilustração de António Levezinho para a capa da História da CCAÇ 12 (1969/71).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2005)

Foto nº 41 >



 Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto nº 45 >  Reabastecimento de um heli, provavelmente por ocasião da Op Lança Afiada (8 a 19 de março de 1969). Durante semana e meia, Bambadinca foi um correpio de helis, T6 e DO-27.



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto nº 42 >   A presença do ainda brig António de Spínola, que acompanhou pessoalmente a Op Lança Afiada.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto nº 45 >  Invólucros de granadas de canhão s/r 82, usados pelo PAIGC na noite de 28 de maio de 1969, no ataque de 40 minutos a Bambadinca, menos de dois meses e meio depois da Op Lança Afiada. O PAIGC utilizou dois brugrupos e 3 canhões s/r, aém de morteiros, RPG, metralhadores ligeiras e pesadas, e armas automáticas de assalto. Fotos do álbum do José Carlos Lopes, fur mil reabast, CCS/BCAÇ 2852 (1968/70).


Fotos: © José Carlos Lopes (2013). Todos os direitos reservados. (Editadas e legendadas por L.G.)
A. Iniciada em 8 de Março de 1969 com a duração de 11 dias, a Op Lança Afiada foi uma das grandes operações que se realizaram na época, ainda no início do consulado do brigadeiro António Spínola (1968-73), um mês depois da trágica retirada de Madina do Boé (Op Mabecos Bravios).

A Op Lança Afiada envolveu cerca de 1300 homens, entre militares, milícias e carregadores: 36 oficiais; 71 sargentos; 699 praças; 106 milícias; 379 carregadores Houve cerca de duas dúzias e meia de flagelações das NT por parte dos guerrilheiros, os quais no entanto se furtaram ao contacto direto.

As populações sob controlo do IN (balanats e beafadas) passaram, com alguma segurança, para o lado do rio Corubal, margem esquerda. Os fuzileiros não puderam ou quiseram participar nesta operação, que também não envolveu outras tropas especiais (comandos e páras). Foi, pois, uma operação só com tropa macaca, embora a nível de comando de agrupamento (nº 2957), sendo comandada pelo cor inf Hélio Felgas [1920-2008]. Quase um terço dos efectivos eram carregadores.

Pensava-se que em Mina, junto ao Rio Corubal, na margem  estaria sedeado o Comando do Sector 2, da estrutura político-militar do PAIGC. Pensava-se também que havia, na mata do Fiofioli, um grande hospital, com médicos e enfermeiras... cubanos!

Do ponto de vista militar, a operação foi, senão propriamente um fiasco, uma frustração para as NT. Em contrapartida, houve inúmeras evacuações (n=110) dos nossos combatentes, devido a problemas de desidratação, desnutrição, esgotamento físico e stresse psicológico... É interessante a análise do autor do relatório sobre os sucessos e os insucessos desta megaoperação de...limpeza.

Damos hoje início à publicação do relatório da Op Lança Afiada (Na I Série do nosso blogue já publicámos alguns excertos substanciaos). Tratando-se de uma fotocópia de um documento dactilografado e  policopiado a stencil, com data de 1970, há erros e omissões que eu procurei colmatar ou corrigir, sempre que possível. Também substituímos algumas abreviaturas para tornar o texto mais legível para os nossos leitores, os  paisanos ou os que não fizeram tropa nem estiveram na Guiné.

É importante esta operação no seu contexto. Estava-se então em plena época seca: o capinzal já não resiste às granadas incendiárias e as clareiras, abertas pelas queimadas na savana arbustiva, deixam entrever a imensa mole de vegetação tropical para além da qual fica tabanca di bandido, em florestas sombrias onde coabitam dginé & najoré, e que na algaraviada dos meus queridos fulas  (da CCAÇ 12) queria  dizer irãs, diabos, diabretes, duendes e toda a espécie de espíritos (bons e maus)…

O objectivo da operação é, como sempre, aniquilar, capturar ou, no mínimo, expulsar o IN, destruir todos os seus meios de vida e recuperar a população sob o seu controlo... (À força, se a dita população não quiser voltar a viver sob a nossa bandeira e a nossa soberania).

