Mostrar mensagens com a etiqueta filmes. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta filmes. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 7 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25489: Os nossos seres, saberes e lazeres (627): "Monumento aos Combatentes do Ultramar - Belém", um apontamento filmográfico de Manuel Lema Santos, 1.º Tenente da Reserva Naval

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Lema Santos, 1.º Tenente da Reserva Naval, enviada no dia 3 de Maio de 2024,via WhatsApp, ao coeditor Carlos Vinhal:

Meu Caro Carlos Vinhal,

Grato pela conversa telefónica havida com duração acima de 01:30. Grande paciência a tua!

O link permite o acesso a um filme que rodei com a minha "GoProHero12Black" em 20240424.

Depois de o referir com alguns elementos históricos descritivos, editei o filme que titulei com o nome de "Monumento aos Combatentes do Ultramar - Belém".
Apenas uma legenda: «esquecidos"
Em:
https://youtu.be/eYEqiJC60Fs


2. Ainda no mesmo dia, via WhatsApp, resposta enviada ao camarada Manuel Lema Santos:

Caríssimo Manuel Lema Santos,

Já vi o teu filme, que mostra muito bem o nosso Memorial, só tenho uma dúvida quanto aos mais esquecidos. Serão os falecidos em campanha, cujo nome ali fica perpetuado, ou nós que passámos uma vida na condição de anónimos até que a maravilha da internet nos pôs todos em contacto para que unidos pudéssemos gritar que ainda cá estamos?

Se não te importares, aproveito a tua mensagem para encimar o link para o teu filme, quando publicar no blog. Publiquei um pequeno comentário ao teu filme no youtube (sou o MrCaresvi). O filme está muito bom, quase um trabalho de profissional.

Aqui fica o meu abraço e os votos de saúde para ti e para a tua excelentíssima família.
Carlos Vinhal


3. Nova mensagem de Manuel Lema Santos

Meu Caro Carlos Vinhal,

Na minha perspectiva aglutinadora é o conjunto de ambos... todos "esquecidos". Julgo que quando falamos de Antigos Combatentes estaremos a referir todo os que se bateram por Portugal, mesmo no pós Guerra do Ultramar. Houve outras pelejas...

Uns tiveram menos ou nenhuma sorte e cairam em combate. Aos que regressaram vivos compete, ainda que com mazelas várias ou saúde mental diminuída de que as memórias históricas são parte, alertar permanentemente responsáveis Políticos e Instituições, para a necessidade de distinguir e honrar os que se bateram pelo País, independentemente do destino último de cada um.
Afinal o que os distingue dos que nunca compareceram à chamada, dos refractários ou dos desertores? Claro que não me permito considerar um devassado conceito de "objector de consciência", onde eventualmente nos classificamos todos em relação a um filosófico conceito de guerra.

Forte abraço,
MLS





Localizado junto ao Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa. Foi criado para homenagear todos os militares que combateram nas várias frentes, em defesa da Pátria. Criado em 1991 por uma equipa liderada pelo arquitecto Francisco José Ferreira Guedes de Carvalho.
Foi inaugurado a 15 de janeiro de 1994 por Prof. Doutor Adriano Moreira e pelo General Altino de Magalhães, ao tempo Presidente da Liga dos Combatentes. Desde esse ano, em cada dia 10 de Junho, é ali realizado o Encontro Nacional de Combatentes.

O monumento é constituído por um lago com uma estátua central. No ano 2000, ao longo do Forte do Bom Sucesso, foram afixadas lápides onde figuram os nomes dos caídos no cumprimento do dever pátrio.

Durante o período da guerra em África (1961-1974) foram empenhados nas três frentes cerca de 800.000 militares portugueses, dos quais a maioria, cerca de 70 %, eram oriundos de Portugal Continental, Açores e Madeira e cerca de 30 % de recrutamento local (Angola, Guiné e Moçambique).

As forças militares portuguesas eram constituídas essencialmente por militares do Serviço Militar Obrigatório e, no Exército, essa realidade era bastante mais expressiva, pois os militares do Exército representavam 92 % do total do pessoal, a Força Aérea 5 % e a Marinha 3 %.
Registaram-se 202.000 faltosos e cerca de 20.000 refratários, o que representa um universo superior a 220.000 homens que, deliberadamente não se apresentaram para cumprirem o serviço militar durante o período da guerra (1961-1974), aos quais se juntam cerca de 9000 desertores.

Durante o período em que decorreu a guerra morreram mais de 10.000 militares, sendo a maioria do Exército (9.638), seguidamente da Força Aérea (511) e finalmente da Marinha (260). Entre os civis contaram-se aproximadamente 6.200 mortos e 12.200 feridos.
Entre os movimentos independentistas (Angola, Guiné e Moçambique) contaram-se 28.226 mortos e 9.450 feridos.

Filme, imagens e edição do autor da publicação
Fontes da descrição: Wikipédia, Revista Portuguesa de História Militar, Ano I - nº 1 (Dezembro 2021) e Marcha dos Marinheiros pela Banda da Armada

Manuel Lema Santos
1TEN RN, 1965-1972
LFG «Orion» - Guiné, 1966/68
CNC/BNL, 1968/70
EMA, 1970/72

Música
Marcha dos Marinheiros
Banda da Armada Portuguesa
Antologia do Centenário 1903-2003

_____________

Nota do editor

Último post da série de 4 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25477: Os nossos seres, saberes e lazeres (626): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (152): Lembranças de Manuel de Brito e da Galeria 111 (2) (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13843: Convívios (640): No almoço da Tertúlia da Tabanca de Matosinhos da próxima quarta-feira, dia 5 de Novembro, será exibido o filme/documentário "Pabia di aos", de Catarina Laranjeiro, feito recentemente na Guiné-Bissau (José Teixeira)

1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux. Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de hoje, 3 de Novembro de 2014:

Olá Carlos

Na próxima quarta-feira dia 5, vai ser projetado na Tabanca Pequena- Restaurante Milho Rei, em Matosinhos, o documentário "Pabia di aos" (Por causa de hoje) feito recentemente na Guiné-Bissau pela Catarina Laranjeiro.
O filme/documentário centra-se em diversas entrevistas que a autora fez a ex-combatentes guineenses de ambas as frentes, conforme sinpose que junta e algumas fotos.

