sábado, 10 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22092: Em busca de... (313): Pessoal da 2ª C/BART 6520/72 e notícias da entrega de Bissássema, ao PAIGC, em 1974 (Leandro Guedes / Ricardo Sousa)


Guiné > Região de Quínara > Mapa de Tite (1955) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Bissássema


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2020)


1. Comentário de Leandro Guedes ao poste P21316 (*)

Meu caro Carlos Barros:

O meu nome é Leandro Guedes e fiz parte, como furriel, do BART 1914, que esteve em Tite de Abril de 67 a Março de 69.

Há meia dúzia de anos,  tive contacto com o Alf Fernando Teixeira que pertencia à sua 2ª. Companhia do BART 6520/72, a qual fez a entrega de Tite e Nova Sintra, à Guiné-Bissau. 

O relato dessa entrega faz parte do blog https://bart1914.blogspot.com e facebook do BART 1914

Posteriormente perdi o email ele. O motivo deste meu contacto é saber quando aconteceu, e de que maneira, a entrega de Bissássema. Não há registos, nem relatos, nada.

Se me poder dar uma ajuda agradeço. O nosso email é;

bart1914@gmail.com 
ou 
lg.tvedras@gmail.com

Muito obrigado. Um abraço com votos de boa saúde.
Leandro Guedes.



2. Comentário de Ricardo Sousa ao poste P21316 (*)

Boa tarde,

O meu pai, António Sousa,  foi 1º cabo no 2ª C/BART 6520/72, e muito tempo que procura notícias ou se existem encontros dos seus ex-combatentes da Guiné Bissau - Nova Sintra - Os Mais, desde que voltou nunca encontrou ou teve contacto com mais ninguém.

odem-me dizer de como ele se pode informar quando e onde ocorrem esses encontros ou algum contacto de para que ele possa ligar com alguém para se manter em contacto.

Agradeço desde já a vossa ajuda,
Cumprimentos,
Ricardo Sousa

Guiné 61/74 - P22091: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (26): O cardápio secreto do "chef" Tony (Levezinho) - Parte III: cozido à portuguesa, para despedida do inverno; frutos do mar, como saudação à primavera


Foto nº 1 > Frutos do mar, como "entradinhas"


Foto nº 2 > Suculento cozido à portuguesa


Fotos (e legendas): © António Levezinho (2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação de sugestões gastronómicas, nacionais e internacionais, apropriadas ao reforço da nossa resiliência ao confinamento e à fadiga pandémica, sugestões que nos são facultadas pelos "vagomestres" e "chefs" da Tabanca Grande. (*)


Um dos nossos "chefs" com já créditos já firmados (**),  é o nosso amigo e camarada Tony Levezinho, ex- fur mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, maio 69 / março 71). 

Está reformado da Petrogal,  vive grande parte do ano na Tabanca da Ponte de Sagres - Martinhal, Vila do Bispo. Infelizmente, agora mais sozinho desde que enviuvou há menos de quatro meses. A sua companheira de uma vida (50 anos!), a Isabel Levezinho, integra também a nossa Tabanca Grande. 

O Tony, órfão de mãe ao nascer, aprendeu a cozinhar cedo. Pelo menos desde os 14 anos que fazia petiscos para ele e o mano mais novo. Além do prazer da mesa, sabe receber como ninguém. Na Tabanca da Ponte de Sagres - Martinhal, não há nemhuma tabuleta à entrada a recordar o anexim popular: "O peixe e o hóspede ao fim de três dias fedem!"...

De uma vasta lista de sugestões do cardápio do Tony, escolhemos hoje mais dois pratos, um para encerrar com chave de ouro o solstício do inverno (Foto nº 2) e outro para saudar o solstício do verão (nº 1)... Esperemos que vos agrade e inspire... LG

PS - Tony, eu sei que já não temos idade, barriga e sobretudo saúde para dois pratos desta envergadura, mas agradou-me a ideia de uma "saída" e uma "entrada"... Um bom solstício do verão para ti e para todos nós!

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Notas do editor:


11 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21887: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (19): O cardápio secreto do "chef" Tony (Levezinho) - Parte I: ainda não é verão (, mas um dia destes há de ser!), e já me está a apetecer uma saladinha de queixo fresco e uma paelha, com um bom branquinho...

