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sábado, 14 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26264: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (50): A velha fortaleza do Cacheu, com os seus inúteis canhões de bronze, e o triste Diogo Gomes lá aprisionado, a ver o pintor de canoas nhomincas...

Foto nº 13


Foto nº 14A


Foto nº 14

Foto nº 15

Foto nº 16A


Foto nº 16


Foto nº 17


Foto nº 17A


Foto nº 2 

Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Cacheu >  4 e 5 de dezembro de 2024 >  

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  Aqui vai o resto das fotos da  última viagem ao Cacheu, em 4 e 5 do corrente,  partilhadas pelo  Patrício Ribeiro, nosso amigo e camarada, histórico membro da Tabanca Grande, nosso "embaixador em Bissau",  cicerone, autor da série "Bom dia desde Bissau" (*)...

Legendas:

Foto nº 13 > Ele, o Diogo Gomes, lá dentro, fechado, a assistir às pinturas das canoa nhomincas 

Foto nº 14 >   Os canhóes apontados para o rio

Foto nº 15 > O portrão da fortaleza

Foto nº 16 > Lateral oeste da fortaleza

Foto nº 17 > Igreja de Cacheu (ou de Nossa Senhora da Natividade)  

Foto nº 2 > Canoas nhomincas, com pinturas originais, no porto de manutenção, na margem esquerda do rio Cacheu

Sobre a foto nº 17, o fotógrafo escreveu, já com data de 8 do corrente:


"Hoje está a decorrer a peregrinação anual entre Canchugo e Cacheu.

"A peregrinação é a pé. Normalmente, é nesta altura de Dezembro, com o tempo frio, em que alguns milhares de pessoas percorrem a estrada durante a noite, onde o capim tem cerca três metros de altura e o cheiro da palha anima os corações dos fiéis crentes. As pessoas, durante a maior parte do tempo vão a cantar cânticos religiosos. No percurso passam em cima da ponte metálica antes do Bachil, e da mítica floresta de Cobina [ou Caboiana, segundo a nossa antiga carta militar de 1953],  local onde os Manjacos fazem as cerimónias ao irã ."


Igreja do Cacheu. Fonte: HIPP

2. Comentário do edit0r LG:

Sobre esta igreja, lê-se no portal HIPP - Património de Influência Portuguesa, este apontamento de Manuel Teixeira:

"Historicamente, constitui a primeira igreja portuguesa erigida na costa ocidental africana, padroeira da urbe. Em 1680 ruiu, devido a uma inundação do Rio Cacheu, sendo mandada reconstruir pouco depois pelo bispo de Cabo Verde, D. António de São Dionísio. Encontra‐se hoje relativamente bem preservada".



Guiné > Bissau > Região de Cacheu > Forte de Cacheu (séc- XVIII) > Restos da estátua de Diogo Gomes, que até à Independência, estava em Bissau, frente à ponte cais de Bissau...


Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




(...) "Edificado à beira‐rio, em 1641‐1647, é de pequena dimensão, consistindo num quadrado de cerca de vinte metros de lado, defendido nos cantos por pequenos bastiões, e uma muralha com quatro ou cinco metros de altura. 

"Em 1822 há notícia da sua existência, com estrutura de paredes em adobe. 


Forte do Cacheu (séc. XVII).
 Fonte: HIPP
"Em 1988 foi assinado um protocolo de geminação com Viana do Castelo, que contribui para diversos melhoramentos da vila, nomeadamente a recuperação do forte e o restauro da Capela de Nossa Senhora da Natividade. Mais recentemente, por iniciativa da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa e da Câmara Municipal de Lisboa, procedeu‐se a nova reabilitação do forte. A reabilitação incluiu o interior e as muralhas exteriores, danificadas pelo tempo e pelas correntes do Rio Cacheu, que em alguns pontos lhe corroeram os alicerces. 

"A zona adjacente ao forte é o local onde as autoridades da Guiné‐Bissau, após a independência, vieram depositar as estátuas ligadas ao período colonial. Estão há trinta anos no meio da vegetação, desmontadas, à beira do forte."



Guiné > Região de Cacheu > Carta de Cacheu / São Domingos (1953) > Escala 1/50 mil > Pormenor dos rios Cacheu e seus afluentes: Pequeno de São Domingos (margem norte); Caboi, Caboiana e Churro (margem sul), a montante da vila de Cacheu.


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2015).

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25073: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (32): Os encantos e os mistérios da ilha de Bubaque (incluindo o "Palácio do Governador", hoje em total ruína, onde o PAIGC quis matar Spínola)

 

Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > Canoa de transporte junto à ilha de Rubane


Foto nº 2A > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 >  A canoa (tipo nhominca) a chegar ao porto

Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > 

Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > Ponte-cais de Bubaque


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > Canal de Bubaque, de águas profundas


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > Hotel na zona do palácio ("Hotel Cajou Lodge",  passe a publicidade... ,  acrescenta o editor LG que nunca foi a Bubaque).


Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > Hotel Kasa Afrikana, ao fundo a ilha de Rubane


Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > Vivendas com vista para o mar

Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > 178 >  O "Palácio do Estado": Foto tirada pelo médico cirurgião Dr. Luís Bagulho em 1978, como cooperante (já falecido). (*)


Foto nº 8A > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > 1978  >  O "Palácio do Estado"... Edifício da época colonial, conhecido também como "Palácio do Governador"... Do lado esquerdo, não pode ser a antiga casa de Luís Cabral, construída depois da independência pelos jugoslavos, em estilo pós-moderno...  e que em 2013já estava em ruínas (ver aqui foto do nosso camarada José Martins Rodrigues)


Foto nº 9B > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque >  1978 >  Muito provavelmente uma "casa de função", para oficiais superiores do exército português, que estava em construção em 1969...

Foto nº 9A > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > O "Palácio do Estado" "ou "Palácio do Governador", hoje uma ruina...


Foto nº 9 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > O "Palácio do Estado" ou "Palácio do Governador"... Ao que parece, o PAIGC chegou a pensar assassinar aqui o Spínola, quando em férias...  


Foto nº 10 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > O "Palácio do Estado", frente ao canal, hoje em ruina...


Foto nº 10A > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > O "Palácio do Estado", hoje uma ruina...

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem (e fotos) que nos foi enviada pelo  Patrício Ribeiro (nosso correspondente em Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem mais de 130 referências no blogue; autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau"):



Data - domingo, 14/01/0204, 23:15   | Assunto- Bom dia desde Bissau                                                                                                                                                                              Luís, junto uma fotos... São fotos de dezembro de 2023, durante os meus passeios pela Guiné. Aconselha-se uns passeios pelas águas quentes dos Bijagós, para fugir à chuva e ao frio na Europa.

Em dezembro do ano passado (há umas semanas atrás),  voltei a dar uma volta pela ilha de Bubaque. (**)

Para lá ir, há diversos transportes, de ida e volta, principalmente ao fim de semana, a partir de Bissau, para esta ilha e dali é possível apanhar transportes para as restantes ilhas, onde há alguns hotéis, espalhados por algumas das ilhas dos Bijagós.

Na ilha de Bubaque, há alguns hotéis novos, outros já os conheço há dezenas de anos.

Os principais clientes são franceses (da minha idade) que vêm diversas vezes ao ano, à pesca. Já o fazem há muitos anos.

Logo de manhã, entram nos botes e vão para a pesca todo o dia, nos canais entre ilhas, também há os que compram ou constroem hotéis, ou casas.

Hotéis de famílias portuguesas, já não há.

Tenho pena, do que está a acontecer aos Palácios do Estado em Bubaque (ver fotos). O que era do Spínola (era o nome que me informaram, das primeiras vezes que lá fui). Era ali que PAIGC o ia tentar assassinar, “como dizem”.

Também cheguei a dormir lá.

Assim como o outro Palácio, ou antiga "casa do Luís Cabral", na falésia, construído após a independência, com arquitectura tipo “Jugoslávia”, que não foi possível tirar foto, porque é só mato. (O Rosinha, que informe que arquitetura é esta, ainda existem alguns edifícios, com estas linhas arquitectónicas. )

PS - A foto antiga do Palácio foi tirada pelo médico cirurgião Dr. Luís Bagulho em 1978, como cooperante (já falecido).(*)

Abraço

Patricio Ribeiro
impar_bissau@hotmail.com
__________

Notas doo editor:

(*) Luís Tierno Bagulho: esteve em 1972 Teixeira Pinto, como alf mil médico,  com o nosso camarada António Graça de Abreu (que era do CAOP1). Outros médicos desse tempo: Pio de Abreu (psiquiatra, Coimbra) e Mário Bravo (ortopedista, Porto). 

 Vd. postes:

27 de fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1552: Lançamento do livro 'Diário da Guiné, sangue, lama e água pura' (António Graça de Abreu)



(**) Último poste da série > 20 de novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24867: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (31): Já estava com saudades de Farim e das canoas de transporte público...

Vd. também poste de:

9 de junho de 2022 > Guiné 61/74 - P23339: Recortes de imprensa (123): Bubaque: alterações climáticas e educação ambiental (Excertos de reportagem de Carla Tomás, Expresso, 18 de abril de 2019, com a devida vénia...)

8 de junho de 2022 > Guiné 61/74 - P23336: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-Furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte XXVII: O "meu" regresso à Guiné (3): Os Bijagós que muitos de nós nunca vimos - II (e última) Parte

7 de junho de 2022 > Guiné 61/74 - P23334: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-Furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte XXVI: O "meu" regresso à Guiné (2): Os Bijagós que muitos de nós nunca vimos - Parte I

13 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13136: Memória dos lugares (265): Bubaque, cada vez mais bonita... (Patrício Ribeiro)

12 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13132: Notas de leitura (590): Bubaque foi uma colónia alemã... antes da I Guerra Mundial (Luís Vaz)

4 de abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8043: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (7): Os encantos e as armadilhas das ilhas de Bubaque e Rubane (Bijagós), 11/13 de Dezembro de 2009 (Parte III, o regresso a Bissau)


12 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7931: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (5): Os encantos e as armadilhas das ilhas de Bubaque e Rubane (Bijagós), 11/13 de Dezembro de 2009 (Parte I)

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24919: Notas de leitura (1644): Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (1931-1939) - Parte IV: Angola, Luanda, fotogaleria, c. 1930


Foto nº 3 > Câmara Municipal ou Governo Provincial de Luanda [São Paulo de Luanda] (vd, enquadramento histórico e urbanismo),


(...) O edifício da Câmara Municipal de Luanda começou a ser construído em 1890, segundo projeto de Artur Gomes da Silva, concluindo‐se a obra em 1911. 