Convido-te desde já a estares presente pelo valor do conteúdo e pela possibilidade de vos abraçar e peço que coloques no nosso blogue para que os ex-combatentes possam ter conhecimento.

Abraço do
José Teixeira






Sinopse 

No documentário PABIA DI AOS é nos mostrado o que ainda resta da guerra colonial quarenta anos depois, num país onde essa memória não é pacífica.
De facto, aqueles que aderiram ao movimento de libertação e aqueles que lutaram no exército colonial põem em cena uma multiplicidade de discursos e memórias irreconciliáveis.
Somos assim conduzidos a uma viagem que problematiza a herança colonial na Guiné-Bissau, problematizando o que ainda hoje permanece por se contar sobre os contornos desta guerra.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 27 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13811: Convívios (639): No almoço da Tertúlia da Tabanca de Matosinhos da próxima quarta-feira, dia 29, vai poder ouvir-se fados (José Teixeira)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8315: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (9): Maria Arminda Santos, a decana das enfermeiras pára-quedistas, participante do filme Quem Vai à Guerra (a estrear no cinema comercial, a 16 de Junho, em Lisboa, Porto e Aveiro)


Fotograma do filme Quem Vai à Guerra, de Marta Pessoa (Portugal, Real Ficção, 2011)> Quatro enfermeiras pára-quedistas, da esquerda para a direita, a Cristina Silva e a Rosa Serra (1º plano); a Natércia Neves e a Maria Arminda Santos (em 2º plano) (*).. 


Segundo a apresentação feita pelo nosso camarada Miguel Pessoa, "a Maria Arminda é a decana das enfermeiras pára-quedistas, tendo sido a n.º 1 do 1º curso. Tem uma óptima memória que lhe permite relembrar muitas das experiências que viveu na Força Aérea e, das conversas que temos tido, auguro que poderão vir aí muitas histórias interessantes. Por isso, aqui vai a sua ficha de inscrição, de que consta o seu currículo, uma foto da época (tipo passe), uma foto recente e algumas fotos de época que podem ser espalhadas pelo Poste de apresentação… Finalmente, o necessário texto, um dos requisitos para a inscrição" (...)

Em 21 participantes do filme Quem Vai à Guerra, todas mulheres, oito são ex-enfermeiras pára-quedistas, se bem as contei: além das já citadas, temos ainda a Giselda Pessoa, a Ercília Pedro, a Aura Teles e a Júlia Lemos...

O filme vai ter estreia comercial, em Lisboa, Porto e Aveiro, no dia 16 de Junho (**). Dois trailers do filme podem aqui ser vistos:


http://www.youtube.com/watch?v=a_mdRc4owwM&feature=related  (depoimento de enfermeiras pára-quedistas)


Acima: Foto da rodagem do filme Quem Vai à Guerra, disponível  no mural da respectiva página no Facebook (Aqui reproduzidas com a devida vénia...)

___________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 18 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8289: As mulheres que, afinal, foram à guerra (6): Mais fotos da rodagem do filme "Quem vai à guerra"...

(**) Último poste da série > 18 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8295: As mulheres que, afinal, foram à guerra (8): As nossas correspondentes e o nosso volume de correio semanal... (Luís Graça)

sábado, 14 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8274: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (4): As primeiras fotos da estreia do filme "Quem Vai à Guerra", de Marta Pessoa (Luís Graça)

Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > No hall do Grande Auditório, a realizadora, Marta Pessoa, e a uma das participantes, a ex-Enf Pára-quedista, Cristina Silva, ferida em combate em Moçambique.


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > Outras duas mulheres (das 20) que entram no filme: a Giselda Pessoa, nossa camarada, enfermeira pára-quedista (BCP 12, Bissalanca, 1972/74) e Maria Alice Carneiro, que no filme representa as confidentes e madrinhas de guerra...


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > O nosso camarigo Zé Martins (à esquerda) com a mana, Maria Lurdes Costa que entra no filme, e seu marido Cesário Costa (que esteve na guerra em Angola e que teve a gentileza de me oferecer, autografado, um exemplar do seu livro Memória das Memórias, editado em 2003).


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011) > Giselda Pessoa, ao centro, tendo a seu lado os nossos camarigos Jorge Cabral e António Marques... Não tenho, infelizmente, de outras camaradas pára-quedistas que conheci, pessoalmente nesta ocasião como a Lurdinhas e a Natércia (que estão convidadas formalmente a integrar o nosso blogue, apadrinhadas pelo Miguel Pessoa)...
 

Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa >  O João Graça, o António Santos e a esposa, Graciela (que vieram expressamente de Caneças, Odivelas)


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > O nosso Jorge Cabral, sempre feliz  entre as mulheres (as grandes e as bajudas)... Neste caso, a Maria Alice Carneiro que no filme representa as madrinhas de guerra...

Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > O psiquiatra João Graça, o nosso camarada Sérgio Pereira (co-fundador e dirigente da Apoiar), mais a esposa Catarina... Não vi este simpatiquíssimo casal desde o nosso primeiro encontro nacional, na Ameira, em 2006... Só por lapso, seu e nosso, o Sérgio não faz parte, formalmente, da nossa Tabanca Grande... É leitor assíduo do nosso blogue


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > O  Sérgio Pereira e a Catarina...


Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > Miguel Pessoa e António Paiva.




Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa >  Da esquerda para a direita: A Elisa, a Alice, o marido da Elisa (Manuel Lima, um dos primeiros militares a ir para a Guiné, 1962/64) e o João Graça.

Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > A nossa querida amiga, do Porto, Laura Fonseca, socióloga da educação, professora universitária, escritora, a quem, como especialista em questões de género, "encomendei" uma crítica do filme para o nosso blogue...



Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > A realizadora, na sessão de debate do filme, com uma representante da comissão organizadora do IndieLisboa 2011... Registe-se a excelente equipa de produção, da Real Ficção, a empresa do cineasta Rui Simões... E entre muitos outros nomes, o de Rita Palma, assistente de realização e responsável da montagem do filme... (É prima do nosso camarigo Paulo Santiago).



Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > Intervenção do nosso camarigo Zé Martins, na sessão de debate do filme... Aspecto da assistência que participaou no debate...



Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > Os nossos queridos amigos (meus e da Maria Alice Carneiro) José António Paradela e Matilde Henriques, acompanhados do filho mais novo... O meu amigo Arq Zé António Paradela, de Ílhavo, amigo também do Jorge Picado, fez a sua tropa na pesca do bacalhau, aos 16 anos...



Lisboa > 8º Festival Internacional do Cinema Independente > Culturgest > 13 de Maio de 2011 > Estreia do filme Quem Vai à Guerra (Portugal, 2011), de Marta Pessoa > Maria Lurdes Costa, mana do Zé Martins, que entra no filme, como uma das mulheres que foi à guerra, acompanhando, em Angola, o seu marido, Cesário Costa.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados


____________

Nota do editor:

Vd. último poste da série > 11 de Maio de 2011> Guiné 63/74 - P8259: As mulheres que, afinal, também foram à guerra (3): O(s) discurso(s) feminino(s) (Luís Graça)


Vd. também poste de 4 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8219: Agenda cultural (118): Quem vai à guerra, de Marta Pessoa (Portugal, 2011, Documentário, 130' )... A guerra no feminino... Indie Lisboa 11 (8º Festival Internacional de Cinema Independente) - Lisboa, Culturgest, 13 de Maio, 6ª feira, 21h30

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8030: Filme com fotos do Sargento-Mor Humberto Duarte dedicado aos ex-combatentes que já partiram (Ana Duarte)



1. A nossa amiga Ana Duarte, viúva do nosso camarada Sargento-Mor Humberto Duarte, que foi Fur Mil Op Esp / RANGER do BCAÇ 4514, Cantanhez - 1973/74, em mensagem do dia 29 de Março, enviou-nos este filme com um pequeno texto de apresentação:

O texto foi tirado de outro que me tinham enviado e que era escrito por um senhor brasileiro Getúlio ...e dedicado a todos os soldados mas especialmente aos que foram em missão ao Haiti. 

Fiz umas modificações no texto, escolhi a música, fotos do Sarg-Mor Humberto Duarte e dedico-o a ele e todos os ex-combatentes que já partiram.




Ana Duarte
____________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 1 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6667: As nossas mulheres (17): Um pouco de mim (Ana Duarte)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6204: Agenda cultural (72): Documentário, de Diana Andringa, Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta, no IndieLisboa '10, na Culturgest, a 23 (Grande Auditório, 21h30) e 25 (Pequeno Auditório, 18h30)



Sítio do  IndieLisboa '10 - 7º Festival Internacional de Cinema Independente, Lisboa, 22 de Abril a 2 de Maio de 2010


Tarrafal: Memórias do Campo da Morte, documentário de  Diana Andringa:  "Longas horas de pé sobre um banco, espancado se tentasse apoiar-se na parede, foram uma das torturas sofridas por Arlindo Borges, de Cabo Verde".




 Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta, documentário de Diana Andringa:  "lanta do campo gravada num osso de vaca cuidadosamente preservado"


1. Mensagem enviada pela nossa amiga Diana Andringa, realizadora, no passado dia 19:

Assunto - Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta no IndieLisboa '10

 Olá! 

Às 21H30 do dia 23 de Abril   passa no Grande Auditório da Culturgest (Caixa Geral de Depósitos, Campo Pequeno), o documentário que fiz sobre o Campo de Concentração do Tarrafal – "Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta".

Teria muito gosto em que fosse visto por muita gente nessa noite. A imagem do João Ribeiro e o som da Armanda Carvalho são ainda melhores  naquelas condições. Tenho alguns convites para oferecer aos que o desejem.

O filme repete no Pequeno Auditório da Culturgest no dia 25, às 18H30.

 Diana Andringa

Tarrafal: Memórias do
Campo da Morte Lenta.


Chamavam-lhe "o Campo da Morte Lenta". Os críticos, naturalmente. Que as autoridades, essas, chamaram-lhe primeiro, entre 1936 e 1954, quando os presos eram portugueses, "Colónia Penal de Cabo Verde" e, depois, quando reabriu em 1961 para nele serem internados os militantes anticolonialistas de Angola, Cabo Verde e Guiné, "Campo de Trabalho de Chão Bom". 

Trinta e dois portugueses,  dois angolanos, dois guineenses perderam ali a vida. Outros morreram já depois de libertados, mas ainda em consequência do que ali tinham passado. Famílias houve que, sem nada saberem do destino dos presos, os deram como mortos e chegaram a celebrar cerimónias funebres.

"Ali é só deixar de pensar. Porque se não morre aqui de pensamentos. É só deixar, pronto. Os que têm vida ficam com vida. Nós aqui estamos já quase mortos." A frase é do angolano Joel Pessoa, preso em 1969 e libertado, com todos os outros presos do campo, em 1 de Maio de 1974.

No 35º aniversário desse dia, a convite do presidente da República de Cabo Verde, Pedro Verona Pires, os sobreviventes reencontraram-se para um Simpósio Internacional sobre o Campo de Concentração do Tarrafal.