Guiné 61/74 - P22090: Os nossos seres, saberes e lazeres (446): Quando vi nascer a Avenida de Roma (3) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 26 de Fevereiro de 2021:

Queridos amigos,
Não se trata de uma ode triunfal à Avenida de Roma, é um apanhado de recordações de quem teve a dita de ver nascer de solo inculto toda esta arquitetura que marcou uma época, em toda a acepção da palavra. Primeiro pelo arrojo arquitetónico, o regime abria os cordões à bolsa e satisfazia as classes médias com habitação digna, casas com porteiro, mármores, amplas divisões, com os transportes à porta, artérias folgadas. Havia, é certo, obras incompletas, caso da Avenida João XXI, que só muitos anos mais tarde é que desceu até ao Campo Pequeno. Há estudos completos sobre a evolução desta parte da cidade, o historiador de Arte José-Augusto França, que a seguir ao 25 de abril deu uma perninha no planeamento urbano e na história da cidade, descreve bem como tudo aqui despontou, basta ler o seu livro Os Anos 20 em Portugal. Imaginem a petizada a vir num bairro relativamente monocórdico e assistir, entre a poeirada, à nascença deste admirável novo mundo.

Um abraço do
Mário


Quando vi nascer a Avenida de Roma (3)

Mário Beja Santos

Eu bem gostaria de vos contar ao pormenor o que era o nosso ensino primário, o que se aprendia em português, o tipo de leituras, o esplendor da Pátria, as minudências da Geografia, das Ciências Naturais, a profusão de heróis na nossa História gloriosa, e deixo para último a aritmética, com trabalhos que me deram cabo da cabeça mas, confesso, defenestraram-me medos para os rudimentos do que cada um de nós deve saber de Gestão, a começar pela nossa. Escrevi nas memórias da minha infância O Fedelho Exuberante o que por acaso guardei numa folha de apontamentos que, pasme-se, sobreviveu. Era uma coisa assim: “O professor deu dois quintos de uma folha de papel a cada um dos 35 alunos da classe. Quantas folhas foram distribuídas? Abro o caderno, mostro a operação, 2 a dividir por 5 dá 0.4, multiplico por 35, logo 14 folhas, estou impante de alegria, a minha mãe acena, afirmativa”. Claro que houve traumas com os decímetros, os hectómetros e os decâmetros, felizmente tudo passou.
Aqui na António Patrício há Bairro Social e outra arquitetura. Na esquina com a Avenida de Roma são prédios da Caixa de Previdência, mas neste recanto emergiram dois prédios diferentes, marcarão a fronteira do quarteirão, a seguir temos os prédios verdes, assentaram nas profundezas do olival, erguem-se em pilares decorados por pequenos mosaicos, são todos verdes, os habitantes, insista-se, trazem outra graduação social, reconheça-se no entanto que na Rua António Patrício temos o prédio dos médicos, confim com o meu, a Dr.ª Maria Alcina Esteves da Fonseca, do rés-do-chão direito, assistirá, em 1964, ao estertor da minha querida avó, no rés-do-chão esquerdo vive o Dr. Ivo Loio, que foi padrinho de casamento de Agostinho Neto, pelos anos fora farei amizade com o Dr. Cabral Rego, cuja paixão eram os postais máximos, e com o Dr. Carlos Conceição, que fazia anos do dia de Natal e exigia a nossa presença.
Os prédios verdes modificaram o funcionamento do nosso abastecimento. A minha mãe fornecia-se diariamente no Mercado do Saldanha, as miudezas conheceram transferência da Rua de Entrecampos para aqui. Logo em frente a nossa casa havia padaria com fabrico próprio, dispersos talhos, frutaria, mercearia, o mais que se sabe. Instalaram-se empresas de reparação, escritórios e até cabeleireiro. Por uma questão de fidelidade, continuei a ir cortar cabelo no Campo Grande na Barbearia do Sr. Cunha, esperantista emérito, e a deliciar-me com o disse que disse da clientela.
Recorde-se que os nossos prédios do Bairro Social, entenda-se, têm uma arquitetura bastante uniforme, sempre de três andares, o mesmo tipo de fachada com algumas variações nas varandas, já se disse que há uma certa variedade na dimensão das casas. Podia agora discretear sobre as cinco divisões da minha morada, a lembrança da chegada do esquentador, do frigorífico e da enceradora (não esquecer que havia para ali umas enormes tábuas de pinho, nenhuma Encerite conseguia fazer luzir todo aquele madeirame), mas não me parece oportuno. Vamos subir até à Avenida de Roma, deixa-se o Campo Grande e a Igreja dos Santos Reis Magos onde frequentei a catequese para outra ocasião, tenho pena de não vos falar mais dos nossos quintais, bem tratados por gente que tinha fortes reminiscências do meio rural de onde eram provenientes, as nespereiras, os loendreiros, as laranjeiras, os buxos, mas também não é oportuno.
A atração irrecusável é o nascimento daquele cruzamento na Avenida de Roma. Vamos aos factos.
