Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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terça-feira, 4 de novembro de 2025
Guiné 61/74 - P27387: Facebook...ando (95): Tenente-General PilAv António Martins de Matos, ex-Tenente PilAv da BA-12 (Bissau, 1972/74): Acabo de completar 80 anos. É obra
Caros Amigos,
Acabo de completar 80 anos. É OBRA. Quero agradecer as vossas amáveis palavras, mas, a bem da verdade, há muito que deixei de comemorar os meus aniversários. Prefiro meter-me no carro, ir passar o dia a um qualquer lugar, bem longe. No ano anterior fui até Bragança, desta vez Viana do Castelo. Passo seguinte, telemóvel em OFF, um Cutty-Sark, duplo e sem gelo, tempo de recordar os meus “Fantasmas”.
Aos 2 anos, os meus pais a alugarem uma casita no Cacém, nesse tempo havia uma crise de habitação. Aos 4, o regresso a Lisboa, aos 7, a experimentar um cigarrito, aos 10, o Pedro Nunes e várias idas ao Aeroporto, ver os aviões. Aos 14, marinheiro, até Al-Faw, lá no topo do Golfo Pérsico, ida e volta, 12.000 milhas. Aos 16, baptismo de voo num Comet-4 da BOAC, até Londres, um mês, a aprender inglês… e outras coisas. Aos 18, piloto civil, o meu pai a suspirar, gostava que eu fosse para a Marinha. Aos 24, um belo Alferes Piloto-Aviador e o fim de um Projecto apenas iniciado, com passagem por vários hospitais, lágrimas e más memórias.
Aos 25, a subida ao topo da escala aeronáutica, “Falcão”. “Guerra ou Paz, Tanto me Faz”.
Aos 27, África e a Guerra Colonial. Na primavera de 73 e na Guiné, cinco pilotos abatidos por mísseis Strela. Alguns ”Falcões” de imediato a renegarem o “Lema”, a declararem-se “inoperativos”. A afrontar o inimigo apenas dois Coronéis, dois Capitães e um Tenente. Várias idas ao estrangeiro, a levar ferro do grosso, até a situação estabilizar. Essas missões valeram a Moura Pinto e Lemos Ferreira (eram os Chefes) as Medalhas de Valor Militar com Palma, Grau Prata. Os outros três, Pinto Ferreira, Bessa Azevedo e eu… esquecidos.
Regresso de África e o 25Abril. Mais uns meses e lá me atribuíram uma Medalha, a das Campanhas, igual à que foi imposta ao cozinheiro da BA-12. E apenas “Atribuída”! Tive de a ir comprar à Casa Buttuller.
O Verão Quente a chegar, época conturbada. Por termos andado a defender a Pátria fomos apelidados de “fascistas e colonialistas”, os “renegados” logo a passarem a “revolucionários”. Foi por essa altura que, em vez de um carro do tipo “proletário”, apareceu um belo Porsche. Que um homem não é de pau, também precisa de alguns miminhos. No seguimento, demasiadas aventuras e algumas muito confusas paixões…
Aos 30, um muito paciente instrutor de jovens candidatos a aviadores, ainda uma outra função, piloto de acrobacias, nos ASAS, com o meu 2414 por essa Europa, a escrevinhar autógrafos nos mais “variados locais”.
Aos 35, o passo mais importante da minha vida, nova família, uma linda mulher e dois filhos maravilhosos.
Aos 40, Gestor de um Projecto de muitos milhões, levado a bom porto, graças a uma fantástica Equipa.
Viagens foram muitas, de Trondheim a São Paulo, de LA e Vegas (onde ganhei na roleta) a Cabul (onde perdi aos matraquilhos). Molhei os pés no Pacífico. Também vivi em Bruxelas, armado em Diplomata, de fato e gravata, “Muito agradeceria a Vossa Excelência”…, e Madrid, “Olé Conho, rápido, quiero un café-solo y dos churros”.. A minha cidade preferida, Viena, andei por lá, tudo com muita calma, que o stress mata.
Uma nova medalha, já não precisei de a ir comprar, chegou via DHL, numa caixa, embrulhada em celofane.
Comandar uma Base Aérea foi uma experiência inesquecível. No final, um “Adeus e vai-te embora.”. Fui.
Foi preciso ser promovido a General para, finalmente, alguém “Importante” e em Cerimónia com alguma “Pompa e Circunstância”, me pendurar uma medalha ao pescoço. Foi o Ministro da Defesa… de Espanha.
Aos 58, Comandante do CAOC-10, Monsanto. Reuniões NATO no Funchal, demonstrar que a Madeira também é Portugal. Agradecimentos pelo General Americano Moorhead, Comandante do AIRSOUTH.
Aos 61, Comandante Logístico da Força Aérea, tempo de mudar alguns caducos conceitos e antigos vícios.
Foi já em final de carreira que se esmeraram, uma de “Serviços Distintos”. Desta vez foi mesmo a valer, o meu amigo TM a picar-me a “fatiota”. Não percebi lá muito bem a oportunidade de tal miminho, fiquei encabulado e vaidoso, muito vaidoso. Interessante como agora, nestes tempos de paz e do “faz de conta”, não há General que não ostente garbosamente uma “meia dúzia” dessas medalhas. Outros tempos…
Ainda a contemplar a medalha e logo a ser ultrapassado por um famoso arrivista, habitual “pisador de alcatifas”. Que lábia não lhe faltava. O FIM DA LINHA. Passagem imediata à Reserva e Reforma.
