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domingo, 24 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24693: Agenda cultural (838): Orquestra Médica Ibérica: Hoje, 24 de setembro, às 16h, vai dar um concerto solidário no Altice Forum Braga... Programa: Tchaikovsky, Mendelssohn e Joly Braga Santos... Ingresso: 10 euros


Hoje, 24 de setembro, às 16h, vão dar um concerto no Altice Forum Braga,


Um dos elementos da Orquestra Médica Ibérica (OMI) (fot0 acima, editada por nós, com a devida vénia) é o nosso amigo João Graça, psiquiatra no IPO de Lisboa e músico (violino), que faz parte desde 2009 da nossa Tabanca Grande; a OMI estreou-se em Lisboa, o ano passado, no anfiteatro da Reitoria da Universidade de Lisboa (fotoo acima). (*)


1. "A Orquestra Médica Ibérica, criada em 2020, é composta por médicos e estudantes de medicina de Portugal e Espanha, que partilham a sua paixão pela música e medicina.

"A sua principal missão é criar pontes entre os profissionais de saúde da península ibérica, reunindo-se anualmente para realizar um concerto solidário, cujas receitas de bilheteira revertem a favor de uma entidade que promova a melhoria dos cuidados de saúde, a investigação e a ajuda a pessoas mais desfavorecidas.

"Para tal, a Orquestra Médica Ibérica parte da convicção plena de que a saúde é um direito humano básico que deve ser de acesso universal e um pilar estruturante para uma sociedade mais justa."


2. Concerto solidário, no Altice Forum Braga, hoje 24 de setembro, às 16h00;

Programa (**):


  • Tchaikovsky, Sinfonia nº 5 em Mi menor, op.64
  • Mendelssohn, Concerto para violino em Mi menor, op. 64
  • Joly Braga Santos, Hino à juventude, da sinfonia nº 4 em Mi menor, op. 16

Direção: Sebastião Martins | 1º Violino: Mariana Vilela

O dinheiro angariado na Bilheteira do concerto será inteiramente doado à Associação de Voluntariado Porta Nova.

Bilhetes:

1ª Plateia: 10,00 €
2ª Plateia: 10,00 €

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Notas do editor:

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23285: Notas de leitura (1448): “Guerra Colonial – Uma História por Contar”, trabalho dos alunos do Externato Infante D. Henrique (Ruílhe-Braga) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 2 de Setembro de 2019:

Queridos amigos,
Não sei como hei de exprimir a minha perplexidade diante de documentos como este que encontrei entre as centenas de obras que a Biblioteca Nacional alberga sobre aquela nossa guerra. Jovens de um externato da região de Braga meteram-se ao caminho para apresentar um trabalho sobre memórias da guerra colonial, uma exposição que ocorreu na Fundação Calouste Gulbenkian em 1995: leram depoimentos numa companhia de caçadores, sobre orientação de um professor conversaram com antigos combatentes, esse mesmo professor falou com quem esteve no anexo do Hospital Militar Principal. Quantos trabalhos como este existirão, totalmente ignorados da opinião pública e dos investigadores? Como se podem recuperar estas pesquisas que podiam ser úteis à nossa juventude? Não tenho resposta, acho que o assunto merecia ser ventilado aqui na nossa sala de conversa.

