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domingo, 2 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26544: Tabanca Grande (569): Vilma Crisóstomo, esposa do nosso camarada João Crisóstomo, que se senta no lugar n.º 900 sob o nosso "poilão sagrado"


1. Mensagem de ontem, 1 de Março de 2025, dia de aniversário da nossa nova Amiga Grã-Tabanqueira Vilma Crisóstomo, do nosso editor Luís Graça:

Ao lado de um grande homem está uma grande mulher.  A história de amor do João e da Vilma foi aqui partilhada no blogue, em 2013[1], e a Vilma já há muito que faz parte da Tabanca Grande. A nossa melhor prenda (minha, do Carlos e do João) é mandar-lhe a seguinte mensagem:..

"Dear Vilma, on your birthday our best gift is to tell you that from today onwards you will be a member of our Tabanca Grande, please sit in your seat number 900, under our Poilão, the great, symbolic, fraternal, and sacred tree, where we all fit with everything that unites us and even with what can separate us. If João is the leader of the Tabanca of the Lusophone Diaspora, you are his pillar: behind a great man (and best friend) there is always a great woman (and best friend), even more so a beautiful woman, born in a lovely European country like Slovenia. Good health and long life, you deserve everything."

Tradução para português:

"Querida Vilma, em dia de aniversário a nossa melhor prenda é dizer-te que a partir de hoje passas a ser membro da nossa Tabanca Grande, por favor senta-te no lugar n.º 900, à sombra do nosso Poilão, a nossa grande árvore, simbólica, fraterna, sagrada, onde cabemos todos com tudo o que nos une e até com aquilo que nos pode separar. Se o João é o régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, tu és a sua trave-mestra: ao lado de um grande homem (e bom amigo) há sempre uma grande mulher (e boa amiga), ainda para mais uma mulher bonita, nascida num país europeu adorável como a Eslovénia. Muita saúde e longa vida, que tu mereces tudo."


2. Comentário do coeditor CV:

De há muito que a nossa Grâ-Tabanqueira Vilma Crisóstomo faz parte do léxico da Tabanca Grande. Podemos dizer que, onde está o João, está a Vilma, seja em convívios dos companheiros da Guiné, do marido, seja nas mais variadas actividades sociais e culturais onde o João está presente. Este nosso estimado camarada, sabemos, esteve e está envolvido em inúmeras iniciativas, podemos dizer a nível mundial, sendo as mais notáveis, o Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor Leste e o Dia da Consciência. A primeira causa pressionou a oponião pública e política internaciona a favor da independência daquele antigo território português e a segunda na perpetuação da memória do herói nacional que foi Aristides Sousa Mendes. 
Seja onde e como for, a Vilma está sempre presente com o seu cativante sorriso.

Temos, portanto, muita honra em receber entre nós, velhos combatentes, esta simpática senhora que não nos é desconhecida de todo porque esteve já presente, no dia 25 de Maio de 2019, em Monte Real, no XIV Encontro da Tabanca Grande.

XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande > Monte Real > 25 de Maio de 2019 > O casal João e Vilma 

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Notas do editor:

[1]- Vd. post de 23 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11448: Os nossos seres, saberes e lazeres (51): WE HAVE IT!!!.... Um linda história de amor, um reencontro ao fim de 40 anos, um casamento em Nova Iorque... E agora, que sejam felizes para sempre, meus queridos João (Crisóstomo) e Vilma (Kracum)! (Tabanca Grande)
e
29 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11499: Os nossos seres, saberes e lazeres (52): João e Vilma Crisóstomo, "just married", são notícia no New York Times e no LusoAmericano

Último post da série de 25 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26527: Tabanca Grande (568): Homenagem ao capitão e cavaleiro Leite Rodrigues (Aveiro, 1945 - Matosinhos, 2025), ex-alf mil cav, CCAV 1748 (1967/69), membro da Tabanca de Matosinhos: passa a sentar-se, simbolicamente, no lugar n.º 899, sob o nosso poilão, a título póstumo

Guiné 61/74 - P26543: Humor de caserna (106): "Senhora enfermeira, quero fazer chichii!"... (Leite Rodrigues, 1945-2025 / José Teixeira)


1. Dizem que os bois se conhecem pelos cornos, e os homens pela(s) palavra(s)...

Os homens também também se conhecem pelo humor, mais fino ou mais alarve, mais inteligente ou mais brejeiro (*), mais "soft" ou mais "hard"... E não importa as situações: em casa ou no trabalho, na rua ou no salão, à mesa ou no cama do hospital, na paz ou na guerra... 

