Última dia, com a última das habituais conversas do programa, 13ª edição de "Livros a Oeste, Festival do Leitor, a decorrer na Lourinhã (13 a 17 de Maio de 2025). Intervenientes :
- Miguel Szymanski (romancista, mas também jornalista e comentador da RTP para assuntos internacionais),
- Júlio de Almeida (angolano, com um passado ligado ao exército, mas também ao Executivo de Angola, autor de dois romances publicados entre nós, à semelhança de vários outros do seu filho, o bem conhecido Ondjaki), que nos traz as suas memórias;
- Luís Reis Torgal, figura de destaque da Academia portuguesa, com um vasto e rico percurso no âmbito da História, do pensamento e do ensino.
Moderação: o programador cultural João Morales
Os convidados, desta última conversa, viajam com livro "novo na bagagem. Em jeito de balanço final, a convera designa-se "Chegados Aqui Para onde Vamos ?" (Lourinhã, Centro Cultural Dr. Afonso Rodrigues Pereira, 17:00, sábado).
O festival encerra com Estilhaços, "espetáculo de Spoken Word", com Adolfo Luxúria Canibal (Lourinhã, Centro Cultural Dr. Afonso Rodrigues Pereira, 21:30, sábado.
Nota do editor LG:
Último poste da série > 14 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26799: Agenda Cultural (883 ): "Livros a Oeste | Festival do Leitor", Lourinhã, 13 a 17 de maio de 2025: a 13ª edição está a decorrer, sob o lema "A História é Uma Encruzilhada"
Último poste da série > 14 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26799: Agenda Cultural (883 ): "Livros a Oeste | Festival do Leitor", Lourinhã, 13 a 17 de maio de 2025: a 13ª edição está a decorrer, sob o lema "A História é Uma Encruzilhada"
3 comentários:
Sobre Júlio de Almeida, mais conhecido em Angola por comandante Jujú:
(i) nasceu em 1940, é natural de Moçâmedes (Namibe,a partir de 1975), Angola;
(ii) fez estudos liceais em Sã da Bandeira (hoje, Lubango) (1953-1957);
(iii) estudou, de 1957 a 1961, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa;
(iv) foi membro da Casa dos Estudantes do Império;
(v) em 1961 abandonou Portugal para estudar na Alemanha Federal onde, beneficiando de uma bolsa de estudo, se licenciou em Engenharia Mecânica (1962-1968);
(vi) de 1968 a 1971 trabalhou como engenheiro em Argel, onde integrou a delegação local do MPLA e o Centro de Estudos Angolanos, envolvendo-se ativamente na luta pela independência de Angola;
(vii) foi Comissário Político da Secção Auto (depois Esquadrão de Transportes) na Frente Leste entre 1971 e 1974;
(viii) no mesmo ano, escreve a sua primeira produção literária, a peça de teatro "Os Pioneiros do Futuro", encenada por Elsa Sousa em 4 de fevereiro de 1974, em Dar es Salaam, e cujos atores foram os pioneiros que então se encontravam na “Casa Grande”.
(ix) co-signatário da Proclamação das FAPLA, na qualidade de Comissário Político de Esquadrão (1-8-1974), torna-se mais conhecido do público angolano quando, exercendo a função de Comissário político entre 1975 e 1976 no Comissariado Político do Estado-Maior General das FAPLA, se ocupa do Departamento de Orientação Ideológica, responsável pelos contactos com a imprensa, de onde ressaltam os comunicados diários sobre a situação político-militar, transmitidos pela Rádio Nacional de Angola;
(x) foi vice-ministro dos Transportes (1976-1983) de Angola e trabalhou, na qualidade de engenheiro,na Sonangol, entre 1983 e 1992, como diretor de Estudos e Projetos;
(xi) entre os anos 1984 e 2014, foi professor na Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto;
(xii) foi ainda deputado à Assembleia Nacional de Angola, pelo MPLA, de 1992 a 2003;
(xiii) é membro fundador da Associação Tchiweka de Documentação;
(xiv) publicou os romances "VAICOMDEUS S.A.R.L." (Editora Chá de Cachinde, Luanda, 2002, republicada pella Caminho, em 2017) e "O incesto real" (Caminho, 2021);
(xv) traz-nos agora as suas memórias, no volume intitulado "Uma Vida Vivida Até ao Fim" (a sair dentro de dias, tal como os anteriores, sob a chancela da Editorial Caminho).
(xvi) é pai do escritor Ondjaki (pseudónimo literário de Ndalu Almeida, nascido em Luanda em 1977), autor de obras de referência como "Os Transparentes" e "Bom Dia, Camaradas".
(Elementos recolhidos na Net, pelo editor LG)
Ler aqui uma entrevista, a propósito do seu livro Vaicomdeus,SARL" (Caminho, 2017), com o escritor Júlio de Almeida, por António Rodrigues, "Público", 25 de Março de 2017, 12:10
Não foi nada disto que nós combinámos
(...) Um livro com humor, orgulho da mata e esperança, escrito por um homem cuja voz chegou a ser omnipresente em Angola – o comandante Juju. O antigo porta-voz das FAPLA, é hoje simplesmente Júlio de Almeida, integrante da geração da utopia que ficciona algum do seu desencanto sem cair na amargura. (...)
(...) "A geração que fez a luta está em vias de extinção. Quer queira, quer não, vai acabar, mas o país não vai acabar. A estas novas gerações que lhes interessa o colonialismo, interessam-lhes é como vão sobreviver amanhã" (Júlio de Almeida) (...)
(...) Escreve Pepetela que “a verve satírica” de Júlio de Almeida “vem constantemente ao de cima”, neste livro que tem como característica importante “o falar de coisas sérias, dramáticas mesmo, mas sem perder nunca a qualidade estratégica número um para a sobrevivência do angolano, a capacidade de rir das próprias desgraças”.
"(...) "A geração que fez a luta está em vias de extinção. Quer queira, quer não, vai acabar, mas o país não vai acabar. A estas novas gerações que lhes interessa o colonialismo, interessam-lhes é como vão sobreviver amanhã" (Júlio de Almeida) (...)"
Quem nasceu no sul de Angola, que fosse branco, em 1940, pensavam que em 1960 que era facílimo fazer daquelas terras um paraíso, se o "colon", naquele caso o "caputo" ou "chicronho", se voltasse para a sua terra e os deixasse a eles mandar naquilo.
Isto era a conversa de alguns, não muitos, embora naquelas regiões de Namibe, (Moçâmedes) e Lubango, (Sá da Bandeira) havia muita descendência de "chicronhos".
Enviar um comentário