Um abraço do
Mário



Os dias da guerra da Guiné dos nossos avós

Beja Santos

Não é a primeira vez que vemos o nome do Externato Infante D. Henrique (Ruílhe-Braga) ligado a pesquisas sobre guerra colonial, o blogue já acolheu referência deste estabelecimento de ensino. Encontrei na Biblioteca Nacional este documento, trabalho dos alunos apresentado na exposição “Guerra Colonial – Uma História por Contar”, que se realizou na Fundação Gulbenkian por ocasião do I Encontro Nacional sobre Stress Traumático, outubro de 1995. Fala-se na documentação da CCAÇ 2465, que desenvolveu a sua ação na Guiné entre fevereiro de 1969 e dezembro de 1970. Sob o título “Retalhos de uma guerra”, diversos elementos desta unidade militar, em novembro de 1970, registaram as suas vivências, os seus sentimentos, os momentos de cooperação com as populações locais. A CCAÇ 2465 construiu 180 casas novas para guineenses, uma escola, um posto sanitário, dez poços com bomba manual, abriu seis arruamentos e edificou trincheiras para defesa da população. Os alunos do Externato Infante D. Henrique extraíram desse documento alguns textos e tiveram acesso a correspondência estabelecida entre os militares e as famílias ou as namoradas, o seu trabalho de pesquisa culmina com um texto sobre o anexo militar de Lisboa. Estiveram em Bissum, participaram em muitas operações e patrulhamentos. Aqui se retém o que se escreveu sobre a Operação Bastilha:
“Cerca das nove e trinta da noite, deu-se a partida. A noite estava terrível, escuríssima, e não se conseguia ver nada à nossa frente, o terreno era escorregadio. Mas com todas estas dificuldades, lá fomos andando. Alto do Chopundo, palmeiral do Tebedé, Pojute, Lulu, Insumeté e estrada de Binar. Aí redobrámos todas as precauções, pois que, segundo as previsões, o acampamento inimigo estava perto. Cerca de dois quilómetros percorridos, o guia recusou-se a dizer onde era o acampamento, que não sabia onde era, dizia ele. À força de ameaças, lá continuou e meteu-nos por um trilho pelo lado direito da estrada. A progressão fazia lentamente e com a mão agarrada ao cinturão do companheiro da frente. Houve uma paragem e quando os olhos se habituaram à escuridão, vimos que estávamos mesmo no meio do acampamento inimigo. Eram cerca das quatro horas da manhã. O nosso capitão mandou recuar, pois o pessoal vinha desorganizado por causa da escuridão. Acenderam-se as pilhas e, então, vimos que o acampamento estava abandonado. Inspecionámos as tabancas, tirou-se o que era útil, deitámos fogo e saímos dali o mais depressa possível”.

Alguém escreve uma tocante homenagem ao enfermeiro:
“Enfermeiro que estás vigilante, o teu coração vive numa ânsia desesperada, pois aguardas a todo o momento a súplica de alguém que padeça. Tu que passas noites e noites em claro, que sabes guardar no teu coração todos os queixumes, os prantos e súplicas, olha para o mundo e diz-lhe quanto vales, quanto sofres para o ganho de todos. Já te vi muitas vezes cansado mas nunca adormecido. És um homem louvado e querido, ostentas orgulhosamente uma bata branca e tens um nome de enfermeiro”.


O que se escreve sobre o anexo militar, sito na Rua Artilharia 1, que a minha irmã frequentou todos os sábados a partir dos finais de 1968 até eu regressar a Lisboa, em agosto de 1970, continua discretamente silenciado. Alguém depõe para os jovens do Externato Infante D. Henrique o que se passou em 17 de janeiro de 1973, no aquartelamento de Encheia. Tentara-se um golpe de mão e quem conta a sua história, o furriel Maia, recebeu um tiro que o atingira com muita gravidade no cérebro. “Inicialmente era um caso perdido, a perfuração de sete centímetros de uma bala no cérebro provocou perda de massa encefálica. Permaneci dois dias estendido numa pedra da morgue de Bissau entre caixões com mortos e com uma placa de identificação em madeira atada a um dos tornozelos. Como decidiram enviar-me para a metrópole e descobriram a hipótese de sobreviver, desconheço. Sei que viajei no porão de um avião civil até ao Hospital da Estrela. Acordei no quarto n.º 14 em neurocirurgia. Este hospital tinha algumas caraterísticas diferentes das outras unidades de saúde civis: os seus utentes eram exclusivamente combatentes. Fui sujeito a várias intervenções muito delicadas e foi-me traçado o seguinte quadro clínico: hemiplegia que me afetou todo o lado esquerdo. Começou/continuou o meu sofrimento através do segundo e terrível local de saúde militar de Lisboa, o famoso anexo conhecido em linguagem popular pelo Texas.

