1. Divulgamos, com todo o gosto, mais um artigo de investigação do nosso grã-tabanqueiro José Matos. Desta vez o tema é o míssil terra-ar Strela, de origem russa, introduzido na Guiné depois da morte de Amílcar Cabral, na sequência da escalada da guerra.
O artigo já foi publicado no s
ítio AFAP - Associação da Força Aérea, em 17/3/2015. Certamente por lapso, o José Matos é aqui apresentado por general... José Matos. Se ele é militar, desconhecíamos por completo essa condição. Mas parece-nos que não. O nosso José [Augusto] Matos, de acordo com o portal Linkedin, é especialista em aviação e exploração espacial ["instructor, lecturer, and media commentator on Astronomy and Space Exploration since 1994"]. Faz parte da
Fisua - Associação de Física da Universidade de Aveiro, tendo-se formado em astronomia em 2006 na
University of Central Lancashire, Preston, UK...
Enfim, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!... Como Deus, Alá e os Irãs do nosso poilão, todos os entes que nos protegem e nos inspiram...
O que importa, no nosso blogue, é também a sua (dele, José Matos) paixão pela nossa história militar, e em especial pelo que se passou na Guiné, no nosso tempo, durante a guerra de 1961/74. Recorde-se que o José Matos é filho de um camarada nosso, o ex-fur mil José Matos, da CCav 677 (São João, 1964/66), já falecido em 1998. E é seguramente o seu carinho e amor pelo seu pai (e a sua memória) que o faz gastar o seu tempo nestas viagens ao passado de dois pequenos países lusófonos (Guiné-Bissau e Portugal) de que raramente se fala, hoje em dia... Mas, para um astrónomo como ele, são dois ínfimos pontos, na nossa grande galáxia, que lhe servem de referência (e quiçá de ancoragem). Viajantes do tempo e do espaço, todos precisamos de pequenos portos de abrigo... Espero que ele se continue a sentir em casa... na nossa Tabanca Grande!... (E continuo à espera que ele me mande algumas fotos do seu pai e nosso camarada José Matos!).
No final do artigo supracitado, que nos chegou em formato pdf, com 29 pp., e que vamos publicar em três partes, há referências e agradecimentos aos nossos queridos amigos e camaradas, da Tabanca Grande, cor pilav ref Miguel Pessoa e ten gen pilav ref António Martins de Matos, heróis dos céus da Guiné e que sobreviveram, felizmente, ao Strela.
Refira-se, por fim, que o nosso amigo José Matos foi autor, recentemente, de uma comunicação sobre “O fim da Guerra na Guiné: operações secretas”, no âmbito do
III Colóquio Internacional Colonialismo, Anticolonialismo e Identidades: 1415-2015-Dos Impérios à CPLP. discursos e práticas (Universidade de Coimbra, Coimbra, 28-29 de outubro de 2015).
PS - Há uma outra versão deste artigo, mais curta, do José Matos e de Matthew M. Hurley , cor da Força Aérea dos EUA, na reserva, "A arma que mudou a guerra",
Revista Militar, nº 2554, outubro de 2014, pp. 893-907 disponível aqui. O José Matos mandou-nos essa versão em 6/9/2015, mas optámos por reproduzir a mais extensa, em que ele aparece como único autor. De qualquer modo, estamos gratos aos dois, ao José Matos e ao
Matt Hurley, já nosso velho conhecido e amigo.
SA 7- Grail (designação da NATO), míssil terra-ar, de origem russa (9k 32 Strela 2), desenhado por volta de 1964 e operacional em 1968. Fonte: Cortesia de Wikipedia. Imagem do domínio público.
O impacto do Strela na actividade aérea na Guiné (Parte I) (*)
por José Matos
A evolução da guerra colonial na Guiné tomou um rumo dramático em 1973-74, quando o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) adquiriu a última versão do míssil soviético terra-ar SA-7 (Strela-2M).