A ideia de manobra é simples: da Ponta do Inglês (antigo destacamento da CART 1746, evacaudo em 7/8 de outubro de 1968) à mata do Fiofioli, da estrada Mansambo-Xitole à Ponta Luís Dias (outrora um florescente entreposto comercial à beira rio) um enorme cilindro compressor irá empurrando tudo o que for balanta, beafada e bicho do mato para o Rio Corubal onde os esperam os pássaros de fogo dos tugas, os hipopótamos, os jacarés, as formigas carnívoras, os jagudis...

Oficialmente o dispositivo do IN na área compreendida entre a linha geral Xime-Xitole e a margem direita do Rio Gorubal foi desarticulado — um eufemismo, de resto, muito utilizado nos nossos relatórios militares para justificar resultados mais morais e psicológicos do que materiais em operações desta envergadura, e que quando muito só se realizam de dois em dois anos (Na verdade, não era todos os dias que nós podíamos, no TO da Guiné,  dar ao luxo de mobilizar o equivalente a um agrupamento, ou seja, 8 companhias, fora os carregadores civis).

Na prática, os roncos não foram espectaculares: para além de algumas toneladas de arroz destruídas e de umas tantas casas de mato ou cubatas queimadas, enfim, para além de alguns contactos com o IN, sempre à distância, “o que contou sobretudo foi termos penetrado em santuários do IN tão míticos como a mata do Fiofioli” (dizia-me um furriel da velhice com quem gostava de conversar do passado recente, em Contuboel, em junho de 1969).

B. Em Contuboel, verdinho que nem um periquito, fiquei a saber que o Fiofioli era um sítio tão temível para os tugas da Zona Leste como, noutros sectores, o Boé, o Cantanhez, o Morès, o Choquemone, o Caresse ou a ilha do Como.
— Afinal, nem hospital nem enfermeiras cubanas nem sequer o fantasma do Nino vestido à cowboy — comentava, entre irónico e desapontado, à mesa da lerpa, um outro furriel da velhice de Contuboel — Foi só por dizer que estivemos na mata do Fiofioli… Nem sequer fiz o gosto ao dedo!

O que eu na altura, pira,  pude concluir destas conversas entre velhinhos de barba rija, no meio de rodadas de cerveja e de uísque, é que depois do inferno de Madina do Boé (em 6 de fevereiro de 1969), a Lança Afiada teve um certo sabor a vitória para as NT.

0 que se passara, entretanto, é que, na impossibilidade de resistir abertamente à contrapenetração das NT, a guerrilha ensaiara algumas manobras de diversão pelo fogo, enquanto as populações sob o seu controlo, previamente alertadas, se metiam na arca de Noé (quiçá com alguma a bicharada do mato, os porcos, as galinhas, que puderam salvar), cambando o Rio Corubal e pondo-se a salvo na outra margem... Em suma a velha táctica do conhecido mestre escola chinês, Mao Tsé Tung: “dispersar quando o inimigo ataca, reagrupar quando o inimigo retira”…

Um mês depois, e quando os tugas voltavam a dormir de cu para o ar, preparando-se para hibernar nos seus campos fortificados durante a estação das chuvas, os diabos negros da floresta desencadeavam uma série de acções que culminariam no ataque em força, inesperado e espectacular, a Bambadinca, a sede do comando do setor L1 até então inviolável...

Foi a 28 de Maio de 1969, à noite, estávamos nós a chegar a Bissau. Quando passámos por Bambadinca, oito dias depois, a caminho de Contuboel, não se falava de outra coisa…
— Podíamos ter sido todos mortos ou apanhados à unha, tal era a bandalheira em que estava o quartel  — confidenciava-me o meu conterrâneo e amigo, o Agnelo Ferreira, 1º cabo telegraf inf da CCS.