O edifício era murado, havia vários pavilhões (alguns eram pré-fabricados). Nestes pavilhões de sofrimento humano, esta juventude continuava a guerra contra a má sorte, os traumas da guerra, vendo-se amputados dos membros superiores e inferiores, cegos, doentes com distúrbios mentais, paraplégicos, tetraplégicos, queimados, múltiplas amputações, doentes pulmonares… Quem podia, dava uma volta pelos arredores mas sempre à civil. Passava-se o tempo no bar a jogar às cartas, a ver televisão ou a ler. Toda a limpeza deste enorme complexo era feita por civis. A infiltração de prostitutas no Texas era frequente”
.

O organizador deste texto sobre anexo é José Manuel Lages, nome que é referido no nosso blogue, foi elaborado com base em depoimentos recolhidos junto de militares anónimos que por força da guerra foram cair no anexo militar. É um rol de tragicomédia, de cenas acabrunhantes, brincadeiras macabras: cegos a tirarem o olho de vidro e porem em cima da mesa do refeitório, os profissionais especializados em produzir ou arranjar autorizações de saída a troca de alguns cobres, as brincadeiras com as deficiências de cada um… Termina o trabalho dizendo que à data o anexo ainda albergava combatentes que ali ficarão depositados até à morte.

Pega-se neste documento elaborado por jovens, vêem-se as fotografias, os poemas de amor, os depoimentos sobre as operações, a descrição orgulhosa de Bissum, aquela terra e a sua gente e fica-nos a pergunta sem resposta: Por onde andarão muitos outros trabalhos assim feitos por gente com a idade dos nossos netos, relatos de memória discretamente arquivados, sem acesso a outros jovens, e por igual razão sem acesso aos investigadores?

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Nota do editor

Último poste da série de 20 DE MAIO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23280: Notas de leitura (1447): “Guiné-Bissau, dos povos à nação, uma longa marcha de sofrimento”, por Malam Sambú; edição de autor, Macau, 1999 (Mário Beja Santos)

domingo, 22 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23283: Ser solidário (246): O Núcleo de Ponte de Lima, da Liga dos Combatentes, associou-se à Campanha do Estado-Maior-General das Forças Armadas de doação de Manuais Escolares (1.º ao 6.º ano) para a Guiné-Bissau (Manuel Oliveira Pereira, ex-Fur Mil)


1. Mensagem do nosso camarada Manuel Oliveira Pereira (ex-Fur Mil da CCAÇ 3547/BCAÇ 3884 (Contuboel, 1972//74):

O NÚCLEO disse SIM à chamada... Mais uma vez a solidariedade dos "Antigos Combatentes Limianos" se faz sentir... As imagens que se seguem são disso testemunho.
Eis o pedido que nos foi feito:

APELO À FAMÍLIA MILITAR
Iniciativa Ajuda Militar Solidária à Guiné-Bissau

O Estado-Maior-General das Forças Armadas está a promover uma campanha de ajuda à Guiné-Bissau, que consiste na angariação de manuais escolares (1.º ao 6.º ano), de livros do plano nacional de leitura e de material escolar, que serão, posteriormente, enviados para aquele país ...

Recolhidos os livros e material escolar, num total de quase 500 exemplares, havia que fazer a entrega. Para o efeito, uma "Delegação do Núcleo" constituída pelos associados Manuel Oliveira Pereira (Presidente) e Hermínio Magalhães, deslocou-se à unidade militar "Regimento de Cavalaria n.° 6, em Braga, sendo recebida pelo responsável de Logística, Sr. Sargento-Mor Luís Pinto.

