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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27289: Tabanca da Diáspora Lusófona (37): João e Vilma vão-se casar... pela Igreja, no próximo dia 12, domingo, às 10h30, St Cyril Church, Nova Iorque. Cerimónia presidida pelo Arcebispo Dom Gabriele Caccia, Observador Permanente do Vaticano na ONU. A Tabanca Grande está toda convidada...




Nova Iorque > 2013 > Vilma e João: "just married", há 12 anos atrás... Uma linda história de amor. Profano. A partir de domingo, dia 12, será sacro-profano. Voltam a casar-se mas desta vez aos olhos (e com a benção) de Deus e da Santa Madre Igreja.


(Cortesia: LusoAmericano, 24 de abril de 2013, pág. 23)


1. Mensagem,  recebida hoje,às 13:06,  do João Crisóstomo.


Caro Luís Graça, Carlos Vinhal, e demais caríssimos camaradas, ( da Guiné e outras lutas)


Mais uma jornada…

Eu considero-me um felizardo porque em toda a minha vida tenho tido a sorte de encontrar gente boa que me tem concedido a sua amizade, amizades que muitas vezes se traduziram em ajuda preciosa em momentos difíceis, que a minha vida, não sendo diferente dos outros, tem tido de tudo.

Consciente de que amizade e bons amigos são o melhor que a vida nos pode dar, eu tenho tentado conservar estas boas amizades. Quando um amigo por qualquer motivo fica fora do meu radar eu não desisto enquanto não sei o que se passa, para se possível reatar o contacto e amizade. 

Reencontrei muitos amigos assim, depois de longas separações. Num destes casos fui tão afortunado que ao fim de 40 anos de separação, contentes de nos reencontrarmos, acabamos por casar para não nos separamos outra vez.

Os meus amigos são para mim a minha segunda família. E esta engloba camaradas de escola e outros lugares de aprendizagem que frequentei; colegas de trabalho — e foram variados muitos e variados nos quatro cantos do mundo; e até muitos amigos que apareceram como por simples acaso. 

E eu tenho uma incorrigível mania: sempre que eu encontro alguém que me parece uma pessoa invulgar/especial eu logo troco informações e contactos na esperança de que tenha feito mais uma amizade. Por isso dizem que eu tenho muitas amizades em toda a parte.

Quanto ao serviço militar, especialmente a minha “experiência” na Guiné… foi um maná, pelo elevado número de grandes amizades que me proporcionou. Eles são também parte ( e uma parte muito querida) da "minha segunda família".

E é nesta vertente que eu quero partilhar com todos vocês mais uma etapa da jornada da minha vida.

Não os vou chatear outra vez a contar pormenores da minha história, a história da minha vida. Concordo e aceito que tem sido um pouco invulgar: e permito-me duas linhas para alguém para quem eu ainda seja um desconhecido: tive uma meninice e juventude difícil, como sucedeu a tantos de nós; tive a mesma experiência que vocês tiveram na Guiné; seguida por vivências na Inglaterra, França, Alemanha e Brasil antes de me radicar definitivamente nos Estados Unidos. 

O acaso levou-me a vir a ser mordomo para a Senhora Jacqueline Kennedy Onassis. Sem grandes habilitações literárias, trabalhei sempre duro, especialmente em restaurantes, onde fiz de faxineiro a Maitre D" ao mesmo tempo que frequentava escolas direcionadas para línguas, algo de que sempre gostei e que foi a razão primeira das minhas andanças pelo mundo.

Isto tudo para partilhar com todos vocês—vocês todos que são a minha segunda família - uma notícia muito pessoal, mas excitante mesmo: vou casar no próximo domingo, dia 12 de outubro.

Eu explico:

Após o meu divórcio em 1997 (do meu primeiro casamento foi em Londres em 1971) eu jurei nunca mais me tornar a casar. Sucede que entre os indivíduos/amigos que eu tentava reencontrar, contava-se uma jovem que eu tinha conhecido em Londres. E durante muitos anos, sem qualquer outro motivo que não fosse o reatar uma amizade, como sucedeu com tantos outros (as) eu vim a descobrir que esta jovem se encontrava em Paris.

E, inesperadamente, quando nos reencontramos, foi "amor à segunda vista”. Convenci-a a vir comigo para Nova Iorque onde logo nos casamos. O facto de me ter levado 40 anos a encontrar esta minha amiga despertou a curiosidade do New York Times que relatou a nossa história, logo repetida por todo o mundo e tivemos os tais “15 minutos de fama” a que, dizem, toda a gente tem direito.

Mas casamos apenas pelo civil. É que em Londres, depois do meu primeiro casamento, também apenas pelo civil, eu fiquei numa posição aflitiva: eu queria dizer à minha família que eu tinha casado , mas se lhes dissesse que tinha casado só pelo civil ia causar uma tragédia; eu receava que a minha mão não aguentasse a tristeza que isso lhe causaria. 

