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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18118: Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capítulo 17: inesperada 'promoção' a 1º cabo de reabastecimentos com direito a jipe e a máquina de escrever HCESAR...


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª CART / BART 6520/72 (1972/74) > O 1º cabo cond auto José Claudino da Silva, ao centro, o terceiro a contR  da esquerda para a direita... Natal de 1972; "Eu e mais quatro amigos não comemos em sinal de protesto"... Prometemos publicar, por estes dias, o capítulo do livro em que se faz referência a este episódio natalício, de boicote do rancho...


 Foto (e legenda): © José Claudino da Silva  (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Continuação da pré-publicação do próximo livro (na versão manuscrita, "Em Nome da Pátria") do nosso camarada José Claudino Silva:


Nascido em Penafiel, em 1950, criado pela avó materna, reside hoje em Amarante. Está reformado como bate-chapas. Tem o 12º ano de escolaridade. Foi um "homem que se fez a si próprio", sendo já autor de dois livros, publicados (um de poesia e outro de ficção). Tem página no Facebook. É membro nº 756 da nossa Tabanca Grande .


Sinopse:

(i) foi à inspeção em 27 de junho de 1970, e começou
 a fazer a recruta, no dia 3 de janeiro de 1972,no CICA 1 [Centro de Instrução de Condutores Auto-rodas], no Porto, junto ao palácio de Cristal;

(ii) escreveu a sua primeira carta em 4 de janeiro de 1972, na recruta, no Porto; foi guia ocasional, para os camaradas que vinham de fora e queriam conhecer a cidade, da Via Norte à Rua Escura.

(iii) passou pelo Regimento de Cavalaria 6, depois da recruta; promovido a 1º cabo condutor autorrodas, será colocado em Penafiel, e daqui é mobilizado para a Guiné, fazendo parte da 3ª CART / BART 6250 (Fulacunda, 1972/74);

(iv) chegada à Bissalanca, em 26/6/1972, a bordo de um Boeing dos TAM - Transportes Aéreos Militares; faz a IAO no quartel do Cumeré;

(v) no dia 2 de julho de 1972, domingo, tem licença para ir visitar Bissau,

(vi) fica mais uns tempos em Bissau para um tirar um curso de especialista em Berliet;

(vii) um mês depois, parte para Bolama onde se junta aos seus camaradas companhia; partida em duas LDM parea Fulacunda; são "praxados" pelos 'velhinhos', os 'Capicuas", da CART 2772;

(viii) Faz a primeira coluna auto até à foz do Rio Fulacunda, onde de 15 em 15 dias a companhia era abastecida por LDM ou LDP; escreve e lê as cartas e os aerogramas de muitos dos seus camaradas analfabetos;

(ix) é "promovido" pelo 1º sargento a cabo dos reabastecimentos, o que lhe dá alguns pequenos privilégio como o  de aprender a datilografar... e a "ter jipe".


2. Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capº 17 (Máquina de escrever HCESAR)


[O autor faz questão de não corrigir as transcrições das cartas e aerogramas que começou a escrever na tropa e depois no CTIG à sua futura esposa. Esses excertos vêm a negrito. O livro, que tinha originalmente como título "Em Nome da Pátria", passa a chamar-se "Ai, Dino, o que te fizeram!", frase dita pela avó materna do autor, quando o viu fardado pela primeira vez. Foi ela, de resto, que o criou. ]


17º Capítulo > HCESAR Versus AZERT



Chamava-se Teclado Nacional e foi implementado por Salazar o teclado cujas primeiras letras eram HCESAR, em contraste com o AZERT em vigor na Europa.

Foi num recôndito lugar, no interior da Guiné, que pela primeira vez premi uma tecla duma máquina de escrever. Não deixa de ser curioso ser longe de civilização, num local em que nos referíamos como “O Mato”, que aprendi a escrever à máquina.

“Nem vais acreditar, o teu namorado agora é como os empregados dos bancos em breve só escreve à máquina”

Devido às funções em que fui colocado, tinha de fazer encomendas, balanços e balancetes em triplicado. Ora, para isso, passei a ser também contabilista e escriturário, seja isso o que for. Uma coisa é certa, sem que eu o merecesse, estava a ter alguns privilégios, como já antes acontecera. Querem ver que a porcaria da minha classificação continuava a ser uma fórmula mágica de me safar das situações foleiras pelas quais passavam os outros militares? 

Estou mesmo a ver que se fosse hoje, com aquela classificação, ainda chegava a deputado, presidente de empresa, instituição pública ou, quiçá, ministro, como recentemente tenho lido e ouvido nos média. Garanto que qualquer universidade me concedia os créditos para me tornar doutor; o único problema talvez sejam os meus amigos. Não são reitores!

Fiz o que me mandaram, acreditava que podia lutar pelo meu país daquela maneira, e dediquei uma parte do meu tempo a praticar na máquina de escrever e na calculadora de manivela.

Comecei a interiorizar que podia tirar partido do pouco de bom que ali existisse e, quem sabe, se a aprendizagem de outras coisas não me seria útil no futuro, se o tivesse. Ao mesmo tempo, ia tendo mais um motivo de distracção.

De repente, as mordomias aumentam.

- Caros camaradas, vocês… são um zero, à minha beira – teria, por certo, pensado eu, com a arrogância de quem é comprado e nem o percebe.

“Olha querida sou um senhor aqui em Fulacunda, até um Jeep tenho para mim e sou o chefe dos reabastecimentos”.


Isso aconteceu quando tomei posse. O pomposo nome é… “Cabo de Reabastecimento”. Acrescento que me é distribuído, no mesmo dia, um Jeep e passo a ser o motorista do comandante. Mas como aqui não há estradas nos 200 ou 300 metros em que se pode conduzir dentro do arame farpado, é o próprio comandante que conduz.

Passei a ganhar mais 150$00 por mês e o meu “padrinho” era o 1º sargento Santos; nem mais nem menos o que eu achava, o comandante. O verdadeiro, nem o gramava!

“Lembras-te de te dizer que o meu capitão em Penafiel só tinha peneiras? Aqui é igual. Tenho de ter o Jeep sempre limpo”.


Operações contra os "turra"? Nem pensar! Um estúpido militarista como eu, quase sem saber como e, por mero  acaso ou golpe de sorte, tirava o cu do perigo. Dizem os comandos que “a sorte protege os audazes".Eu não era audacioso, mas estava protegido pela sorte.

Demorei algum tempo a perceber onde pertencia. Lamento que nos primeiros tempos o meu complexo de superioridade me fizesse sentir ser o Maior. Qualquer atirador, mesmo sendo analfabeto, me demonstrou, em pouco tempo, que era superior a mim.

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Nota do editor:

Último poste da série > 18 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18102: Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Capºs 15 (A picada) e 16 (O analfabetismo)...Terei escrito meio milhão de palavras em cartas e aerogramas durante a comissão...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7553: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (35): Boas Festas e Feliz Ano de 2011 (Patrício Ribeiro)

1. Em mensagem de 30 de Dezembro de 2010, o nosso amigo tertuliano Patrício Ribeiro, enviou-nos os seus votos de Boas-Festas e um Feliz Ano de 2011 para toda a Tabanca.

Como anexo, trazia estas duas fotos, que interpretei como símbolos de uma Nação com passado e futuro. Deve preservar o seu passado e apostar na juventude que fará dela uma Nação próspera. Graças aos seus meninos, a Guiné-Bissau é uma das nações mais jovens do mundo.