Ao que parece, a tranquilidade era tanta que se faziam quartos de sentinela... sem armas! Era o que se dizia, nunca apurei a verdade... Ao que soube mais tarde (e confirmei na história da unidade), o comandante do batalhão (ten cor inf Pimentel Bastos), o major de op e inf  Viriato Amílcar Pires da Silva, o comdante da CCS (cap inf Eugénio Batista Neves)   e o comandante da CCAÇ 2405 (cap mil inf António Dias Lopes) serão, pouco tempo depois,  transferidos por ordem do Com-Chefe, "por motivos disciplinares". Era o tempo em que o ainda brigadeiro António de Spínola se tornou o terror dos comandos de batalhão. (LG)

Op Lança Afiada (8 a 19 de Março de 1969) - I parte

1. Situação: Inimigo



1.1. Desde há anos que a região da margem direita do Rio Corubal até à linha Xime-Xitole, é considerada uma zona de refúgio e preparação do IN [inimigo]. A profundidade continental da região, a sua espessa arborização (excepto na franja marginal do Rio), a falta de trilhos e caminhos, a grande distância a que ficam os aquartelamentos mais próximos (Xime, Mansambo e Xitole), tudo isto são características que convidam o IN a permanecer na Zona, em relativa tranquilidade.

O IN sabe que detecta facilmente qualquer tentativa de aproximação das nossas Forças Terrestres. Se a aproximação terrestre é difícil, a actuação das FN [Forças Navais] parece facilitada pela existência do Rio Corubal. E a tal ponto que, em estudo realizado por este Comando, a área da margem direita do Rio Corubal, desde a Ponta do Inglês a Cã Júlio, foi considerado uma área que devia ser batida pelas NT [Nossas Tropas] em operação conjunta de meios navais e helitransportados.

A deficiência destes meios contribuiu para o quase completo sossego em que o IN tem vivido na área, controlando uma população de balantas e beafadas que o alimenta e que se reputa numerosa. E determinou a realização da Op Lança Afiada com o emprego exclusivo de forças terrestres.


1.2. O reconhecimento aéreo e as poucas operações realizadas não dão uma ideia muito clara acerca do IN na região considerada. Admite-se no entanto que existam na região pelo menos 5 bigrupos e um grupo de artilharia.

As acções ofensivas do IN tem sido relativamente espaçadas e dirigidas contra o Xime, Mansambo e Xitole, além de emboscadas nas estradas Xime-Bambadinca e Mansambo-Xitole e de penetrações contra tabancas fiéis na direcção do [regulado do] Cossé e na área entre o Xitole e Saltinho.

Embora apresentando bom potencial de fogo (canhão s/r, mort 82 e 60, LGFog, etc.), o IN continua a mostrar uma execução deficiente. As reacções à actividade das NT não têm sido muito fortes. Mas os poucos trilhos de acesso estão normalmente armadilhados. O IN embosca por vezes as NT quando regressam a quartéis. Além disso tem tiro de Mort 82 preparados sobre os seus próprios acampamentos, executando-os quando as NT os ocupam. E as arrecadações de material e armamento encontram-se em geral afastados dos acampamentos.

De uma maneira geral podem considerar-se as seguintes áreas principais de concentração IN:

1 – Poindon;
2 - Baio-Buruntoni;
3 - Gã Garnes (Ponta do Inglês);
4 - Ponta Luís Dias (Calága) – Gã João;
5 - Mangai -Tubacuta;
6 - Madina Tenhegi;
7 - Fiofioli;
8 - Cancodeas;
9 – Mina – Gã Júlio;
10 – Galo Corubal – Satecuta;
11- Galoiel.


1.3 [Vd. cartas do Xime, Fulacunda e Xitole]

a) Área de Poindon:

Localização aproximada – (1500 1155 B2). RVIS efectuado em Novembro de 1968 revelou que toda a área se encontrava muito povoada tendo sido referenciadas mais de 15 casas de mato,  distribuídas por 2 núcleos. As bolanhas estavam cultivadas.

b) Área de Baio-Buruntoni:

Baio – Localização aproximada: (1500 1150 G7); deve ser uns dois a três km a Oeste. Chefe: Mário Mendes. Efectivo aproximado: 1 bigrupo dividido com Varela.