Mal de nós, humanos, quando perdermos o sentido de humor, coisa que os robôs nunca terão, espero bem... Nem têm os ditadores e aprendizes de ditadores, os censores, os arrogantes, e os que pensam que são donos disto tudo...

Esta "história" do nosso já saudoso Leite Rodrigues (1945-2025) que, além de grande senhor do hipismo e do olimpismo, foi nosso camarada (e continua a sê-lo, respousando agora à sombra do nosso poilão), diz muito sobre ele, a sua personalidade, a sua história de vida...É aqui reconstituída (ou recontada) pelo régulo da Tabanca de Matosinhos, José Teixeira:

Excerto do poste P26523 (**):


Senhora enfermeira,  quero fazer chichi!  

(Leite Rodrigues, 1945-2025 / José Teixeira)


O Leite Rodrigues era um exímio contador de histórias, não só da guerra, mas também...

Contava ele que o avião que o trouxe, ferido, da Guiné, veio de noite de modo a chegar a Lisboa no escuro da alta madrugada, para não serem notados, e vinha carregado de feridos muito graves. 

O que estava em melhores condições era ele, que apenas vinha com uma fome de criar bicho, com a língua traçada e a boca selada com arames, pois os ossos do queixo ficaram em bocados. 

Entre os feridos, vinha um grande grupo de queimados em grau elevado, devido ao rebentamento de uma granada incendiária num embate com o inimigo, creio que em Bula. Todos embrulhados em gaze, pareciam múmias, era assustador e doloroso olhar para aquelas criaturas, comentava com ar pesado o Leite Rodrigues, nas suas lembranças, passados tantos anos…

Acompanhavam-nos duas zelosas enfermeiras, que tudo tentavam para lhes amenizar as dores. Às tantas ouve-se um gemido. 

– Senhora enfermeira,  quero mijar! 

E logo uma sorridente bata branca se aproximou, desapertou-lhe a carcela, e o pobre do rapaz aliviou-se. De seguida, todos os queimados, em carreirinha, apelaram às enfermeiras para os pôr a mijar…

 E foi assim durante o resto da noite. E, ele que nem falar podia, apreciava silenciosamente a paciência e o zelo das queridas enfermeiras.

Quando chegaram a Lisboa, desembarcaram e seguiram para o Hospital em ambulâncias militares, sem fazer o tradicional ninau! ninau!ninau!, para não incomodar os lisboetas.

Encaminharam-no para uma camarata, e atribuíram-lhe uma cama no R/C. Ao pousar os seus haveres tocou em uma coisa dura, que tombou ruidosamente.

O Camarada que dormia no primeiro andar disparou:

– Deste-me cabo da perna, amanhã vou foder-te o juízo!

O Leite Rodrigues tentou dizer-lhe que foi sem querer, mas apenas consegui balbuciar, nh! nh! nh!

– Tu grunhas,  meu filho da...p*ta!... Quando me levantar vou te partir os queixos!

No dia seguinte de manhã, cruzaram o olhar calmamente, e descobriram que tinham sido colegas do mesmo pelotão na recruta em Mafra. Um abraço não esperado, sem palavras, mas sentido. Do Leite Rodrigues apenas se viam os olhos; o camarada chegara uns tempos antes vindo de Moçambique, sem uma perna que fora levada por uma mina antipessoal. estado do povo e sobretudo de nós os jovens dessa altura. 