Dezembro de 2010 > Meninos Felupes da Tabanca de Iale-Varela. O futuro da Guiné-Bissau passa também por eles.

Dezembro de 2010 > Forte de Cacheu. Um passado a preservar.

Ao nosso tertuliano Patrício Ribeiro desejamos a continuação de uma boa estadia na Guiné-Bissau com muita saúde neste ano de 2011.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 3 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7544: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (34): Quem tem cu… tem continuação… (José Eduardo Oliveira - JERO)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7544: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (34): Quem tem cu… tem continuação… (José Eduardo Oliveira - JERO)

1. O nosso Camarada José Eduardo Oliveira - JERO -, (ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/66), enviou-nos hoje a seguinte mensagem:
Quem tem cu… tem continuação…

Estamos convencidos que estas “estórias” relacionados com tentativas de “fugas” à tropa e à guerra tiveram uma forte componente próxima da neuropsiquiatria.
Passar por “maluco” podia resultar em nada mas… normalmente ganhavam-se alguns meses.
E enquanto o pau ia e vinha… folgavam as costas e, eventualmente, poderia surgir uma ideia melhor. O pior que podia acontecer era ficar mesmo “apanhado”…
E não teriam sido poucos os que arriscaram forte e… perderam!
Dos comentários já recebidos à P7538 (dos camarigos José Almeida, Rogério Cardoso, Manuel Amaro, Luís Faria, António Paiva e Zé Teixeira) achei particularmente engraçada a contribuição do Zé Teixeira com a “estória” do cabo-miliciano travestido de gay.
Como o saber não ocupa lugar aproveito para comunicar que na minha região (mais propriamente na Nazaré) um “gay” é um “paneleiro” com estudos. Se esta “definição” já está divulgada como sendo originária de outras zonas do País as minhas desculpas pelo involuntário plágio.

Nos meus tempos no HMP estive em Dermatologia cerca de um ano (entre Junho de 63 e Maio de 64). Quem conheceu o HMP desses tempos sabe que a Neurologia era logo ao lado. E com a sacanice própria dos nossos vinte e pouco anos os “vizinhos” eram os “malucos”, com quem não havia muitas conversas. Lembro-me que era um “local” do Hospital onde nós passávamos a olhar para o outro lado…
Havia um “internado” que por vezes vagueava pelo corredor.
Dizia-se que já estava na enfermaria há muitos meses e que se fingia maluco para ver se ia prá “peluda”.
Que tinha um ar estranho… tinha.
Um dia o Director do HMP, O Cor. Médico Ricardo Horta Júnior, terá visitado a Enfermaria de Neurologia de surpresa.
Terá questionado alguns dos “utentes” sobre a sua maluqueira, em que não acreditava. O “internado”, que estava há longos meses na enfermaria, terá sido dos que sofreu interrogatório mais apertado.
Tão “apertado” que pegou numa cadeira hospitalar e “cresceu” para o Director. E alem de “crescer” terá feito mesmo menção de agredir o Director.
Ora o Dr. Ricardo Horta Júnior, a quem não faltava nenhuma “cadeira” para acabar o curso, achou por bem sair rapidamente para o corredor…
Se tudo aconteceu assim não temos a certeza mas que a ”estória” correu no meio hospitalar da época… correu.
Íamos até jurar que muita malta, que cumpria serviço militar no HMP, teve pena que o “internado”não tivesse consumado o seu “tresloucado” acto.
Não podemos garantir mas… julgamos que a partir dessa “cena” o “internado” passou a ser olhado com outros olhos.
O “juízo” a seu respeito… tinha mudado.
Quando saímos do HMP em Maio de 1964 para o R.I. 16 e depois para a Guiné ele continuava em Neurologia.
A esta distância no tempo temos muita pena de não nos termos despedido dele.
Esperamos que ele “tenha levado a sua carta a Garcia…”.
E que o Garcia não fosse o da Horta. O de Almada. Para Hospitais já lhe deve ter chegado o da Estrela…
Temos mais “estórias”mas… o ano ainda só agora começou.
E para os camarigos que, por causa de um desacerto de datas de uma emboscada acontecida há décadas, já ameaçaram tirar a “G3”da prateleira aconselhamos calma. Já somos quase todos maiores de 60 e nesta fase da vida o que mais precisamos é de paz.
Ficamos hoje por aqui.
Votos de boa saúde porque nem todos os Hospitais são de confiança…Quem sabe quantos “malucos” ainda por lá andam!!!
JERO
Fur Mil Enf da CCAÇ 675
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Nota de M.R.:
Vd. o primeiro poste sobre esta matéria em:

31 de Dezembro de 2010 >
Guiné 63/74 - P7538: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (30): Quem tem cu… puxa pela cabeça! (José Eduardo Oliveira - JERO)

Vd. último poste desta série em:

2 de Janeiro de 2011 >
Guiné 63/74 - P7542: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (33): Passagem de ano 1973/74 no cinema do FC Os Balantas, em Mansoa (Agostinho Gaspar)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7542: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (33): Passagem de ano 1973/74 no cinema do FC Os Balantas, em Mansoa (Agostinho Gaspar)





1.Texto e fotos  do camarigo Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), residente em Leiria:



Data: 31 de Dezembro de 2010 12:21

Assunto: Passagem de ano 1973-74

Boa tarde,

Em 1973, a passagem para o ano de 74 foi no cinema Balantas, em Mansoa.


Em Mansoa a formação militar era composta por vários elementos de diversas companhias: BCAÇ 4612/72, CCS e 3.ª CCAÇ, CCAÇ 15 (nativos), Pelotão de Morteiros 81, Pel Rec Daimler [, nº ?], Pelotão de Artilharia 14, Operações, Transmissões e Criptos,  entre outros.

Pode ser que alguns dos caramigos ou tertulianos estejam presentes nesta fotografia [,acima]. Eu estou presente no meio da multidão [, com uma elipe a vermelho]. Esta fotografia foi tirada em 1973, quando se estava a realizar um espectáculo de fim-de-ano no clube dos Balantas. (*)

Com os melhores cumprimentos e votos de Boas Festas,

Agostinho Gaspar


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Nota de L.G.:

Último poste da série > 1 de Janeiro de 2011 >Guiné 63/74 - P7540: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (32): Carlos e Dina Vinhal


A partir de Cometário de José Batalha, com data de  11 de Julho de  2009, ao poste do blogue Bissau Calling >  9 de Julho de 2009 > Festa do futebol:

(i) O Clube de Futebol Os Balantas nasceu em 18 de Setembro de 1946;

(ii) Era filial n.º 13 do Clube de Futebol Os Belenenses, razão por que  equipa de azul e usa  a cruz de Cristo ao peito;

(iii) Na época 1959/60 conquistou o seu primeiro campeonato da então  província portuguesa da Guiné, depois de se ter sagrado campeão da zona norte (venceu na final, por 1-0, ao Futebol Clube de Cantchungo);

(iv) Na época seguinte (1960/61) revalidou os títulos de campeão, tanto da zona norte como da Província da Guiné;

(v) Na época seguinte, alcança de novo a proeza de vencer o campeonato da zona norte e da Província da Guiné, juntando-lhes a taça Jornal Arauto (bateu na final, por 6-3, o Futebol Clube de Cantchungo, num jogo disputado em Bissau, no então Estádio Sarmento Rodrigues, actual Lino Correia);

(vi) Nas épocas 1963/64 e 1964/65, elevou para cinco o número de conquistas do campeonato da zona norte e para três o número de vezes em que foi campeão de toda a Província da Guiné.