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Nota do editor

Último poste da série de 11 DE MAIO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23256: Ser solidário (245): Convite para a apresentação do livro "Terra de Afetos - Um Tributo à Guiné-Bissau", por Joana Benzinho, dia 21 de Maio de 2022, pelas 15h45, no Mosteiro de Odivelas. A receita da venda deste livro reverte para a ONGD Afectos com Letras

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22266: Blogues da nossa blogosfera (160): Vida e morte do capitão Sebastião Roby (Braga, 1883 - Angola, 1915) (Excerto de "O sal da história", de Cristiana Vargas)


Portugal > Braga > Av Central > 2013 > Monumento "À Memória dos Irmãos Roby, herróicos filhos desta cidade mortos  ao serviço da Pátria": João Roby, "morto no combate  de Umpungo, em 25 de setembro de 1904; e Sebastão Roby, "morto nas campanhas de Angola, em 10 de julho de 1915".  Autoria: escultor Zeferino Couto, c. 1955.
 Foto de Joseolgon (2013). Reproduzido e editado, com a devida vénia. Fonte: Wikimedia Commons

1. "O sal da história" é um blogue de Cristiana Vargas, natural de Alcácerdo Sal. Define.se a si própria como "jornalista de formação e coração, arquivista por acasoe
 – xistem acasos? –  e por enquanto. Apaixonada pela história e as suas estórias"... 
O seu blogue é descrito nestes termos: " Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos."
 Teve início em dezembro de 2017.  Tem mais de 2 dezenas de seguidores. E dele reproduimos, com a devida vénia, este excerto relativo à vida e morte do capitão Sebastião Roby (Braga, 1883-Angola, 1915).(*)

2. Blogue "O sal da história", de Cristiana Vargas > 1 de Abril, 2021 > O verdadeiro Capitão Roby não era um burlão sedutor

(...) A sua morte também dava um filme, mas acabou quase esquecida, entre as muitas que Portugal sofreu ao defender as suas possessões em África. Os dois irmãos Roby queriam ser heróis.

Sabe quem era o capitão Roby? Provavelmente responderá que foi um pinga-amor célebre nos anos 80 do século XX por, alegadamente, ludibriar as suas apaixonadas, façanha que até valeu uma série televisiva baseada na sua vida. O problema é que o verdadeiro Capitão Roby, que poucos conhecem, nada teve que ver com tais proezas, embora a sua vida - ou antes, a sua morte - também pudesse dar um filme, muito menos picante, mas bem mais trágico. Há exatamente um século, os seus restos mortais chegavam a Portugal, quase ao mesmo tempo que os do Soldado Desconhecido, que bem podia representar.

(...) Em março de 1921, o capitão Sebastião Luiz de Faria Machado Pinto Roby de Miranda Pereira (**), regressou à metrópole como herói, embora morto, a bordo do navio “Zaire”, para finalmente repousar na sua terra natal, Braga. Tinha sucumbido quase seis anos antes, numa emboscada ocorrida em Angola, que as crónicas da época classificam como um autêntico massacre. Tinha apenas 31 anos de idade e participava nos esforços portugueses para defender o seu “Império” face à ameaça alemã, ainda antes da entrada oficial do nosso País na I Grande Guerra.

(...) Estava em África na coluna do general Pereira d’Eça e liderava uma companhia indígena. Ofereceu-se para levar por diante uma operação de reconhecimento extremamente arriscada e que implicaria a mais que provável chacina do grupo que a empreendesse.

Tratava-se de verificar as condições de um trilho importante para a movimentação das tropas, na província do Huila. Isto obrigava a uma incursão em área conhecida pelo terreno inóspito e os povos revoltosos.

O seu superior não o queria expor a tal perigo, dada a sua patente, ao que Sebastião terá respondido que “quando se serve a pátria não há postos, mas apenas deveres a cumprir”.

Face a tal determinação, seguiu comandando vinte homens, entre os quais um cabo. Não levavam bússola, o que terá contribuído para se afastarem da rota inicial e se irem colocar precisamente “na boca do lobo”, na zona de Quiteve.

(...) Corajoso, confiante na sua missão pacífica e na reduzida dimensão do seu grupo, que achava não inspirar animosidade, Roby não soube reconhecer os sinais de perigo real ao ser sucessivamente abordado por indígenas.

Quando se deu conta, já era tarde.

O Capitão ainda deu ordem de fogo e disparou alguns tiros, mas caiu fulminado no chão, trespassado por uma bala que lhe entrou pelas costas.

Os atacantes pediram então as armas, as munições, os animais e o corpo de Roby. O temerário cabo, que passou a ter a voz de comando, recusou as exigências, fez atar o cadáver do Capitão a um dos camelos, como se estivesse vivo, e ordenou fogo, em nome daquele.