Tudo começou naqueles quatro prédios portentosos, cor-de-rosa, com umas marquises rendilhadas e fazendo junção com prédios mais baixos da Avenida dos Estados Unidos da América e até mesmo com um prédio do Bairro Social. Combinávamos na escola ir espreitar o avanço dos trabalhos, subíamos os andaimes a partir das cinco da tarde, víamos chegar os novos residentes que, indiferentes à poeirada permanente, chegavam com os seus haveres nas camionetas de mudança, íamos espreitar o espólio dos novos inquilinos, descobrimos que havia porteiros, tinham secretárias torcidos e tremidos. Era um caos harmonioso, havia gente a chegar indiferentes à zoada dos camartelos, dos camiões pejados de areia a despejar matéria-prima para alimentar as betoneiras, estas sempre a resfolgar e a vomitar o ingrediente transportado para o trabalho dos trolhas.
Inolvidável experiência, ver a Avenida de Roma crescer prodigiosamente em direção à linha do caminho-de-ferro, e depois ultrapassá-lo. Nós, a miudagem, apalermados com o arrojo daquelas linhas, nada se comparava com a casa do nosso bairro, nós tínhamos varandas simples e austeras, óculos a fazer de janelas, o que se via no nosso bairro podia-se ver na Encarnação ou no Alto da Ajuda, era um fabrico em série de baixo custo e até me apetecia contar-vos que na nossa casa usaram madeira não tratada, uma noite acordámos com um estrondo monumental na sala de jantar, o guarda-loiça enfiou-se pelas ripas podres, houve que substituir todo aquele travejamento em pinho. Na Avenida de Roma tudo parecia panorâmico, varandas arredondadas, andares com três e quatro janelas e com estores, prédios com cores garridas, não havia dois tons iguais, portas bem chapeadas, pegas como de casas apalaçadas, os átrios marmoreados, os prédios com elevador, saiam das viaturas de mudanças móveis de estilo novo, o chamado estilo americano, andávamos a ver os elementos escultóricos e a tentar decifrá-los, sabíamos lá o que eram os tritões e as sereias, um dos prédios tinha lá em cima uma escultura de um ferreiro. Que maior novidade podíamos ter?
Antes de continuar, e de vos dizer que estão a chegar comerciantes azafamados com lojas a vender café e chá (a mistura popular de café, com preço imposto pelo Governo é coisa das mercearias, nestas lojas novas primam os lotes de S. Tomé, Angola e Timor), sapatarias, artigos orientais, pequenos estabelecimentos com papelaria e tabacaria, e até descrever o bulício rodoviário, uma palavra, para o Vá Vá. O Vá Vá é um dos pontos altos desta modernidade onde pontificam Formosinho Sanches e José Segurado, e no termo da Avenida Cassiano Branco. Ainda hoje podemos visitar o seu interior azulejar, o resto mudou radicalmente, perdeu o ar de café, é um snack-bar insípido. Por aqui passo sempre que posso para homenagear a Menez que nos deixou esta arte tão bela, felizmente conservada, ainda que tenha perdido a primitiva atmosfera.
A imagem seguinte é para mostrar a ligação entre as elegantíssimas torres e prédios que vão manter a escala e dar uma dimensão segura à Avenida de Roma. Estou neste momento a ver a trautear o maestro e compositor Joly Braga Santos, que vivia no prédio à esquerda. A seguir ao 25 de abril esta zona foi sacudida por uma tormenta, houve para ali uma explosão de todo o tamanho no primeiro andar da torre, constava que alguém estava a fazer uma bomba naquela atmosfera de PREC e deu-se mal, desapareceu entre muitas janelas desfeitas.
Olho para a correnteza destes prédios e logo me lembro de outra novidade, os cafés com o título snack-bar, a novidade eram as refeições ligeiras que davam pelo nome de combinados, aqui não havia petiscos de taberna, nada de bacalhau albardado ou bifanas, comia-se ao balcão mas também à mesa. Posso fechar os olhos e recordar os diferentes estabelecimentos que por aqui houve, que davam uma sensação de autossuficiência que se prolongava até à Avenida Guerra Junqueiro, onde o comércio adquiria uma outra sofisticação. Ficaram ainda algumas lojas icónicas, a Cafélia e a Livraria Barata, aqui o proprietário sabia olhar o cliente e dispensar-lhe, quando lhe tinha confiança, um livro proibido e também aqui, numa loja então com dimensões insignificantes, era possível encontrar David Mourão Ferreira, Artur Portela Filho ou Virgílio Ferreira.
A Avenida de Roma estende-se entre a Praça de Londres e a Avenida do Brasil. Veremos mais adiante que do cruzamento da Avenida de Roma com a Avenida dos Estados Unidos da América é tudo muito mais taciturno, o comércio é muito menos vibrante, a grande recordação que guardo é o Cinema Alvalade, e explicarei porquê. A artéria febricitante é aquela que passou nestas últimas imagens e que culmina com esta preciosidade arquitetónica de Cassiano Branco. Entre a muita sorte que a vida meu deu tenho um querido amigo que aqui vive, e não há vez que aqui quando bato à porta não recorde o Café Roma e mesmo ao lado o Café Londres, ambos de saudosa memória.
(continua)
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Notas do editor