Uma nova fase, escrever. Publicados dois ensaios e três romances. Um mau negócio, todos a engordarem à minha custa, o Editor, o Distribuidor, o Livreiro e o Estado. Ficou apenas e só o muito gozo da coisa.
E eis-me chegado aos 80 anos. Tempo de descanso? Não. Ainda tenho algum trabalho pela frente.
Continuo à espera que a FAP se resolva a homenagear os seus 371 militares que “Morreram Voando”. Demasiados. Para quando um condigno Monumento? Nos Carvalhos e a recordar aquele triste acidente de 1955, já lá existem, um Obelisco, uma Capela, duas feias Esculturas e, com o apoio do cacique local, uma muito concorrida Romaria. Será… Oportunismo?
Masoquismo? Ou apenas… dois pesos e duas medidas?
E para quando um Memorial aos 45 (de Tenente-Coronel a 1.º Cabo) que “Morreram em Combate”?
A Pergunta: Por que razão a FAP vai negando a sua História? Será Esquecimento? Indiferença? Vergonha?
As “Chefias” já não são do tempo da guerra. Talvez por isso, vão permanecendo quietas e mudas, a olharem para o umbigo, à espera que o seu comprometido silêncio lhes possa valer alguma nova Mordomia. Que coleccionar medalhas tem alguns truques, saber pisar alcatifas e mostrar os dentes aos políticos é muito mais rentável (e seguro) que ir à guerra. Há quem já precise de ”reforçar as entretelas”. Isso sim, é que é OBRA!
Enquanto tiver forças e o meu amor de há 45 anos me aturar, não me calo. Para que conste!
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Notas do editor:
Vd. post de 3 de novembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27380: Parabéns a você (2429): Tenente-General PilAv Ref António Martins de Matos, ex-Tenente PilAv da BA 12 (Bissau, 1972/74)
Último post da série de 14 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27217: Facebook...ando (94): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte XI: Pescadores do rio Grande de Buba, ao amanhecer
quarta-feira, 4 de junho de 2025
Guiné 61/74 - P26880: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - Parte VII: Os "turras" têm agora um míssil que abate aviões e helicópteros
O Comandante Almeida Brito tinha nascido em 1933 e concluído em 1953 o curso de aeronáutica militar na Escola do Exército (antecessora da Academia Militar). O seu desaparecimento (o corpo nunca chegriara a ser encontrado) causou profunda consternação na BA12 e em Bissau, onde era um militar muito conceituado e muito querido entre os seus subordinadas e amigos.
Guiné > Bissau > c. 1973 > instalações da UDIB onde havia um cinema cujo salão era utilizado para o Congresso do Povo. (O início da construção da nova sede da UDIB - União Desportiva e Internacional de Bissau data de fevereiro de 1969; a primeira pedra foi lançada pelo então brigadeiro António Spínola.)
Pouco depois da minha chegada a Bissau, a grande notícia foi o derrube de aviões Fiat ! A notícia não foi dada na rádio, mas circulava entre os militares. Dizia-se que um avião não voltou de uma missão, foi outro à procura para ver o que aconteceu, também foi abatido.
Quando os helicópteros passavam insistentemente, já se sabia, houve feridos em combate, estão a decorrer evacuações.
Naquele mês de Abril de 1973, houve uma reunião da Assembleia Legislativa , foi acontecimento badalado na rádio. Aqui, chama-se Congresso do Povo, reúne deputados locais, chefes tribais e régulos de diferentes etnias.
Pouco depois, foi a morte de um líder muçulmano em Nova Lamego, Gabú para os locais. Spínola ordenou um funeral com pompa e circunstância. Demba andava entusiasmado e quando os discursos eram em «fula», ele comentava nessa língua com o Issa e com o Claudino. No dia do funeral do tal imã, o Demba não compareceu no serviço. Dias depois, quando regressou, contou o que se tinha passado nas exéquias, falou do discurso de Spínola etc. etc.
Fonte: Blogue Luís Grça & Camaradas da Guiné > 21 de junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1867: Força Aérea Portuguesa: Seis Fiat G.91 abatidos pelo PAIGC entre 1968 e 1974 (Arnaldo Sousa)
Nota do editor LG:
(*) Último poste da série > 1 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26871: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - Parte VI: o pesadelo do tenente-coronel: as batatas e o frango congelado!...
quarta-feira, 3 de abril de 2024
Guiné 61/74 - P25332: Os nossos seres, saberes e lazeres (621): Giselda e Miguel Pessoa, o casal mais strelado do mundo, entrevistado no Jornal Nacional da TVI, 20h00, de 2 de Abril de 2024
Passou ontem no Jornal Nacional da TVI, às 20h00, uma entrevista feita pelo jornalista Victor Bandarra ao casal Giselda e Miguel Pessoa, integrada na contagem decrescente para os 50 anos do 25 de Abril.