A ordem repetir-se-ia várias vezes, até estarem a salvo, dez horas e 40 quilómetros depois. Chegaram exaustos, mas apenas perderam um homem pelo caminho.

Sebastião Roby, Capitão de Artilharia, feito mártir nesta contenda em que perdeu a vida, a 10 de junho de 1915, receberia a Cruz de Guerra de 1ª classe, a título póstumo.

Seria também homenageado, num monumento em Braga e na toponímia de várias cidades, aliás como o seu irmão João, segundo tenente e também “herói” da nossa guerra em África. (...)
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Notas do editor:

terça-feira, 26 de junho de 2018

Guiné 61/74 - P18781: Convívios (863): Encontro do pessoal da CCAÇ 2701, com homenagem ao seu Comandante, Capitão Clemente, ocorrido no passado dia 16, em Braga (Mário Migueis da Silva, ex-Fur Mil Rec Inf)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Migueis da Silva (ex-Fur Mil Rec Inf, Bissau, Bambadinca e Saltinho, 1970/72), com data de 22 de Junho de 2018:

Caro amigo,
Após uns largos meses de silêncio, mas não de afastamento, já que continuo a acompanhar o nosso blogue com a melhor atenção, venho colocar à tua/vossa consideração a publicação de dois pequenos textos e algumas imagens alusivos ao encontro anual da CCAÇ 2701, que esteve no Saltinho em 1970/71/72 (estive com esta Companhia, de Março 71 a Fevereiro/72, após formação na Amura e estágio em Bambadinca).

Desta feita, a malta da Companhia decidiu homenagear o seu antigo comandante, o Capitão Carlos Trindade Clemente (atualmente Coronel na reserva) , homenagem essa que, por ser inteiramente justa, apoiei com o maior entusiasmo. Com efeito, sendo verdade que pela guerra colonial também passaram chefes altamente responsáveis, competentes e amigos dos seus homens, o capitão Clemente foi sem dúvida um deles. Mas, por agora, não me alongarei em exaltações, deixando que o discurso final, que estou a anexar, fale por si. Se me for dada oportunidade, voltarei ao assunto mais tarde, talvez em jeito de crónica sobre a minha passagem pelo Saltinho (e não só), que ainda tem muito que se lhe diga.

O segundo texto (Distinção e Louvor) refere-se à condecoração (em jeito de brincadeira) do ex-Furriel Miliciano Vagomestre da Companhia, Bernardino Alves, o qual já merecera a distinção em Junho/2017, em Seia, sua terra-natal, mas que, por incúria minha – esqueci-me da medalha em casa – só agora recebeu a tão merecida insígnia. Para evitar misturas inconvenientes, gostaria que este último texto, que te remeterei num segundo e-mail, fosse publicado em data posterior. E, como em Seia, em 2017, foi distribuído pela malta um exemplar de “O Saltitão”, o jornal da CCAÇ 2701, que, a convite do Capitão Clemente, tive a honra e a pouca vergonha de criar, enviar-te-ei a respetiva capa ou, se assim entenderes, todas as páginas – tenho, pelo menos, os dois primeiros números completos –, que publicarás, ou não, a teu bel-prazer.

Da minha passagem pela Guiné, disponho ainda de algumas fotografias minhas e diversas imagens extraídas de publicações militares, que gostaria de enviar-te, mas devidamente legendadas e, eventualmente, com textos, ainda que breves, anexos. Fá-lo-ei logo que possível, ficando, obviamente, à tua/vossa consideração, o interesse e a oportunidade da respetiva publicação no nosso sempre estimado blog.

Um grande abraço,
Mário Migueis

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Homenagem 

No passado dia 16 do corrente mês de Junho, no cimo do Sameiro, em Braga, decorreu mais um dos encontros anuais dos ex-combatentes da CCAÇ 2701, que, ao longo dos anos 70 a 72, assentaram arraiais no paradisíaco recanto guinéu do Saltinho. 