Poste anterior de 3 DE ABRIL DE 2021 > Guiné 61/74 - P22063: Os nossos seres, saberes e lazeres (444): Quando vi nascer a Avenida de Roma (2) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 5 DE ABRIL DE 2021 > Guiné 61/74 - P22070: Os nossos seres, saberes e lazeres (445): A minha primeira viagem (de comboio) para além do Ave, Minho... Uma aventura, até Ermidas do Sado, Santiago do Cacém, Alentejo ! (Joaquim Costa)

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22089: Efemérides (347): Comemoração do Dia do Antigo Combatente, promovida pelo Núcleo da Liga dos Combatentes e Câmara Municipal de Matosinhos


COMEMORAÇÃO DO DIA DO ANTIGO COMBATENTE EM MATOSINHOS

A Cerimónia decorreu no Cemitério de Sendim, junto ao Memorial aos Mortos dos Combatentes da Guerra do Ultramar do Concelho de Matosinhos e teve início às 10 horas da manhã com os cumprimentos à Dra. Luísa Salgueiro, Presidente da Câmara Municipal.
A conjuntura sanitária que impede a ajuntamento de pessoas e o facto de o cemitério estar transformado num estaleiro de obras, muito diminuiu o impacto que esta cerimónia merecia.
Atendendo às condicionantes impostas, não houve participação pública, estando apenas presentes ao acto 9 elementos representativos dos Órgãos Sociais do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, entre eles o Combatente José Trindade, habitual Porta-Guião.

Foi a melhor forma de comemorar o primeiro Dia do Antigo Combatente, instituído no Art.º 3.º do Estatuto do Antigo Combatente, Lei n.º 46 de 2020 de 20 de Agosto.

O Combatente José Trindade, Porta-Guião do Núcleo

O primeiro acto foi a deposição de uma Coroa de Flores junto ao módulo do Memorial onde estão inscritos os nomes dos 70 Combatentes caídos em Campanha pelo Presidente da Direcção do Núcleo, Tenente Coronel Armando Costa e pela Dra. Luísa Salgueiro.
Seguiu-se um minuto de silêncio
O Combatente José Francisco Oliveira leu a Prece do Exército
Por último, o Tenente Coronel Armando Costa leu aos presentes uma mensagem do Presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes, Gen Chito Rodrigues.
Momentos finais da primeira comemoração do Dia do Antigo Combatente em Matosinhos


Fotos: Núcleo de Matosinhos da LC
Texto e edição das fotos: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 25 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22035: Efemérides (346): No Dia Mundial da Árvore, lembrando o castanheiro do Barriguinho a que cheguei fogo involuntariamente (Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf)

Guiné 61/74 - P22088: Memórias cruzadas da Região Boé: CART 1742: as principais ocorrências em 12 e 13 de janeiro de 1968, entre Canjadude e Cheche: três baixas e um prisioneiro (Jorge Araújo)


Imagem de satélite da região Leste, assinalando-se o itinerário entre Nova Lamego/Ché-Che, percurso de 47.5 km (Google.com,  hoje), ao longo do qual o perigo era uma constante, por efeito da existência de minas a/c e emboscadas, em particular durante a realização de colunas de reabastecimento.