Com as imprecisões do costume, basta ler o subtítulo acima reproduzido, a entrevista lá decorreu com os nossos camaradas, Giselda e Miguel a tentarem repôr a verdade dos factos. Os vídeos apresentados nada têm a ver com os assuntos tratados, mas também a isto estamos já habituados.
Mais do mesmo, não fosse o se tratar de um apontamento dedicado à recuperação do nosso Tenente Piloto Aviador Miguel Pessoa e de nesse salvamento estar a enfermeira paraquedista, Giselda Antunes, que pelos factos conhecidos, teve direito a ficar com o "salvado". Hoje são o casal mais "strelado" do mundo, que merecia muito mais nesta reportagem.
A entrevista pode ser vista na TVI Player, aqui, ou procurando nas boxes o Jornal Nacional das 20h00 do dia 2 de Abril.
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Nota do editor
Último post da série de 23 DE MARÇO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25300: Os nossos seres, saberes e lazeres (620): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (147): Com que satisfação regressei à Princesa do Alentejo, uma incompreensível ausência de décadas (7) (Mário Beja Santos)
sexta-feira, 8 de março de 2024
Guiné 61/74 - P25249: A 23ª hora: Memórias do consulado do Gen Bettencourt Rodrigues, Governador e Com-chefe do CTIG (21 de setembro de 1973-26 de abril de 1974) - Parte X: as directivas do último trimestre de 1973

1. Em 25 de Agosto de 1973 foi nomeado para os cargos de Cmdt-Chefe das Forças Armadas da Guiné e de Governador da Guiné, o general José Manuel Bettencourt (ou Bethencourt) Conceição Rodrigues (1918-2011), oriundo da arma de infantaria, em substituição do general António Sebastião Ribeiro de Spínola (1910-1992), oriundo da arma de cavalariam que terminou a sua comissão de serviço nesse data. (Já estava, de resto, de licença de férias no Continente desde o dia 6 de agosto.).
Transcreve-se a "Execução":
"a. Com vista ao cumprimento desta missão impõe-se:
(1) preparar as Unidades, a todos os níveis de Comando, para, face às possibilidades lN esboçadas, conseguir uma "diminuição de vulnerabilidades";
(2) estudar e adoptar, a todos os níveis de Comando, as medidas mais adequadas e velar exaustivamente pelo seu rigoroso cumprimento;
(3) responsabilizar todos os escalões de comando pelo estabelecimento de medidas convenientes, pela orientação das Unidades e pela fiscalização da execução, com vigor e com rigor;
(4) não aceitar desculpas como o calor, o cansaço do pessoal, o tempo de comissão, o desembaraço criado pela veterania e a incomodidade do esforço físico porque está em causa "a troca de sangue por suor".
b. Os Comandos do TO, a todos os níveis, adoptam todas as medidas convenientes, de entre as quais se indicam aquelas cuja adopção se considera imprescindível:
(1) Manter abertos os itinerários da respectiva ZA que permitam a ligação a Unidades vizinhas e, através dos quais, se possam executar reabastecimentos normais e de emergência e deslocamentos de forças para apoio mútuo e reforço de localidades ameaçadas.
Com esta finalidade, toma-se necessário:
- a desmatação de itinerários de molde a dificultar a montagem de emboscadas lN;
- a realização de patrulhamentos frequentes para impedir a implantação de minas e para detectar e neutralizar as existentes;
- a montagem de emboscadas e de minas e armadilhas nos trilhos de acesso às vias de comunicação e nos locais mais propícios a emboscadas lN.
(2) Treinar as tropas na reacção a emboscadas lN.
(3) Assegurar a defesa e segurança das pistas e heliportos de molde a mantê-las em permanente estado de utilização.
(4) Executar acções dinâmicas que criem insegurança e intranquilidade ao lN.
(5) Eliminar todas as rotinas que possam dar vantagens ao lN.
(6) Verificar a instrução de tiro do pessoal (1 cartucho por homem serve para detectar maus atiradores) e treinar os menos aptos.
(7) Mentalizar permanentemente o pessoal quanto à necessidade de disciplina de fogo. O consumo exagerado de munições denuncia nervosismo, baixo moral e deficiente nível de instrução e pode colocar as tropas perante a necessidade dum reabastecimento urgente, nem sempre possível.
(8) Estudar e ensaiar medidas de reacção dinâmica que devem ser procuradas com o maior interesse e executadas com a máxima agressividade.
(9) Aperfeiçoar todos os procedimentos para pedidos de apoio, de molde a que estes possam ser feitos de maneira eficiente e em tempo útil. Salientam-se os referentes a apoio de fogos da Força Aérea e de Artilharia e aos transportes de evacuação (TEV).
(10) Rever os "planos de defesa" de aquartelamentos e localidades, de forma a aperfeiçoar os dispositivos de defesa imediata, bem como os sistemas de apoio mútuo, quer pelo fogo quer pela
manobra.
(11) Melhorar a organização do terreno quer em abrigos, quer em trincheiras ou locais de combate, para fazer face à hipótese de tentativas de abordagem e assalto.