(vii) Com o início da guerra,  deixou de se realizar o campeonato da  zona norte (entre 1965 a 1969):

(viii) Na época 1969/70, o CF Os Balantas participou no campeonato provincial, classificando-se na segunda posição;

(ix)  Outras equipas de futebol, dessa época, para além de Os Balantas: Benfica de Bissau, Sporting de Bissau, Ajuda Sport, Ténis Cube, Ancar, UDIB e Sacor;

(x) Por causa da guerra, o FC Cantchungo não participou no campeonato dessa época.

(xi) Na época seguinte,  Os Balantas venceram a taça da Província da Guiné e qualificaram-se para a taça de Portugal;

(xii) Um ano depois,  voltam a conquistar o título de campeão provincial, o seu último título provincial.

(xiii) Outro grande título do seu historial:  venceram o primeiro campeonato da nova República da Guiné-Bissau, na época 1974-75, conquistando também a primeira taça de Pindjiguiti.
(xiv) José Batalha diz, por fim que, "o clube de Mansôa voltaria a vencer o campeonato em 2006, antes do título deste ano, mas, curiosamente, nunca conquistou a taça nacional".11 DE JULHO DE 2009 01:32

sábado, 1 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7540: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (32): Carlos e Dina Vinhal

1. Mensagem, reproduzida no ponto 2,  do meu querido co-editor, camarada, amigo e camarigo Carlos Vinhal, com data de ontem, 31/12/2010, pela 10 horas e picos da manhã...


Telefonei-lhe ao início da noite, a desejar-lhe as melhoras e as boas entradas da praxe, no Ano Novo. Era óbvio que ele e a Dina iam passar sozinhos a noite de passagem de ano. À distância deu para adivinhar o seu... meio sorriso,  a meia cara. Ele é um estóico. Nem um queixume... Já não há gente desta, em Portugal... (queixamo-nos por tudo e por nada, pelas boas e pelas más razões, com ou sem razão...). Por isso, e sem consultar quem quer que seja, eu decidi, de motu próprio, eleger o Carlos e a sua inseparável Dina o casal do ano da nossa Tabanca Grande... 


O Carlos por razões mais que óbvias... A Dina (que no início 2009 se reformou da sua actividade profissional),  por ser a amiga do nosso blogue que compareceu a todos os nossos cinco encontros nacionais, desde 2006. Ela e o Carlos são inseparáveis... Esta amiga merece figurar, desde há muito, no quadro de honra da nossa Tabanca Grande, leia-se na nossa lista, de A a Z, dos/as camaradas, amigos/as e camarigos/as. Ela e mais algumas das nossas companheiras, o que faremos a seu tempo. Mas ela, especialmente ela, merece esta pequena distinção da nossa parte, no final do ano de 2010... Falo com ela ao telefone com alguma regularidade e dela nunca ouvi, da sua boca, um queixume, uma queixa, uma crítica, um azedume, uma intriga, um ressentimento..., mesmo sabendo que a edição do blogue  rouba tempo à vida do casal (e às vezes até faz mal à saúde do seu homem!). 


Sê bem vinda, Dina! Passo a tratar-te por tu (e vice-versa, se não te importas), a partir de agora, como irmã e como amiga desta pequena grande família que já somos,  desde há largos anos. Obrigado pela tua doçura, delicadeza e paciência de santa... E por nos emprestares o teu Carlos, que é o teu mais que tudo (Corro o risco de cometer uma inocente inconfidência, mas ele já a conhece desde os 19 aninhos, portanto muito antes das bajudas de Mansabá...).


Em suma, a Dina também é um dos esteios do  nosso blogue. Uma presença discretíssima, mas forte, como a de todas (ou quase) todas as nossas companheiras... a quem eu aproveito para mandar um (e)terno xicoração neste início de ano.


Um ano de 2011 com coragem e saúde, para ambos, para ti,  Carlos, para ti, Dina. Um ano em que vamos precisar, todos/as,  de muita camarigagem. Na nossa Tabanca Grande, debaixo do nosso sagrado e fraternal poilão, tu, Dina, passas a ter um lugar cativo, o nº 465..

Com a nossa tabanqueira nº 465,  fechamos o ano em... paz e beleza (embora com a deusa da saúde meio desasada - entre os gregos, chamava-se Higía, e é de longe a minha preferida, embora a gente tenha que recorrer, de vez em quando, à sua irmã Panaceia...).



PS - Assina: Luís Graça, falando  em nome de toda a Tabanca Grande. Amanhã, domingo sigo para a Lourinhã e depois para Lisboa. Até ao(s) nosso(s) próximo(s) encontros. Que a doença,  que costuma "vir a cavalo e ir-se embora a pé" (diz o povo), nos deixe em paz neste começo de ano de 2011... Para os que partem (para mais longe) e para os que ficam (por aqui mais perto)... 


Madalena, V. N. Gaia, 1 de Janeiro de 2011, escrito às 2h30, revisto às 11h...




2. Mensagem de ontem, particular, do Carlos: 


Luís: Eu e a Dina estamos com uma constipação muito forte, com temperatura, tosse e outros quejandos, pelo que a passagem de ano, que era para ser em Ponte de Lima, vai ser passada em Leça da Palmeira.


Descansa o mais que puderes porque quanto mais massacrares o dito ciático mais inflamado fica e as dores não passam.


Como diz a canção, ai quem me dera ter outra vez 20 anos... (*)
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Nota de L.G.:

(*) Carlos, folgo com o teu bem humor, que é sempre "meia cura" quando a gente está doente,  adoentado, em baixo das canetas... E já agora acrescenta ao nosso fadário (de ex-combatentes),  este outro provérbio antigo: "Até aos 40 bem eu passo, dos 40 em diante 'ai a minha perna, ai o meu braço' "... Acrescenta-lhe mais 20 ou 30 anos, que a nossa esperança média de vida ao nascer duplicou, durante o século passado: era de 35 anos, para os homens, por volta de 1900...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7539: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (31): Anda tudo lelé da cuca? (Magalhães Ribeiro)


1. Amigos e Camaradas eu, Eduardo José Magalhães Ribeiro, ex-Fur Mil OpEsp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré/Mansoa/Brá – 1974, gostava, para aqueles que não leram, de vos dar a conhecer um humorístico e curioso artigo, que me chegou via e-mail, saído no DN de 23 de Dezembro de 2010, da autoria do jornalista Jorge Fiel (com a devida vénia e agradecimento).
Anda tudo lelé da cuca?
Por Jorge Fiel
DN de 23 dez 2010
Este ano, a Maria não vai dar prenda de Natal ao Aníbal. Fiquei tão intrigado com isto que até me passaram duas explicações pela cabeça enquanto viajava do título de 1.ª página do JN até à pág. 20 da Notícias Magazine, onde estava a notícia.

Será que ela ainda está chateada por o homem ter promulgado o casamento gay? A este primeiro pensamento sucedeu um outro. Na campanha para as presidenciais, em que tem a reeleição garantida mesmo que repita a graçola de encher a boca de bolo-rei, Cavaco respondeu que até tinha ficha na PIDE, quando Alegre puxou dos galões de antifascista.