"Tarrafal: memórias do Campo da Morte Lenta" resultou desse reencontro. Durante os dias em que os antigos presos voltaram ao Tarrafal, gravámos entrevista após entrevista, registando as suas recordações. Trinta e dois presos, desde o português Edmundo Pedro, um dos que o estreou, em 1936, aos angolanos e cabo-verdianos que foram os últimos a deixá-lo, no 1º de Maio de 1974, passando pelos guineenses que, ali chegados em Setembro de 62, saíram em 64 uns, em 69 os restantes.  Um guarda, Joaquim Lopes, cabo-verdiano e convertido ao PAIGC. Uma das raras pessoas que testemunhou a vida no Tarrafal desde a sua abertura ao seu encerramento, Eulália Fernandes de Andrade, mais conhecida por D. Beba.

É um documentário feito à base de depoimentos e filmado quase sempre no interior do campo, afinal, o espaço em que os presos se moviam. Entre as raríssimas excepções, o cemitério, onde acompanhamos a homenagem dos sobreviventes aos que ali ficaram. Vozes, caras expressivas contra fundo de cela. Alguns objectos surpreendentes: as calças rasgadas  pelo chicote e puída pelo chão prisional, a planta do campo desenhada num osso de vaca, a bengala que testemunha o resultado da tortura. A alegria de se verem lembrados em duas exposições nas celas que tinham ocupado.

A alegria: palavra estranha num filme sobre o Tarrafal. Mas essa é a grande lição destes homens: porque, como diz um deles, o caboverdiano Jaime Scofield, "o mais importante não é que eles nos tenham querido matar lentamente. O mais importante é que nós resistimos."

Esta é a história de homens a quem quiseram destruir toda a esperança e que souberam resistir até à vitória: "Porque no Tarrafal nós inventámos a vida, sempre!"

TESTEMUNHOS
- por ordem de entrada no filme -

Edmundo Pedro (Portugal)
Eulália de Andrade, D. Beba (Cabo Verde)
Joaquim Lopes, guarda (Cabo Verde)
Cândido Joaquim da Costa (Guiné)
Caramó Sanhá (Guiné)
Francisco Mendes Vieira (Guiné)
Manuel Neves Trindade (Guiné)
Carlos Sambu (Guiné)
Augusto Pereira da Graça (Guiné)
Macário Freire Monteiro (Guiné)
Nobre Pereira Dias (Angola)
Amadeu Amorim (Angola)
Fernando Correia (Guiné)
Mário Soares (Guiné)
Jorge da Silva (Guiné)
Agnelo Lourenço Fernandes (Guiné)
Lote Sachicuenda (Angola)
Augusto Kiala Bengue (Angola)
Evaristo "Miúdo" (Angola)
Silva e Sousa (Angola)
Joel Pessoa (Angola)
Lote Soares Sanguia (Angola)
Jaime Cohen (Angola)
Alberto Correia Neto (Angola)
Vicente Pinto de Andrade (Angola)
Justino Pinto de Andrade (Angola)
Carlos Tavares (Cabo Verde)
Luis Fonseca (Cabo Verde)
Jaime Scofield (Cabo Verde)
Luís Mendonça (Cabo Verde)
Arlindo Borges (Cabo Verde)
António Pedro Rosa (Cabo Verde)
Pedro Martins (Cabo Verde)


Ficha técnica:
Imagem: João Ribeiro
Som: Armanda Carvalho
Montagem: Cláudia Silvestre
Música; "Abandono" ("Fado Peniche") Poema: David Mourão-Ferreira Música: Alain Oulman Voz: Amália Rodrigues
Assobio: Bruno Morgado
Voz off: Jorge Sequerra
Misturas: João Ganho
Produção e Realização: Diana Andringa [, 2009]
Tempo: 1H 30'




2. Comentário de L.G.:

Além deste trabalho da Dina Andringa, que que eu recomendo vivamente e vou ver, espero que não percam também o filme de Rui Simões, de 2010, com a duração de 95', Ilha da Cova da Moura,  um bairro do Concelho da Amadora, injustamente estigmatizado e mal amado, que pode ser visto, simbolicamente, como a última ilha que nos restou do arquipélago a que um dia chamámos Império Colonial... Parafraseando uma jovem moradora local, "português preto não existe" (sic)... A frase, na sua ambiguidade,  pode também querer sugerir duas coisas: que há, entre nós um velho racismo subliminar nunca resolvido, e que a exclusão social e o racismo andam quase sempre de mãos dadas...

Um trailer do filme, com a duração de 1' 45'', pode ser visto aqui.

Exibições: 28 Abril, 19:00, Culturgest, Grande Auditório
30 Abril, 18:30, Culturgest, Pequeno Auditório

Sinopse:

Na área da Grande Lisboa, o nome Cova da Moura nunca foi sinónimo de bem-estar, educação ou prosperidade. Pelo contrário, esteve sempre associado à ideia de violência, insegurança, perigo, ou, na melhor das hipóteses, de falta de instrução ou simplesmente pobreza. O documentário de Rui Simões não pretende apenas procurar o outro lado do bairro e fazer um retrato positivo da sua comunidade. O objectivo deste projecto não é o de apagar uma série de ideias feitas mas procurar as causas e efeitos desses preconceitos. Assim, o realizador seguiu o quotidiano deste bairro, descobrindo nele reflexos de Cabo Verde e procurando os modos como a exclusão social se combate ou perpetua nas vidas dos seus moradores.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5251: Agenda Cultural (44): Filme: Acto dos Feitos da Guiné (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos, (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 29 de Outubro de 2009:



Filme: "Acto dos Feitos da Guiné" na Sociedade Portuguesa de Autores, em 25 de Novembro, pelas 18.30.



A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e o ABC Cine-Clube de Lisboa organizam o ciclo “Cinema Português – Filmes Esquecidos”, entre 4 de Novembro e 18 de Dezembro.