(12) Assegurar a defesa afastada dos aquartelamentos e localidades por meio de:
- patrulhamentos e emboscadas frequentes nas possíveis bases de fogo lN e nos itinerários que a elas dão acesso;
- implantação de minas e armadilhas nas bases de fogos lN e nos itinerários que a elas dão acesso;
- elaboração de planos de fogos perfeitamente adaptados às realidades.
(13) Treinar os "planos de defesa" de aquartelamentos e localidades, pela execução de frequentes "exercícios de alarme", de dia e de noite, promovendo imediatamente as necessárias correcções.
(14) Proteger as populações.
(15) Intensificar o serviço de informações e o rigor de medidas de contra- informação.
(16) Assegurar uma efectiva e eficiente acção de comando, em todas as situações de modo que a tropa se encontre sempre convenientemente enquadrada.
(17) Dispor de uma reserva pronta a sair com prévio alerta, com vista a actuar contra grupo lN detectado ou a socorrer uma Unidade vizinha. [... ]"
Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
"1. SITUAÇÃO
a. A utilização pelo lN, no TO da Guiné, de mísseis terra-ar [Strela, de fabrico russo], impôs alterações no emprego da Força Aérea, com reflexos na doutrina operacional, não só da Força Aérea, como ainda das Forças de Segurança (lapso, deve ser Forças de Superfície) (FS).
b. Aquelas alterações traduzem-se por:
(1) Cancelamento de algumas acções operacionais da Força Aérea.
(2) Modificação de procedimentos de voo, de carácter geral e específico, para cada tipo de aeronaves.
(3) Modificação de procedimentos na execução de acções de apoio pelo fogo em proveito das FS.
"2. ACÇÕES OPERACIONAIS DA FORÇA AÉREA CANCELADAS
São canceladas as seguintes acções operacionais da Força Aérea:
a. DCON [Direcção de Controlo D Delta - ponto trigonométrico... ] ("DO-27" - armado, a baixa altitude). [... ]
b. DACO [Direcção de Apoio de Comunicações de Operações] ("T-6" - armado). [...]
c. ATAP [ Ataque de Apoio] ("T-6" - armado). [ ]
d. ATAP [ Ataque de Apoio] ("FIAT G-91" armado com foguetes e metralhadoras). [ ]
e. ATIR [Ataque Independente em Reconhecimento; ] - ATID [Ataque Individual Ririgido] ("FIAT G-91" com foguetes e metralhadoras). [ ]
f. RVIS [Reconhecimento Visual ] ("DO-27" a baixa altitude). Substituída por RFOT [Reconhecimento Fotográfico ].
"3. PROCEDIMENTOS DE VOO DE CARÁCTER GERAL
São estabelecidos os seguintes procedimentos de voo, aplicáveis a todas as aeronaves e em todos os tipos de missões:
a. Altitudes de voo - acima de 6.000 pés e abaixo de 200 pés. [1 pé=30,48 centímetros. ]
b. Entre aquelas altitudes, todas as aeronaves manobram constantemente (mudanças bruscas de rumo e altitude).
c. Todas as subidas e descidas sobre as pistas do interior do TO são executadas em espiral, com inversões frequentes de sentido.
d. As rotas são variadas de modo a que as aeronaves, sempre que possível não sobrevoem os mesmos pontos, pelo menos dentro de períodos curtos de tempo.
e. Todas as aeronaves actuam, no mínimo, em parelhas.
f. As subidas e descidas nas pistas do interior do TO são executadas dentro da área de manobra cuja segurança é garantida pela FS:
(1) Nas pistas de escala de aviões de transporte médio (Nova Lamego, Bafatá, Aldeia Formosa e Cufar) - de acordo com o procedimento anteriormente estabelecido.
(2) Nas pistas de escala de aviões de transporte ligeiro - 2.000 metros a partir da pista, quer lateralmente, quer nos topos (4.000 x 6.000 metros).
g. A proximidade da fronteira, as áreas de reacção antiaérea com misseis terra-ar e as áreas de maior actividade do lB onde, segundo notícias recebidas, se presume a existência de mísseis
terra-ar, levaram a considerar operativas para "DO-27" apenas as pistas constantes do Anexo A [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
h. Atendendo aos condicionamentos expressos em 3.g. são considerados heliportos de utilização normal apenas os indicados no Anexo A [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
"4. PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS E RESTRIÇÕES NA UTILIZAÇÃO DAS AERONAVES
a. TGER médio ("NORDATLAS" e "C-47").
(1) São normalmente utilizadas as pistas de Nova Lamego, Bafatá, Aldeia Formosa e Cufar. A pista de Farim é utilizada apenas em casos especiais.
(2) A execução das missões tem carácter inopinado; os dias e horas são acordados de véspera até às 17h00 entre o COAT e a Repartição PessLog do Comando-Chefe. Esta Repartição
informará a Chefia dos Transportes e a Unidade destinatária com a antecedência conveniente para efeitos de aviso aos passageiros, preparação da carga e transportar e montagem
da segurança da área de manobra. [... ]
b. TGER [Transportes Gerais ] ligeiro. Condicionado por condições meteoreológicas.
