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sexta-feira, 27 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26959: In Memoriam (552): Fernando de Carvalho Taco Calado (Ferreira do Alentejo, 1945 - Lisboa, 2025), ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968-1970): foi gestor de recursos humanos e docente universitário





Lisboa > Casa do Alentejo > 26 de outubro de 2013 > Sessão de lançamento do livro do José Saúde, "Guiné-Bissau, as minhas memórias de Gabu, 1973/74" (Beja: CCA - Cooperativa Editorial Alentejana, 170 pp. + c. 50 fotos) > Dois alentejanos e camaradas do nosso blogue, amigos do peito, o Fernando Calado (de camisola vermelha) e o Ismael Augusto. (Ambos foram alf mil da CCS/BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70). E ambos partilharam o mesmo quarto...Um terceiro elemento era o João Rocha (1944-2018).


Foto (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]-




Lisboa > Casa do Alentejo > 26 de Maio de 2007 > Encontro do pessoal de Bambadinca 1968/71 > A organização coube ao Fernando Calado (na foto, à esquerda), coadjuvado pelo Ismael Augusto, ambos da CCS/BCAÇ 2852 (1968/71).


O grupo (mais de 60 convivas) teve na dra. Rosa Calado (na foto, ao centro), elemento da direcção da Casa do Alentejo, uma simpatiquíssima anfitriã. O editor do blogue e fotógrafo, à direita, chegou tarde, mas ainda a tempo de constatar que a organização esteve impecável e o que o sítio não podia ser melhor, em pleno coração de Lisboa. O fotógrafo de circunstância foi o Ismael. A Rosa, na altura, era professora de história no ensino secundário. O casal vivia em Lisboa. Durante anos e anos dedicou-se de alma e coração à animação da Casa do Alentejo (um amor que também era partilhado pelo Fernando, de resto um bom executante do cante alentejano que, em 2007, estava longe  do palco do mundo).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Lisboa > Casa do Alentejo> 8 de fevereiro de 2020 > Apresentação do livro do José Saúde, "Um ranger na guerra colonial: Guiné-Bissau, 1973-1974: Memórias de Gabu" (Lisboa, Colibri, 2019, 220 pp.)... Em primeior plano, a Rosa Calado. que foi sempre, para nós, antigos combabentes, uma inexcedível e magnànima anfitriã.

 dra. Rosa Calado, então  diretora cultural da Casa do Alentejo,  eu chamava-lhe por graça "a ministra da cultura do Alentejo"...    (A  Casa do Alentejo tinha, nesa altura,  um restaurante e uma taberna com cerca de 500 lugares; dava trabalho a 40 pessoas; e  organizava eventos: tinha a agenda cheia até maio de 2020; infelizmente, veio a pandemia.)



Lisboa > Casa do Alentejo> 8 de fevereiro de 2020 > Apresentação do livro do José Saúde, "Um ranger na guerra colonial: Guiné-Bissau, 1973-1974: Memórias de Gabu" (Lisboa, Colibri, 2019, 220 pp.)

Da esquerda para a direita: Fernando Calado (que pertencia então aos corpos sociais da Casa do Alentejo) mais o Humberto Reis, dois camaradas de Bambadinca: alf mil trms (CCS/ BCAÇ 2852, 1968/70), e fur mil op esp / ranger, CCAÇ 12 (1969/71)...


Fotos (e legendas: © Luís Graça (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné




Esposende > Fão > 1994 > A primeira vez que a malta de Bambadinca (1968/71), camaradas da CCAÇ 12, e outras subunidades, como o Pel Caç Nat 52, adidas ao comando do BCAÇ 2852, se encontrou depois do regresso a casa... Este primeiro encontro foi organizado pelo António Carlão (Mirandela, 1947- Esposende, 2018)

Mostra-se aqui um pormenor da foto de grupo. Na primeira fila, da esquerda para a direita:

(i) fur mil MAR Joaquim Moreira Gomes, da CCAÇ 12 [, vivia no Porto, na altura ];

(ii) sold cond auto Dinis Giblot Dalot [empresário, vivia em Aljubarrota, Prazeres].

Na segunda fila de pé, da esquerda para a direita:

(iii) Fernando [Carvalho Taco] Calado (1945-2025), ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 2852 [vivi em Lisboa];

(iv) ex-alf mil manutenção material, Ismael Quitério Augusto, CCS/BCAÇ 2852 [ vive em Lisboa];

(v) ex-fur mil at inf António Eugénio Silva Levezinho [, Tony para os amigos, reformado da Petrogal, vive em Martingal, Sagres, Vila do Bispo];

(vi) ex-capitão inf Carlos Alberto Machado Brito, cmdt da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 [cor inf ref, vivia em Braga, tendo passado pela GNR];

(vii) Pinto dos Santos, já falecido, ex-furriel mil de Operações e Informações, CCS / BCAÇ 2852, [vivia em Resende].


Foto (e legenda): © Fernando Calado (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Montemor-O-Novo > Ameira > Hotel da Ameira > I Encontro Nacional da Tabanca Grande > 14 de Outubro de 2006 > Um momento de fraternidade, pensa (e sente) o "alfero Cabral", o nosso sempre querido Jorge Cabral (1943-2021), em primeiro plano, tendo à sua direita o nosso baladeiro de Bambadinca (1969/71), e hoje fadista amador, o Zé Luís Vacas de Carvalho, comandante do Pel Rec Daimler 2206. 

De pé, afinando as gargantas ou cantando ao desafio, outras duas grandes aves canoras: o Fernando Calado e o Manuel Lema Santos, o exército e a marinha de braço dado... O fotógrafo que estava de serviço apanhou o flagrante, era o David Guimarães, radiante, felicíssimo...

Foto: © David Guimarães (2005). Todos os direitos reservados.Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Bissau > 30 de julho de 1968 > CCS/ BCAÇ 2852 (1968/70) > Um grupo de oficiais milicianos, na Av da República (vendo-se ao fundo a Praça do Império e o Palácio do Governador), no dia seguinte ao desembarque (29 de julho de 1968).  Da esquerrda para a direita, o João Rocha (1944-2018), de camisola escura,  o Fernando Calado  (1945-2025) em 4.º lugar  e o Ismael Augusto em 5º.



Guiné > Bissau > Brá > 1968 > CCS/BCVAÇ 2852 (1968/70) >  Encostados ao jipe do comandante [ten cor inf Manuel Maria Pimentel Bastos, de alcunhas o "Pimbas"]: da esquerda para a direita, o João Rocha (194~4-2018)  e o Fernando Calado (1945-2025).

Fotos (e legendas): © Fernando Calado (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá _ Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > O alf mil trms Fernando Calado(1945-2025) , de braço ao peito, junto à parede, crivada de estilhaços de granada de morteiro, das instalações do comando, messe e dormitórios de oficiais e sargentos, na sequência do ataque de 28 de maio de 1969.