Os filmes serão exibidos no Auditório Maestro Frederico de Freitas, da SPA, na Avenida Duque de Loulé, nº 31.

Para mais informações, consultar: http://abc-cineclube.blogspot.com/; http://www.spautores.pt/.



Interessa-nos particularmente o filme “Acto dos Feitos da Guiné”, realizado por Fernando Matos Silva, rodado entre 1979 e 1980 e que nunca foi estreado comercialmente.

De acordo com a apresentação, trata-se de “Mistura de ficção e documentário para falar de uma realidade histórica. A ficção envolve formas explícitas de faz-de-conta, teatro de agitação, a História com voz, corpo e cabelo.

Algumas das imagens foram recolhidas pelo então capitão Matos Silva, membro do departamento de cinema, em missão de soberania à província ultramarina da Guiné”.

De acordo com a ficha técnica, a música é de Fausto (então, no apogeu das suas faculdades musicais) e a fotografia é de José Luís Carvalhosa. Junta-se imagem do anúncio deste ciclo de cinema português.

(Beja Santos)
___________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

8 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5238: Agenda Cultural (43): TVI, As Tardes da Júlia, 2ª feira, 9/11/2009, das 14h às 17h: As Mulheres na Guerra... (Miguel Pessoa)

terça-feira, 30 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4607: III e IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (16): Micro-filme com imagens de Monte Real (dias 17Maio2008 e 6Junho2009)

1. O nosso Camarada Jorge Canhão, que foi Fur Mil da 3ª Cia do BCAÇ 4612/72, Mansoa 1972/74, enviou-nos um filme, sem mais palavras mas com muitas imagens, que dedica a todos os Tertulianos, que estiveram presentes nas 2 últimas confraternizações anuais do pessoal “bloguista”, que decorreram na bonita e acolhedora Quinta do Paúl, em Ortigosa, Monte Real.


Um abraço,
Jorge Canhão
_________
Notas de M.R.:

(*) Vd. último poste desta série em:



quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2403: Antologia (67): As Duas Faces da Guerra: Como si la guerra fuera un simple juego de ajedrez (Álex Tarradelas)

1. Mensagem do catalão Alex Tarradelas, a residir em Lisboa, com data de 22 de Outubro de 2007:


Caro Luís Graça,

Sou um catalão residente em Lisboa que o outro dia tive a sorte de ver As duas faces da guerra no DocLisboa (1).

Colaboro com os meios Rebelión e Tlaxcala, não sei se conhece, e com motivo do documentário achei que seria interessante escrever um artigo sobre o documentário para que o público espanhol tenha mais consciência do que foi a guerra colonial para Portugal. O artigo é Copyleft, logo, se quiser dispor dele não vai ter nenhum problema.

Espero que não seja um incómodo que tenha utilizado duas imagens do seu blog sem pedir-lhe autorização. Saudações e parabéns pelo seu blog. (...) .


2. Reprodução do artigo, com a devida vénia:

«Las dos caras de la guerra»,
Álex Tarradellas
Tlaxcala


La periodista portuguesa Diana Andringa y uno de los cineastas más reputados de Guinea Bissau, Flora Gomes, decidieron hacer un documental a cuatro manos y a dos voces que abordara las dos caras de la guerra colonial que enfrentó entre 1963 y 1974 al PAIGC (Partido Africano para la Independencia de Guinea Bissau y Cabo Verde) con las tropas portuguesas.

Con motivo del Festival Internacional de Cine Documental de Lisboa, Diana Andringa presentó el documental lamentando la ausencia de Flora Gomes e incidiendo en la necesidad de revisar y recordar el escenario de la guerra, por mucho que les pese a los portugueses.

As 2 Faces da Guerra (Las dos caras de la guerra) se rodó a lo largo de seis semanas, en las que los realizadores recorrieron las regiones guineanas de Bissau, Mansoa, Geba, Bafatá y Guilege. También viajaron a Cabo Verde y a Lisboa. Todo ello para recoger diversos testimonios de quienes vivieron la guerra colonial, tanto militares portugueses como militantes del PAIGC o simples moradores de las poblaciones visitadas.

El hecho de que cada director tense la cuerda por un lado resulta de lo más interesante para tratar uno de los conflictos armados más sangrientos sufridos durante el colonialismo portugués. Prueba de ello es que el documental esté dedicado a Amílcar Cabral y a unos soldados portugueses fallecidos en suelo africano cuyos nombres Diana Andringa encontró grabados en una losa destruida cuando en 1995 se desplazó a la ciudad de Geba como reportera de Público. De hecho, este hallazgo fue el punto de partida de este trabajo.

El homenaje a la figura de Amílcar Cabral es palpable a lo largo del documental. Lejos de querer idolatrarlo, los testimonios definen la gran dimensión humana del revolucionario del PAIGC. Un guerrillero que, a pesar de encontrarse en medio de un cruento conflicto armado con todo lo que conlleva, decía sentir como algo suyo al pueblo portugués. Y es que, más allá de la guerra, existía cierta complicidad entre los dos bandos. Amílcar Cabral declaró al inicio del conflicto: «No hacemos la guerra contra el pueblo portugués, sino contra el colonialismo». Esta idea es clave para entender cómo muchos de los portugueses reclutados en las colonias estaban del lado de los movimientos revolucionarios por la independencia [el PAIGC en el caso de Guinea Bissau y Cabo Verde, el MPLA (Movimiento de la Liberación de Angola) y el FRELIMO (Frente de Liberación de Mozambique)].

Tampoco es casualidad que los militares que se levantaran contra el régimen salazarista durante la revolución del 25 de abril, conocida como la Revolución de los Claveles, fueran soldados combatientes en Guinea Bissau cansados de recibir de la metrópolis órdenes ajenas a la realidad en la que se encontraban inmersos. Por eso, no deberían sorprendernos las imágenes que aparecen en el documental de un militante del PAIGC que con la euforia del 25 de abril grita a una masa exaltada: «¡Viva el PAIGC!, ¡Viva el 25 de abril!, ¡Viva Portugal!».