E, por entenderem estes que talvez a importância histórica de Bracara Augusta estivesse à altura de tão relevante e significativo ato, ali fizeram questão de homenagear o seu jovem comandante, cujos valores humanos, inteligência e capacidade de liderança, só puderam merecer-lhes a maior admiração e respeito. 

Para tentar verter em palavras esse mesmo sentimento sincero que o homenageado lhes inspirou, e bem assim a gratidão que unanimemente lhe é reconhecida pelo bem-estar e pela segurança que lhes soube proporcionar num teatro de operações de elevado grau de dificuldade e risco, elaboraram e subscreveram os seus homens o pequeno texto, que, imediatamente à publicação da sua fotografia, se passará a reproduzir.

Coronel Carlos Trindade Clemente

Homenagem

Pobrezita, senhor, a língua lusa,
Carente de palavras mais exatas
Com que se exprimir a nossa musa
No obrigado ao Belo, que retratas.

Ainda assim, senhor, ainda assim, aqui queremos deixar patente o nosso reconhecimento pelo teu carater de Homem Grande, pelas tuas capacidades de liderança, pelas elevadas competências que tão bem soubeste aplicar em prol da missão que um dia nos foi confiada.

A determinação e a coragem, que sempre te caracterizaram, em determinação e coragem transformaram os nossos medos e ansiedades, levando-nos a um desempenho do qual, graças a ti, só podemos orgulhar-nos. Indicaste-nos os caminhos, seguimos-te sem hesitações. Burilaste-nos comportamentos, tornámo-nos melhores e mais fortes. Darias a vida por nós. Daríamos a vida por ti. Um dia nos levaste. Um dia nos trouxeste. De bem com o nosso sentir. E em segurança. Como sempre desejaste mais que tudo.

Por seres o que és. Por seres o que foste. Bem hajas, Capitão Clemente. E que a Senhora do Sameiro te abençoe. E te bendiga. E te proteja. Com o mesmo cuidado e empenho com que sempre protegeste os teus soldados.

Braga, 16 de Junho de 2018

(Seguem-se as assinaturas de todos os ex-combatentes da CCAÇ 2701 presentes)



Alguns de "Os 3 SSS do Saltinho" com o Capitão Carlos Clemente na primeira fila, ao centro

Em primeiro plano, o Marques, nosso anfitrião, que, com o Belarmino Alves, ao centro, constituiu a Comissão Organizadora do evento – parabéns, rapazes!

... E que a Senhora do Sameiro te abençoe. E te bendiga. E te proteja… “ – palavras de todos, na voz do Mário Migueis

O ex-alferes miliciano Fernando Mota no uso da palavra, durante a homenagem ao comandante da CCAÇ 2701 – no final do discurso, faria a entrega ao homenageado de uma belíssima placa prateada, alusiva ao ato. Ao fundo, medalha de “Serviços Distintos” ao peito, atribuída, um ano atrás, em Seia, sua terra natal, o ex-furriel miliciano Belarmino Alves, vagomestre da Companhia.

Olhos e ouvidos bem atentos aos inflamados discursos.

“…veio de longe, de muito longe, o que ele andou para aqui chegar..." – o grande Calado, que, embora esteja emigrado no longínquo Canadá, não falta a nenhum destes afetuosos encontros.

Gente valente, de antes quebrar que torcer.
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Nota do editor

Último poste da série de 21 de junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18763: Convívios (862): XXXIX Encontro do Pessoal da CCAV 2639, dia 30 de Junho de 2018 na Carapinheira, Montemor-o-Velho

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18056: Consultório militar do José Martins (28): Memórias de Guerra (3): Distritos de Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança e Viseu


1. Terceiro poste do trabalho de pesquisa do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), composto por sete postes, sobre as Memórias de Guerra (Grande Guerra e Guerra do Ultramar), espalhadas pelo país e estrangeiro, trabalho este que pode ser corrigido ou actualizado pelos nossos leitores. 




(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 6 de Dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18051: Consultório militar do José Martins (27): Memórias de Guerra (2): Distritos de Coimbra, Aveiro e Porto