Esta era a parte exterior dos quartos dos oficiais que dava para as valas, o arame farpado e a bolanha, nas traseiras do edifício do comando... Era uma parte mais exposta, uma vez que o ataque partiu do lado da pista de aviação.

Pelo menos aqui, caíram duas morteiradas:

(i) uma das morteiradas atingiu o quarto onde dormia, com outros camaradas, o fur mil amanuense José Carlos Lopes; tinha acabado de sair; ainda hoje conserva um lençol crivado de estilhaços;  e4stá vivo por uma fração de segundos (bancário reformado do BNU, vive em Linda a Velha e é membro da nossa Tabanca Grande.);

(ii) outra morteirada atingiu o quarto onde dormia o Fernando Calado e o Ismael Augusto ( o Fernando ainda apanhou o efeito de sopro, tendo sido menos lesto que o Ismael, a sair logo que rebentou a "trovoada")

Também podia ter "lerpado", como a gente dizia na época... Apesar de tudo, a sorte (ou a má pontaria dos artilheiros da força atacante, estimada em 100 homens, o que equivalente a 3 bigrupos) protegeu os nossos camaradas da CCS/BCAÇ 2852 e subunidades adidas (entre elas, o Pel Caç Nat 63 cujos soldados, guineenses, dormiam a essa hora, com as suas "bajudas", nas duas tabancas de Bambadinca, e que portanto estavam fora do arame farpado)...

Na foto acima , o Fernando Calado, membro da nossa Tabanca Grande (tal como o Ismael Augusto), trazia o braço ao peito, não por se ter ferido no ataque mas sim por o ter partido antes, num desafio de... futebol. Infelizmente temos poucas fotos dos efeitos (de resto, pouco visíveis) deste ataque.

Foto: © Fernando Calado (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Fernando Calado (em 2013)


1. Foi ontem cremado, no cemitério de Carnaxide, o corpo do nosso camarada e grão-tabanqueiro Fernando Calado. Morreu no passado dia 24, sem completar os 80 anos (ia fazê-los em 9 setembro).

A triste otícia chegou-nos â Lourinhã, transmitida pelo Humberto Reis e pelo Mário Beja Santos, seus contemporâneros de Bambadinca.

O Humberto e o António F. Marques, ex-fur mil da CCAÇ 12 (Bambadinca, mai 69/mar 71) e o Ismael Augusto, seu amigo do peito, representaram-nos a todos na sua despedida da Terra da Alegria.

O Fernando era muito estimado pela malta de Bambadinca desse tempo. Costumava aparecer, tal como o Ismael, nos nossos encontros anuais. A este último, em Ponte de Lima, faltou, embora inscrito: o coração pregou-lhe uma partida, esteve em estado de coma. Na quarta feira passado, chegou o seu dia. Deixa viúva a Rosa, e órfãos dois filhos, a Elsa e o Fernando bem como um neto, o Daniel.

Recordo-o, desde Bambadinca,  como um homem afável e discreto, que adorava o seu Alentejo, o cante alentejano, a tertúlia, o convívio com os amigos.

Natural de Ferreira do Alentejo, vivia em Lisboa há muito; era casado com a dra. Rosa Calado, professora do ensino secundário, que integrou sucessivas direções da Casa do Alentejo, exercendo, com muita competência e empenhamento, o pelouro da cultura

O Fernando era um histórico do nosso blogue, tendo participado no nosso I Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-O-Novo (em 2006)... Tem 26 referências no nosso blogue. Foi alf mil trms, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70); trabalhou na Petrogal e na RTP; foi docente universitário; tinha página no Facebook

Para Rosa, filhos e neto vai a nossa solidariedade na dor. A memória do Fernando, essa, continua connosco, guardada e cultivada à sombra do poilão da Tabanca Grande.

(Seleção, revisão / fixação de texto: LG)

________________

Nota do editor: 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26419: In Memoriam (532): Victor Fernando Franco David (1944- 2024), ex-alf mil, CCAÇ 2405 / BCAÇ 2852 (Mansoa, Galomaro e Dulombi, 1968/70): natural de Coimbra, era um dos históricos do nosso blogue, morreu há 9 meses



Victor David (1944- 2024)




~


Montemor-o-Novo > Ameira > Herdade da Ameira > Restaurante Café do Monte > 14 de Outubro de 2006 > Da esquerda para a direita: Rui Felício, Alice Carneiro (esposa do Luís Graça), António Pimentel (que veio propositadamente do norte, com o Hernâni Figueiredo), o Victor David e a esposa e, por detrás, o Paulo Raposo, o nosso amável anfitrião e um dos organizadores do Encontro.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2005). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Soube, ontem  pelo seu amigo e camarada de armas Paulo Raposo: morreu, no passado dia 25 de abril de 2024, o Victor Fernando Franco David, ex-alf mil, CCAÇ 2405 / BCAÇ 2852, "Os Baixinhos de Dulombi" (Mansoa, Galomaro e Dulombi, 1968/70). Confirmámos a notícia na própria página do Facebook do Victor David.

Era um dos "históricos" do nosso blogue, para o qual entrou em 16/3/2006 (*). Conhecemo-nos  pessoalmente em Coimbra (creio que pela mão do saudoso Carlos Marques dos Santos) e estivemos juntos (eu, o David, o Carlos, o Rui Felício, o Paulo Raposo, o Pimentel e outros) no I Encontro Nacional da Tabanca Grande, na Ameira, Montemor-O-Novo, em 14 de outubro de 2006 (**). 

Tem escassas referèncias no nosso blogue.  Os alferes da sua companhia ("Os Baixinhos de Dulombi", ele, o Paulo Raposo, o Rui Felício e o Jorge Rijo, faziam/fazem todos parte da nossa Tabanca Grande.

2. Sabíamos, sobre o  Victor David,   o seguinte;

(i) era natural de (e vivia em) Coimbra;

(ii) andou no Liceu D. João III
 
(iii) licenciou-se em Germanicas em Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra - FLUC

(iv) era casado e tinha uma filha;
 