Vai-se a ver e a ficha da PIDE não passa de respostas anódinas a um questionário de rotina, em que a única curiosidade reside em saber que ele achou por bem acautelar que não privava com Maria Mendes Vieira, com quem o sogro se casara em segundas núpcias.
Mas não. Não é por causa do casamento gay nem por o marido não ter engraçado com a madrasta dela que Maria não lhe dá prenda. O motivo é a contenção. Este ano, no Possolo, os adultos ficam a seco e são aconselhados a mandar o dinheiro das prendas para uma instituição de solidariedade social.

Fiquei horrorizado com esta atitude miserabilista. Aníbal e Maria têm uma vida bonita, os filhos estão criados, não devem ao banco, já não têm aplicações nem acções do BPN, e entre reformas e vencimento ganham uns bons 15 mil euros limpos todos os meses.

Chega para prendas e sobra para ser solidário. E, já agora, permitam-me um reparo a Maria: o bem deve praticar-se em silêncio e é preciso ter muito cuidado a distinguir a filantropia da responsabilidade social da bolorenta caridade do bodo aos pobres.

Dias depois, reparei que Passos Coelho foi contaminado pelo miserabilismo natalício da primeira dama e anunciou que só a mais nova das suas quatro filhas vai ter prenda no Natal. Já começo a acreditar no estudo da OMS que diz que um em cada cinco portugueses sofre de perturbações mentais - só estou preocupado pelos lugares ocupados pelos lelés da cuca...

"Um dos riscos da actual crise é que as pessoas deixem de gastar e isso seria muito mau." Peço a Maria e Pedro para que, antes de abrirem mais a boca, reflictam nesta frase sábia dita por Vítor Bento, o economista que Aníbal nomeou para o Conselho de Estado, em substituição do seu antigo amigo Dias Loureiro.

No entretanto, fico a pensar se perco o amor a uns 40 euros e ainda hoje vou à Fnac comprar prendas para Cavaco (Utopia, de Thomas Moore, ou A Morte em Veneza, de Thomas Mann) e Passos Coelho - talvez O Ser e o Nada, de Sartre, porque aquele de que ele gosta muito (A Fenomenologia do Ser) e até leu antes de Kafka vai ser muito difícil de encontrar, porque não existe.

2. Fiquei intrigado. Será que também não estarei a ficar algo lelé da cuca?

Pelo sim, pelo não, resolvi aliviar a consciência e tratei de telefonar a 2 Camaradas nossos - o Manuel Maia e o Vasco da Gama -, com quem me havia envolvido em troca de alguns “mimos”, nos últimos tempos, a fim de acabar com alguns equívocos interpretativos (creio que de ambas as partes, o que agora e aqui não me interessa nada) e toca a limar as arestas criadas nesses intercâmbios “litigiosos”.

Satisfeito com os resultados obtidos, pois as conversas foram em tudo benéficas e fraternas, aconselho agora aqui, por experiência própria, a Maria, o Cavaco e o Passos Coelho, embora seja já um bocadinho tardio, mas Natal é sempre que um homem quer, a repensarem e resolverem o seu miserabilismo natalício. É humano, aconselhável e saudável!

Aos restantes Amigos e Camaradas resta-me desejar um bom Ano Novo de 2011.

Magalhães Ribeiro

Fur Mil OpEsp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74
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Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
31 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7538: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (30): Quem tem cu… puxa pela cabeça! (José Eduardo Oliveira - JERO)

Guiné 63/74 - P7538: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (30): Quem tem cu… puxa pela cabeça! (José Eduardo Oliveira - JERO)

1. O nosso Camarada José Eduardo Oliveira - JERO -, (ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/66), enviou-nos hoje a seguinte mensagem:

Camaradas,
Aproveitei o sossego que o meu neto me deu durante algum tempo - enquanto fazia os trabalhos da escola - e sentei-me ao computador.
Segue um texto aproveitando a oportunidade para enviar aos esforçados editores e a todos os tertulianos os meus votos de um novo ano sem medos.
Se a nossa amizade se mantiver em alta havemos de sobreviver.
QUEM TEM CU… PUXA PELA CABEÇA!
Percorri o nosso blogue e, por falta de jeito ou por não existir mesmo “em carteira”, não encontrei testemunhos dos variadíssimos truques que na vida militar se usaram quando tocava a desenrascar. Não me estou a referir ao “desenrascanço” do dia a dia mas aquele “especial” quando cheirava a mobilização!
Por ter cumprido os meus 4 anos de militar no Serviço de Saúde tenho algumas dessas “estórias” na cabeça, que vou começar a partilhar com a nossa “Tabanca Grande”.
Não vou referir nomes mas apenas locais.
1) Um conterrâneo meu, alferes miliciano de Artilharia, já com mais de 2 anos de serviço foi “avisado” que o Spínola estava a pedir para a Guiné “carne p'ra canhão”. Embora já estivessem a mobilizar malta do curso a seguir “iam voltar a atrás” e era melhor preparar as malas para ir conhecer a Guiné…
O Alberto (nome fictício) lembrou-se de um médico amigo e teve um oportuno “ataque de asma”. Foi internado no Hospital Militar de Coimbra e ganhou algum tempo.
Mas um dia… há sempre um dia… foi informado que ia ser submetido a uma Junta Médica e que a “porra” da”sua” asma não ia dar…
Quem tem cu... puxa pela cabeça e o Alberto, na manhã do dia da Junta, foi “snifar” enxofre para a casa de banho de um amigo que estava a estudar em Coimbra.
Levou tanto a peito o seu “papel” de asmático que quando se apresentou à Junta estava doente “a sério”. Foi de charola para a enfermaria mijado de medo… Esteve uns dias”enxofrado” mas safou-se. Contra os canhões marchar, marchar e… veio para Alcobaça em vez de ter ido prá Guiné.
2) Aconteceu no HMP ,em Lisboa, onde cumpri dois anos da minha tropa.

O Chefe da Enfermaria de Dermato-Sifligrafia foi mobilizado e calhou-me “na rifa” substituí-lo. Não era de todo uma situação vulgar pois era então apenas cabo-miliciano. Mas a nota do meu curso valeu-me a “distinção” e muitas dores de cabeça.

Na “transmissão de poderes” fui informado em voz baixa que o “cama 16” estava desenfiado. Aguardava uma ida à Junta e o 1ºCabo “chico” que eu ia substituir “facilitava-lhe a vida” porque o rapaz “dava-se mal" com hospitais… E comia e dormia melhor em casa do pai que estava ligado à construção… ou à sucata (já não me lembro bem).
Fiquei sem fala e fui eu que nessa noite dormiu mal. Não estava minimamente interessado em lavar uma “porrada” por causa de um “menino de Lisboa”…
Consegui o seu telefone e o rapaz veio à Estrela (à civil) conhecer a nova situação.
Era palavroso e usou muitos argumentos mas teve que ir a casa buscar a farda e a escova de dentes… Aguentou uns dias de internamento e foi à Junta. Safou-se obviamente.
Já naquele tempo a “sucata”… ou a “construção” faziam milagres…
3) Passou-se também no HMP em Lisboa e nesta “estória” fui comparsa… bem perto do protagonista.
Fui procurado ao fim da tarde por um Soldado-Miliciano que, com acentuada pronúncia madeirense, me pediu uma conversa a sós.
Tinha um problema complicado e pedia a minha ajuda para nessa noite correr uma hora e meia no corredor que ficava entre a enfermaria e o meu gabinete. Os “porquês” deste pedido insólito tinham a ver com uma ida à Junta no dia seguinte.
E explicou-me a necessidade da corrida nocturna.
Durante a recruta quando fazia “trabalhos de estrada” horas depois começava a urinar “sangue”. Como já estava há mais de um mês internado (e sem fazer os esforços normais de uma recruta) já não tinha os sintomas que o tinham levado ao internamento no HMP (um cálculo renal). Convém esclarecer que nesta Enfermaria de “Sífilis” –como era conhecida na gíria hospitalar - “residiam” doentes de outras especialidades (no caso de falta de camas em Medicina ou Cirurgia).
Voltando ao jovem madeirense… precisava portanto de uma corrida nocturna para mijar sangue no dia seguinte.
Confesso que hesitei um pouco por o Director do HMP da altura (Dr. Ricardo Horta Junior) ser tudo menos compreensivo. E quem fosse apanhado a “mijar fora do penico” comia pela medida grande.
Mas o nosso soldado-recruta estava tão aflito que… eu alinhei.
Voltei ao Hospital após o jantar (estava “desarranchado” ) e, depois de informar o “vela”(que era da Nazaré) que ia haver uma actividade física do “cama 30” consegui reunir condições para o rapaz do “cálculo” começar a correr. Parece-me que ainda hoje ouço a sua respiração ofegante e vejo o seu olhar angustiado…
Foram voltas e mais voltas no corredor até o jovem “sentir” que tinha conseguido atingir um “cálculo” semelhante aos esforços que era obrigado a fazer na recruta da E.P.C., de Santarém.

