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Portugal > Terras do Demo > Sernancelhe > Santuário da Lapa > 28/12/2011 > Grafitos de antigos combatentes da Guiné nas paredes do WC... Onde começa e acaba o calvário dos homens que foram a guerra ?
17 foram os naturais de Sernancelhe que morreram na guerra do ultramar/guerra colonial, seis dos quais no TO da Guiné... Onde terão morrido mais exatamente ?
Fotos: © Luís Graça (2011). Todo os direitos reservados .
1. Amigos e camaradas da Tabanca Grande:
Ao fim de 9 anos a blogar (mais de 11200 postes, 608
membros da Tabanca Grande, 40 mil comentários...) há lugares (ou topónimos) que
ainda não constam da nossa lista, na coluna do lado esquerdo do blogue, como
"marcadores"... Por exemplo,
Capó, na estrada Bachilé-Cacheu, onde
morreram 3 camaradas açorianos, da CCAÇ
2444, em 6 de fevereiro de 1969 (, acabando por serem, confundidos
com os desaparecidos no Rio Corunal, em, Cheche, por lapso nosso, já entretanto
corrigido)... Capó só há dias entrou para a lista... E o mesmo se passa com
Bacar Dado, na estrada Mampatá-Aldeia Formosa... Quem já tinha ouvido falar em Bacar Dado ?
Muitos outros topónimos com "marcas de guerar", não constam da lista dos nossos "marcadores"... Ou ainda não foram falados (o que é difícil...) ou foram evocados, "au vol d'oiseau" e esquecidos...
Fazemos um apelo: Vamos atualizar essa longa lista do nosso calvário guineense... O calvário de Jesus Cristo teve 14 estações. O nosso não terá tido menos...
Fazemos apelo à vossa memória, consultem as cartas dos
subsetores por onde passaram, releiam os vossos apontamentos, enfim, completem a lista, de A a Z, das nossas 14 estações do calvário... Queremos ter, no nosso blogue, a geografia, mais competa possível, da guerra... Todos
os sítios onde penámos, matámos, morremos, ferimos, fomos feridos, sofremos emboscadas, ataques, flagelações... mas também onde apanhámos insolações, ficámos desidratados, fugimos em pânico das abelhas ou das formigas bababagas, enfim, onde dormimos agarrados à G3, ou por onde passámos, em trilhos ou em colunas logísticas, sempre com o credo na boca, com medo das minas A/P; das minas A/C, dos fornilhos, das embocadas.. A geogradia da guerra deve incluir não só as nossas guarnições militares, mas os rios e braços de mar onde houve combates, as bases do IN bombardeadas pela FAP, etc.
A ideia
era, para já, publicar (ou ir publicando) a lista de todos esses lugares... Se possível antes do
nosso 9º aniversário, que é a 23 de abril de 2013... Um abração. Luís Graça
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Afiá (Corubal)
Afiá (Quebo)
Aldeia Formosa
Amedalai (Xime)
....
Xitole
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2. Publicamos, entretanto, os primeiros contributos que nos chegaram: Rui Santos, Henrique Cerqueira e João Rebola.
Rui Santos (ex-Alf Mil da 4.ª CCAÇ,
Bedanda, 1963/65),
9/3/2013
Com possíveis erros de memória, na zona de
Catió:
(i) Ganjola (na margem norte do mesmo rio, teve um destacamento,em 1970 já estava abandonado);
(i) Cabedu (chegava-se lá pelo rio Cumbijã, no extremo sul do Cantanhez, teve um destacamento creio que até ao fim da guerra);
(ii) Cufar (uma companhia);
Outros lugares menores na zona de Catió:
(iv)
Ilhéu de Infanda (onde mantinhamos uma pequena guarnição, era o "porto" para acesso pelo Cumbijã a Bedanda e Cufar ao norte e Cabedú ao sul) [vd.carta de Bedanda]
(v)
Mato Farroba (idem) [dd.carta de Bedanda; não exista na nossa lista]
Na carta militar de
Cacine publicada, aparecem quase na margem Cabedú e Ilhéu de Infanda.
Um abraço,
Rui Santos
Guiné > Região de Tombali > Carta de Bedanda (1961) (Escala de1/50 mil) > Posição relativa de Ilhéu de Infande, Mato Farroba e Cufar.
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
Henrique Cerqueira (ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4610/72,
Biambe e
Bissorã, 1972/74)
O meu BCAÇ 4610/72 esteve com companhias em lugares a assinalar:
(i) Encheia: 1ª Companhia (foi atingido na cabeça Fur.mil Maia, antigo jogador do Académica de Coimbra, felizmente sobreviveu. O comandante da companhia Capitão mil. morreu de acidente, próximo de Nhacra não me lembro do seu nome nem o nome da Companhia);
(ii) Bissum: 2ª Companhia, Os Terriveis, a do nosso camarada Manuel Maia, bloguista e poeta da nossa tabanca;
(iii) Biambe: 3ª Companhia (Tá no Papo): era a minha companhia até eu ir para Bissorã;
(iv)
Inquida, destacamento da companhia do Biambe (Comandada pelo Alf Coelho, que saudade deste meu camarada, era de Lisboa); [não constava da nossa lista, vd. carta de Mansoa]
(v) Olossato: Companhia independente sobre o comando da CCS/BCAÇ 4610/72;
Já agora eu não me lembro ao certo dos nomes dos furrieis que morreram de acidente quando iam ás compras a Bissau, dias antes do embarque para Lisboa. Se não estou errado eram da 2ª companhia.
Resumindo: Biambe, Bissum, Encheia, Inquida, Olossato
.
Por agora é tudo um abraço e bom fim de semana. Henrique Cerqueira
João Manuel Pereira Rebola (ex-Fur Mil da açoriana CCAÇ 2444,
Cacheu,
Bissorã e
Binar, 1968/70)
9/3/2013
Olá, Luís Graça, boa noite. Acho muito interessante a tua ideia, pois recordar esses topónimos, reaviva o subconsciente e até poderá mexer - quem sabe - com o inconsciente. Penso que os membros da Tabanca Grande irão responder ao teu desafio. E por que não começar já?!
Assim, entre o Cacheu e o Bachile, além de Capó, há os Madeiros [, Mata dos Madeiros], local de emboscadas constantes. Aí, ficou uma Daimler durante vários anos, pois o receio de ter sido posteriormente minada, afastou a possibilidade de recuperação. Dizia-se, se verdade ou não, que o condutor, terminada a emboscada, estava de tal modo agarrado ao volante, que houve muita dificuldade em retirá-lo..!! [Não consigo localizar o Mato dos Madeiros, topónimo que passamos a registar. LG]
Muito perto do Bachile, um nome tenebroso -
Cobiana e não Caboiana, como se dizia. Entre o Bachile e Canchungo, havia um posto de vigia junto à antiga Ponte Alferes Nunes, controlado durante o dia por uma secção e à noite esta era reforçada.
Luís, além de nomes, não sei se as fotos que te envio, que datam de Abril 2011, aquando do meu regresso à Guiné, têm interesse. Tenho mais nomes em mente na área de Bissorã, Biambe, etc. Gostaria que me dissesses se devo ou não continuar.
Um abraço, João Rebola
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