
1. Organizado sob os auspícios da Comissão Portuguesa de História Militar, e reunindo a colaboração de 37 autores, oriundos de diversas instituições universitárias portuguesas e estrangeiras, bem como de especialistas de reconhecido mérito em áreas como a história, a estratégia, as ciências sociais e as ciências militares, este livro vem fazer o "ponto da situação" ou o "estado da arte" em matéria de conhecimento sobre Portugal, o fim do império e as "guerras de descolonização"...
Para os antigos combatentes, com0 nós, passa a ser um livro de cabeceira para o ano (novo) que aí vem. Só não é "livro de bolso", porque é um verdadeiro "tijolo",. uma calhamaço de 800 páginas e capa dura.
Caro leitor: acho que é a melhor prenda de Natal que te podes dar a ti mesmo. Vê, mais abaixo, a ficha técnica, e o índice. Já comecei a ler alguns capítulos. Vamos partilhando notas de leitura.
O livro foi lançado recentemente, em 21 de novembro passado, e simbolicamente na Torre do Tombo, em Lisboa. Ao fim de 50 anos, do 25 de Abril e do fim do mítico Império Português de 500 anos, é chegada a altura de deixarmos de usar a "guerra de África / guerra do ultramar / guerra colonial" como arma de arrremesso, político-ideológica, uns contra os outros...
Este livro ajuda-nos a obter o necessário distanciamento (e o desejável apaziguamento) em relação ao "sangue, suor e lágrimas" que os últimos soldados do império e os "insurgentes" (angolanos, guineenses, cabo-verdianos, moçambicanos, indianos, tiomorenses, etc.), todos "heróis", todos vencidos e vencedores, verteram num e no outro lado dos campos de batalha...
Como escrevem, na introdução, os dois coordenadores literários, Pedro Aires Oliveira e João Vieira Borges, "a historiografia 'heroicizante' das lutas independentistas terá ainda os seus praticantes. Mas é inquestionável que, desde a década de 1990, com a derrocada dos socialismos africanos e a crise dos regimes de partido único, tem-se verificado uma outra predisposição para questionar muitos dos mitos fundadores das lutas de libertação e submeter as narrativas hagiográficas a um outro crivo, como nos dá conta um dos capítulos deste volume, da autoria de Eric Morier-Genoud" (pág. 17).
Boas Festas, boas leituras. (LG)
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Ficha técnica:
Crepúsculo do Império
de João Vieira Borges, Pedro Aires Oliveira
ISBN: 9789722546072
Edição/reimpressão: 11-2024Editor: Bertrand Editora
Idioma: Português
Dimensões: 156 x 242 x 48 mm
Encadernação: Capa dura
Páginas: 800
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros > Livros em Português > História > História de Portugal
Preço de capa: c. 25 euros
SINOPSE
As guerras travadas por Portugal entre 1961 e 1975, com vista à preservação do seu secular império ultramarino, são impossíveis de ignorar em qualquer balanço histórico ao 25 de Abril de 1974.
Quando se assinalam 50 anos sobre essa data e se revisitam as circunstâncias do tumultuoso processo de descolonização que se desenrolou em várias partes de África e da Ásia, e também na metrópole, este volume apresenta um grande estado da questão sobre os últimos anos do colonialismo português.
Reunindo a colaboração de mais de três dezenas de autores oriundos de várias instituições portuguesas e internacionais, bem como de especialistas reconhecidos na área da história, da estratégia e das ciências militares, esta é uma obra que familiarizará o público com algumas das investigações mais inovadoras acercaAutores:
JOÃO VIEIRA BORGES
(i) major-general;
(ii) presidente da Comissão Portuguesa de História Militar;
(iii) doutorado em Ciências Sociais;
(iv) antigo comandante da Academia Militar e fundador do Centro de Investigação da Academia Militar;
v) académico honorário da Academia Portuguesa da História, autor e coautor de 26 livros e de cerca de 160 artigos;
(vi) agraciado com a distinção Grande-Oficial da Ordem Militar de Avis.
PEDRO AIRES OLIVEIRA;
(i) professor associado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / NOVA (FCSH-UNL);
(ii) investigador integrado no Instituto de História Contemporânea da mesma faculdade;
(iii) autor de dezenas de livros e artigos sobre relações internacionais e a história contemporânea de Portugal;
(iv) membro do conselho editorial da revista Relações Internacionais;
(v) membro do Conselho Consultivo do E-Journal of Portuguese History, entre outras diversas funções.
Fonte: Bertrand Editora
Recolha bibliográfica e filmográfica:
Sobre a recolha bibliográfica e filmográfica (disponibilizada no final da obra em ficheiros em formato pdf, "on line", no sítio da editora):
Os coordenadores da obra, como bons académicos, desprezaram soberanamente (espero que não arrogantemente...) a "literatutra cinzenta", a literatura memorialistica, as edições de autor, os livros de ficção, de poesia, de fotografia, etc., já para não falar dos blogues e outras páginas da Web, produzidos e mantidos por antigos combatentes de um lado e do outro, com informação riquíssima para a produção de conhecimento relevante do ponto de vista historiográfico: como nós lhe chamamos, são os afluentes dos rios da pequena história que alimentam os rios da História com H Grande...
No que respeita à bibliografia, por exemplo, há lacunas óbvias, não se percebendo bem qual foi o critério usado: por exemplo, porquê o António Lobato e não também o Amadu Bailo Djaló ou o José de Moura Calheiros ou o Mário Beja Santos ou o Armor Pires Mota, autores de memórias como antigos combatentes ?...E os textos teóricos ou doutrinários, de Cabral a Spínola ? E porquê jornalismo de investigação, algum sensacionalista e qualidade duvidosa ?...
São para já os pequenos grandes reparos que eu faço a esta monumental obra, que passa a ser de referência, sobre as "guerras da descolonização".
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