A media película, la esposa de Amílcar Cabral hace una declaración que resulta clave para entender los propósitos del guerrillero. Declara que, si hubiera sido posible, Amílcar habría cambiado las armas por los libros para hacer la revolución. Era un hombre extraordinariamente culto con un gran poder de convicción a través de sus palabras. Uno de los principales objetivos del revolucionario era formar desde la raíz la cultura de los guineanos y caboverdianos con una educación basada en la historia, la geografía y las tradiciones de estos países y no en las impuestas por Portugal. Y es que resulta irónico y te eriza los pelos oír las palabras de un militante del PAIGC acerca del fin de la guerra. El hombre nos cuenta con toda naturalidad como, una vez terminada la guerra, todos vuelven a ser amigos olvidándose de las antiguas rencillas. Como si la guerra fuera un simple juego de ajedrez en el que las fichas no pueden moverse sin la mano de los jugadores, pero en la que los jugadores pueden disponer de sus fichas siempre que quieran y puedan.

El 20 de enero de 1973 Amílcar Cabral fue asesinado en Conakry. Unos meses después, el 24 de septiembre de 1973, fue declarada la independencia de Guinea Bissau, aunque ésta no fue reconocida internacionalmente hasta la Revolución de los Claveles. Si Amílcar no hubiera sido asesinado y hoy se encontrara en el mundo de los vivos, quizá no estaría tan orgulloso del panorama en el que se encuentra sumido su país. Según datos del UCW (Understanding Children Work) en el año 2000 un 54% de los niños menores de 14 años trabajaban un mínimo 28 horas en Guinea Bissau. La tasa de alfabetización en 2005 rondaba el 44,8%. Esto se debe a los continuos golpes de estado (y las consiguientes guerras civiles) provocados sobre los frágiles gobiernos que muchas veces se asemejan a aquellas fichas de ajedrez que, sin la presencia de los jugadores, no pueden moverse.

En fin, este documental contribuirá a que los portugueses y guineanos revisen una parte desfragmentada de su historia. Y, por mucho que les duela, quizá los debates ayudarán a banalizar la guerra hasta el punto de quitarle el sentido a ésta. Quizá servirá para que, en un futuro, las únicas minas que siembren en los campos, en los bosques y en los caminos sean los libros, la mejor arma para ganar una guerra.

«La destrucción del fascismo en Portugal deberá ser obra del propio pueblo portugués; la destrucción del colonialismo portugués será obra de nuestros propios pueblos.»

«Las masas populares son portadoras de cultura, ellas son la fuente de la cultura y, al mismo tiempo, la única entidad verdaderamente capaz de preservar y de crear la cultura, de hacer historia.»

(Amílcar Cabral)

Para más información, echar un vistazo a este interesantísimo blog realizado por portugueses excombatientes en Guinea Bissau (en portugués): http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/

______________

Fuente: Rebelion http://www.rebelion.org/noticia.php?id=57955

Artículo original publicado el 22 de octubre de 2007

Sobre el autor:

Álex Tarradellas es miembro de Rebelión, Cubadebate y Tlaxcala, la red de traductores por la diversidad lingüística. Este artículo se puede reproducir libremente a condición de respetar su integridad y mencionar al autor y la fuente.

___________

Nota de L.G.:


(1) Vd. post de 20 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2197: A nossa Tabanca Grande e As Duas Faces da Guerra (4): Encontro tertuliano no hall da Culturgest na estreia do filme (Luís Graça)

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2362: O Movimento Nacional Feminino no filme em DVD Natal de 71, de Margarida Cardoso, que recomendo (Diana Andringa)


1. Mensagem da Diana Andringa:

A propósito de senhoras da Cruz Vermelha, cigarros, isqueiros e outras ofertas de Natal (1):

Na sessão em que vai ser lançado o DVD Guiné: As 2 faces da guerra, vai ser lançado um outro, com um documentário da Margarida Cardoso, Natal de 71, em que o tema é também a guerra colonial - mas em Moçambique - e o disco que, nesse Natal, o Movimento Nacional Feminino (e não as senhoras da Cruz Vermelha, pergunto-me se não há confusão) oferecia aos soldados (2).

O documentário é muito bom, na minha opinião - e, se não o viram (passei-o na RTP2 em 2001, penso que já terá passado outras vezes), vale a pena verem-no. Já que referiste prendas no sapatinho, acho que esse DVD é outro bom presente).

Abraço,

Diana
_________

Notas dos editores:

(1) Vd. post de 17 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2357: O meu Natal no mato (3): Banjara, 1965 e 1966: um sítio aonde não chegavam as senhoras da Cruz Vermelha (Fernando Chapouto)

(2) Vd. post de 13 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2348: Convite (1): sessão de lançamento em DVD do filme As Duas Faces da Guerra, 4ª F, 19 Dez 07, na A25A (Diana Andringa)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2348: Convite (1): sessão de lançamento em DVD do filme As Duas Faces da Guerra, 4ª F, 19 Dez 07, na A25A (Diana Andringa)

Convite que nos chega por via da Diana Andringa, co-realizadora de As Duas Faces da Guerra, e membro da nossa Tabanca Grande, e também através da Marta Lisboa, da Midas Filmes (1):











Midas Filmes, LX Filmes e Filmes do Tejo têm o prazer de o (a) convidar para a sessão de lançamento em DVD dos filmes:

- AS DUAS FACES DA GUERRA, de Diana Andringa e Flora Gomes

- NATAL 71, de Margarida Cardoso (1)

4ª feira, 19 Dezembro, 18h30, Associação 25 de Abril (Rua da Misericórdia, 95, Lisboa)