A utilização desta arma pela guerrilha provocou profundas alterações no emprego da aviação e na eficácia das operações aéreas. Aproveitando os efeitos tácticos do míssil, que tiveram reflexos estratégicos, os guerrilheiros lançaram várias operações de grande envergadura e a guerra entrou numa fase muito delicada. Surpreendida, inicialmente, a Força Aérea tomou rapidamente várias contramedidas que reduziram a eficácia do míssil. Que impacto teve, verdadeiramente, na actividade aérea e qual o efeito das contramedidas adoptadas é o que se pretende analisar neste artigo.
Os primeiros indícios da utilização de mísseis terra-ar pela guerrilha do PAIGC, na Guiné, surgem em meados de março de 1973, quando dois caças Fiat G.91 são alvejados no norte do território, perto da fronteira com o Senegal, por uma arma desconhecida. Os aviões atacam o local do disparo e regressam à base de Bissalanca (BA12) sem qualquer dano, não tendo sido atribuída importância de maior ao facto [1]
Pouco tempo depois deste incidente, os guerrilheiros atacam um monomotor a hélice Dornier DO-27, na área de Bigene, perto do Senegal, e também três Fiat chamados a intervir. Nenhum avião é atingido, uma vez que os pilotos dos G.91 se apercebem de que são mísseis, conseguindo manobrar a tempo de os evitar [2].
Porém, a 25 de março, o Tenente [pilav]
Miguel Pessoa já não tem a mesma sorte e é abatido na zona de Guileje, no sul da Guiné, muito perto da fronteira com a Guiné-Conakry. O piloto não se apercebe do míssil, mas consegue ejectar-se e é recuperado [3].
Três dias mais tarde, a 28 de março, outro Fiat, desta vez pilotado pelo
Tenente-Coronel [pilav] Almeida Brito, também é abatido no sul da Guiné. O avião de Almeida Brito explode no ar provocando a morte do piloto [4].
Na semana seguinte, a 6 de abril, a Força Aérea Portuguesa (FAP) perde ainda dois DO-27 e um T-6 G juntamente com os respectivos pilotos, devido à acção desta nova arma [5]. Rapidamente, a
Força Aérea percebe que está perante o míssil terra-ar SA-7 Grail de fabrico soviético, conhecido também por Strela. Todos os ataques acontecem a menos de 3 km das zonas de fronteira, os alvos incluem desde aviões de hélice muito lentos (DO-27 e T-6) até aviões a jacto (Fiat G.91) e a eficácia dos ataques parece ser elevada se atendermos que na documentação histórica da época surgem pelo menos 8 disparos referenciados e 5 aviões abatidos [6].
No entanto, tudo indica que o número de disparos tenha sido superior a 8 no período que vai de 20 de março a 6 de abril. Os pilotos que escaparam aos disparos desta nova arma do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), devem, provavelmente, a sua sobrevivência a pontarias inadequadas, a deficiências de funcionamento da própria arma e ao facto de aqueles que avistaram o projéctil em trajectória de colisão com a sua aeronave terem tido o discernimento de entrar em volta de evasão apertada evitando o impacto do míssil.
No entanto, o desconhecimento das características do míssil e, por conseguinte, o desconhecimento das modalidades de voo e as regras de empenhamento a adoptar para suplantar as suas capacidades, provoca grande incerteza e receio nos pilotos. A gravidade da situação surge bem espelhada numa informação que o Inspector-Adjunto Fragoso Allas, chefe da delegação da Direcção-Geral de Segurança (DGS), na Guiné, envia para Lisboa, a 9 de abril, sobre a perda de vantagem da Força Aérea. Na opinião de Fragoso Allas “não dispomos de meios aéreos que possam constituir uma força de dissuasão ou que nos permitam castigar duramente as bases de apoio, temos que encarar como muito possível que o PAIGC venha num muito curto prazo de tempo a estabelecer novas áreas libertadas, e dificultar ou impedir o tráfego aéreo e até mesmo a aniquilar algumas guarnições que agora passaram a não poder contar com o apoio aéreo para as defender, evacuar os feridos e reabastecer.” E mais à frente acrescentava: “Consideramos muito grave a situação resultante do emprego pelo PAICG de novas armas antiaéreas.” [7].