(1) "DO-27"
(a) As disponibilidades de carga a transportar são:
- Descolagem de Bissau 300 Kg
- Descolagem de outras pistas 200 Kg
(b) O número de descolagens por missão é reduzido para 4 (incluindo a descolagem de Bissau), excepto para o sector de Tite/Bolama em que se admitem 6. [... ]
(i) O pedido de uma acção TEVS [ Transporte de Evacuação Sanitária] é elaborado de acordo com o Anexo B [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
(2) Helicóptero - "ALIII"
Adoptam-se os procedimentos estabelecidos para "DO-27" no que se refere a TGER e TEVS.
c. PCV [Posto de Comando Volante ] ("DO-27")
Realizado acima de 6.000 pés, destina-se a fazer trânsito de comunicações, e conduzir grupos empenhados em operações e a referenciar posições para apoio de fogo, desde que as FS tenham possibilidades de sinalizar as posições próprias utilizando fumígenos.
d. Ataque ao solo (Anexo C) [omisso, não disponibilizado pela CECA, 2015 ].
(1) "FIAT G-91". [... ]
e. TMAN [Transporte de Manobra] (Helicóptero "AL-III")
(1) As colocações e recuperações de pessoal devem efectuar-se, sempre que praticável, em locais distintos e afastados.
(2) O número de vagas deve ser o menor possível.
(3) As recuperações devem ser reduzidas ao mínimo indispensável.
(4) As evacuações de feridos da zona de operações e as recuperações devem ser efectuadas de pontos afastados de locais de contacto com o lN.
(5) As aproximações aos pontos de colocação e recuperação são sempre efectuadas à altitude mínima possível.
f. RFOT [Reconhecimento Fotográfico ]
(1) A baixa altitude, para objectivos pontuais.
(2) A 10.000 pés, na escala de 1/30.000, com possibilidades de ampliação até à escala de 1/7.500.
g. AESC [ Ataque em Escolta ] (Helicóptero "AL-III")
(1) A escolta a formações de helicópteros é executada por dois helicópteros armados.
(2) A escolta a um helicóptero é efectuada por um helicóptero armado.
h. DACO [Direcção de Apoio de Comunicações de Operações]
O avião mantém-se a uma altitude de segurança e destina-se a fazer trânsito de comunicações entre as FS e o COAT [Comando Operacional Aero Terrestre ] e a indicar aos pilotos dos "FIAT G-91" a base de fogos lN, no caso de se verificar um ataque e ser pedido apoio de fogo.
i. DLIG [Missão Diversa de Ligação]
Acompanhamento de aviões "DO-27" empenhados em acções de transporte (TGER, TMAN ou TEVS) e a helicópteros que efectuem percursos a muito baixa altitude.
"5. PROCEDIMENTOS A SEGUIR PELAS FS NA EXECUÇÃO DE ACÇÕES DE APOIO PELO FOGO
a. As restrições impostas à Força Aérea nas actuais circunstâncias condicionam, de forma muito particular, as acções de apoio pelo fogo, não só pelas consequências desastrosas que podem advir de um erro de localização das NF, como ainda pela necessidade de se
introduzirem distâncias de segurança.
b. (1) Até ao aparecimento do míssil, as posições ocupadas pelas NF e pelo lN eram identificadas visualmente pelos pilotos. Este procedimento já não é realizável, em virtude de a 6.000 pés de altitude ou acima não ser possível identificar pela vista as posições ocupadas pelas NT e pelo lN. As posições ocupadas pelas NT terão de ser identificadas por forma (de preferência coloridos, exceptuando a cor verde). A posição do lN a atacar terá de ser definida por azimute magnético e distância a partir das posições das NT ou por granadas de fumos de morteiro (de preferência coloridos exceptuando a cor verde).
(2) Quando as NT fazem um pedido de apoio de fogo urgente devem informar:
- Se houve flagelação a redutos defensivos (aquartelamento, bivaques, etc), meios móveis (navios, viaturas, etc) ou contacto lN no mato.
- Qual o armamento utilizado pelo lN.
- Se, à altura do pedido, ainda está em curso o fogo lN ou há quanto tempo teve lugar.
- As condições meteorológicas na zona (nebulosidade e visibilidade), quando possível.
"6. PREMISSAS A CONSIDERAR PELO CZACVG [Comando da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné] NA DECISÃO - PROCESSO ACEITAÇÃO / RECUSA DUM PEDIDO DE APOIO DE FOGO
a. Possibilidades da artilharia e das armas terrestres da dotação normal das NT.
b. Possibilidades de apoio aéreo e oportunidade de intervenção.
c. Meios existentes em voo e no solo e capacidade dos diversos sistemas de armas.
d. Condições meteorológicas (aeródromo de partida, trânsito e zona de acção) e evolução prevista.
e. Rendimento a esperar em face dos elementos conhecidos.
f. Situação no local em face do armamento a utilizar e a reacção antiaérea previsível ou provável na zona e nos trânsitos. [... ]"
A área de Bissau, com toda a sua infraestrutura civil e militar, constitui o objectivo principal do lN.
- as instalações da SACOR;
- a Central Elevatória da Mãe de Água;
- o Centro Emissor de Brá; e
- a Central Eléctrica (Av. Brasil).