O nosso coeditor Jorge [Alves] Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494
(Xime e Mansambo, 1972/1974), professor do ensino superior, ainda no ativo.


MEMÓRIAS CRUZADAS DA REGIÃO DO BOÉ

A ACTIVIDADE OPERACIONAL DA CART 1742:

 AS PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS EM 12 E 13 DE JANEIRO DE 1968, ENTRE CANJADUDE E CHÉ-CHE

- AS TRÊS BAIXAS E UM PRISIONEIRO DAS NT -

 

1. - INTRODUÇÃO


O presente texto nasce da leitura do P22059 (02Abr2021) e, concomitantemente, do interesse suscitado no seu aprofundamento, em particular os episódios relativos à actividade operacional da CART 1742 (1967-1969), com relevância para as ocorrências registadas na primeira quinzena do mês de Janeiro de 1968, onde perderam a vida, em combate, o Major Luís Vasco da Veiga Ferreira Pedras, da Chefia do Serviço de Material, QG/CTIG, o Fur Mil de Construções e Instalações, Abílio Duarte Jorge, do BENG 447,  e o soldado Saná Quetá, do Pel Mil 161.


Para além desse desiderato é justo deixar expresso os agradecimentos quer ao camarada Virgílio Teixeira, por ter tido a gentileza de partilhar mais algumas memórias da História da sua Unidade: o BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/1969) quer ao camarada Abel Santos, pelas suas (novas) imagens da «Jangada do Ché-Che», «peças» importantes na (para a) reconstrução do «grande puzzle» historiográfico do Blogue, que no dia 23 do corrente comemora o seu 17.º Aniversário.


Voltando à questão de partida, a metodologia que utilizámos na estruturação deste "fragmento" é semelhante às anteriores, tendo procedido à triangulação de conteúdos de várias fontes: oficiais e outras, de ambos os «lados do combate», em especial aqueles que se enquadravam no tema em análise.


2. - CECA - ASPECTOS DA ACTIVIDADE OPERACIONAL > CART 1742


Tendo por base os objectivos indicados na introdução, recorremos à bibliografia Oficial do Estado-Maior do Exército (CECA), «Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África», 6.º Volume, tendo encontrado a seguinte referência:


◙ Zona Leste: «Operação Agora ou Nunca», realizada de 11 a 13 de Janeiro de 1968 (de 5.ª feira a sábado), envolvendo forças da CART 1742 (-), um Gr Comb da CCAÇ 5 e uma Sec/Pel Mil 161, com apoio aéreo, onde executaram no dia 12 [Jan] um patrulhamento de reconhecimento na região de Siai [infografia ao lado]

No decurso da missão, o IN atacou as NT instaladas em Dongol, provocando-lhes oito feridos graves, sete ligeiros e um desaparecido [António de Castro Aguiar; feito prisioneiro]. Na reacção, as NT causaram cinco mortos e muitos feridos em número não estimado. Encontrado um elemento IN ferido que, ao ser intimado a render-se,  abriu fogo e foi, por isso, abatido, apreendendo-se a sua arma, uma "Kalashinkov". (CECA; 6.º Vol., pp 163-164).



2.1 - NARRATIVA DE UM ELEMENTO DA CART 1742

 - O CASO DO "DIÁRIO" DE MÁRIO DOS ANJOS TEIXEIRA ALVES, 1.º CABO CORNETEIRO DA CART 1742 


Para a elaboração deste ponto era importante ter acesso ao histórico das actividades operacionais desenvolvidas pela Unidade em apreço, por considerarmos que a resenha Oficial ficara aquém do que era expectável. 


Da busca realizada, localizamos no P13434 (24Jul2014) uma descrição histórica, designada por «Diário da CART 1742», da autoria de Mário dos Anjos Teixeira Alves, ex-1.º Cabo Corneteiro, enviado ao Blogue, em Julho de 2014, pelo camarada Abel Santos, e que "encaixou" na perfeição.


Assim, sobre as ocorrências em título, citamos o que Mário Alves escreveu:

(…)

Dia 11Jan68 (5.ª feira)


Chegou o nosso capitão [Cap Mil Inf Álvaro Lereno Cohen] a dizer-nos para prepararmos o material, porque iam sair três pelotões às 3h00 da tarde.


Dia 12Jan68 (6.ª feira)


Houve correio para os que estão no destacamento, já os que foram para o mato só o receberão quando chegarem.