Na mesma data, a DGS, em Lisboa, tem já informação sobre o míssil obtida através dos Serviços Secretos Alemães (BND), que a envia ao Secretariado-Geral da Defesa Nacional (SGDN), pedindo extremo cuidado quanto à salvaguarda da fonte daquela informação [8].
No essencial a informação fornecida pelo BND traça a evolução histórica do míssil, assim como as suas características operacionais e as possíveis medidas de defesa. Pouco tempo depois, esta informação é difundida pelas três frentes de guerra. Entretanto, o Comando da Zona Aérea da Guiné (COMZAVERDEGUINE) começa a tomar as primeiras medidas cautelares para minorar a ameaça da nova arma.
A introdução do míssil na Guiné
Não se sabe com precisão a data em que o míssil chegou à Guiné, mas em dezembro de 1972, a DGS, na colónia, tinha já recolhido informação de que os guerrilheiros haviam recebido novas armas antiaéreas, entre as quais uma designada por “roquetões.” A nova arma tinha uma configuração semelhante à dos RPG, conhecidos na guerrilha por “lança-rockets”, o que deve ter dado origem à designação de “roquetões”[9].
No entanto, as informações da DGS sobre as novas armas eram vagas e, sabe-se hoje, provenientes de fonte duvidosa. Testemunhos de protagonistas do PAIGC envolvidos directamente no processo como Luís Cabral apontam no sentido de que os primeiros mísseis só chegaram à Guiné depois da morte de Amílcar Cabral, que ocorreu a 20 de janeiro de 1973 [10].
No mesmo sentido, aponta uma análise pericial feita pelas autoridades americanas aos fragmentos de um SA-7 recolhidos na Guiné, que refere fevereiro de 1973, como data de fabrico do míssil [11]. Com efeito, uma parte do míssil é encontrada no norte da Guiné a 7 de abril por tropas pára-quedistas [12] e a 14 de abril é enviada para Lisboa para o Secretariado-Geral da Defesa Nacional (SGDN) [13] onde é analisada, a 17 de abril, por técnicos portugueses, que concluem não dispor de “elementos suficientes para proceder a uma identificação categórica do material em causa.”
Na tarde desse dia, o material é entregue na embaixada dos EUA, em Lisboa, para um exame mais minucioso. Na semana seguinte, a 25 de abril, o adido militar da embaixada, o Coronel da USAF Mosier, desloca-se ao SGDN, a fim de saber se aquele organismo já tinha recebido a informação enviada pela embaixada americana a respeito da identificação do míssil (a 23 de abril, Mosier tinha enviado para o SGDN uma informação confidencial identificando os fragmentos como sendo a secção de propulsão do SA-7 Grail) e pede a anuência portuguesa para que, a título devolutivo, o material seja enviado para os EUA de forma a ser estudado mais detalhadamente pelos serviços técnicos das FA americanas [14].
Entretanto, a 24 de abril, o comando militar em Bissau envia também dois fragmentos electrónicos transistorizados supostamente pertencentes ao míssil [15] para serem analisados pelos técnicos americanos que acabam por se deslocar a Lisboa, em meados de maio.
O exame pericial feito na embaixada americana conclui que os vários fragmentos recolhidos até então correspondem a uma versão aperfeiçoada do SA-7, desconhecida nos países ocidentais e fabricada em fevereiro de 1973. No parecer dos técnicos americanos, “esta nova versão apresenta alterações que denotam um esforço de melhoria dos métodos de fabrico (para mais rápida produção) e que ao mesmo tempo visam tornar o míssil menos susceptível de avarias devido ao seu manuseamento” e concluem dizendo que desconhecem “se este novo modelo do míssil SA-7 tem uma eficácia operacional superior à da versão anterior” [16].
Juntamente com esta peritagem é entregue, a 25 de maio, no SGDN, um manual técnico da Missile Intelligence Agency (MIA) sobre o míssil, que permite finalmente às autoridades portuguesas conhecer a fundo as características e performances das versões conhecidas do SA-7 [17].