A PSP tem tido o encargo da defesa dos pontos sensíveis referidos. Porém, a partir de Novembro de 1973, os guardas europeus da 7ª CMP - Companhia Móvel de Polícia são, na sua quase totalidade, soldados no cumprimento do serviço militar obrigatório, com pouca idade, experiência e prática de serviço.
Este facto, aliado à fraca capacidade de enquadramento, tornam impossível à PSP continuar a garantir satisfatoriamente a segurança e defesa de todos os pontos sensíveis.
c. Reforços e cedências
(1) Reforços
a. Conceito da Manobra
Tendo em consideração a localização dos referidos pontos sensíveis em relação às áreas de responsabilidade do COMBIS, é minha intenção defender a central Eléctrica (Av. Brasil), a Central Elevatória da Mãe de Água e o Centro Emissor de Brá, com meios do COMBIS reforçados com a Companhia de Milícias Urbana.
b. COMBIS (Comando de Agrupamento de Bissau)
- Garante a segurança imediata da Central Eléctrica (Av. Brasil);
- Garante a segurança imediata da central Elevatória da Mãe de Água;
- Garante a segurança imediata do Centro Emissor de Brá. [... ]"
[ Seleção / adaptação / revisão / fixação de texto / negritos, para efeitos de publicação deste poste no blogue: L.G.]
(...) Ultrapassada a fase de surpresa inicial, realizada a análise das perdas sofridas e deduzindo, ainda que empiricamente, o funcionamento da nova arma, dada a escassez de informação, o Comando da Zona Aérea introduz uma série de condicionamentos nas missões realizadas pelas diversas aeronaves. As primeiras medidas cautelares são adoptadas em meados do mês de abril e são as seguintes:
- T-6G – Cancelamento das missões de apoio próximo às forças terrestres e de ataque ao solo de natureza independente;
- Fiat G.91 – Execução apenas de missões de bombardeamento a picar (BOP) e de metralhamento a picar (MAP), com entrada a 10 000 pés (3300 m) e saída a 3000 pés (990 m);
- DO-27 – Cancelamento das missões de Reconhecimento Visual (RVIS) e de Posto de Controlo Volante (PCV); redução das missões de TGER e de TEVS (Transportes Gerais e Evacuação);
- Noratlas – Execução de missões de transporte limitado a 3000 kg de carga, a fim de assegurar a maior razão de subida das aeronaves dentro da zona de segurança garantida pelas forças terrestres; canceladas as missões de lançamento de cargas aéreas;
- C-47 Dakota – Execução de missões de transporte aéreo limitado a 1500 kg de carga;
- Alouette III – Execução de missões de TGER e TEVS por duas aeronaves, a baixa altitude, uma limpa e a outra armada para protecção do conjunto e de apoio de fogo das tropas e do meio aéreo de TEVS, na zona de operações das forças terrestres; execução de missões de TGER apenas para pistas interditas ao DO-27. (...)
Por último, podemos analisar a exploração operacional das várias aeronaves da ZACVG, através do gráfico 6. O efeito do míssil é evidente, principalmente, nos aviões de hélice e menos significativo no Alouette III e no Fiat G.91. O caça italiano é mesmo o único meio aéreo que aumenta a sua actividade operacional ao longo do ano em análise.
6 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15336: FAP (93): O impacto do Strela na actividade aérea na Guiné - III e última Parte (José Matos, historiador e... astrónomo)
Desde finais de abril até dezembro de 1973, são referenciados 15 disparos contra aviões Fiat, mas nenhum avião é atingido (...). Este indicador mostra que os pilotos da BA12 conseguiram, ao longo do resto do ano, contornar a ameaça antiaérea e recuperar o controlo sobre a generalidade das acções de apoio que prestavam às forças terrestres.
O único abate acontece em 31 de janeiro de 1974, quando o G.91 5437, pilotado pelo Tenente Castro Gil, é atingido por um míssil perto da fronteira com o Senegal, numa missão de apoio a Canquelifá. O piloto consegue ejectar-se e escapar à guerrilha, regressando no dia seguinte ao quartel de Piche, à boleia numa bicicleta de um habitante local. (...)
[ Seleção / adaptação / revisão / fixação de texto / negritos e itálicos, para efeitos de publicação deste poste no blogue: L.G.]
domingo, 14 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25070: Facebook...ando (49): O Fernando Moreira (1950-2021), ex-fur mil trms, CCS/BCAÇ 3883 (Piche, 1972/74) terá sido o último militar do exército a falar pela rádio com o ten pilav Castro Gil (1950-1979) antes do abate do seu Fiat G-91 R/4, "5437", por um Strela, em 31/1/1974, sob os céus de Canquelifá
Há uma outra versão do abate do Fiat G-91 R/4, do ten pilav Castro Gil (*): foi escrita pelo Fernando Moreira, ex-fur mil trms inf, CCS/BCAÇ 3883 (Piche, 1972/74); está ainda disponível na sua página do Facenook e foi também produzida, com a devida autorização do autor, no Blogue Especialistas da Base Aérea 12, Guiné 65/74 > domingo, 3 de fevereiro de 2013 > VOO 2688 – 31 Jan. 1974 - Míssil abate avião; eu "estava" lá.