Burontoni – Localização aproximada: (1500 1150 G7) e (1455 1150 A 7). Efectivo aproximado: 100 homens: Armamento: MP, Mort 82 e 650, LGRFog.





c) Área de Gã Garnes (Ponta do Inglês):

Localização aproximada – (1500 11540 B5-5) com trilhos de acesso a Baio e à Ponta João da Silva. O itinerário a seguir quando se vem da Ponta do Inglês atravessa o Rio Buruntoni em (1500 1150 A2 -82). Efectivos e armamento: mais de 15 homens com Mort, LGFog, etc.




d) Área de Ponta Luís Dias – Gã João:

Ponta Luís Dias – Localização: (1505 11?3 F3 ou G2 G0-44). O itinerário mais fácil parece ser pela margem do Rio Corubal mas na época seca pode ir-se partindo de Gã Garnes. Efectivos: Cerca de 25 (?) elementos, armados de MP, ML, Mort 82 e 60, LGFog., etc. Consta talvez (?) 1 Canhão s/r em Ponta Luís Dias, apontando para o Corubal.

Gã João - Localização: (1505 1150 H5 ou I6 ou 13-55).Acessos idênticos ao acampamento de Ponta Luís Dias. Pode ficar à direita da picada Ponta Luís Dias – Ponta do Inglês sobre um trilho que parte desta. Foi localizado um grupo de casa em 1505 1150 G9-2.





e) Área de Mangai – Tubacuta:

Mangai – Localização: (1505 1145 G8). O acesso é mais fácil pela margem do Corubal. Por terra o acesso mais fácil parece ser por Madina Tenhegi (1500 1150 E2). Efectivos: 1 Gr Artilharia, parte em Tubacuta.

Tubacuta – Localização: (1500 1145 B9 B6 ? ), entre a tabanca e a Casa Gouveia, ao pé da bolanha. O acesso é mais fácil pela margem do Rio Corubal ou partir de Madina Tenhegi. Efectivos: mais de 100 homens com cubanos.

f) Área de Madina Tenhegi:

Não há referências sobre acampamentos IN.

g) Área de Fiofioli:

Localização: (1500 1145 E4 ou D5). Não são conhecidos os acessos à área. A mata do Fiofioli é muito [ densa ? ] e está praticamente cercada por bolanhas que o IN provavelmente baterá. Efectivos: talvez 1 bigrupo. Consta existir um hospital, com médicos cubanos.

h) Área de Cancodeas:

Cancodea Balanta – Localização: (1500 1145 E3). Efectivos: 50 homens armados.

Cancodea Beafada – Localização: (1500 1145 G2)




i) Área de Mina – Gã Júlio:

Mina – Localização: Em (1500 1145 h6 ou I6), na mata próxima da tabanca, dividida em dois núcleos, afastados cerca de 400 metros. Um núcleo é formado pelas instalações de pessoal e pelo posto de rádio. Parece ser aqui o comando do Sector 2 do IN. Consta haver uma enfermaria com cubanos. Há quem diga existir 200 elementos IN. Mas há quem diga serem poucos. A reacção à operação dos páras em 16 de Dezembro de 1968 foi nula. Em Novembro de 1968 foi indicada a existência de canhão s/r, 10 LGFog, 5 metralhadoras Degtyarev, 1 morteiro 60, etc.

Gã Júlio – Localização: (1500 1145 D4 ou E4). Não há outras indicações.


j) Área de Galo Corubal – Satecuta:

Galo Corubal – Localização (1455 1145 D4 ou E4), no fundo do palmar e a cerca de 300 m do Rio Corubal. O acesso tem sido feito pelo Norte do Rio Pulon desde a estrada Xitole-Mansambo, mas as NT têm-se perdido por vezes. O acesso, através do Rio Pulon, próximo da foz, por Seco Braima, pode ser efito na época seca. Efectivos e armamento: Considerados poucos, mas com MP, ML, Mort LGRFog.

Satecuta – Localização (1455 1145 D2 ou E2 ou F2), a oeste de Seco Braima. Acesso idêntic o ao de Galo Corubal. Em meados de 67, apresentava grande actividade IN. O acampamento foi detsruído em Maio de 68, baixando a actividade IN. Efectivos: ignoram-se mas parecem dispor de MP, ML, Mort LGRFog.



l) Área de Galoiel:

Localização (1455 1150 F1) próximo de Galoiel. Ataque das NT em 28 de Novembro de 1968 repelido pelo IN. Novo ataque em 23 de Dezembro não tendo o IN oferecido quase resistência. Efectivos entre 20 a 30 elementos, armados com LGRFog, Mort 82, ML, etc.