Dia 13Jan68(sábado)


Saiu daqui o helicóptero, a avioneta e dois bombardeiros [T6] para irem ter com o nosso pessoal que anda a fazer a operação no Siai.

Às 13 horas chegou o helicóptero com quatro feridos, dois brancos e dois africanos. Diziam que ainda havia mais feridos, por isso, às 14h00 chegou novamente o helicóptero com mais três feridos, e às 16h00 voltou novamente com mais três feridos, estes por uma mina que rebentou na coluna que ia buscar ao Ché-Che o nosso pessoal.

Um dos feridos foi o major do Serviço de Material [Luís Vasco da Veiga Ferreira Pedras] que foi levado directamente para Bissau, e os outros foram de avioneta.

Também ficou lá um furriel morto [Abílio Soares Jorge] e um soldado [Saná Quetá] todos da mesma companhia e ainda alguns feridos menos graves, que por ser já de noite não puderam ir busca-los.


Dia 14Jan68 (domingo) – às 7h00


Já o helicóptero tinha chegado com mais feridos, e às 8h00 chegou ainda com os restantes. Após o almoço chegou um carro da administração com um elemento IN morto, que apanharam em Piche, e a população fez um festival, quanto mais não fosse, para agradar às tropas.

Às 17h00 chegou a companhia e disseram que, quem tinha sido ferido foi o Aníbal enfermeiro e o Martins das transmissões, que foram para Bissau [HM 241], e talvez tenham que ir para a metrópole.

Houve mais oito feridos com menor gravidade, um era o alferes Magalhães e o furriel Amaro, sendo os restantes cabos e soldados, um deles era o Damásio Fonseca.

Também chegou a má notícia que o major faleceu ao chegar a Bissau, o furriel que morreu era da engenharia e o soldado era africano [Saná Quetá, do Pel Mil 161; natural de Ganguiró, Nova Lamego].


Dia 15Jan68 (2.ª feira) – às 7h00


De manhã estivemos a conferir o material que tinha chegado na noite anterior, e também pensávamos no soldado que estava em Bissau ferido, mas afinal estava desaparecido, foi o [António de Castro] Aguiar de "Arrifana".

(…)

3. - O QUE FOI ESCRITO A PROPÓSITO DAS OCORRÊNCIAS ACIMA, POR PARTE DO PAIGC  


Os casos relativos às ocorrências acima, que incluem os episódios de "combate" e o elemento "aprisionado" pertencente à CART 1742, foram analisados pelos responsáveis do PAIGC e publicitados no jornal «Libertação», edição n.º 87, de Fevereiro de 1968, cujo conteúdo se reproduz abaixo:



 


Para além do conteúdo acima, consta na capa desta edição do «Libertação» uma foto com quatro militares das NT feitos prisioneiros, desconhecendo-se os seus nomes. 
Dos quatro, quem será o António de Castro Aguiar, o "Arrifana"? Responda quem souber.

 



Fonte: Citação:
(1968), "Libertação", n.º 87, Ano 1968, Fevereiro de 1968, Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral - Vasco Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_44344, com a devida vénia.

 

3.1 - O INTERROGATÓRIO FEITO AO ANTÓNIO DE CASTRO AGUIAR


Na sequência de ter sido aprisionado na região de Siai, pelas forças do PAIGC, por se encontrar ferido, o camarada António de Castro Aguiar foi levado (presume-se!) para o hospital de Boké, onde lhe prestaram, certamente, cuidados de enfermagem, seguindo depois para a prisão de Conacri, passando a ser considerado como "prisioneiro de guerra".


Na condição de "prisioneiro", António de Castro Aguiar é interrogado pelos responsáveis do PAIGC, passando o resultado desse inquérito a fazer parte de uma coletânea, com outros depoimentos sobre o mesmo contexto, designada por «Falam os portugueses prisioneiros de guerra», Caderno n.º 2, cuja capa se reproduz abaixo, bem como as dez questões formuladas e as respectivas respostas dadas pelo camarada "Arrifana". 

 

 


Trata-se de um ublicação da FPLN - FrentePatriótica de Libertação Nacional, sediedade em Argel, reproduzindo declarações de militares portugueses feitos prisioneiros pelo PAIGC. A FPNL operava também a Rádi0 Voz da Liberdade.



Fonte: Citação:
(s.d.), "Guiné. Falam os portugueses prisioneiros de guerra", Fundação Mário Soares / DCN - Documentos Vítor Cabrita Neto, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_152453, com a devida vénia.