No dia seguinte, à tarde, arranjei maneira de estar no corredor dos Juntas Médicas.
Quando o recruta madeirense me viu e correu para mim para me dar um abraço percebi que tudo tinha corrido bem.
Meses depois visitou-me em Alcobaça e foi coberto de “mimos” da minha mãe. Boas comidas e dormidas… sem necessidade de corridas prévias…
Escrevemo-nos alguns tempos mas depois… o tempo afastou-nos.
Sabe-se lá se esta “estória” vai atravessar o Atlântico e chegar ao seu conhecimento!
Tinha a sua piada.
E no “mundo” imenso do blogue do nosso “Luís Graça & Camaradas da Guiné” tudo pode acontecer.
JERO
Fur Mil Enf da CCAÇ 675
____________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
31 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7534: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (29): Não falarei de mal-entendidos (Juvenal Amado)

Guiné 63/74 - P7534: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (29): Não falarei de mal-entendidos (Juvenal Amado)

1. Mensagem de Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1972/74), com data de 31 de Dezembro de 2010:
Caros Luís, Carlos, Magalhães, Briote e restante camarigagem da tabanca
Estamos no último dia do ano. O novo ano que se aproxima, só saberemos se foi bom ou mau, para o ano por esta altura.

Direi como certa gente, que não gosta de ver bons principios aos filhos e ele não traz boa cara. No entanto, desejar coisas boas ainda não paga imposto, por isso desejo um bom ANO NOVO a todos.

Juvenal Amado



Ponte do Saltinho


Não falarei de mal-entendidos

Não falarei dos amigos
Não falarei dos inimigos
Não falarei de mim

Falarei de ti

Falarei do teu cheiro
Falarei da tua pele doce
Falarei da tua juventude
Recordarei o teu doce e amargo abraço
Recordarei o Sol e a chuva
Os amanhecer e os fins de tarde
A ansiedade com que te procurei
A nostalgia com que te recordo
Não sei se o que pesa mais
Será a idade ou as recordações?
Não falarei de mim
Falarei de ti
Falarei da espera e do encontro tão desejado
Falarei do teu corpo que ainda espero contra o meu
Falarei da espera que me mantém
Nasceste do ódio e da paixão
Representas o incompreensível
Como é que a dor gera amor?
Não falarei das lágrimas
Se voltar um dia
Descansarei a cabeça no teu regaço
Deixarei de falar para viver em ti
Até lá só falarei de ti
Falarei de ti até que a morte nos separe.

A todos os camaradas e famílias Um Bom Ano de 2011
Juvenal Amado

Galomaro
__________

Notas do Editor

(*) Vd. poste de 11 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7265: Estórias do Juvenal Amado (32): Carne para o quartel

Vd. último poste da série de 31 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7533: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (28): De repente... Continuaremos a luta para que haja um mundo melhor (José Teixeira)

Guiné 63/74 - P7533: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (28): De repente... Continuaremos a luta para que haja um mundo melhor (José Teixeira)

1. Mensagem de José Teixeira* (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de 31 de Dezembro de 2010:

De repente...

É isso mesmo meu amigo.
Ouvem-se doze badaladas.
De repente...
Esquece-se o mundo, salta-se para ribalta, canta-se, dança-se...
Paz e amor, meu...
De repente...
Abraços e beijos
Mais um copo à saúde
Mas...

Porque será que há sempre um "mas..."?
De repente tudo passa.
A vida volta ao normal.
Os "senhores" da terra voltam a dominar os que não têm "poder" a não ser as mãos para trabalhar.
Quem não tinha casa, continua a não ter casa.
Os desempregados continuam desempregados
A fome mata
A sede mata
de repente...
Os pobres continuam pobres, senão mais pobres e os ricos, esses, esfregam as mãos de contentes.

De repente... tudo mudou - PAZ E AMOR
De repente ... tudo mudou de novo - EXPLORAÇÃO, DESEMPREGO, MISÉRIA e FOME
De repente...
mas... tu e eu
De repente...
Continuaremos a luta para que haja um mundo melhor.

Que tenhas um ano de 2011 Feliz a correr segundo os teus sonhos e desejos
José Teixeira
__________

Notas do Editor

(*) Vd. postede 3 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7373: Estórias do Zé Teixeira (37): O medo do terrífico telegrama (José Teixeira)

Vd. último poste da série de 30 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7526: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (27): Votos de Feliz Ano Novo... e mais umas coisitas (Vítor Junqueira)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7526: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (27): Votos de Feliz Ano Novo... e mais umas coisitas (Vítor Junqueira)

1. Mensagem do nosso camarada Vítor Junqueira (ex-alferes miliciano da CCAÇ 2753 - Os Barões (Madina Fula, Bironque, Saliquinhedim/K3, Mansabá , 1970/72), com data de 29 de Dezembro de 2010:


Votos de feliz Ano Novo… e mais umas coisitas.

E a páginas tantas, neste quase final de ano, um vago imperativo de consciência impôs-se. No mínimo teria que dirigir um olá, simples e fraterno, aos amigos que possuo nesta Tabanca. Em especial, aos camaradas ex-combatentes que envolvo num caloroso abraço virtual. E a todos quantos quiseram sublinhar a sua consideração e amizade enviando-me os seus votos de Boas Festas.

Acabámos de celebrar mais um Natal. Para a maioria de nós, civilizacionalmente cristãos, esta é uma quadra festiva, a mais aguardada do ano dizem alguns. Muito “complexa” direi eu, dada a amálgama de sentimentos que em nós desperta. Por isso, as pessoas da minha geração chegam a achá-la pesada. Foram-se a excitação incontida da meninice e as alegrias da juventude. Agora a saudade aguilhoa. Como num filme, recordo outros Natais bem mais felizes; diante dos meus olhos passa uma multidão de rostos de pessoas que fizeram parte da minha vida ou de simples conhecidos. À frente vem o do meu pai que não voltarei a ver, a lembrar-me a efemeridade da vida.

