Fotos (e legendas): © Joaquim Pinto Carvalho (2019). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
1. Morreu, no primeiro dia do ano de 2022, o nosso camarada Alberto Bastos, ex-alf mil op esp, CCAÇ 3399 / BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73). (*)
A triste notícia foi-nos dada pelo Joaquim Pinto de Carvalho, ex-alf mil at inf. CCAÇ 3398 (Buba) e CCAÇ 6 (Bedanda), 1971/73, nosso grã-tabanqueiro nº 633 (**)
Pertenciam ao mesmo batalhão, o BCAÇ 3852, e eram amigos do peito, há meio século. Estiveram em Mafra juntos e acabaram por ser mobilizados para a Guiné e para a mesma unidade. O Joaquim e a Maria do Céu estavam desolados. Telefonei, de imediato ao Manuel Gonçalves, igualmente membro da nossa Tabanca Grande (nº 776), que também conhecia o Alberto Bastos, sendo do mesmo batalhão (***). Também o João Marcelino o conheceu. Telefonei igualmente ao Joaquim Costa, da CCAV 8351.
É nossa intenção, em honra da sua memória, integrá-lo na Tabanca Grande, a título póstumo, no caso de termos o OK da sua viúva, a fisioterapeuta e empresária Trindade Bastos. Procuramos também uma foto sua do tempo da tropa e da guerra. Será o primeiro representante da CCAÇ 3399 no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
Poeta, desde menino e moço, foi ele o autor da letra do hino do BCAÇ 3852, datada de 12/6/1971, reproduzida no seu livro de poesia <i>Alguém</i> (LIsboa, Chiado Editora, 2008, pp. 125/126.
É também autor do poema "Na estrada do Cumbijã", dedicado ao cap mil Vasco da Gama, comandante da CCAV 8351 (Cumbijã, 1971/73), "Os Tigres do Cumbijã" (, já publicado no poste P3640), e reproduzido, a pp. 138/139, no recentíssimo livro do Joaquim Costa, "Memórias de Guerra de um Tigre Azul: O Furriel Pequenina (Guiné, 1972/74") (Rio Tinto, Lugar da Palavra Editora, 2021).
2. R eprodução de notícia do jornal "on line" "A Voz de Cambra" (com a devida vénia...)
ATUAL > Morreu Alberto Bastos, o encenador, ator e escritor de Vale
de Cambra
Janeiro 3, 2022
Cristina Maria Santos
Tinha 72 anos, mais de 50 dedicados à escrita e ao teatro,
onde representou mais de 200 papeis diferentes. Alberto Bastos faleceu no
primeiro dia do ano de 2022.
Alberto Bastos contava mais de meio século de carreira, com
um percurso marcado por várias atuações no teatro, mas também era reconhecido
pela sua veia humorística fora dos palcos.
Alberto Tavares de Bastos nasceu em S. Pedro de Castelões e
escrevia desde a adolescência. Publicou os livros de poemas “Bailam Flores”, em
1999; “Um Grito na Noite dos Tempos”, em 2000; e “Alguém, em 2008. Publicou a
sua primeira obra de teatro “Palco da Vida”, em 2006 e a “A Máscara”, em 2015.
Alberto Bastos pisou o palco pela primeira vez aos 12 anos,
em 1960, no salão da fábrica “Almeida & Freitas”. “Foi o meu batismo artístico e lembro-me de rir muito e
tremer”, recordou Alberto Bastos ao Voz de Cambra, em 2020.
De 1975 a 1978, fez parte do elenco cénico do Grupo
Recreativo e Cultural de Cavião e, a partir de 1993, integrou o Grupo Cénico da
Associação de Promoção e Desenvolvimento de Castelões (APDC), onde foi ator e
habitual encenador.
Participou em vários eventos do concelho, como; “Rusga à
Sra. da Saúde”; “…da Lusitânia ao Foral”; “Queima do Galhofeiro”; Carnaval de
Vale de Cambra, mas também em iniciativas em concelhos limítrofes, como por
exemplo: Viagem Medieval em Terra de Santa Maria e a Feira Medieval de S. João
da Madeira.
Entre muitas representações, em 2016, encenou a peça
“Volfrâmio – Suor o deu, miséria o levou”, um trabalho de longa pesquisa, onde
entrevistou alguns idosos que sobreviveram ao drama de outrora. “Não abandonei a arte e tenho no prelo uma nova peça em três
atos, cuja publicação terá lugar quando a presente situação pandémica do país
se desvanecer. Esta obra, ficará disponível para quaisquer grupos cénicos que
queiram levá-la à cena”, explicou.
O “professor Alberto bastos”, como era habitualmente
chamado, aproveitou para agradecer a todos quantos o reconheceram nesta vida
artística.
“Bem hajam, todos aqueles que me acompanharam ao longo deste
longo percurso e ao público maravilhoso que nunca me regatearam aplauso e
crítica. Obrigado”, concluiu
No primeiro dia do ano de 2022, Vale de Cambra lamenta e
despede-se do artista que marcou o teatro no concelho.
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 1 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22866: In Memoriam (423): Jorge Cabral (1944-2021): cerimónias fúnebres, na Igreja do Lumiar, Lisboa, hoje, a partir das 17h00 (Pedro Almeida Cabral)