Apresentação: COR CARLOS MATOS GOMES

2. Comentário de L.G.:

Quem quiser e puder aparecer - e esperemos que sejam muitos dos nossos amigos e camaradas - deve mandar um mail para marta.lisboa@midas-filmes.pt. Vou fazer um esforço por lá aparecer... LG

___________

Notas de L.G.:

(1) Contactos:

Marta Lisboa
Midas Filmes
Pç São Paulo, 19-2º Esq.
1200-425 Lisboa
PORTUGAL
tel+fax: +351 21 347 90 88

e-mail: marta.lisboa@midas-filmes.pt
webpage: http://www.midas-filmes.pt/

(2) “Natal 71” de Margarida Cardoso, Documentário, Portugal, 52’

"Natal 71” é o nome de um disco oferecido aos militares do Ultramar Português nesse mesmo ano. CANCIONEIRO DO NIASSA é o nome que foi dado a uma cassete audio, gravada clandestinamente por militares ao longo dos anos de guerra, em Moçambique. São memórias de um país fechado do resto do mundo, pobre e ignorante, adormecido por uma propaganda melosa e primária que nos tentava esconder todos os conflitos, e que nos impedia de pensar e de reconhecer a natureza repressiva do regime em que vivíamos. Produção: Filmes do Tejo [1999].

Fonte: Excerto de Videoteca Municipal de Lisboa
__________

À venda na FNAC e no Corte Inglês. Ou pedindo directamente à MIDAS, www.midas-filmes.pt , telefone/fax 213479088, Praça de S.Paulo, 19 - 2º Esq. 1200-425 Lisboa.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2314: Exibição do filme As Duas Faces da Guerra (2): Coimbra, 4 de Dezembro, 14h30, auditório da FE/UC (Fernando Barata)

Lisboa > Fundação Mário Soares > A jornalista e cineasta portuguesa Diana Andringa, co-realizadora do filme As Duas Faces da Guerra (Portugal/Guiné-Bissau, 2007), fotografada na inauguração da exposição fotográfica do Américo Estanqueiro (1).

Foto: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem (urgentíssima) do nosso amigo e camarada conimbricense Fernando Barata, que em tempos foi um brioso Alf Mil da CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72) (e continua a ser, hoje como Tenente miliciano da reserva da Pátria...):

Críssimos:

Pedia-vos a divulgação do documento que abaixo se insere, já que o tempo urge.

Para o Luís e Virgínio imagino que seria uma violência virem de Lisboa a Coimbra (abdicava do meu tempo de antena a vosso favor) mas seria um prazer do tamanho do Mundo ter-vos por cá.

Agora, para ti Carlos: de Leça a Coimbra é já ali e acredita que só para ouvir o Pezarat, todos os passos valem a pena (bem como a Diana).

Aquele abraço
F. Barata


2. Sessão de cinema em Coimbra, dia 4 de Dezembro, seguida de debate

As Duas Faces da Guerra
Um filme de Diana Andringa e Flora Gomes


4 de Dezembro de 2007, 14:30,
Auditório da Faculdade de Economia
da Universidade de Coimbra

Apresentação

As Duas Faces da Guerra, documentário rodado na Guiné-Bissau, Cabo Verde e Portugal e que integra um conjunto de entrevistas e depoimentos de pessoas que viveram o período da guerra colonial/luta de libertação na Guiné-Bissau, dando o mote para um debate em torno dos temas da reconciliação, memória histórica e pós-conflito.


Comentários e debate com…

Diana Andringa
Pedro Pezarat Correia
Fernando Barata
Sílvia Roque


Organização:

Núcleo de Estudos para a Paz
do Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra
_________

Notas dos editores:

(1) Vd. post de 12 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2260: Álbum das Glórias (33): Inauguração da exposição de fotografia do Américo Estanqueiro, hoje, na Fundação Mário Soares

(2) Vd. post de 13 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2262: Exibição do filme As Duas Faces da Guerra (1): Castro Verde (16/11) e Coimbra (4/12) (Diana Andringa / Fernando Barata)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2262: Exibição do filme As Duas Faces da Guerra (1): Castro Verde (16/11) e Coimbra (4/12) (Diana Andringa / Fernando Barata)


Flora Gomes, cineasta guineense, um dos mais conceituadops do cinema africano actual. É co-realizador, com a portuguesa Diana Andringa, membro da nossa Tabanca Grande, do filme-documentário As Duas Faces da Guerra (Portugal/Guiné, 2007)


1. Mensagem da Diana Andringa, de 9 de Novembro último:

Assunto - As Duas Faces da Guerra, em Castro Verde

Não sei se pode interessar algum dos bloguistas, mas... o nosso documentário vai ser exibido dia 16 [de Novembro], às 21H30, no Anfiteatro do Forum Municipal de Castro Verde.

Abraço, Diana

2. Mensagem de L.G., enviada através da tertúlia, no dia de São Martinho:

Malta (alentejana, sobretudo...):

Eis uma boa notícia... Quem puder ir a Castro Verde... [ Fui lá muitas vezes, quando fiz um estudo sobre a Mina da Somincor]...

Mas vamos ver se o filme da Diana / Flora (e que também é um bocado nosso e do IN de ontem, - que raio de nome, IN, tem a razão a Diana, ao pô-lo entre parênteses) chega também a outros sítios do nosso Portugal...

Vou pedir à Diana para nos avisar quando ele passar na RTP, como esperamos que isso venha a acontecer (em breve ?)...

Saudações para toda a Tabanca Grande, em dia de São Martinho. Luís


3. Resposta (ou melhor, pergunta, rápida, do Fernando Barata:

Luigi... E COIMBRA??? (tu, também, cá vieste muitas vezes estudar as noites da Queima...)