(v) aderiu ao Facebook em agosto de 2011


3. Sobre o seu Curriculum Vitae militar, o Victor David escreveu em 2006 este bem humorado apontamento (*):

(...) Resenha da minha actividade de militar como "voluntário à força":
  • Incorporado em Mafra, na Escola Prática de Infantaria, como recruta em 10 de abril de 1967;
  • Especialidade tirada em Mafra: atirador de infantaria;
  • Promovido a Aspirante Miliciano em 25 de Setembro de 1967, fui colocado em Abrantes, no Regimento de Infantaria nº 2 (RI2);
  • Primeiro trabalho no RI2 : organizar a biblioteca do Quartel!
  • Dei uma recruta ainda em Abrantes até ser mobilizado;
  • Em Jan de 1968, curso de Rangers em Lamego. (Nota: reprovei, mas não fui despromovido porque já era Aspirante!)
  • Formámos depois Batalhão [BCAÇ 2852],  em Santa Margarida e embarcámos para a Guiné em julho de 1968, no N/M Uíge;
  • Chegada a Bissau em 30 de Julho de 1968;
  • Treino operacional em Mansoa, no chão balanta;
  • Ao fim de cinco meses, a CCAÇ 2405 é colocada na zona leste, no chão fula, em Galomaro, onde provisoriamente nos instalámos - num antigo celeiro - até sermos deslocados para Dulombi, onde construimos o Quartel onde nada existia! (até parecia que eramos de Engenharia...);
  • Regresso a Portugal em 28 de Maio de 1970;
  • Peluda em 29 de Junho de 1970;
  • Importantíssimo(!): promovido na disponibilidade a ten lil em 1 de Dezembro de 1970! Quase chegava a General!!! (...)
Acrescentamos nós:
  • A CCAÇ 2405 participou, entre outras, na Op Mabecos Bravios (fevereiro de 1969) (retirada de Madina do Boé)  (onde perdeu 19 homens na atravessia do Corubal, e a CCAÇ 1790 perdeu 26);
  • Era a unidade de quadrícula de Galomaro (e Dulombi)(vd. carta de Duas Fontes);
  • Até Julho de 1969 Galamaro fazia parte do Sector L1 (BCAÇ 2852, Bambadinca); em Agosto de 1969, a ZA (Zona de Acção) da CCAÇ 2405 passou a constituir o COP 7, criando-se em outubro seguinte o Sector L5, sob a responsabilidadew do BCAÇ 2851 e formado pelas ZA das CCAÇ 2405 (Galomaro) e 2406 (Saltinho).

4. Em 8 de fevereiro de 2006, escreveu-me o seguinte:

 (...) "Tive um imenso prazer em conhecer-te e espero que me autorizes a entrar de quando em vez no Blogue.

"Parabéns pela iniciativa e dentro em breve contactarei com camaradas da minha companhia – a dos 'baixinhos do Dulombi', a CCAÇ 2405, para que eles também possam dar a sua achega a tão excelente ideia..

"Para já deixo-te as minhas coordenadas na Internet (...)"

5. Sobre o convite que lhe endereçámos, muitos anos depois,  para participar no XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real, 2019, escreveu-nos o seguinte, 8 mai 2019, 1:04 (***):


(...) Muito grato pelo convite mas, com muita pena minha, não poderei estar convosco nesse tão grande encontro, do qual já tenho muitas saudades, por duas razões principais:

1ª O encontro da minha Companhia, a 2405 ( Guiné 1968/1970) realiza-se nesse mesmo dia na Meda;

2ª Por razões pessoais e imponderáveis da data e por outros motivos que, felizmente não de saúde, não poderei acompanhar as duas tão boas realizações!

Assim sendo, peço que transmitas, a todos os presentes, os desejos sobretudo de muita saúde e felicidades .

Um grande abraço do 'Baixinho' do Dulombi,  Victor Fernando Franco David

Nota : Espero poder estar no próximo encontro" (...)

quarta-feira, 8 de maio de 2019 às 21:28:00 WEST 

 
Infelizmente aquele foi o nosso último Encontro, antes da pandemia.  A iniciativa ainda não foi retomada. Agora só no céu dos antigos combatentes poderemos voltarmo-nos a abraçar, querido David.  À tua esposa, esposa, filha, demais família e aos "baixinhos de Dulombi", apresento, mesmo com este atraso de nove meses, os nossos votos de pesar pela tua perda. Ficarás aqui connosco, à sombra do nosso poilão, enquanto o barqueiro de Caronte não chamar pela nossa vez. (****)

 ______

Notas do editor:

(...) Mensagem do Rui Felício (ex-al mil, CCAÇ 2405, Mansoa, Galomaro e Dulombi, 1968/70), hoje economista e empresário, membro da nossa tertúlia e autor de algumas das mais saborosas estórias já aqui publicadas, reveladoras de um sentido muito especial de humor que nos ajudou a sobreviver e a manter-nos vivos e solidários, uma espécie de defesa mental contra o cacimbo, o clima, a guerra :

Meu Caro Luís Graça:

Como dizem os brasileiros, o meu testemunho é claramente chover no molhado... Na verdade, dizer que o belo dia de sábado, passado na agradável herdade do Raposo, foi uma jornada inesquecível, é repetir o que por certo todos já te terão dito.

Mas nem por isso devia deixar de o referir, para lembrar que o encontro da Ameira só foi possível, porque existe o blog que tu criaste e que, com tanto trabalho e mérito, vais gerindo, coordenando e engrandecendo.

Registei, das intervenções que alguns fizeram a seguir ao almoço, alguns aspectos que confirmaram aquilo que eu já pensava através da assídua leitura do que vais editando no blog, designadamente, o facto de a tertúlia se compor de variadas perspectivas e olhares, na análise e recordação da nossa passagem por terras da Guiné, em circunstâncias adversas de clima e da própria guerra.

Embora nem sempre coincidentes, são perspectivas cuja diversidade proporciona uma visão mais completa, segura e enriquecedora das memórias de todos nós. Bastaria ter ouvido, além de tantos outros, o Virgínio Briote, o Casimiro Carvalho, o Lema Santos [, o Pedro Lauret, o Tino Neves, o Paulo Santiago, o Carlos Santos] e, especialmente, o Vitor Junqueira, para comprovar o que acabei de dizer, isto é, a nossa geração fez a guerra de África segundo as suas próprias convicções, declaradamente contra ela, a favor dela ou conformada com ela, mas sem dúvida dando o melhor de si na defesa de princípios e sentimentos que pairam acima dos interesses ou conveniências individuais.

Sou dos que naquela época era contra a guerra, mas nunca confundi isso com o dever de a fazer o melhor e mais profissionalmente que me fosse possível, quanto mais não fosse para garantir aos soldados à minha responsabilidade o regresso a casa, sãos e salvos.

É por isso que não aceito que, passados tantos anos, algumas figuras proeminentes da nossa classe política actual venham hoje a público, não poucas vezes, arvorar-se em heróis, por terem tido a coragem de desertar, de fugir para o estrangeiro, criticando aqueles que como nós estiveram em África a combater.

Obviamente que isso não é coragem. Prefiro chamar-lhe comodismo, medo... Para não lhe chamar cobardia... Gostava de os ter visto na Ameira... Ficariam a conhecer homens cujo medo (que todos tínhamos... ) foi vencido pela coragem e pelo sentido de dever...

Um abraço, Rui Felício (...)