Ficámos também a saber que o nosso camarada da FAP, então já com o posto de cap pilav, Vitor Manuel Fernandes Castro Gil (1951-1979), viria a falecer, cinco anos depois, em 5 de janeiro de 1979, aos 28 anos na BA 5, Monte Real, num acidente com um T-33. Teria nascido, pois, em 1951.
- Terça-feira, 3 de fevereiro de 2009 > 761 Abate do Fiat G 91 5437 | Arnaldo Sousa Esp MMA Guiné | Lisboa
- Quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009 > 769 Complemento ao Post do Arnaldo Sousa | António Matos TenPilav Guiné | Hoje Ten Gen Pilav Reformado
- 9 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3859: FAP (6): A introdução do míssil russo SAM-7 Strela no CTIG ( J. Pinto Ferreira / Miguel Pessoa)
- 8 de agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4800: Em busca de... (85) O Fiat do Pilav Gil foi abatido em Janeiro ou em Março de 1974? (José Rocha)
- 11 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20965: FAP (116): O último ano do Fiat G-91 - II (e última) Parte (José Matos)
No dia 31 de janeiro [de 1974], após aquele destacamento ter sido flagelado com mais de 50 foguetões de 122 mm em apenas duas horas (houve abrigos que não resistiram e ficaram destruídos), foi decidida uma acção de apoio aéreo. Da Base de Bissalanca [BA 12], , em Bissau, levantou uma parelha de aviões Fiat G-91 R/4 pilotados pelos tenente-coronel Vasquez e tenente [Castro] Gil (na foto).
A missão, designada de "apoio de fogo", tinha como objectivo aliviar a pressão sobre a guarnição e, como tal, impunha-se auxílio logístico às aeronaves. Essa tarefa foi atribuída ao Comando do Batalhão, em Piche.
Fomos fornecendo coordenadas para ataque ao solo e outras informações solicitadas pelos pilotos. Entre elas destacava-se o "feedback" dos nossos colegas em Canquelifá que, por outra via rádio, nos davam conta daquilo que observavam da ofensiva aérea.
Já de noite, soubemos que o avião tinha sido atingido por um míssil terra-ar SAM-7 (conhecido por Strela), durante a recuperação de um "passe de bombas", eventualmente feito sem a necessária aceleração, entrando assim no "envelope do míssil".
Entretanto, estavam já na zona os meios de busca e salvamento: várias aeronaves (nunca vi tantas!), os paraquedistas e o famoso grupo do Marcelino da Mata transportados em helicópteros.
Em Piche, cerca das 18 horas, uma multidão aguardava o tenente Castro Gil. Toda a gente o queria ver e cumprimentar. Eu ainda consegui dar-lhe um aperto de mão e identificar-me como o seu ajuda rádio durante a operação e no momento do impacto do míssil. Ele retorquiu: "Eh pá… não houve hipóteses” (de escapar)!"
Por ironia do destino, o tenente Victor Manuel Castro Gil que em 31/1/1974 resistiu, como vimos, a um míssil e a uma ejecção em zona de guerra, veio a falecer em Monte Real, a 5 de janeiro de 1979, com 28 anos, aos comandos de um T-33 durante a fase de aterragem.
(Referências: José Manuel Pinto Ferreira, em “Luís Graça & Camaradas da Guiné”; Arnaldo Sousa, em “Especialistas da Base Aérea 12, Guiné”)
Autoria: Fernando Moreira, Ex-Furriel Miliciano de Transmissões de Infantaria – Guiné-Bissau (Piche: Maio de 1973 a Junho de 1974; Bissau, CHERET, Jul. a Set. 74).
Guerra colonial : a história na primeira pessoa / texto Paulo F. Silva, Orlando Castro ; rev. Mariana Guimarães. - Vila do Conde : QuidNovi, cop. 2011-. - v. : il. ; 23 cm. - Contém bibliografia. -
1º v.: Antecedentes e Baixa de Cassange. - 111 p.
2º v.: 4 de Fevereiro e massacres de Março. - 111 p.
3º v.: Formação da Frelimo e PAI passa a PAIGC. - 111 p.
4º v.: Nova frente militar ; Criação dos comandos (1962) e primeiras operações. - 111 p.
5º v.: Operação Tridente ; Bases militares na Tanzânia e o inicío da luta armada. - 111 p.
6º v.: Operação Águia, em Mueda ; Bloqueio do porto da Beira. - 111 p.
7º v.: Fundação da UNITA ; MPLA abre a frente leste da guerra. - 111 p.
8º v.: Acções militares do ELNA-FNLA ; UNITA expande-se para Leste ; Cunene e Cahora Bassa.
9º v.: A pior situação militar ; A guerra expande-se ; Operações do MPLA no Leste. - 111 p.
10º v.: A chegada de Spínola ; Crise política na FRELIMO ; Operação Zeta ; Kaúlza nomeado comandante da Região Militar de Moçambique. - 111 p.
11º v.: Samora Machel assume a liderança da FRELIMO ; Operação Nó Górdio ; Operação Mar Verde.
12ºv.: Acção psicológica ; A terceira via de Marcelo. - 111 p.
13º v.: O papel de Costa Gomes ; O papel de Kaúlza de Arriaga. - 111 p.