Pouco tempo depois, em junho, a secção de propulsão do míssil e um dos conjuntos electrónicos são enviados a título definitivo para os EUA, para uma peritagem mais exaustiva, que originará depois um relatório técnico da Defense Intelligence Agency (DIA). A 11 de setembro, a DIA envia de Washington, para o adido de defesa da embaixada americana em Lisboa, as conclusões da peritagem. A agência informa que estamos perante uma versão do míssil com um sistema de propulsão melhorado, que permite aumentar a velocidade do SA-7 em 20% a 25%, assim como a sua manobrabilidade, o que aumenta a capacidade do míssil dentro do seu envelope de intercepção contra aeronaves de elevada performance [18].
Tudo indica que o modelo analisado era
Strela 2-M ou SA-7B Grail Mod. 1, introduzido na União Soviética em 1971 e desconhecido no Ocidente [19].
O impacto do míssil no GO1201
As perdas provocadas pela acção do míssil reflectem-se de imediato na capacidade operacional do Grupo Operacional 1201 (GO1201), que tem na sua orgânica a Esquadra 121, onde estão os Fiat, T-6 e DO-27, a Esquadra 122 com o Alouette III e a Esquadra 123 com o Noratlas e C-47. O GO1201 dispunha em março de 1973, em Bissalanca, na BA12, de 53 aeronaves entre aviões e helicópteros [20]. Desta forma, os abates de março e de abril traduziram-se numa perda de 9,4% das aeronaves do GO1201. Mais importante ainda, 8 dos cinco aviões perdidos pela acção do míssil, dois deles eram aviões Fiat, o único jacto de combate que a FAP dispunha na Guiné. A Esquadra 121 tinha, nessa altura, onze G.91 passando, então, a ter nove.
O impacto destas perdas foi ainda ampliado pela grande dificuldade em comprar novos caças com um maior potencial de combate ou, então, mais exemplares dos modelos já em uso. Embora os dois Fiat abatidos sejam substituídos em meados de julho desse ano, a Esquadra 121 perde, nos meses seguintes, mais dois G.91 por razões desconhecidas, o que leva o Governo em Lisboa a tentar adquirir aviões Fiat G.91 R/3 já usados, junto da Alemanha Ocidental [21]. Só que o Governo de Bona recusa qualquer venda a Portugal para não ser acusado de apoiar a política colonial portuguesa [22].
Outro impacto directo é sobre os pilotos. O número de pilotos presentes na BA12 era de 50, estando prontos para voar 49 e prontos para operações 42 [23]. As perdas devido ao míssil representam 9,5% dos pilotos aptos a realizar operações.
As primeiras medidas cautelares
Ultrapassada a fase de surpresa inicial, realizada a análise das perdas sofridas e deduzindo, ainda que empiricamente, o funcionamento da nova arma, dada a escassez de informação, o Comando da Zona Aérea introduz uma série de condicionamentos nas missões realizadas pelas diversas aeronaves. As primeiras medidas cautelares são adoptadas em meados do mês de abril e são as seguintes:
- T-6G – Cancelamento das missões de apoio próximo às forças terrestres e de ataque ao solo de natureza independente;
- Fiat G.91 – Execução apenas de missões de bombardeamento a picar (BOP) e de metralhamento a picar (MAP), com entrada a 10 000 pés (3300 m) e saída a 3000 pés (990 m);
- DO-27 – Cancelamento das missões de Reconhecimento Visual (RVIS) e de Posto de Controlo Volante (PCV); redução das missões de TGER e de TEVS (Transportes Gerais e Evacuação);
- Noratlas – Execução de missões de transporte limitado a 3000 kg de carga, a fim de assegurar a maior razão de subida das aeronaves dentro da zona de segurança garantida pelas forças terrestres; canceladas as missões de lançamento de cargas aéreas;
- C-47 Dakota – Execução de missões de transporte aéreo limitado a 1500 kg de carga;
- Alouette III – Execução de missões de TGER e TEVS por duas aeronaves, a baixa altitude, uma limpa e a outra armada para protecção do conjunto e de apoio de fogo das tropas e do meio aéreo de TEVS, na zona de operações das forças terrestres; execução de missões de TGER apenas para pistas interditas ao DO-27.
