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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26384: Foi há 100 anos (2): A "saloiada" vem às sortes a Lisboa...enquanto bandos de operários, nas ruas, pedem "pão ou trabalho" ("O Domingo Ilustrado", nº 1, 18 de janeiro de 1925)... Estamos já a um ano e pico da instauração da Ditadura Militar.

 

Legenda: "Os Recrutas: Bandos de rapazes dos arredores, com os seus pitorescos trajes invadiram a cidade para a incorporação militar. No meio da monotomnia de Lisboa, o seu ar saudável e a sua indumentária característica aparecem como uma alegre saudação do campo. Oxalá so seus braços aprendam depressa o manejo das armas para as trocarem pela prosaica enxada, de glória humilde mas sagrada". Ilustração: B.B (pág. 1)


Fonte: Capa do semanário "O Domingo Ilustrado",  nº 1, 18 de janeiro de 1925,12 pp. (Custava 1 escudo.). Cortesia de Hemerateca Digital / Câmara Municipal de Lisboa.


Legenda: "A Parada da Fome: Bandos de operários percorreram a cidade pedindo pão com que matassem a fome. É um espetáculo desolador o que oferece uma sociedade que não consegue assegurar a existência dos que produzem. Sem revoltas e sem excessos contraproducentes, todos temos o dever de  arrumar melhor a vida. Por detrás de cada homem está um lar, e se o patriotismo é alguma coisa mais do que uma imagem retórica, façamos lares felizes para que a pátria possa viver". Ilustração: B. B. (pág. 12).

(Seleção, fixação / revisão de texto, reedição de imagens: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, 2025)

1. Estávamos a um ano e 4 meses do golpe militar do 28 de maio de 1926, que levaria à instauração da Ditadura Militar (1926-1933) e do Estado Novo (1933-1974). (*)

Sobre este novo semnanário, "O Domingo IIustrado" (DI), escreveu Rita Lopes, na ficha histórica disponível em formato pdf, no portal da Hemerateca Digital / Câmara Municipal de Lisboa (**)

(...) Semanário editado regularmente, em Lisboa, entre Janeiro de 1925 e Dezembro de 1927. A sua curta existência coincide com um período de grande perturbação política e social, que muitos autores consideram mesmo de guerra civil latente, e que conduzirá à Ditadura Militar, instaurada pelo golpe militar de 28 de Maio de 1926.

 (...) [Espelha] uma imagem profundamente negativa da política, enquanto jogo protagonizado por partidos, e, consequentemente, da própria democracia, enquanto sistema político. Esta será a mensagem de fundo que trespassará subliminarmente todas as edições até ao golpe de 28 de Maio de 1926. Era então chegada a hora de aclamar sem reservas as forças que, sob o comando do general Gomes da Costa, se sublevaram em Braga e se põem em movimento para Lisboa para confiscar o poder. O DI está ao serviço da sua legitimação e da mobilização da nação: «Este Homem tem poder: Ajudemos este homem a salvar Portugal!» − proclama em primeira página, ilustrada com a bandeira nacional e uma fotografia di militar" (...)

Um dos fundadores e diretor do DI foi o conhecido  Leitão de Barros (1896-1967), professor, realizador de cinema (Nazaré, 1927; Maria do Mar, 1930: A Severa, 1931; As Pupilas do Semhor Reitor, 1935; Ala, Arriba!, 1942; Camões, 1946...), escritor, jornalista, dramaturgo, cenógrafo, pintor, próximo de figuras do poder (António Ferro, Duarte Pacheco, Salazar...) sem contudo ter sido um "salazarista" indefetível (ecompletamente esquecido depois do 25 de Abril).

 (...) "O seu interesse pelas artes gráficas levaram-no a Frankental, na Alemanha, onde fez a aprendizagem da heliogravura. Foi um difusor deste processo em Portugal que fez brilhar no DI e, posteriormente, no Notícias Ilustrado, que também dirigiu, e no Século Ilustrado." (**) 
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Notas do editor:

(**) Vd. Rita Correia (10 de Novembro de 2007). «Ficha histórica: O Domingo Ilustrado (1925-1927)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 11 de janeiro de 2025.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26338: Foi há 100 anos (1): "bodo aos pobres" por parte dos Armazéns Grandella, em 1 de janeiro de 1925 (Recorte do "Diário de Lisboa, 2/1/1925)

 




Diário de Lisboa, 2 de janeiro de 1925, pág. 1 
(Custava na época este jornal diário vespertino 30 centavos, 
o número avulso; e ia já no 4º ano de publicação).

Fonte: Casa Comum | Instituição: Fundação Mário Soares e Maria Barroso |  Pasta: 05742.006.01429 | Título: Diário de Lisboa | Número: 1147 | Ano: 4 | Data: Sexta, 2 de Janeiro de 1925 | Directores: Director: Joaquim Manso | Fundo: DRR - Documentos Ruella Ramos | Tipo Documental: Imprensa (com a devida vénia...)

Diário de Lisboa/Ruella Ramos 
Citação: (1925), "Diário de Lisboa", nº 1147, Ano 4, Sexta, 2 de Janeiro de 1925, Fundação Mário Soares / DRR - Documentos Ruella Ramos, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_31342 (2025-1-2)


Vd. aqui um pequena biográfica do homem que fundou os Armazéns Grandela, Francisco de Almeida Grandella (Aveiras de Cima, Azambuja,1853 — Foz do Arelho, Caldas da Rainha, 1934), um dos maiores senão o maior benemérito da República. Tendo começado como marçano ou moço de fretes, tornou-se empresário, comerciante, industrial, maçon, boémio,  autarca e benemérito. Uma figura notável do seu tempo, um exemplo bem português do homem que, não tendo nascido em berço de ouro, se fez a si próprio... E que tinha um pioneiro sentido de responsabilidade social como empresário.