1. Morreu em 3 de março de 2025, sem ter completado os 80 anos (nascera em 30 de março de 1945, minhoto de Afife). Um grande perda para todos nós, da família aos camaradas da Guiné. Era uma das figuras mais querida da Tabanca Grande.
Cinco meses de saudade!... Como ele gostaria de estar aqui hoje, mesmo dando-se mal com a canícula do verão, por causa da sua DOPC de "estimação"... De vez em quando lá ia de charola para o Hospital Amadora-Sintra... Sempre "preso à "bomba", "agarrado ao blogue", sorrindo com meia-cara à doença, ao infortúnio, à solidão, e desejando "saúde da boa" a amigos e inimigos (se é que os tinha!)...
Cinco meses de saudade, Valdemar!... Deixaste de aparecer, ainda estamos todos tristes e inconsoláveis... Estás perto e longe, felizmente não fostes parar ``a "vala comum do esquecimento"... A gente não se esquece de ti. E tu também prometeste não te esqueceres de nós. Mas sem ti, o nosso blogue já não é a mesma coisa. Nem o blogue nem a Rua de Colaride...
Olha, fui repescar textos teus, comentários que só tu sabias fazer e que nos encantavam pela espontaneidade, autenticidade, verve, humor desconcertante e alegria de viver que transmitias como ninguém.
Grande "lacrau", vê se gostas de te rever nestes teus (re)escritos, a que eu dei a forma de prosa poética... Mostra lá ao São Pedro, que até nem é mau rapaz, coitado, mesmo velhote, lá vai cumprindo os pesados deveres do seu ofício, o do porteiro do céu... (É um dos nossos três santos populares, mas não tem a mesma afeição que a gente dedica ao Santo António e ao Sáo João...)
Podes dizer-lhe que cá na Terra da Alegria estamos todos zangados com ele por te ter acolhido tão cedo no Olimpo dos deuses e dos guerreiros!... P*rra, porque é que não fomos todos juntos, à molhada, como no tempo em que nos mandaram para a Guiné... nos T/T Niassa, Uíge, Ana Mafalda ?!... Valdemar, podias ter esperado pela gente que ainda cá anda, gemendo e chorando... Na Terra da Alegria, mas que está cada vez mais feia...
Até sempre, camarada ! Reza por nós à tua maneira... (LG)
que se tornou famosa,
há uns tempos atrás:
estava no mapa e na blogosfera,
por nela viver (mesmo só podendo assomar à janela...)
um antigo combatente da guerra da Guiné,
Vivia sozinho em casa,
era portador de um doença crónica incapacitante
(o raio de uma DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica),
mas não perdia o gosto de viver e conviver,
e muito menos deixava de cultivar o bom humor de caserna...
Da sua janela via o mundo... da sua rua.
Era um dos mais antigos moradores da rua Colaride,
que estava então mais bonita do que em 1972/73,
quando um andar do Jota Pimenta
(c. 56 mil / 49 mil euros, a preços de hoje...).
Quando o Valdemar Queiroz se casou
e se mudou para Agualva-Cacém, há 50 anos,
a Rua Colaride não era tão bonita
e sobretudo era muito menos "colarida"...
No país não havia mais do 28 mil estrangeiros
com estatuto legal de residentes...
Há dois anos já eram mais de 750 mil,
segundo o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras)
Na Rua de Colaride, havia mais gente oriunda de outras terras,
Cabo Verde, Guiné, Angola, por exemplo,
três antigas colónias portuguesas,
que se haviam tornado independentes em 1974 e 1975...
Muitos vizinhos já teriam a nacionalidade portuguesa,
As fotos que o Valdemar ia tirando à varanda,
com um telemóvel fatela,
não nos diziam tudo, mas diziam algumas coisas,
dele, dos vizinhos, dos fregueses, dos transeuntes...
O Valdemar gostava de blogar,
dizia ele que até fazia bem à saúde,
que até se esquecia que estava agarrado à "bomba".
Às vezes, demasiadas vezes, lá sobrevinha uma crise.
Lá vinha o tinonim
e lá ia ele de charola para o hospital
"Parece que me safei desta, camaradas!"
É uma merda estar nestas condições da doença,
e magro, como um cão, só pele e osso.
Neste mês vou ao hospital, consegui !!!, com os bombeiros,
para ser visto o pacemaker.
Obrigado pelo teu cuidado, ´
abraço e saúde da boa.
Libanesas de olhos verdes, nunca tínhamos visto
por Valdemar Queiroz (1945-2025)
Que pena tenho eu de não estar em Nova Lamego,
em 1972/74,para ver as libanesas,
porque em 1969/70
tinhamos que ir a Bafatá ver os seus olhos verdes.
e eu, em 1969/70, também não me lembro
Havia a casa do sr. Caeiro.
Vendia tudo, pomada prós calos,
Também havia, no Gabu, outro português,
que fazia uns frangos de churrasco, de caír pró lado.
Era na saída, para Bafatá e lembro-me
E o patrão dizia:
O que nós fomos 'arranjar'!
Mas, José Marcelino Martins,
e eu não era cego.
Lembro-me da filha do Sr. Caeiro,
era de cair pró lado, boa como o milho,
rapariga prós vinte e poucos anos,
Quem me dera, estar em Bafatá naquele tempo,
tinha vinte e poucos anos.
A filha do sr. Caeiro, de que me recordo,
Mas das libanesas de Nova Lamego não me lembro
(...) Quanto eu gostava de saber o que é o belo,
E por que razão as raparigas/mulheres libanesas
Acho que não,
Quem em 1969/70, na Guiné,
Pois é, caro Luís, naquele tempo, há 45 anos, sem querer,
Pois é, caro Luís, isto do belo dá pano para mangas
Nota do editor LG_:
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