Em compensação, estamos mais serenos e felizes pelo simples facto de nos ter sido concedida a graça de passarmos estes dias com a família e amigos, longe da cadeira de rodas ou de uma cama de hospital. Para aqueles que nesta época foram traídos por periclitante saúde, particularmente os nossos camaradas de guerras passadas, elevo o meu pensamento numa súplica sincera, fazendo votos de um de um breve regresso ao activo.

Por mim, que me iludo pensando que ainda estou para as curvas, este foi mais um Bom Natal. Acredito que ninguém foge às suas origens e as minhas estão no mundo rural. A bicharada e as plantas são a minha paixão, a minha família é a aldeia que viu nascer os meus antepassados e onde vivo. Por isso, Natal também é tradição, convivialidade, festa. E a lembrar-mo não faltou o reboliço causado pela criançada (filhos e netos) aqui em casa!

Mas, camaradas, algo de muito estranho se passa comigo. Parece-me que estou a metamorfosear e já estranho o animal prestes a escapulir-se da minha casca. Aquela serenidade dos mais antigos a que me referi, por mim desconhecida há apenas uns anitos, parece estar a dar lugar a uma espécie de amolecimento. Amoleci e prontos, tenho que me conformar! Por exemplo, dou comigo a apreciar a minha solitude (e não solidão!), talvez mais preocupado com as coisas da alma, comovo-me até à lagrimita com certa passagem do livro ou cena de filme, coisa que me faria sentir embaraçado quando era mais novo. A tragédia alheia traz-me desconforto, passei a contribuir para campanhas de recolha de alimentos (e outras) quando no passado respondia irritado às meninas que me estendiam o saco “… e os meus impostos, para que servem?”. Mas, por outro lado, sinto-me um traste por achar que não sou suficientemente solidário.

Também estou cada vez mais inclinado a concordar que na gestão de conflitos a arte da punhada está em desuso. Contudo, não fico feliz quando constato que na nossa comunidade (Blog) há palavras que são atiradas como se fossem zarabatanas. É mau, só pode dar cu de boi. Estas beliscadelas não raramente desencadeiam vetos, invocação de direitos de resposta, acusações de censura, mal-estar mais ou menos contagioso. É verdade que quando entrei para o “Luís Graça e Camaradas” pela mão do Sousa de Castro - nunca me canso de referi-lo -, blogar era muito mais simples e despretensioso, um pouco naif, atrevo-me a dizê-lo. Com o tempo ocorreu uma espécie de profissionalização e o Blog atingiu um nível demasiado elevado (sem ironia!) para muitos de nós, número de que eu próprio não me excluo. Apareceu gente de altíssima craveira, tanto do ponto de vista académico como das fontes a que tem acesso. Munida com documentação inquestionável e vasta bibliografia, dixit e… fez-se luz! Porém, todo o êxito tem o seu preço.

Interrogo-me se tanta erudição não poderá ter conduzido a uma certa retracção de alguns participantes de antanho que tanto aprecio e tenho visto menos por aqui. Eu gosto do formato actual embora tenha as minhas preferências. Os textos que mais me interessam são aqueles que suscitam resmas de comentários, por oposição aos que passam aparentemente despercebidos, pese o seu valor e extensão. Não tenho dúvidas de que em muitos casos, a cotação de um post depende tanto do seu valor intrínseco como da qualidade dos comentadores. Eis a razão da minha preferência.

No vertente caso de sucesso, a certa altura, o Boss não teve outro remédio senão arrear (parcialmente) a giga e pedir a colaboração de três excelentes oficiais às ordens, o MR, CV e VB que se tornaram seus co-editores. Desde então, pelo menos que eu o saiba, não tem havido reclamações quanto a extravio de material, atrasos na respectiva publicação ou acusações de atribuição de prioridade em função de favoritismo ideológico. Sábados, domingos, feriados, pontes e períodos de férias não significam folga para os editores e julgo que não se passou um único dia sem que material novo desse à estampa. Sempre acompanhado de elucidativas notas sobre o autor e respectiva produção no Blog. Foram milhares de páginas de texto e quase outras tantas de fotografias primorosamente revistas e editadas, muitas vezes com links para outros trabalhos. Sem esquecer o tratamento dos comentários suscitados, como é óbvio nem sempre do agrado dos respectivos autores! Ora tudo isto tem dado muito trabalho como está à vista. Para fruição de todos nós e remunerado a leite de pato. Devemos-lhes respeito e gratidão e torna-se necessário manifestá-lo claramente e não ficar pelas encolhas. Da minha parte segue uma referência bem simples, à minha moda: Obrigado, rapazes!

Na minha relação com “Luís Graça e Camaradas”, tenho privilegiado o canal CêVê. Por três ordens de razão, sendo a primeira a empatia, a segunda porque militou numa Companhia que se não era irmã da minha, era no mínimo sua prima e a terceira, porque essa unidade comandada por outro amigo, o Jorge Picado, connosco combateu a mesma guerra e pisou o mesmo terreno. Então para o Carlitos Vinhal (Carlos, perdoa-me a familiaridade!), aqui vai uma receita que poderá ajudá-lo a pôr na ordem os exaltados que lhe causam azia. Trata-se de um pó muito eficaz, como se segue.

Numa vibrante manhã de Primavera, dois amigos passeavam pelo campo. De repente um deles desata a espirrar que nem um bode. Perante a inquietação do parceiro, esclarece ranhoso e lacrimejante:

- Sabes, pá, isto é por causa do pó.

- ???

- Sim, meu. O pó dos fenos. Sou alérgico. Mas há outros, como o pó da casa, o pó de talco, o pó de arroz que também …

- Olha, e o pó caralho, conheces?

Eu não acho, tenho a certeza de que em certas ocasiões é o melhor remédio!

Para todos os amigos, ou camarigos como diz o Mexia Alves, aqui vai este lugar-comum carregado de afecto:

Abaixo a crise, abaixo as guerras e Feliz Ano Novo com muita saúde para todos.

VJ
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Notas do editor

(*) Vd. último poste de 25 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7498: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (16): Um receita energética para os entrevados, by-passados, disrítmicos ou algo incapacitados tabanqueiros... (Vítor Junqueira)

Vd. último poste da série de 29 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7524: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (26): Ano Velho, Ano Novo (Joaquim Mexia Alves)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7524: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (26): Ano Velho, Ano Novo (Joaquim Mexia Alves)


1. O nosso camarigo Joaquim Mexia Alves*, ex-Alf Mil Op Esp/Ranger da CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, enviou em 22 de Dezembro de 2010 a seguinte mensagem de Ano Novo:

ANO VELHO, ANO NOVO

Meus camarigos

É fim de ano e começo de um Novo Ano, logicamente.

Olho para a nossa Tabanca Grande, leio-a, e… já não sei o que dizer!

Este fim de ano foi um “não acabar” de respostas e contra respostas, de polémicas e quezílias, a maior parte, (que me desculpem os intervenientes), sem grande sentido.

Multiplicam-se as “picardias”, os ditos “encapotados”, os “desditos” disfarçados, que acabam num ambiente de cortar à faca.

Claro que eu, (e quem sou eu para querer alguma coisa), não queria uma Tabanca, onde todos sentados à volta do poilão, fossem acenando afirmativamente com a cabeça, quando alguém diz alguma coisa de sua justiça.

Mas queria que, sentados na mesma Tabanca à volta do tal poilão, fossemos capazes de acordar, quando é caso de acordar e de discordar, quando é caso de discordar, mas tudo com principio, meio e fim, e sobretudo, que este fim fosse sempre o de melhorar, construir, unir, em vez de piorar, demolir e dividir, pois para isso chegam bem alguns “out siders” que por aqui passam de quando em vez, tentado lançar a cizânia.