Saído da tropa havia pouco tempo ainda, eu estava muito alheio a Igrejas. Mas convenci a minha esposa a termos um casamento religioso, mesmo simples, que me permitisse dar a notícia, confirmando com uma foto que estávamos casados na Igreja. E assim sucedeu. Uma cerimónia simples, sem missa nem as “preparações” que eu nem sabia eram precisas para um casamento religioso. Mas eu pensei que era válido e sempre me considerei casado pela Igreja.

Agora, para casar outra vez, tinha de ser apenas pelo civil. E assim foi. Mas ao contar a minha história a um prelado amigo este logo concluiu que o meu primeiro casamento religioso não tinha validade. E aconselhou-me a tratar de arranjar a nulidade de casamento. 

Eu pensei fazê-lo, para logo decidir não me incomodar: a burocracia ainda era muita, e as despesas equivalentes. E dizia eu para os meus botões ": então se o meu casamento não foi válido, para que vou eu perder tempo e dinheiro a invalidar uma coisa que nunca foi válida?”

Sucede que há uns meses atrás a minha esposa recebeu um pedido invulgar: um sobrinho seu, de 64 anos, decidiu ingressar na igreja católica e pediu-lhe para ela ser a sua madrinha de baptismo. E lá fomos nós à Eslovénia. 

Mas de alguma maneira senti-me pouco confortável e quando voltámos a Nova Iorque, procurei o bispo da minha diocese. O juíz que ele apontou para investigar as circunstâncias do meu primeiro casamento, feitas as devidas diligências, concluiu que o senhor padre que nos casou até foi uma pessoa simpática, mas nem sequer fez qualquer registo do nosso “casamento".

 Quanto à foto que eu lhe mostrava … ele podia arranjar uma igual no dia seguinte…. Deu-me o "certificado de nulidade’ e que eu podia casar agora com quem quisesse…

E aqui está a minha (nossa) história, que com grande alegria partilho com todos vocês. Se alguém estiver por aqui perto, estão todos convidados…

Aqui está o convite:

CONVITE

Vilma Kracun Crisóstomo e João Francisco Crisóstomo
Solicitam o prazer da sua companhia na celebração da nossa união religiosa.

Domingo, 12 de Outubro de 2025, às 10.30 AM
St Cyril Church, 62, St Marks Place, New York , NY 10003

A sua presença é o melhor e suficiente presente para nós.
Trajo informal, tendo em mente o caracter religioso do momento.

No próximo dia 12 de Outubro Vilma e eu vamos cimentar a nossa união com um casamento religioso, que não nos foi possível até hoje dado que eu sou/estava divorciado. O meu primeiro “casamento religioso” foi agora confirmado nulo.

Sua Excelência o Senhor Arcebispo Dom Gabriele Caccia, Observador Permanente do Vaticano nas Nações Unidas que desde sempre nos tem concedido o favor da sua amizade aceitou presidir ao nosso casamento.

Ficaremos muito contentes , honrados e muito gratos também pelo favor da sua presença neste dia tão especial para nós os dois.

Após a Missa reunir-nos-emos no salão da Igreja para para um convívio celebratório.

Ficamos gratos pelo favor duma resposta até 5 de Outubro 2025


Tel: 1- 718 899 7776; cel: 1 917 257 1501; 1 347 944 4254 
(no “texts” please )




Nova Iorque > Igreja Eslovena de São Ciro > Homenagem a dois grandes humanistas lusófonos  > 7 de abril de 2024 >  Arcebispo dom Gabriele Caccia e padre franciscano frei Krisolog durante a Missa.  Serão, no próximo dia 12, os  dois que vão celebrar o nosso casamento.

. .

Nova Iorque >  Igreja Eslovena de São Ciro > Homenagem a dois grandes humanistas lusófonos > 7 de abril de 2024 >    Vilma e João Crisóstomo,  padre franciscano frei Krisolog,  embaixadora Ana Paula Zacarias e dom Gabriele Caccia.

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo  (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



2. Comentário do editor LG:



João, não páras de me/nos surpreender... Fico feliz por ti, a Vilma e demais família e amigos. O casamento é sempre um bom barómetro...E o divórcio, outro. Doze anos depois pegas na corda, e, zad!, "dás o nó",  "enforcas-te" de vez. (Não traduzas isto para a Vilma. É uma expressão muito nossa, muito idiomática, estúpida, da gíria dos machos.)

A cerimónia religiosa que agora vão realizar, tu e a Vilma, é ritual de reforço do vosso amor.  Tenho pena de não estar aí por perto para testemunhar a vossa alegria. Mas mesmo que pudesse, não tenho o passaporte em dia nem muito menos o visto para entrar no teu/vosso país. 

Vou dar a notícia aos nossos comuns amigos:  2ª feira, dia 13, vamos estar na caldeirada anual, na festa de Ribamar, Lourinhã, honrando uma tradição que foi inaugurada pelo nosso querido e saudoso Eduardo Jorge (1952-2025). 

Tira umas chapas da festa. Best wishes.