(***) 8 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19765: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (15): Mais camaradas e amigos/as que nos honram com a sua presença em Monte Real no dia 25, sábado: António Sampaio e Maria Clara (Matosinhos); António Joaquim Alves e Maria Celeste (Alenquer); Carlos Pinheiro (Torres Novas); Jorge Araújo e Maria João (Almada); Jorge Pinto e Ana (Sintra); Juvenal Amado (Amadora); Manuel Joaquim e José Manuel S. Cunté (Lisboa); e Paulo Santiago (Águeda)

(****) Último poste da série > 23 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26417: In Memoriam (531): António Medina (Santo Antão, Cabo Verde, 1939 - Medford, Massachusetts, EUA, 2025), ex-fur mil at inf, OE, CART 527 (Teixeira Pinto, Bachile, Calequisse, Cacheu, Pelundo, Jolmete e Caió 1963/65), nosso grão-tabanquerio desde 2014

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20520: In Memoriam (360): Carlos Marques dos Santos (1943-2019): "O meu pai chegou, no último dia do ano, à sua última morada, onde agora descansa... Que 2020 me dê a coragem de aprender a viver sem ele...O vosso camarada faria hoje, 5ª feira, 77 anos... Ergam uma taça por ele!" (Inês Santos)


Montemor-o-Novo > Ameira > I Encontro Nacional da Tabanca Grande > 14 de outubro de 2006 O Carlos Marques dos Santos (CART 2339, Mansambo, 1968/69), o qual merece uma palavrinha de apreço, porque foi ele o nosso "major de operações", foi ele que organizou o encontro...

Confidenciou-me que a sua Inês, a conhecida cantora Inês Santos, natural da belíssima cidade do Mondego, chegou a oferecer-se para nos vir, à Ameira, alegrar a alma com a sua música, a sua poesia e a sua juventude…

Na altura escrevi: "É  bonito associarmos os nossos filhos, discretamente, a estas iniciativas… O único – se não erro – que levou a filha foi o Vítor Junqueira. "Numas palavrinhas de aquecimento (inicial) que eu dirigi à nossa tertúlia, já depois do almoço, lembrei quão difícil era, ainda então (2006), falarmos, aos nossos filhos e às nossas mulheres, da Guiné, da "nossa experiência pessoal, única e intransmissível, que foi a guerra colonial na Guiné"…  Infelizmente, não houve tempo depois, na Ameira,  para ouvir o seu ponto de vista, mas eu formulei o voto de que, em Pombal, no próximo encontro (, o  segundo, em 2008),   "a gente se calasse e lhes desse a palavra"... (Sabemos que não é fácil nem uma coisa nem a outra, a gente cala-se e dar a palavra às nossas mulheres, às nossas companheiras...).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2006) . Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Da nossa leitora e amiga, Inês Santos, filha do nosso camarada Carlos Marques dos Santos (1943-2019) recebemos a seguinte mensagem:


" A família do vosso camarada Carlos Manuel Marques dos Santos vem agradecer todas as manifestações de amizade que muito nos enternecem e aquecem a alma nesta hora tão difícil.
O nosso pai tinha-vos a todos grande estima e estará com certeza muito feliz com todas as vossas palavras. 

"Descansa, agora, em paz depois de uma vida longa,  cheia de momentos muito felizes.

"A vida na Guerra Colonial trouxe-lhe o pior mas daí advieram também grandes e sinceras amizades que ele nunca esqueceu. O vosso camarada faria hoje (2/1/2020) 77 anos. Ergam uma taça por ele. 

"Obrigada a todos! Mãe Teresa e filhos Zé, Ana, Sofia e Inês".


2. Breve nota biográfica do CMS (como ele gostava de assinar) (***)

(i) era natural de Coimbra, da freguesia de Santo António dos Olivais, onde nasceu em 1943;

(ii) estudou no antigo Liceu Normal de D. João III e no Colégio S. Pedro em Coimbra;

(ii) assentou praça em Mafra (EPI) em setembro de 1966; fez a especialidade de atirador de artilharia em Vendas Novas;

(iii) iniciou a formação da CART 2339, no RAL 3, Évora, em 28 de agosto de 1967, tendo partido para a Guiné em 14/1/1968;

(iv) foi atleta federado de Basquetebol e Andebol, treinador e dirigente desportivo na modalidade de Basquetebol; presidente da Direcção e da Assembleia Geral do Olivais F. Clube e vice-presidente da Associação de Basquetebol de Coimbra;

(v) diplomado em Educação Física, voltou ao Liceu D. João III como professor (hoje Escola Secundária José Falcão, fazendo parte da Comissão de Gestão);

(vi) efetivou-se na Escola Secundária de Avelar Brotero, onde integrou como vice-presidente o Conselho Directivo;

(viii) foi professor de Mobilidade (técnicas de Orientação e Bengala) de alunos invisuais durante 32 anos;

(ix) em 2005. já estava  aposentado e residia em Coimbra;



(**) Alguns dos postes do Carlos Marques dos Santos publicados no nosso blogue:

15 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16603: A construção de Mansambo, em imagens (Carlos Marques dos Santos, ex-fur mil at art, CART 2339, 1968/69) - Parte I: era uma vez uma obscura tabanca do regulado do Corubal que mal se via no mapa...

3 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16679: A construção de Mansambo, em imagens (Carlos Marques dos Santos, ex-fur mil at art, CART 2339, 1968/69) - Parte III: Um quartel do mato, projetado pelo BENG 447, e construido com a mão de obra dos valentes "Viriatos"


13 de dezembro de  2016 > Guiné 63/74 - P16830: A construção de Mansambo, em imagens (Carlos Marques dos Santos, ex-fur mil at art, CART 2339, 1968/69) - Parte V: Anexos A água: o(s) suplício(s), de Sísifo e de Tântalo (1)

2 de janeiro de  2017 > Guiné 61/74 - P16909: A construção de Mansambo, em imagens (Carlos Marques dos Santos, ex-fur mil at art, CART 2339, 1968/69) - Parte VI: Anexos: A água: o(s) suplício(s), de Sísifo e de Tântalo (2)

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20513: In Memoriam (358): Carlos Marques Santos (Coimbra, 1943-2019), ex-Fur Mil Art da CART 2339 (Mansambo, 1868/70)

IN MEMORIAM

Carlos Marques Santos (1943-2019)


 Carlos Marques Santos
Ex-Fur Mil Art da CART 2339 (Mansambo/Guiné, 1968/1970)


Soube do falecimento do nosso amigo e camarada de armas Carlos Marques Santos no facebook, e confirmei através da sua filha Inês Santos que prontamente respondeu a uma mensagem que lhe enviei no sentido de confirmar o triste acontecimento.

O Corpo do Carlos estará a partir das 15 horas de hoje em Câmara Ardente na Capela de Santo António dos Olivais, em Coimbra, onde amanhã, pelas 11 horas, será celebrada Missa de Corpo Presente, seguindo-se o funeral.

Em nome da tertúlia e dos editores deste Blogue, apresento à família do nosso amigo Carlos Marques Santos, especialmente à sua esposa Teresa, filhas, netos e demais familiares, as mais sentidas condolências.

O Carlos apresentou-se à tertúlia em Dezembro de 2005 - P380 de 28 de Dezembro. Foi, portanto, um dos primeiros membros da nossa Tabanca Grande. Tem mais de 9 dezenas de referências no nosso blogue.  Foi também um dos históricos do nosso I Encontro Nacional, na Ameira, em Montemor-o-Novo, em 2006, de que ele foi o organizador.

Bambadinca, 1969 > Carlos Marques Santos, à esquerda, na fila de trás.