14º v.: O papel de Spínola ; Morte de Amílcar Cabral ; Movimento dos capitães. - 111 p.
15º v.: A revolta dos capitães ; Operação Madeira ; Acontecimentos na Beira. - 111 p.
16º v.: O fim da guerra colonial. - 111 p. (...)
Comentários (selecionados)
José Ferreira
Mais uma bonita história dos nossos Combatentes na Guiné. Eu, que estive "de férias" ali naquela zona, incluindo Dunane, fico abismado com as diferenças em relação aos fins de 1968.
Arlindo Marques
Canquelifá, foi para a companhia 122 de Páras, da qual eu fazia parte, um lugar de má memória, porque perdemos um camarada, por rebentamento de mina, quando faziamos proteção ( guarda de flanco) a uma companhia do exército.
Neste dia em que o FIAT G91 foi abatido, encontrava-me em Copá a embrulhar fortemente para não fugir à regra do dia a dia, como acontecia por ali e em Canquelifã naquela altura. O avião foi abatido na área entre Copá e Canquelifã, que distavam cerca de 12 Kms, portanto assistimos a toda aquela cena de muito perto.
Rui Bruno
O ten Gil morreu mais tarde na BA5, já no posto de capitão (em 1979) a bordo do T-33A Tail Number 1925, quando o seu avião embateu na pista durante a recuperação de um Touneaux.... Morreu também o cap Santos Costa.
Carlos Pinto
Tive três irmãos na Guiné. Já ouvi tantas histórias deles, que nomes como Guidage, Guilege e outros locais até já me são familiares.
Antonio Victor Pegas
Aterrei num Boeing 707 à luz de archotes, com um carregamento vindo de Luanda, depois foi cerveja e ostras no Espada e para adormecer tivemos morteirada ao longe.....e o meducho dos mísseis terra ar....
Rui Costa Branco
Era um miúdo com 5 anos mas lembro-me bem da chegada do ten Gil à base de Bissalanca.
Pois é Rui Costa Branco, eu ainda não era nascido, mas já ouvi esta história contada algumas vezes pelo nosso pai.
O Gil um grande amigo meu, eu também lá estava, ele andou perdido no mato, sei a história toda, contada pessoalmente por ele, éramos grandes amigos, um tipo pequeno mas com uma enorme nobreza, depois estive com ele na BA5 quando lá fui jogar futebol de Onze, pela equipa da BA4, tive imensa pena com a morte do Gil, foram um bocado estúpidas estas mortes. Que continue em Pal a sua Ala. GVS
Maurício Gomes
Nos primeiros mêses de 1974 estava eu em Binta a fazer proteção à construção da estrada Binta - Guidage e naquela zona (o Cufeu) tinha no ano anterior sido palco de terríveis emboscadas às colunas que reabasteciam Guidage, na nossas deslocações para o local,onde estavam as frentes de trabalho que íamos proteger, encontrávmos com muita frequência minas anti-carro e anti-pessoais e tivemos até uma com elevada carga de explosivos que destruiu completamente a Berliet - rebenta minas... Também uma anti-pessoal vitimou um camarada que foi evacuado de helicóptero para Bissau, destas imagem nunca mais me esqueço e muito surpreendido fiquei com a rapidez da chegada do helicóptero ao local.
Antonio Rodrigues
Caro Maurício Gomes, quando cheguei à Guiné em Setembro de 73, não se falava de outra coisa , o assunto principal era Guidage e Guilege. A mim coube-me em sorte Copá, onde vivi e assisti a esta história do abate deste Fiat.
Estive em Catió de 72 a 74. Como conheci esta história. Guilege, Cacine, Gadamael, Cufar, pertenciam ao meu Batalhão, e ainda tinhamos a celebre Ilha de Como, bem próxima.
Jose Maria de Noronha
Geração heroica.
Carlos Santos
Estava na BA 12 nessa altura,
Alvaro Seabra
Um facto histórico!
Carlos Barbosa
Estava em Buruntuma, CCAÇ 3544. Um grande abraço a todos os ex-combatentes.
Carlos Manuel Prazeres Cerqueira
Pois nesse altura em Dunane já só estava a milicia, embora estivesse lá um Pelotão da CCAÇ 3545 ou seja o 3º Pelotão, comandado pelo nosso Alferes Francisco Presa .
Carlos Ferreira
Em Guileje foi o primeiro a ser abatido, em 25 de março de 1973... Aconteceu quase tudo igual só que era o tenente Pessoa, ainda vivo, graças a Deus.
Luis Gonzaga Rocha
Em 31 de janeiro de 1974 eu estava em Guidage na CCaç 4150.
(*) Vd. poste de 12 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25059: Casos: a verdade sobre... (39): "Canquelifá era o seu nome" - Uma batalha de há 50 anos (José Peixoto, ex-1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883, 1972/74) - Parte II: o abate do último Fiat G-91 R/4, em 31/1/1974, a recuperação do piloto, ten pilav Victor Manuel Castro Gil
(**) Último poste da série > 29 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P25013: Facebook...ando (48): No tempo em que passva na televisão o "Natal do Soldado" (A. Marques Lopes, autor de "Cabra Cega", livro de memórias, 2015, 582 pp.)