Posto isto, começo logo por humildemente pedir desculpa por todas as vezes que me deixei levar pela irritação em vez do bom senso e respondi a alguém com mais pedras na mão, do que com a colher de pedreiro, para assim construir alguma coisa de útil e bom para todos nós.

É que, meus camarigos, volto a repetir, a nossa desunião é a fraqueza das nossas exigências à Nação, sobretudo para aqueles de entre nós que ainda hoje sofrem diariamente na pele, e na bolsa, os tempos passados na Guiné.

E existem verdadeiramente razões para estas picardias que muitas vezes roçam o insulto fácil?

Não, eu acho que não!

Há razões para discordarmos em certos assuntos, sem dúvida!

Mas muito mais do que aquilo que nos divide, é aquilo que nos une.

A verdade é que a união acontece muito mais na adversidade, do que na facilidade, e de adversidade nós somos peritos.

Eu sou da direita e tu és da esquerda, (o que quer que isso seja), com certeza, mas na Guiné defendemo-nos uns aos outros sem cuidarmos de saber o que éramos ou não, politicamente.

Muitas vezes, meus camarigos, interpretamos as palavras escritas pelos outros à nossa maneira, sem fazermos um esforço para percebermos se é isso mesmo que o outro quer dizer, apenas para termos argumentos para contestarmos e abrirmos polémica, onde ela provavelmente não existia.

E volta e meia, meus camarigos, há comentários e textos de uma tal densidade de conceitos e trocadilhos, que só com um dicionário ao lado é possível entender e mesmo assim, corremos o risco de não alcançarmos o que nos queriam dizer.

Somos nós “obrigados” a gostarmos todos uns dos outros por igual?
Guiné 63/74 - P7521: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (25): a nossa Sra. Dra. Cátia Félix

Claro que não, pois cada um tem o seu feitio, as suas ideias, que são sempre melhor recebidas por aqueles que têm o mesmo feitio e as ideias semelhantes.

Agora o que temos é de nos respeitarmos uns aos outros exactamente como gostamos de ser respeitados, e por isso mesmo devemos medir as palavras que escrevemos, que, se para alguns não constituem qualquer problema, para outros podem ser consideradas insultuosas.

Sobretudo quando “fulanizamos”, “pessoalizamos”, os nossos comentários críticos e utilizamos expressões que sabemos bem no nosso íntimo, vão magoar o outro, porque nos aproveitamos de algumas das suas “particularidades”.

E depois… depois apresentamos uma “carinha laroca”, inocentinha, como a dizer:
Quem, eu? Caramba eu não disse nada de mais, nem de ofensivo!

Com isto que aqui escrevo, volto a repetir, que não quero uma Tabanca unânime no pensamento e na prática, mas gostaria de estar numa Tabanca unida na diversidade e construtora de algo bom para nós, (sobretudo aqueles que ainda sofrem), e também que pudesse mostrar aos historiadores, (alguns deles entre aspas), que a história da guerra não é aquela que eles querem ou idealizam, mas aquela que nós fizemos.

Não quero uma “paz podre”, mas sim uma paz activa que se vá fazendo todos os dias nas diferenças e nas parecenças, e sobretudo na camarigagem que nos une por tudo o que passámos e ainda vemos alguns de nós passarem.

Para isto, contem comigo!

Aproveito para lembrar neste momento todos aqueles camarigos que durante este ano partiram desta vida.
Que Deus os receba no seu eterno descanso.

E com todo este paleio quero desejar a todos um Ano Novo cheio das maiores venturas para cada um e suas famílias, ou como dizíamos tantos de nós na Guiné nas mensagens de Natal, um Ano Novo cheio “das maiores propriedades”!

Um abraço forte, camarigo, para todos e para cada um individualmente, lembrando os nossos editores que aturaram durante este ano todas as nossas manias, irritações, tristezas e alegrias.

Monte Real, 29 de Dezembro de 2010
____________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
29 de dezembro de 2010 >

Guiné 63/74 - P7521: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (25): a nossa Sra. Dra. Cátia Félix


1. Da nossa amiga Cátia Félix (com o novo visual para 2011, !"que te fica tão bem, querida Kat"... camaradas, mais respeitinho, Sra. Dra. Cátia Félix!)
  

Olá, Luís.


Vi agora o post no blog e fiquei muito comovida(*). Já deixei um comentário :) eheh
Vou enviar-lhe em anexo uma foto minha, pois penso que ainda não enviei assim nenhuma toda catita :)

Beijinhos e tenha um optimo final de ano e um excelente começo do novo ano.


Cátia Félix

Nota de L.G.:


(*) vd. poste de 27 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7510: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (22): Cátix Félix, a nossa futura farmacêutica, e nossa menina de ouro, amiga de Cidália Nunes, viúva do nosso malogrado camarada António Ferreira, morto no Quirafo


(...) Oh Luís,  agora quem ficou comovida fui eu :)
Conhecer-vos foi das melhores coisas que me podia ter acontecido e, claro que não me esqueci de nenhum de vocês neste dia tão especial.
Neste momento estou embrenhada nos meus estudos pois vou ter os meus últimos exames. Em Fevereiro vou começar a estagiar :) Mal possa vou começar a enviar as minhas fitas para que o máximo de camaradas assinem, mas depois combino melhor com vocês. Em Maio prometo que envio uma foto minha com a minha cartola roxa, pois sei que os meus guerreiros vão ficar muito orgulhosos da pequena :) Beijinhos enormes e entrem com o pé direito no novo ano (...)


Guiné 63/74 - P7520: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (24): Mensagens do José Romão, Orlando Pinela, Sílvio Abrantes e Torcato Mendonça

1. Do nosso camarada José Romão (ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 16, Bachile, 1971/73):





Camarada Carlos Vinhal:
Ainde te lembras desta mascote do Programa das Forças Arrmadas, na Guiné (O PIFAS)?



Um feliz ano novo para ti e para todos os nossos camaradas.
Zeca Romão

2. Do nosso camarada Torcato Mendonça (ex-Alf Mil da CART 2339 (Mansambo, 1968/69):




O Solstício vai trazer a luz






Ou para que o mundo não seja deserto de ideias, o Pai Natal vai trazer um Feliz Natal e um Bom Ano de 2011:


O Inverno 

Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.
Vem de sobretudo,
Vem de cachecol,
O chão onde passa
Parece um lençol.
Esqueceu as luvas
Perto do fogão:
Quando as procurou,
Roubara-as um cão.
Com medo do frio
Encosta-se a nós:
Dai-lhe café quente
Senão perde a voz.

Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.



Eugénio de Andrade (1923-2005)


(imagens e poema copiados do Google)

3. Do Sí­lvio Fagundes de Abrantes, mais conhecido no BCP 12 como o Hoss [, foto à direita, empunhando a MG 42]: 

 Começo por pedir desculpa pelo atraso, mas vale mais tarde do que nunca. Venho assim desejar a todos os tertulianos um Santo e Feliz Natal e que o Ano Novo vos traga tudo de bom, que seja ainda melhor do que o 2010.