Bambadinca, 1969 > Carlos Marques Santos em primeiro plano

Mansambo > Cumprimentando o Régulo da Tabanca

Penafiel, 2008 > Convívio da CART 2339 > Carlos Marques Santos, ao centro, na segunda fila.

Encontro da Tabanca Grande, Ortigosa, 2008 > Carlos Marques Santos e Mário Beja Santos
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Nota do editor

Último poste da série de 30 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20397: In Memoriam (357): Eduardo Jorge Pinto Ferreira (1952-2019): missa do 7º dia, na igreja do Vimeiro, Lourinhã, domingo, 1 de dezembro, às 11h00... Testemunhos do filho Rui Ferreira (Inglaterra) e dos amigos Rui Chamusco (Malcata, Sabugal; e Lourinhã) e João Crisóstomo (A-dos-Cunhados, Torres Vedras; e Nova Iorque)

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19762: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (14): Lembrete: sexta-feira, dia 10, é o último dia de inscrições para Monte Real, 25 de maio (sábado)... Entretanto recordamos aqui os nomes dos "históricos" do I Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-o-Novo, em 2006


Montemor-o-Novo > Ameira > 14 de Outubro de 2006 >  I Encontro Nacional da Tabanca Grande > O grupo de "tertulianos" (, foi assim que nos começámos a tratar, os membros da "tertúloia da Guiné"...),  fotografados, por volta da 13h, antes do almoço no Restaurante Café do Monte, na Herdade da Ameira. Ainda não tinham chegado todos...


Montemor-o-Novo > Ameira > As nossas belas e solidárias companheiras... Infelizmente, não tiveram o tempo de antena que mereciam... Atrás delas, reconhece-se o Fernando Chapouto e o pira de Mansoa (o nosso ranger Magalhães Ribeiro)...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2006) . Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Para memória futura, aqui fica a lista (sujeita ainda, ao fim destes anos todos,  a ratificação por parte do  Carlos Marques Santos, o organizador do encontro...) dos presentes na Ameira, Montemor-o-Novo, em 14/10/2016 (*).  Nem todos/ascouberam nas fotografias e começamos por pedir desculpa se falhamos o nome de alguém):

António Baia (Amadora) (pertencia à Intendência);
António Pimentel (Porto / Figueira da Foz):
António Santos e esposa (Caneças / Loures);
Aires Ferreira (região centro);

Carlos Fortunato e esposa (Lisboa);
Carlos Marques dos Santos e esposa (Coimbra);
Carlos Oliveira Santos (Coimbra) (fur mil, CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72);
Carlos Vinhal e esposa (Matosinhos);

David Guimarães e esposa (Espinho);

Fernando Calado (Lisboa);
Fernando Chapouto e esposa (Bobadela / Loures);
Fernando Franco e esposa (Venda Nova / Amadora);

Hernâni Figueiredo (Ovar);
Humberto Reis e esposa (Alfragide / Amadora);

Jorge Cabral (Lisboa);
José Bastos (região norte);
José Casimiro Carvalho (Maia);
José Luís Vacas de Carvalho (Lisboa / Montemor-o-Novo);
José Martins e esposa (Lisboa);

Luís Graça e esposa (Alfragide/Amadora);

Manuel Lema Santos e esposa (Massamá / Sintra);
Manuel Oliveira Pereira e esposa (Lisboa);
Martins Julião e esposa (Oliveira de Azeméis ?);

Neves, empresário em Bissau (de que só sabemos o apelido...)

Paulo Raposo (Ameira / Montemor-o-Novo);
Paulo Santiago (Águeda) ;
Pedro Lauret (Lisboa);

Raul Albino (Lisboa);
Rui Felício (Lisboa);

Sampedro (ex-capitão, do  BCAÇ 3884 , Bafatá, Contuboel, Geba e Fajonquito, 1972/74)
Sérgio Pereira e esposa (Lisboa);

Tino (ou Constantino) Neves e esposa (Laranjeiro / Almada);

Vitor Junqueira e filha (Pombal);
Victor David e esposa (Coimbra);
Virgínio Briote e esposa (Lisboa).


2. Em relação ao XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real, dia 25 de maio, sábado, continuamos a receber inscrições até sexta-feira, dia 10 (**)


Preços:

Entradas + Almoço + Lanche ajantarado : 35.00€ /pessoa
Criança até aos 12 anos – 18.00€

Alojamento no hotel (****) com pequeno-almoço incluído:
Single: 50,00€  | Duplo: 60,00€

Inscrições

Carlos Vinhal (Leça da Palmeira / Matosinhos): email: carlos.vinhal@gmail.com | telemóvel: 916 032 220
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de  5 de outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1177: Encontro da Ameira, Montemor-o-Novo, em 14/10/2006 : foi bonita a festa, pá!... A próxima será em Pombal (Luís Graça)

(**) Último poste da série > 7 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19757: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (13): Felizmente, estou vivo; infelizmente, não poderei ir a Monte Real, no dia 25... De qualquer modo, aqui deixo as minhas saudações a todos os participantes (Antero Lopes, Alcides Silva, Anselmo Reis, António Duarte, António Murta, António Ramalho, António Santos, Carlos Baptista, Durval Faria, Eduardo Santos)

Vd. também 12 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19492: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 25 de Maio de 2019 (1): Primeiras informações e abertura das inscrições (A Comissão Organizadora)

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18600: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (16): "Três caras novas" ou "periquitos" em Monte Real... O Jaime Silva (Fafe e Lourinhã) e Mário Leitão (Ponte de Lima)... O que têm em comum? Ambos estiveram em Angola, um nos paraquedistas, outro na Farmácia Militar; ambos foram autarcas; mas o que os notabiliza é a sua luta, hoje, para não deixar ficar na "vala comum do esquecimento" os bravos das suas terras que combateram (e alguns morreram) em África... De Ponte de Lima, vem ainda um "histórico" do nosso blogue, que participou no I Encontro Nacional, em 2006, na Ameira: Manuel Oliveira Pereira, ex-fur mil, CCAÇ 3547 (Contuboel, 1972/74)


Angola > Leste > 1970 > O alf mil paraquedista, 1ª CCP / BCP 21 (1970/72), em 1970, no leste de Angola, a norte do Rio Cassai,

Foto ( e legenda): © Jaime Silva (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Geraça & Camaradas da Guiné)



Mário Leitão, limiano,  farmacêutico reformado, escritor

Foto: © Mário Leitão (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Geraça & Camaradas da Guiné)


1. Vêm, pela primeira vez, a Monte Real, ao nosso XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande. Nenhum deles esteve no TO da Guiné. Ambos passaram por Angola.  

E ambos têm, em comum, a experiência de autarcas... São os dois membros da Tabanca Grande, tendo-lhes sido reconhecido o grande mérito de resgatarem a memória dos seus conterrâneos que combateram (e alguns morreram) em terras de África, na guerra colonial / guerra do ultramar. O Mário não foi paraquedista mas, tal como o Jaime, leva muito a sério a a divisa dos paraquedistas: "Ninguém fica para trás".