Aquele abraço, F. Barata





4. Resposta, quase instantânea da Diana Andringa (cque é a co-realizadora do filme):


Calma! Se arranjarem uma sessão, como fizeram em Castro Verde, leva-se o filme.

Diana

5. Cheque-mate à rainha, por parte do estratego de Coimbra:

Luís: A isto chama-se eficiência!

Documentário: As Duas Faces da GuerraData: 4 de Dezembro - 16H00 (BOLAS!!! os alentejanos de Castro Verde foram mais rápidos que nós)
Local: Auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Debate: Diana Andringa, Prof. Dr. José Manuel Pureza, Major-General Pedro Pezarat Correia
Presenças esperadas: Luís Graça, Vírgíno Briote, Carlos Vinhal

Aquele abraço
F. Barata






Luís

A isto chama-se eficiência.

Documentário: "As Duas Faces da Guerra"
Data: 4 de Dezembro - 16H00 (BOLAS!!! os alentejanos de Castro Verde foram mais rápidos que nós)
Local: Auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Debate: Diana Andringa, Prof. Dr. José Manuel Pureza, Major-General Pedro Pezarat Correia.
Presenças esperadas: Luís Graça, Vírgíno Briote, Carlos Vinhal

Aquele abraço
F. Barata

domingo, 11 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2256: Vídeos da guerra (4): Ainda nos bastidores da Operação Paris Match (Torcato Mendonça / Luís Graça / Diana Andringa)

Guiné > PAIGC > Novembro de 1970 > Um guerrilheiro empunhando uma PPSH (a irritante costureirinha).

Fonte: Nordic Africa Institute (NAI) / Foto: Knut Andreasson (com a devida vénia... e a autorização do NAI)


1. A propósito da tristemente famosa Operação Paris Match (1), o Torcato Mendonça mandou-nos a seguinte mensagem, com data de 8 de Novembro:

Meus Caros: talvez pouca importância tenha, até devido à data – Outubro de 1969 – e este facto parece ter-se ter passado antes: Jornalistas do Paris Match, incluindo uma mulher, estiveram em reportagem na Guiné e acompanharam as NT. Caíram numa emboscada e disseram que o potencial de fogo de ambas as partes era enorme, comparando até com o Vietname... E o armamento empregue, principalmente por nós, era contra determinada Convenção...

Saiu no Paris Match, circulou, mas foi logo apreendido em Bissau. Trazia a reportagem e entrevista, com foto de meia página, do Com-Chefe e o seu monóculo. Na reportagem, por ele dada, o/a Jornalista tecia-lhe comentários nada lisonjeiros. Monóculo, pingalim e a II Guerra ainda tão perto!...

Quem, nessa altura estava em Bissau deve lembrar-se do assunto. Há certamente Paris Match guardados. Se isto se confirmasse, com as devidas autorizações, podia postar-se no Blogue, cada vez a dar mais luta...

E, já agora, circulava perdido ou com o IN, no Leste, um jornalista italiano… Talvez as Info saibam… Enviaram mensagens… Falha-me a memória. Guardei, por demasiada tempo bem lá no fundo, aqueles tempos e hoje tão presentes aos cliques de certas noticias.

Um abraço, Torcato Mendonça
Fundão

2. Em resposta, o editor do blogue, L.G., escreveu-lhe:

Torcato:

Obrigado, sempre oportuno e com uma memória de elefante.

Já agora aproveito para perguntar se alguém terá este número da revista Paris Match, nº 1071, de 15 de Novembro de 1969... Ou se consegue obter uma cópia da reportagem onde se fala da Operação Ostra Amarga (Bula, 18 de Outubro de 1969). Seria ouro sobre azul, depois das coisas que já conseguimos saber a partir de dois filmes: As Duas Faces da Guerra (Diana Andringa/Flora Gomes, 2007) e Guerre en Guiné (ORTF, 1969).

O artigo ou reportagem tem por título, em francês: "Guiné: a estranha guerra dos portugueses"... Pode ser que alguém descubra este número numa biblioteca ou arquivo... Será este número que o Torcato viu em Bissau, já no final da comissão da sua CART 2339 ?

Torcato, ficas mandatado para arranjar uma fotocópia da reportagem dos franceses... Quanto à jornalista francesa, já há dias vi a página dela... Se é a mesma (Geneviève Chaubel ?), continua a ser "une belle femme"...

Deliciosa a estória que o Coronel Sentieiro contou, passada no jantar, à noite, em Bula, com os jornalistas franceses, algumas horas depois da tragédia em que morreram os nossos camaradas, o Capela e o Costa, e que foi o baptismo de fogo dos jornalistas (...).

Um Alfa Bravo a todos. Luís


PS - Referências: Guinée: l'étrange guerre des Portugais. Paris Match, nº 1071, 15.11.69

3. Esclarecimento adicional da Diana Andringa:

Julgo que o Torcato Mendonça se refere à mesma operação.

As pessoas que eu contactei não tinham a revista e, na altura, não consegui contactar a fotógrafa. Depois acabámos por desistir da busca, porque preferimos tratar a Operação Ostra Amarga só com as imagens vídeo e as entrevistas com os participantes militares.

Quanto ao que caíu no colo da senhora, foram croquetes... É extraordinário como, de um dia tão terrível, o cor Sentieiro se recorda da história dos croquetes. Penso que deve ter funcionado como um escape, um momento de descompressão.

Quanto ao lado do "IN", há boas reportagens - francesas, inglesas, italianas, suecas, cubanas. Foi daí que retirámos algumas das imagens.

Um documentário sobre a guerra na Guiné, Labanta Negro, de Piero Nelli, ganhou mesmo um prémio no Festival de Veneza, em 1966.

Abraço,

Diana
________

Nota de L.G.:

(1) Vd. post de 8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2250: Vídeos da guerra (3): Bastidores da Op Ostra Amarga ou Op Paris Match (Bula, 18Out1969) (Virgínio Briote / Luís Graça)