 

■ Depois de mais de trinta e quatro meses de cativeiro (correspondente a mais de um milhar de dias), António Aguiar - o "Arrifana" (nome da sua terra natal) - e mais vinte e três outros camaradas seus, conseguem finalmente recuperar a liberdade na sequência da «Operação Mar Verde», levada a cabo em 22 de Novembro de 1970, domingo.


■ Decorridos quarenta e quatro anos após a libertação da prisão do PAIGC, em Conacri, conhecida por "Montanha", eis António de Castro Aguiar (foto 1), ladeado por Abel Santos, à sua direita, e pelo ex-Alf Mil Magalhães, à sua esquerda, durante o Convívio da CART 1742, de 2014, organizado em Leça da Palmeira – P20201 (03Out2019).

 


Foto 1 - António Castro Aguiar, ao centro, durante o Convívio da CART 1742, de 2014, realizado em Leça da Palmeira. Foto do álbum de Abel Santos, com a devida vénia.

 


Foto 2 > CART 1742 > A secção do Abel Santos: Da esquerda para a direita: em cima: Furriel Pontes, já falecido; 1ºs Cabos, Loura e Costa; Soldados Cruz e Abel; Em baixo: Soldados Ferreira; Silva; Miranda; Aguiar ("Arrifana") e Soares, já falecido. (Cortesia de Abel Santos, Poste P20201)



► Fontes consultadas:

Ø  Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro II; 1.ª edição, Lisboa (2015).


 

Ø  (1) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 07177.087. Título: Libertação. Número 87. Ano: 1968. Data: Fevereiro de 1968. Directores: Amílcar Cabral, Luís Cabral, Vasco Cabral e Dulce Almada. Observações: Órgão do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde. Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral - Vasco Cabral. Tipo Documental: IMPRENSA.


 

(2) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 02970.001.015. Título: Guiné. Falam os portugueses prisioneiros de guerra. Assunto: Caderno n.º 2, publicação da FPLN, em Argel, reproduzindo declarações de militares portugueses feitos prisioneiros pelo PAIGC – José Neto Vaz, José Manuel Moreira Duarte, José da Silva Morais, António Ângelo Duarte, David Gouveia Pedras, Luís Salvador, Antunes Almeida Vieira, Luís dos Santos Marques, Augusto Dias, Manuel Ferreira, António de Castro Aguiar, José Manuel Alves Vieira, Víctor Manuel Jesus Capítulo -, emitidas pela Rádio Libertação do PAIGC e pela Voz da Liberdade. - Contém ainda lista de prisioneiros do Caderno n.º 1, composta por Rui Rafael Correia, José Maria de M. Medeiros, Manuel da Silva, Agostinho da Silva Duarte, Manuel Augusto Leite da Silva, António Júlio Rosa, Manuel Marques de Oliveira, Geraldino Marques Coutinho. Data: s.d. Fundo: DCN - Documentos Vítor Cabrita Neto. Tipo Documental: Documentos.


 

Ø  Outras: as referidas em cada caso.

 

Termino agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

04ABR2021

Guiné 61/74 - P22087: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (85): respondendo ao pedido de colaboração da doutoranda Sílva Espírito-Santo, biógrafa de Cecília Supico Pinto (João Crisóstomo, Nova Iorque)


Foto nº 1 > Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (1965/67) > O João Crisóstomo  e o Henrique Matos,o primeiro  comandante do Pel Caç Nat 52 (1966/68),  junto ao monumento comemoratvo dos 500 anos da chegada de Diogo Gomes ao Rio Geba


Foto nº 2 > Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (1965/67) > 1966 > Visita da Cecília Supico Pinto


Foto nº 3 > Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (1965/67) > 1966 >  Local de convívio da companhia: sentada, em segundo plano, a Cecília Supico Pinto; o capelão, de costas, dá-lhe as boas vindas; a sua secretária aparece èm primeiro plano, à esquerda.

 


Foto nº 4A  > Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (1965/67) >  Aerograma  > Resposta do Movimento Nacional Feminino a um pedido do João Crisóstomo. Tem a data do correio de Lisboa, 18 de novembro de 1965 [?]
 

Foto nº 4B  > Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (1965/67) >  Excerto do aerograma com resposta a um pedido do João Crisóstimi. Termina assim: "Com as nossas saudações académicas, Pela Secção de Apoio aos Milicianosm Maria do Rosário Domingues".