Guiné > Zona Leste > Croquis do Sector L1 (Bambadinca) > 1969/71 (vd. Sinais e legendas).



1.4. Admite-se que, sendo a Op Lança Afiada, uma operação demorada, o IN tenha possibilidade de reforçar os seus bigrupos, exercendo um esforço sobre este ou aquele dos nossos destacamentos. Admite-se também que quer as populações civis sob controlo In quer o próprio IN atravessem de noite o Rio Corubal, furtando-se assim ao contacto com as NT.


2. Missão:

- Atacar e destruir ou capturar o IN em toda a região da margem direita do Rio Corubal, entre este rio e a linha Xime-Xitole;

- Nomadizar na região procurando trilhos que serão imediatamente explorados;

- Capturar a população civil;

- Destruir todos os meios de vida encontrados e que não possam ser oportunamente transportados.


Carregadores do PAIGC. Fonte: Regiões Libertadas da Guiné (Bissau). Pequim: Edições em Línguas Estrangeiras. Agência de Notícias Xinhua. 1972.© Agência de Notícias Xinhua (1972).


3. Força executante

a. Comandante: Coronel Hélio Felgas.

b. Comandantes das sub-unidades:

[Vd. Caixa a seguir]



[Observações: O ten cor inf Pimentel Bastos era o cmdt do BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70; Dest A: CART 2338: Não temos ninguém que a represente no blogue: é contemporânea da CART 2339, passou por Fá Mandinga, Nova Lamego, Buruntuma e Pirada, 1968/69; Dest B: CART 1746, Xime; Dest C: CART 1743, passou por Tite, Bissássema, Jabadá, Nova Sintra, Bissau, 1967/69; Dest D: CCAÇ 2403, passou por Nova Lamego, Piche, Fá Mandinga,  Olossato, Mansabá, Bissau, 1968/70; era comandada pelo cap inf Hilário Peixeiro, nosso tabanqueiro] (LG)





[Observações: Agrupamento tático sul: Ten Cor Jaime Tavares Banazol; Dest F &gt: CART 2339 (Mansambo): um  dos oficiais listados é o nosso camarada Torcato Mendonça;  Dest G: CCAÇ 2405 (Galomaro): os dois alf mil referidos são membros da nossa Tabanca Grande: Paulo Raposo e Victor David.:Dest H: CART 2413 (Xitole); Dest I: CCAÇ 2406 (Saltinho).] (LG)



c. Meios



d. Organização

Foram constituídos 2 agrupamentps táticos, o do Norte e o do Sul, cada qual com 4 Dest. O Dest E reforçou sucessivamente os 2 Agerupamentos Táticos,

e. Alterações feitas à organização regulamentar

(1) Pessoal - [Omisso]
(2) Armamentio - Nada
(3) Equipamentp - Nada
(4) Munições - Nada
(5) Material especial distribuído - Potes fumo, redes mosquiteiras e pomada repelente, tudo contra ataques de abelhas. Sacos de linhagem para o arroz capturado.
(6) Material de transmissões - Utilizados  postos ANPRC (Ar-Terra), DHS (Terra-Terra e Ar-Terra), AVF ou AVP. OS postos ANGRC-9 com que se inicvou a Operação  froam recolhidos ao segundo u terceiro dia por inúteis.

(continua)


Fonte: Extratos de: Guiné 68-70. Bambadinca: Batalhão de Caçadores nº 2852. Documento policopiado. 30 de Abril de 1970. c. 200 pp. Cap II. 48-54. Classificação: Reservado  [Agradeço ao Humberto Reis ter-me também facultado uma cópia deste documento em formato.pdf e em papel]

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Nota do editor:

(*) I Série > poste de 15 de outubro de 2005 > Guiné 63/74 - CCXLIII:Op Lança Afiada (1969): (i) À procura do hospital dos cubanos na mata do Fiofioli