Paralelamente a estas medidas, o Comando da Zona Aérea e a DGS na Guiné continuam a desenvolver esforços para conhecer melhor as características da nova arma do PAIGC. Em finais de abril, as forças portuguesas conseguem finalmente interrogar um dos membros das equipas de mísseis, um ex-guerrilheiro de etnia fula, chamado Tcheto Candé, que se entregou aos fuzileiros portugueses em Jemberém, a 21 de abril de 1973.
Candé revela que foi treinado em Simferopol, na União Soviética, onde esteve seis meses, tendo regressado a Conakry, a 10 de abril, seguindo depois para Kandiafara e Botchecol, de onde acabou por fugir. O ex-combatente fornece ainda informações importantes sobre a localização dos vários grupos de mísseis e dos elementos que os comandam e diz também que “cada arma já traz o míssil incorporado, e que só faz um disparo. Depois, tem a arma de ser enviada para a URSS para ser novamente carregada.” Candé refere a presença do míssil em Botchecol, Jemberém e ainda norte da Guiné [24].
Esta informação é complementada, em outubro, pela deserção de um outro operador de mísseis chamado Armando Baldé, que se entregou na guarnição de Tite. Baldé dá várias informações sobre o funcionamento do SA-7 e das tácticas usadas pelos grupos de atiradores contra os aviões da FAP, o que permite que, nesta altura, as autoridades portuguesas tenham já informação detalhada quer sobre as características do míssil quer sobre o modo de actuação dos grupos armados com o SA-7.
As informações prestadas por Baldé permitem à Força Aérea confirmar que o míssil é ineficaz abaixo dos 50 metros (160 pés) e que, disparando a arma com um ângulo superior a 60º, o atirador é queimado pelos gases de escape. Desta forma, o ângulo de disparo ideal é de 20º a 60º. Descobre-se também, nessa altura, que os insucessos nos disparos do míssil contra o Fiat se deviam essencialmente a duas razões: por um lado, durante a picada do avião, o míssil não conseguia adquirir convenientemente o alvo; por outro, após a saída do passe de bombardeamento, o jacto fazia uma volta muito apertada a grande velocidade, que superava as capacidades de manobra do míssil [25].
(Continua)
[Fixação de texto, imagens e links: LG. Temos cerca de meia centena de referências, no nosso blogue, aos mísseis Strela] (**)
_________________
Notas do autor:
[1] Informação n.º 218/73-DSInf2 da Delegação da Guiné da DGS, Assunto: Actividade do
PAIGC, 3 de Abril de 1973, Torre do Tombo, Arquivos da PIDE, Processo 641/61 PAIGC, pasta
9, fls. 102/104.
[2] Ibidem.
[3] Ibidem.
[4] Ibidem.
[5] Relatório sobre a situação no Ultramar nº4/73, CTI Guiné, Anexo A, ADN SGDN/1690.
[6] Informação n.º 93/73 da 2.ª Repartição do Secretariado Geral da Defesa Nacional, Assunto:
Míssil Terra-Ar, 13 de Abril de 1973, Lisboa, ADN SGDN/5681/7.
[7] Informação n.º 247/73-DSInf2 da Delegação da Guiné da DGS, Assunto: Rep. Guiné –
Situação do PAIGC, 9 de Abril de 1973, Torre do Tombo, Arquivos da PIDE, Processo 641/61
PAIGC, pasta 7, fls. 190/192.
[8] Informação Suplementar do Secretariado Geral da Defesa Nacional, Assunto: União
Soviética: Míssil Terra-Ar individual GRAIL (SA-7), Fonte: DGS, 9 de Abril de 1973, Lisboa,
ADN SGDN/5681/7.
9
Informação n.º 218/73-DSInf2 da Delegação da Guiné da DGS, ibidem.
[9] Informação n.º 218/73-DSInf2 da Delegação da Guiné da DGS, ibidem.
[10] Cabral, Luís, Crónica da Libertação, Edições o Jornal, Lisboa, 1984, pp. 433-444.