Jaime Bonifácio Marques da Silva

Vive no Seixal / Lourinhã, é  professor de educação física reformado, ex-autarca na Câmara Municipal de Fafe (com o pelouro da cultura e desporto); membro da nossa Tabanca Grande, n.º 643, tem 44 referências no nosso blogue;  grande dinamizador de iniciativas ligadas à preservação da memória dos antigos combatentes da guerra colonial.

De entre outras iniciativas que ele levado a cabo, em Fafe e na Lourinhã, destaque-se a "Exposição evocativa da participação dos jovens do Seixal, Lourinhã, na guerra colonial: 1961-1974" (Clube Recreativo do Seixal, 8 de agosto - 5 de setembro de 2009).
A ideia surgiu-lhe aquando de um das suas periódicas visitas à sua terra natal, Seixal, Lourinhã. Começou por  encontrar casualmente, no clube local, alguns ex-combatentes da guerra colonial, seus conterrâneos, vizinhos, colegas de escola, etc. Não se viam há muitos anos, nomeadamente os que saíram para fora da terra, incluindo para o estrangeiro (França, Alemanha, Canadá, etc.).
"Uns emigraram para o estrangeiro, outros organizaram as suas vidas aqui na terra ou noutras zonas do país. Agora, por força do efeito inexorável do tempo que nos está a empurrar para o final da vida, aqui estamos de novo a regressar à terra que nos viu nascer e crescer e a relembrar os tempos de escola, do campo, do Largo da Festa onde jogávamos ao pião, ao botão, onde jogávamos à bola com uma bexiga de porco ou ainda onde saltávamos à fogueira na noite de São João, etc., etc."

 “Lutar contra a cultura do esquecimento que se instalou em Portugal após o final da guerra colonial”, foi a sua motivação principal… Directa ou indirectamente todas as famílias foram afectadas pela guerra colonial. Ora, segundo ele, se há algo mais condenável do que a guerra, é o silêncio sobre ela, é o fazer de conta que a guerra nunca existiu.


António Mário Leitão

É natural de (e vive em) Ponte de Lima. Farmacêutico reformado e escritor;  ex-fur mil na Farmácia Militar de Luanda, Delegação n.º 11 do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF), 1971/73; membro da nossa Tabanca Grande, n.º 741, tendo 18 referências no nosso blogue.

Proprietário da Farmácia Lopes, em Barroselas, Viana do Castelo,  ambientalista, escritor, Mário Leitão tem-se dedicado, de alma e coração, nos últimos anos à recolha e tratamento da informação relativa aos limianos, os naturais do concelho de Ponte de Lima, mortos nos TO de Angola, Guiné e Moçambique bem como no continente ou outros territórios, no cumprimento do serviço militar, no período que abarca a guerra colonial (1961/74). É autor dos livros "História do Dia do Combatente Limiano" (2017) e "Biodiversidade das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d´Arcos" (2012). Está a ultimar um  segundo livro, com as histórias de vida dos "bravos limianos"...

Apesar de já termos estado perto um do outro, em Ponte de Lima, e telefonarmo-nos, umas meia dúzia de vezes, além da troca de emails, ainda não nos conhecemos "em carne e osso"... Vamos finalmente vermo-nos em Monte Real, no dia 5. (***)


Montemor-o-Novo > Ameira > 14 de Outubro de 2006 > O nosso I Encontro Nacional > O grupo de camaradas fotografados, por volta da 13 horas, antes do almoço no Restaurante Café do Monte, na Herdade da Ameira. Ainda não tinham chegado todos... De qualquer foi o ano em que ainda "cabiam todos" na fotografia... Mas vejamos quem foram os "históricos" que  estava naquele momento, da esquerda para a direita:

(i) na primeira fila, António Baia (de óculos escuros, enfermeiro num Pelotão de Intendência, veio com o Fernando Franco), José Bastos, Pedro Lauret, Lema Santos, Sampedro (foi capitão em Fajonquito, veio com o Manuel Pereira), Manuel Oliveira Pereira (CCAÇ 3547), Aires Ferreira (de óculos escuros), Vítor Junqueira (também de óculos escuros), David Guimarães, José Casimiro Carvalho (de joelhos), Fernando Calado (ex-alf mil, CCS do BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70), Constantino (ou Tino) Neves, Jorge Cabral e, por fim, Luís Graça;

(ii) na segunda fila, Carlos Vinhal (que viria a seguir ser coaptado para coeditor do blogue), Fernando Franco, Fernando Chapouto, Eduardo Magalhães Ribeiro (outro coeditor), Zé Luís Vacas de Carvalho, Neves (um empresário que veio com outro empresário, o Martins Julião, da CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72 ), Humberto Reis (de óculos escuros, da CCAÇ 12,  Contuboel e Bambadinca, 1969/71), Virgínio Briote (, outro coeditor), Raul Albino...

Faltavam, na foto,  outros camaradas que foram pioneiros nestas lides, e que por um razão ou outra não estão na foto: lembro-me, por exemplo, do Paulo Santiago, do Carlos Fortunato, do Carlos Santos (que trouxe notícias do Rui Alexandrino Ferreira), do António Pimentel, do Paulo Raposo e do Carlos Marques dos Santos (os dois organizadores do encontro), do António Santos, do Hernâni Figueiredo, do José Martins, do Manuel Lema Santos (ilustre representante da Marinha, juntamente com o Pedro Lauret, dois imediatos da LFG Orion, embora em épocas diferentes), do Rui Felício, do Sérgio Pereira, do Victor David...

Nesse primeiro encontro do nosso blogue, na Ameira, éramos umas escassas 8 dezenas de participantes, contando com as nossas companheiras...

Foto (e legenda): © (2006). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Geraça & Camaradas da Guiné)


2. Curiosamente, o Mário trará com ele, de Ponte de Lima, outro grande limiano como ele, e também nosso grã-tabanqueiro, este da primeira hora... 

Mas também ele "cara nova" (ou "periquito") em Monte Real, não obstante ser um "dionssauro" da nossa Tabanca Grande: veio ao nosso I Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-o-Novo, em 14 de outubro de 2006... Depois disso, foi apenas dando notícias esporádicas...

Manuel Oliveira Pereira

Limiano, também, de Ponte de Lima; ex-Fur Mil da CCAÇ 3547  "Os Répteis de Contuboel", (Contuboel 1972/74), que pertencia ao BCaç 3884 (Bafatá, 1972/74).

Conheci-o Ameira e temo-nos encontrada por aí, a última vez na Casa do Alentejo, na sessão de lançamento do último livro do José Saúde, em 21 de outubro de 2017.  Trabalhou durante anos no Hospital da CUF, em Lisboa, como técnico de gestão, ligado à produção, licenciando-se, entretanto, em Direito (se não erro). Regressou agora à sua terra natal.