Foto nº 5 > Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (1965/67) > Conteúdo do aerograma do MNF, datado de Lisboa, 17 de novembro de 1965



Foto nº 5A> Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (1965/67) > Conteúdo do aerograma do MNF, datado de Lisboa, 17 de novembro de 1965. Excerto.



Foto nº 5B > Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (1965/67) > Excerto aerograma do MNF, datado de Lisboa, 17 de novembro de 1965 e assinado por Maria Adelaide Sousa Secção de pedidos individuais.

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



1. Mensagem de João Crisóstomo [, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67); é um luso-americano, natural de Paradas, A-dos-Cunhados, Torres Vedras; vive em Nova Iorque; e é um conhecido ativista de causas que muito nos dizem, a nós, portugueses: Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes],


Date: domingo, 4/04/2021 à(s) 12:08
Subject: resposta ao pedido da Sílvia Espírito-Santis  a Luís Graça( blogue)
 

Prezada Sílvia,
 
Vi o seu pedido no blogue  e a resposta do Luís Graça (*).

Por razões evidentes  acredito que vai receber mais  respostas do que alguma vez imaginou. Aqui está a minha pequena colaboração. Limito-me a enviar alguma informação, 3 fotos e um documento que, pela suas perguntas,  acho mais pertinentes. 

Quanto às suas perguntas  "o que pensava", "o que sabia",   " como encarou as visitas", "efeitos nos ânimos" etc., deixarei que  outros, com mais facilidade  de expressão,  falem sobre isso, que o poderão fazer bem melhor do que eu.  
 
Eis aqui a minha resposta a algumas das suas questões:

(i) João Crisóstomo, residente em Nova Iorque, desde 1975;

(ii) Idade etc:  76 anos; nasci em Torres Vedras em Junho de 1944.

(iii) Serviço militar  como alferes miliciano. Entrada  em Mafra em 26 de Janeiro de 1964. Graduado  como  aspirante,  fui para  Beja onde preparei um pelotão; depois  fui para Lamego onde frequentei o curso de operações especiais (,tipo "Ranger") ; e daí fui para a Madeira em preparação para o Ultramar. Na ausência temporária do capitão da companhia,  fui eu que em 2 de Agosto de 1965  comandei esta companhia de madeirenses (CCaç 1439 ) na viagem para a Guiné,   aonde chegámos a 6 de Agosto de 1965. Regressámos a 18 de Abril de 1967.

(iv) Chegados a Bissau, fomos directamente para o Xime (agosto de 1965) ; um mês  depois, em Setembro, omos para Bambadinca e logo a seguir em Outubro fomos para Enxalé com os seus   destacamentos de Missirá  e Porto Gole.
 
(v) Em Porto Gole (, local onde os primeiros portugueses chegaram subindo o Rio Geba e onde se encontra um padrão alusivo, na data dos 500 anos da sua chegada, foto nº 1)  e onde estive várias vezes como comandante do destacamento, recebi a visita  [, em 1966,]  de Cecília Supico Pinto e sua assistente, trazida pelos fuzileiros devidamente acompanhada e protegida. Evidentemente que a visita, anunciada com antecedência,  trouxe aí nesse dia o comandante da Companhia, capelão e   médico do batalhão de Bafatá a que pertencíamos  e outros militares conforme foto que junto [, Foto nº 2].

(vi) As fotos nºs 2 e 3 foram dois dos momentos dessa visita. A 3ª foto (uma árvore frondosa, algumas mesas improvisadas, bancos feitos de troncos de cites, as paredes com fotos, recortes de jornais etc.) mostra o nosso local de lazer e diversão habitual ( e por este pode compreender o meu pedido ao movimento , conforme mencionado na resposta recebida, vd. Foto nº 5)  e foi neste local que demos as boas vindas à Supio Pinto( sentada num banco/cibe); a secretária  é a senhora de costas, no lado esquerdo da foto e comitiva.   O Capelão, de pé,  mesmo junto da Supico Pinto,  faz o seu discurso...  
 
 (vii) Consciente do papel  do Movimento,  cheguei mesmo a contactá-lo, pedindo suporte e apoio, na forma de presentes de Natal,  letras e músicas populares para ajudar com os nossos momentos de lazer  (quando os havia!), pois conhecidas canções populares  eram um meio que eu achava eficiente e usei várias vezes para  animar os meus soldados.
 
 Não sei se isto ajuda para o que pretende; espero não seja de todo irrelevante . Muitos outros lhe mandarão muito mais e melhor.