[11] Informação n.º 1387/RB c/anexo da 2ª Repartição do Secretariado Geral da Defesa Nacional
para o Estado-Maior do Exército, Assunto: Míssil Terra-Ar, 4 de Junho de 1973, Lisboa, ADN,
Fundo Geral SGDN/5681/7.
[12] Calheiros, José Moura, A Última Missão, Caminhos Romanos, Lisboa, 2010, p. 387.
[13] Nota n.º 1148/BM do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné para o Secretariado
Geral da Defesa Nacional (2ª Divisão), Assunto: Material de Guerra para Análise, 14 de Abril de
1973, Bissau, ADN, Fundo Geral SGDN/5681/7.
[14] Informação n.º 99/RB da 2ª Repartição do Secretariado-Geral da Defesa Nacional, Assunto:
Identificação de Material Recolhido no TO da Guiné, 25 de Abril de 1973, Lisboa, ADN, Fundo
Geral SGDN/5681/7.
[15] Nota n.º 1274/BM do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné para o Secretariado
Geral da Defesa Nacional (2ª Divisão), Assunto: Material de Guerra para Análise, 24 de Abril de
1973, Bissau, ADN, Fundo Geral SGDN/5681/7.
[16] Informação n.º 1387/RB c/anexo da 2ª Repartição do Secretariado Geral da Defesa Nacional
para o Estado-Maior do Exército, Assunto: Míssil Terra-Ar, 4 de Junho de 1973, Lisboa, ADN,
Fundo Geral SGDN/5681/7.
[17] Manual ST-CS-14-232-72, Dezembro de 1972, Missile Intelligence Agency (MIA), ADN,
Fundo Geral SGDN/5681/7.
[18] Defense Intelligence Agency, teletype message, 111808Z SEP 73, to Defense Attache Office,
Lisbon, 11 de Setembro de 1973, ADN SGDN 5681/7.
[19] KBM Kolomna Strela-2/-2M (SA-7 'Grail') Man-Portable Anti-Aircraft Missile System in Jane’s
Electro-Optic Systems 2011,
[20] Sitrep Circunstanciando n.º12/73 do COMZAVERDEGUINÉ, Bissau, ADN/F2/16/87.
[21] Memorando do Estado-Maior da Força Aérea, 25 de Janeiro de 1974, Serviço de
Documentação da Força Aérea/Arquivo Histórico (SDFA/AH), 3ª Divisão/EMFA 71/74,
Processo 400.121.
[22] Carta de Alberto Maria Bravo & Filhos, Assunto: Aviões G-91, 4 de Dezembro de 1973,
Arquivo Histórico Diplomático (AHD) PEA 655.
[23] SITREP Circunstanciando n.º12/73 do COMZAVERDEGUINÉ, Bissau, ADN/F2/16/87.
[24] Relatório de interrogatório nº 41/73 anexo à informação 306/73-DSInf 2 da Delegação da
Guiné da DGS, 1 de Maio de 1973, Torre do Tombo, Arquivos da PIDE, Processo 332-CI (2),
pasta 5, fls. 58/62.
(...)
Fabricante: KB Machinostroyenia
Função principal: Defesa antiaérea próxima
Alcance: 4.2km
Velocidade: 1300km/h
Tipo de ogiva : Alto Explosivo / pré-fragmentada
Peso da ogiva : 15 Kg.
Peso total: 10 Kg
Comprimento: 1.47 M.
Diâmetro: 72mm
Sistema orientação: Infravermelhos
(...) O Strela 2 foi concebido em meados dos anos 60, apontando-se o ano de 1964 como altura em que se terá testado pela primeira vez. O seu desenvolvimento demorou algum tempo até que se tornou operacional em 1968.
Com um alcance máximo de 3,7 km e problemas com o sistema de orientação, as prestações do míssil não foram consideradas satisfatórias. Rapidamente foi lançada a versão Strela-2M em 1971. Alcance máximo de 3.7 Km, embora uma versão melhorada «Strela-2M» atingisse em teoria alvos a distâncias de até 4,2km. Eficaz contra alvos a mais de 50 metros de altura e menos de 1500 metros.
O sistema (Komplex em russo) utiliza o míssil 9M32 e a versão modernizada, o míssil 9M32M. (...)