Vai ser um grande prazer juntar e abraçar estes três camaradas, em Monte Real... O Jaime viajará comigo e a Alice, a partir da Lourinhã.  O Manuel Oliveira Pereira  vem de mais longe, com o Mário Leitão.
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 31 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12658: Tabanca Grande (423): Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72), natural da Lourinhã, a viver em Fafe, grã-tabanqueiro nº 643

(ªª) Vd. poste de 12 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17237: Tabanca Grande (432): Mário Leitão, ex-fur mil farmácia, Luanda, 1971/73, passa a ser o nosso grã-tabanqueiro nº 741... Está a fazer um trabalho de grande mérito ao resgatar a memória dos 52 camaradas de Ponte de Lima que morreram nos 3 teatros de operações da guerra de África, do Ultramar ou colonial (como se queira)... e que estão na "vala comum do esquecimento"!

(***)  Último poste da série > 3 de maio de 2018 >  Guiné 61/74 - P18598: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (15): são 133 os bravos que responderam à nossa chamada e estarão presentes em Monte Real, no próximo sábado, dia 5, a partir das 10h.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14516: Convívios: Ameira, 14 de outubro de 2006: (i) Um belo momento de fraternidade que me foi dado viver (Jorge Cabral); (ii) não conhecia ninguém mas senti-me como se todos me fossem familiares (J. Casimiro Carvalho); (iii) o reencontro de um geração valorosa (Rui Felício); (iv) fez-me bem à alma (Fernando Franco)



Montemor-O-Novo > Ameira > Hotel da Ameira > I Encontro Nacional da Tabanca Grande > 14 de Outubro de 2006 > Um momento de fraternidade, pensa (e sente) o Jorge Cabral, em primeiro plano, tendo à sua direita o nosso baladeiro de Bambadinca (1969/71), e hoje fadista amador, o Zé Luís Vacas de Carvalho, comandante do Pel Rec Daimler 2206. 

De pé, afinando as gargantas ou cantando ao desafio, outras duas grandes aves canoras: o Fernando Calado e o Manuel Lema Santos, o exército e a marinha de braço dado... O fotógrafo que estava de serviço apanhou o flagrante, era o David Guimarães, radiante, felicíssimo...

Foto: © David Guimarães (2005). Todos os direitos reservados.


1. E sobre este momento, o nosso I Encontro Nacional, escreveu o "alfero Cabral": 

(...) "Também eu quero testemunhar o quanto me senti feliz, no nosso almoço na Ameira, o qual consubstanciou o mais belo momento de Fraternidade, que me foi dado viver. Sim, estamos todos unidos pela fortíssima corrente da Solidariedade. Aprendemos na Guerra a partilhar alegrias e tristezas e a compreender o Outro. Nunca estivemos sós porque contámos sempre com o ombro do Camarada Amigo. É disso que sentimos saudades!" (...)

O nosso "ranger" J. Casimiro Carvalho, "herói de Gadamael",  escreveu o seguinte (**): 

(...) "Não conhecia ninguém mas senti-me como se todos me fossem familiares... Que sensação tão boa, indescritível, senti-me como peixe na água e as senhoras então... sempre interessadas e atentas... Fiquei muito comovido quando uma delas leu o meu texto que pus à disposição, na mesa, e a seguir as lágrimas lhe correram pela cara, como se a história fosse de um seu familiar muito próximo... Bonito !!!" (...) 

Por sua vez, o Rui Felício (ex-alf mil, CCAÇ 2405, Mansoa, Galomaro e Dulombi, 1968/70, tal como o Paulo Raposo e o Victor David), referiu-se ao nosso econtro nestes termos (***): 

(...) uma jornada inesquecível, [que] só foi possível porque existe o blogue que tu criaste e que, com tanto trabalho e mérito, vais gerindo, coordenando e engrandecendo. (...) Sou dos que naquela época era contra a guerra, mas nunca confundi isso com o dever de a fazer o melhor e mais profissionalmente que me fosse possível, quanto mais não fosse para garantir aos soldados à minha responsabilidade o regresso a casa, sãos e salvos. (...).

Refira-se por fim mais um depoimento, a título ilustrativo, o do Fernando Franco (****)

(...) Andava mesmo a precisar deste encontro, em que muitos dos meus companheiros em meu redor sentissem o mesmo que eu. Mais uma vez obrigado, pois vim de peito cheio. (..:)


Foto: © David Guimarães (2005). Todos os direitos reservados.


Foto nº 1

Montemor-o-Novo > Ameira > Hotel da Ameira > I Encontro Nacional da Tabanca Grande > 14 de Outubro de 2006 > O grupo de camaradas fotografados, por volta das 13 horas, antes do almoço no Restaurante Café do Monte, na Herdade da Ameira. Ainda não tinham chegado todos... De qualquer foi o ano em que ainda "cabiam todos" na fotografia...


Foto  nº 1A

(i) Da esquerda para a direita, na primeira fila, António Baia (de óculos escuros, 1.º cabo aux enf, pertenceu também ao BIG – Batalhão de Intendência da Guiné, tendo estado integrado num Pelotão de Intendência, o PINT 9288, Cufar, 1973/74), José Bastos, Pedro Lauret, Lema Santos, (dois imediatos da LFG Orion, embora em épocas diferentes), Sampedro (foi capitão em Fajonquito, veio com o Manuel Pereira), Manuel Pereira;

(iii) na segunda fila,  Carlos Vinhal (nosso coeditor), Fernando Franco, Fernando Chapouto, Magalhães Ribeiro, Zé Luís Vacas de Carvalho (na ponta).


 Foto nº 1B

Da esquerda para a  direita: (i) na primeira fila, Aires Ferreira (de óculos escuros), Vitor Junqueira (também de óculos escuros, mas de perfil), David Guimarães, José Casimiro Carvalho (de joelhos), Fernando Calado (ex-alf mil, CCS do BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70), Tino Neves, Jorge Cabral e, por fim, Luís Graça;

(ii) na segunda fila, Neves (um empresário que veio com outro empresário, de quem é amigo,  o Martins Julião, da CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72), Humberto Reis (de óculos escuros), Virgínio Briote (nosso coeditor, de perfil), e  Raul Albino...

Aqui estão só 23... Faltavam outros camaradas que foram pioneiros nestas lides, e que por uma razão ou outra não estão na foto: lembramo-nos de mais 12:
Paulo Santiago, Carlos Fortunato, Carlos Santos, de Coimbra  (que trouxe notícias do Rui Alexandrino Ferreira), António Pimentel, Paulo Raposo e Carlos Marques dos Santos (os dois organizadores do encontro), António Santos (que veio com a esposa Graciela Santos), Hernâni Figueiredo, José Martins, Rui Felício, Victor David, Sérgio Pereira...

Nesse primeiro encontro do nosso blogue, éramos um pouco mais de 50, contando com as nossas companheiras... No último encontro, o X, em Monte Real, no passado 18 de abril de 2015,  juntámos 4 vezes mais... No grupo de homens, os únicos totalistas dos 10 encontros são: o António Santos, o Carlos Vinhal, o David Guimarães, o Jorge Cabral, o Luís Graça e o Raul Albino.