E para o pessoal que está em baixo que levante essa cachola e há que seguir em frente, deixem as dores para o vizinho, que se amanhe com elas. Para os que se encontram doentes ou hospitalizados.  umas melhoras rápidas. São os votos do Hoss

4. Do Orlando Pinela, ex-
1º Cabo Reab Mat da CART 1614/BART 1896, Cabedú, 1966/68.

 Aqui vão os meus votos  de desportiva amizade, extensivos a toda a Família da TABANCA um SANTO NATAL e BOM ANO 2011


Saudações
OP
____________________


Nota do editor


Vd. último poste da série de 28 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7516: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (23): Encontro de 1º grau na Tabanca de Matosinhos, no Milho Rei, 4ª feira, 29, às 12h30, para quem puder e quiser... (Luís Graça / Álvaro Basto)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7516: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (23): Encontro de 1º grau na Tabanca de Matosinhos, no Milho Rei, 4ª feira, 29, às 12h30, para quem puder e quiser... (Luís Graça / Álvaro Basto)


1. Camaradas (...de armas), amigos e camarigos (sobretudo os da região de Portu Cale (*), nome primitivo da cidade do Porto em latinório...) :

Os Natais (o Natal por excelência, com letra maiúscula, e os outros) foram bons, cá em casa (Leia-se: no Hotel de Charme, SPA e Clínica da Madalena). 


Traduzida em números (já que sabemos do que somos melhor em numeracia do que em literacia), avaliação foi chapa 7, isto é,  numa escala de 1 (Péssimo) a 10 (Excelente), os natais, cá Madalena, foram 7 (Bons... podiam ter sido  8, Bastante bons,  9, Muito bons ou até 10, Excelente, mas o 10 é só reservado aos deuses e... aos professores, que os tipos mais somíticos que eu conheço; não confundir com semítico, que tem uma conotação racista...). 


Dar 10 nos tempos que correm é, além de pornográfico,  um insulto a quem não tem trabalho, passa mal, passa fome, vê o futuro negro, como acontece com muitos compatriotas nossos aqui à nossa volta, do Minho ao Algrave, da Madeira aos Açores, ou de outros homens e mulheres da nossa aldeia global, por exemplo de S. Domingos a Iemberém, na Guiné-Bissau, onde a maior parte das crianças, como a Alicinha de Farim do Cantanhez, não têm sequer água potável para beber.... Portanto, 7 só pode ser a classificação, bem ponderada, de um cliente do Hotel de Charme, Spa e Clínica da Madalena que, além de ser tratado como um nababo,  se acha (presunção...) um homem decente, razoavelmente optimista/otimista e feliz q.b., pese embora a ciaticazinha que o atormenta estes dias....


 Claro que na escala de 1 a 10, o 1 é Péssimo, o 2 é Muito mau, o  3 Bastante mau, 4 é  Mau,  5 Mais mau do que bom e o 6 Mais bom do que mau, e por aí fora….

 De Bom (7), porquê ? A ciática deixou-me sentar à mesa de Natal... mas a minha enfermeira cortou-me... na "ração de combate"... Em contrapartida, eu tenho a janela para o mundo, que é o meu portátil...e outras pequenas mordomias, as do afecto, as tais que o dinheiro não pode pagar...

Também ouvi contar outras notícias (boas ou menos más) dos tabanqueiros que andavam por baixo ou com baixa;  enfim, com o tempo a "coisa" melhora...(Cuidado, com o falar desta Naçom, que "coisar" é colher ou garfo ou faca para toda a obra; para "coisar", não há gente como a do norte; estão sempre de pau feito para o trabalho, do solstísicio do inverno para o do verão, tanto para a porrada como para a reinação, para a festa, a qualquer pretexto,  dentro e fora de portas, enfim, estão sempre afins para todas as coisas da vida, que são afinal as que importam, as que contam... Que as da morte, essas é com outro departamento (de que Deus nos livre... tão cedo!)...

Meio encalhado no estaleiro da Madalena (que eu já descrevi como misto de hotel de charme, spa e clínica, embora com  metade do pessoal engripado; não vou dar  a morada para não fazer concorrência desleal com outros camarigos que têm os seus negócios neste ramo, como o Jakim de Monte Real ou o Zé Manel da Régua...), já falei com os régulos da Tabanca de Matosinhos, e embora o negócio esteja presumivelmente fraco na 4ª feira, 29,  (depois das pantagruélicas festividades do Natal cá de cima, em que se gastou o pré de Dezembro de 2010 mais o de Janeiro de 2011...).  há sempre uns heróis que se mantêm no seu posto de combate, em terra, no ar e no mar. os tais que morrerão de pé como as árvores, a bandeira e o pau da bandeira...São os indefectíveis do Milho Rei, quer caia chuva, picaretas, ou morteiradas...

Eu e a Alice (de Lisboa), o Joaquim Peixoto  e a Margarida (de Penafiel), o Pimentel (o figueirense mais nortenho que eu conheço; não confundir com o Vasco, que é de Buarcos), o Zé Teixeira (,o Esquilo Sorridente do Cantanhez, cidadão do mundo), o Álvaro (que é o régulo dos régulos das tabancas do Norte), e mais uns tantos camarigos, paisanos ou "mulitares" da tropa como o Paulo Salgado e a São (os nossos africanistas da saúde, ontem na Guiné, hoje em Angola, com casa em Vila Nova de Gaia onde vieram passar o Natal), vamos lá, ao Milho Rei (**),  à hora do almoço, nem que mais não seja para beber um chá preto, rosé ou branco da Quinta da Senhora da Graça... Contamos lá estar à hora da bianda, antes das 12h30h... Já combinámos pelo telefone uns com os outros....


O resto, a malta do costume, essa tem sempre lugar cativo.



Obrigado a todos a todos/as pelas boas festas natalícias que enviaram à Tabanca Grande, à Tabanca de Matosinhos, à Tabanca dos Melros, à Tabanca do Centro,  e a todas as demais tabancas de Portugal, da diáspora, da Guiné-Bissau e do resto da blogosfera (da Linha, de São Martinho do Porto, de Candoz, de Piche & Arredores, do Montijo, da Lapónia, de Guilhomil, etc.) incluindo aqueles/as que desejaram melhoras e bom humor aos doentinhos, aos tristinhos, aos coitadinhos, e demais inhos... 


Um ganda xicoração e até amanhã do Luís e do Álvaro (que é o dono da casa).
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Notas de L.G.


 Vd último poste desta série > 27 de Dezembro de 2010 >Guiné 63/74 - P7510: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (22): Cátix Félix, a nossa futura farmacêutica, e nossa menina de ouro, amiga de Cidália Nunes, viúva do nosso malogrado camarada António Ferreira, morto no Quirafo

(*) Já que o saber não ocupa lugar, aqui fica a resposta do meu querido  Ciberdúvidas da Língua Portuguesa a uma pergunta sobre o origem do nome ou topónimo Portugal:

O nome de Portugal, segundo o Dicionário Onomástico e Etimológico de José Pedro Machado (Editorial Confluência), vem do latim "Portucale", designação primitiva da cidade do Porto. "Portucale" resultou da aglutinação de Portu- + Cale-, do acusativo "Portum Calem", forma vulgar de "Cales Portus".
De acordo com este dicionarista, "Cales" era povoação (de origem obscura, talvez celta) junto do Douro.
José Pedro Machado, noutra entrada do dicionário (Gaia), indica que a origem de Vila Nova de Gaia "ainda não está esclarecida; provavelmente será pré-romana, de "Cale", "Cala", donde "Gaa" > Gaia. J.C.B. :: 23/03/2000

(**) Localização do restaurante Milho Rei:  R. Heróis França,  721 Matosinhos, MATOSINHOS, PORTO 4450-159 / Telef. 229 385 685