(Seleção, revisão / fixação de texto, título: LG)
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Notas  do editor LG:

(*) Último poste da série > 28 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26537: Humor de caserna (105): Ir às meninas ao Pilão, todo pipi, de calça e camisinha branca, e pingalim debaixo do braço... Mas o terreno estava "minado"... (José Ferraz de Carvalho, Tabanca da Diáspora Lusófona)

Guiné 61/74 - P26542: Manuscrito(s) (Luís Graça) (266): Olhó Robô!...Concurso: um soneto escrito pela IA, a pedido do avô...em homenagem à Rosinha


1. No passado dia 23, a minha segunda neta, Rosinha, fez um mês de vida. Fiz-lhe um soneto na véspera (como fiz todos os meses, à Clarinha, nascida antes da pandemia, e durante os seus dois primeiros anos de vidam entre novembro de 2019 e novembro de 2021).

Mas no próprio dia, no passado domingo,  dia 23,  lembrei-me de "medir" os meus dotes poéticos com o "robô"... Tontices!... E partilhei o resultado com a família e os amigos.

Data -  Domingo, 23/02/2025, 10:42

Assunto - Concurso - Um soneto escrito pelo "robô", a pedido do avô...em homenagem à Rosinha

Parabéns, Rosinha, a ti e aos teus papás, à mana, aos avós, aos amigos/as...Vamos fazer um concurso de sonetos... Eu já fiz o meu ontem e vai ser lido ao almoço, no restaurante Foz, na Lourinhã.

Está um dia magnífico para celebrar o teu primeiro mês de vida....O "robô" fez hoje o soneto dele, a meu pedido. Depois mando o meu, para o júri, que são vocês...

Aqui está o pedido que eu fiz ao Gemini IA, agora mesmo... Ele fez o soneto em segundos, eu levei duas horas...

"Bom dia, sou um avô de 78 anos, Luís, tenho uma segunda neta, que faz hoje 1 mês que nasceu. Vou-lhe cantar os parabéns, no Restaurante Foz, à beira-mar, na Lourinhã... A Rosa é a segunda filha do casal João Graça e Catarina Klut. Tem uma irmã, Clara, de cinco anos... Moram no Bairro da Graça, em Lisboa. Ajuda-me a fazer um soneto, com o título 'Para a Rosa Klut Graça, do Bairro da Graça, no 1º mês do seu 1º aniversário'... 

"O primeiro verso da primeira estrofe começa assim: 'Faz um mês hoje, que emoção!, nasceu a Rosa'... Se possível, faz um soneto em dodecassílabos (ou alexandrinos) (12 sílabas métricas em cada verso), a rimar segundo o esquema ABBA. Obrigado. Avô Luís e avó Chita"...

Resposta do robô (Gemini IA, da Google):

Bom dia, Avô Luís e Avó Chita! Que alegria poder ajudá-los a celebrar o primeiro mês da pequena Rosa Klut Graça, em especial com o seu pedido de um soneto em versos de doze sílabas! Aqui está a vossa homenagem, com o título e o primeiro verso que me forneceu:


Para a Rosa Klut Graça, do Bairro da Graça, 
no 1º mês do seu 1º aniversário

Faz um mês hoje, que emoção!, nasceu a Rosa,
Um botão que se abre em cores de esperança,
No lar da Graça, a vida em festa se engalança,
Com João e Catarina, a Clara, tão formosa.

No Foz, à beira-mar, a alma se alvoroça,
Com a brisa salgada, a doce lembrança,
Do amor que em cada olhar se lança,
Na família unida, a alegria que se adossa.

Rosa Klut Graça, flor que a vida semeou,
Que a felicidade te guie em cada passo,
E a doçura do teu sorriso nos enlevou.

Que a Lourinhã, em festa, te abençoe,
E que este soneto, um abraço, um regaço,
Seja a canção que o teu futuro constrói.

Fonte: Gemini IA / Google (com a devida vénia...)


Comentário meu: "Olha o raio do robô!... Vai-me tirar o emprego!... Avô Luís".

2. Segue-se agora o soneto que eu tinha feito na véspera, dia 22: 

Senhores e senhoras do júri:

Este é o soneto que eu fiz ontem, sem qualquer ajuda da IA, e que li hoje à Rosinha...Espero que daqui a uns anos ela possa saber distinguir o soneto do avô e o soneto do robô... Formalmente os dois estão mais ou menos corretos: 4 estrofes (2 quadras e 2 tercetos), cada verso com 12 sílabas métricas (dodecassílabos), e a rimar seguindo o esquema ABBA, nas quadras (o 1º verso rima com o 4º, o 2º com o 3º).