Foto nº 2

Montemor-o-Novo > Ameira > Hotel da Ameira > I Encontro Nacional da Tabanca Grande > 14 de Outubro de 2006 > O grupo das nossas esposas... Aqui estão 13, mas eram mais...



Foto nº 2 A  > Com a devida salvaguarda por qualquer lapso de memória, o nossos editores reconhecem na primeira fila, a partir da esquerda: Lígia Guimarães, Dina Vinhal, Alice Carneiro, Celeste Baia...


Foto nº 2 B

Na primeira fila, a partir da esquerda: Graciela Santos, Irene Briote, Teresa Reis (, esposa, já falecida, em 2011, do Humberto Reis) e uma quarta senhora que não identificamos...[ Atrás delas, à esquerda, reconhece-se o Fernando Chapouto e o pira de Mansoa, o nosso ranger e coeditor Magalhães Ribeiro, ]...


Foto nº 2 C

Nesta ponta direita, só reconhecemos a  Margarida Franco e a Judite Neves... Totalistas dos 10 encontros são a Lígia Guimarães, a Dina Vinhal e a Graciela Santos

Fotos: © Luís Graça (2006) . Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem de LG e CV]
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Notas do editor:



sábado, 21 de outubro de 2006

Guiné 63/74 - P1197: Ameira: Operação Almançor, ou paródia aos nossos planos de operações (Aires Ferreira)

Montemor-O-Novo> Ameira > Hotel da Ameira > 14 de Outubro de 2006 > O Aires Ferreira, ao centro, ladeado pelo Manuel Perereira, à sua direita, e pelo Vitor Junqueira, à sua esquerda. Na segunda fila: Vacas de Carvalho, Neves (amigo de Julião Martins, emoresário com negócios na Guiné-Bissau) e Humberto Reis.

Foto: David Guimarães (2006) (pormenor)


I. Texto que já circulou pela tertúlia e que se julga oportuno e interessante divulgar no blogue, porque dá um toque de saudável humor e irreverência a este grupo de cotas que recusam ser um clube de qualquer coisa (ex-combatentes, saudosistas, últimos soldados do Império, heróis ou vilões, vítimas de stresse pós-traumático ou títulos quejandos). O autor é o Aires Ferreira. A peça é um paródia, logo, uma homenagem (aos nossos majores de operações, aos nossos planos de operações, às nossas operações)...

Amigos & camaradas (e em especial os que foram à Ameira, em Montemor-O-Novo, no dia 14 de Outubro de 2006):

Lamentavelmente só agora li esta mensagem do Aires Ferreira. As minhas desculpas, camarada!... O texto fazia todo o sentido ser divulgado no contexto do nosso encontro na Ameira, no dia 14 passado... Estive lá com com ele (um bocadinho...), e nem sequer me passou pela cabeça que ele pudesse ser uma pessoal com um sentido de humor tão especial, muito fino...

Antes de a publicar no blogue, achei que a nossa tertúlia merecia conhecer, em primeiro mão, esta peça, de fino humor e recorte literário, de mais um valoroso (e valioso) tertuliano...


II. Peça (humorística) do Aires Ferreira (ex-alf mil, CCAÇ 1686 / BCAÇ 1912; Mansoa, 1967/69) (1):

LUÍS GRAÇA & CAMARADAS DA GUINÉ > OP ALMANÇOR I (2)

ORDEM DE OPERAÇÕES Nº 01

Ref: Carta 1/50.000 Évora / Montemor

1. Situação

a) Força IN

(1) Localização: - Informações de detidos, referem a existência do Acampamento da Ameira, localizado em Montemor 9 N 40 E e vários anexos com população desarmada.

(2) Efectivo do Acampamento: - Cerca de 20 homens e 15 mulheres.

(3) Armamento: - 6 espingardas aut. FN cal. 20, 2 pistolas cal. 6.35mm, 2 Esp. de pressão de ar, 13 fisgas e 12 arcabuzes.

(4) Constituição: Edifício térreo, piscina, campo de jogos, picadeiro e arrecadações diversas.

(5) Segurança: - Um posto de sentinela com 2 elementos, junto ao caminho novo que vai dar ao acampamento principal.

(6) São de admitir as seguintes possibilidades ao IN, por ordem de prioridade:

(a) Furtar-se ao contacto, após curto período de resistência no acampamento. (Fuga para Évora).

(b) Emboscar as NT no regresso da acção.

(c) Emboscar as NT na sua progressão para o objectivo.

(d) Desenfiar todas as garrafas com mais de 15 anos.

b) Forças Amigas

- Nada

2. Missão

- Fomentar a amizade entre os camaradas da tertúlia.
- Realizar acções ofensivas a fim de capturar elementos rebeldes, aniquilando as suas instalações e meios de vida, nomeadamente despensas e garrafeiras.
- Pesquisar informações tendo em vista a realização de novas operações.

3. Execução
- As forças envolvidas, progridem separadamente até ao CAFÉ DO MONTE e após a reunião de todo o efectivo, serão constituídos três destacamentos, Alfa e Beta e Gama. O dest. Gama procede à picagem da estrada entre a EN 114 e a entrada do acampamento, em H-1 e integra-se no dest. Beta. O Dest. Alfa lança de imediato um golpe de mão sobre o objectivo e faz um prisioneiro que entrega ao dest. Beta. O prisioneiro conduz, voluntariamente ou não, de imediato, ambos os destacamentos ao bar do acampamento, que será obviamente tomado com pouca resistência por parte do IN.

Segue-se o almoço até às 5 da tarde, hora a que se verificará o " Toque de Ordem" e parte das forças envolvidas regressarão às suas Unidades.

O dest. Alfa (-) pernoitará no acampamento principal e assegurará a sua ocupação até 14h/15 Out.

4. Instruções de Coordenação:
- Designação da Operação: Almançor 1
- Dia D: 2006.10.14
- Hora H: 12.00
- Carregadores: Não permitido. GNR/BT
- Alimentação: Feijoada de Lebre, tipo III
- Transmissões: Telemóvel


Quartel em Lisboa, 11.10.2006

O Of. Operações

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O Comandante

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Cumprimentos
Aires Ferreira

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Nota de L.G.

(1) Vd. posts de:

28 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1002: Um novo recruta, Aires Ferreira (BCAÇ 1912, CCAÇ 1686, Mansoa, 1967/69)

15 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1075: O soldado desconhecido de Mansoa (Aires Ferreira, CCAÇ 1686, BCAÇ 1912)

2 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1139: A fantástica estória do soldado Fernandes, da CCAÇ 1686, Mansoa (Aires Ferreira)

(2) Referência a Al-Mansur, o poderoso califa de Córdova (c. 948-1002), recordado em Montemor-o-Novo, pelo Rio Almançor, que atravessa o concelho, e o Café Almansor... O próprio Paulo Raposo costuma usar, por graça, o pseudónimo Rei Almançor...