Não devo ser juiz em causa própria, mas não posso deixar em claro duas "calinadas gritantes" do robô:


(i) (...) No lar da Graça, a vida em festa se engalança,
Com João e Catarina, a Clara, tão formosa.


Ora o verbo "engalançar" não existe na nossa língua...

(ii) (...) No Foz, à beira-mar, a alma se alvoroça,
Com a brisa salgada, a doce lembrança,
Do amor que em cada olhar se lança,
Na família unida, a alegria que
se adossa.

(iii)  Por exemplo: 

(...) Do-a-mor-que-em-ca-da-o-lhar-se-lan....ça 

 (...) Que- a-Lou-ri-nhã-em-fes-ta-te-a-ben-ço...e

(só têm 11 sílabas métricas..)

(iv) No último terceto a rima é "forçada: abençoe/ constrói...

Alvoraçar-se, verbo pronomial, quer dizer "sentir alvoroço, grande agitação produzida por um grupo de pessoas"... "Alvoroça" é para rimar com "adossa"., O verbo adossar, pronomial, vem do francês "adosser", quer dizer, encostar-se, apoiar-se (por exemplo à parede)...

Fico por aqui para não ser aborrecido... e chamaram-me presunçoso De qualquer modo, a IA (inteligência artificial) pode dar-nos pistas, ideias, formas, ferramentas... para a gente se aventurar a escrever poesia (incluindo um soneto alexandrino para a neta)... Mas ainda não engana ninguém... Vocês, humanos,  é que têm a última palavra... O júri é soberano... Bj / abraços. Luís

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Para a Rosa Klut Graça,
do Bairro da Graça,
no 1º mês do seu 1º aniversário



Faz um mês hoje, que emoção!, nasceu a Rosa,
e eu nunca vi, juro, um bebé tão rosado,
disse o pai João, pois claro, todo babado,
ou não fora ela tão linda e amorosa.

A mana Clara diz que é uma gracinha,
uma tripla graça: logo no apelido,
depois por morar em bairro que é tão querido,
e, mais do que tudo, por ser muito fofinha.

A mamã, coitada, não tem mãos a medir,
nem quatro braços para enlaçar as filhotas,
cada vez mais provas de amor a exigir.

O que vale é o papá, agora empresário:
"Amanhã, elas já serão umas garotas,
vovó, paga lá a conta... do aniversário!".

Dito, em voz alta, com humor e amor,
no Restaurante Foz,
Praia da Areia Branca, Lourinhã,
23/2/2025, 15h30
O avô Luís Graça, poeta em risco de ficar desempregado
(faz versos de nascimento, aniversário, batizado, 1ª comunhão, crisma, festa de formatura, casamento, bodas de prata, ouro e platina, festa de família, divórcio, hospitalização... e falecimento)

3. Alguns comentários (omito os autores):


(i) (...) As coisas de que o Gemini IA é capaz! Obrigado pela partilha. Beijinhos (...).

(ii) (...) A tua poesia ganhou claramente. O IA soa a português de há 2 séculos. Abraço e obrigado (...).

(iii) (...) Não é nada mau mas ainda consigo gostar mais dos teus, de um avô exímio. O tempo que dispensas, faz o doce milagre do pensamento genuíno. Continua na tua senda de um avô que sempre nos surpreende com um miminho. Beijinhos, Luís, pelo teu dom de poeta avô para a Rosinha e para a Clarinha (...).

(iv) (...) Minhas queridas: um bom dia, para todos e para a Rosinha, que já tem direito a soneto feito pela "concorrência"! (Desculpem as "trumpices", mas o gajo é "amaricano"...)-

(v) (...) Boa , avós, babados, abençoados, com o (a) rebento! Cá do fundo, de onde arrancamos as coisas boas, desejo-vos tudo de bom.(...).

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Nota do 
editor:

Último poste da série > 16 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26501: Manuscrito(s) (Luís Graça) (265): Que o Nhinte-Camatchol, o Grande Irã, te proteja, Guiné-Bissau!