O edifício apresenta fachada de expressão classicizante, com frontão central e vãos de arco circular. Segue a tradição dos edifícios públicos com estrutura de pré‐fabricado de ferro. Ergue‐se sobre a Praça da Mutamba, numa relação com o terreno que lhe confere imponência e monumentalidade. 

A planta desenvolve‐se à volta de um pátio interior com iluminação zenital, de onde nasce uma majestosa e escultórica escadaria interior, toda em ferro fundido, elemento decorativo mas também distributivo, coberto por uma estrutura de pilares e arcos metálicos ogivais que lhe dão singularidade, elegância e leveza. Foi classificada como Monumento Nacional, por despacho publicado no Diário da República n.o 205, de 31.08.1981. Continua a exercer a mesma função.Isabel Martins (Fonte: HPIP - Património de Influência Portuguesa) (com a devida vénia...)


Foto nº 2 > Memória a Paulo Dias de Novais, fundador da cidade de Luanda


("A cidade foi fundada em 1575‐1576, quando Paulo Dias de Novais e suas gentes ancoraram na Ilha das Cabras que era, na época, uma possessão do rei do Congo. (...) Fonte: HPIP, com a devida vénia)


Foto nº 1 > Luanda: homenagem a Salvador Correia, o restaurador de Angola

(...) A urbe de 1900 lê‐se numa planta de Alves Roçadas, executada para a Câmara Municipal. A cidade teria uns 15.000 habitantes em 1910, cerca de 30.000 em 1923, e já 50.000 em 1930, dos quais 6.000 brancos e 5.500 mestiços. (...) Fonte: HPIP, com a devida vénia)



Foto nº 4 > Luanda. estação do caminho de ferro Luanda - Malange

(... "O terminal ferroviário da linha Luanda‐Malanje é um modesto edifício de dois pisos de adobe e cobertura de telha, situado na zona central da cidade a comprovar o seu papel relevante. A sua construção decorreu entre 1905 e 1909.Aida Freudenthal. (...) Fonte: HPIP, com a devida vénia.. 



Foto nº 6 > Luanda: avenida do hospital Maria Pia (construído em 1865.1883), hoje Josina Machel, (Esta avenida hoje deve a do 1º Congresso do MPLA. seria a Av dos Combatentes, no temo colonial?)


Foto nº 5 > Luanda; trecho da Av Salvador Correia


Foto nº 7 > Luanda: fachada da Sé,antiga igreja de N. Sra. dos Remédios

(...) Esta igreja localiza‐se na Cidade Baixa, antiga Rua da Praia, e foi construída devido ao desejo que os comerciantes e demais moradores da Cidade Baixa tinham de competir com a Cidade Alta, onde se localizavam os principais templos religiosos.

 A sua construção iniciou‐se em 1651 e terminou em 1670. Cadornega descreve‐a como "edificio sumptuoso de boa fabrica, confraria e irmandade do Corpo de Deos, e a invocação de nossa Senhora dos Remédios que servem os cidadoens e moradores com muito dispendio de suas fazendas". 

A primitiva igreja evidenciava um estilo barroco na fachada, constituída por três portas encimadas por pequenos frontões triangulares, terminando num frontão aproximadamente triangular com enrolamentos em cada vértice e um óculo bastante elaborado. Desenvolvia‐se numa planta retangular, com uma ampla nave, transepto inscrito, altar‐mor e colaterais. A composição da fachada terminava em duas torres sineiras elevadas e quadrangulares, encimadas por coruchéus piramidais. Encontrava‐se em ruína total em 1877.

 Em 1897, um restauro deu‐lhe o aspecto que hoje apresenta, transformando‐a numa tipologia de um só tramo com três portas e frontão redondo. Nos finais dos anos 1940 foi considerada um valor a preservar, sendo por isso classificada Imóvel de Interesse Público pela portaria n.o 6718 de 25.05.1949. Serviu de sé catedral entre 1828 e 1850, tendo atualmente voltado a ser a Sé Catedral de Luanda.Isabel Martins. (Fonte: HPIP, com a devida vénia...)
 


Foto nº 8 > Luanda: Fachada do Hotel Paris


Foto nº 9 > Luanda: à hora da sesta... Ao fundo,  hotek Paris...



Angola > Luanda > c. 1930 > Fotogaleria




Angola é um descritor com 544 referêcncias no nosso blogue. E é um país que também está no coração de alguns de nós. Daí o destaque que tanbém lhe damos, de vez em quando. Comparem-se as imagens dos anos 30  com estas imagens dos anos 50/60 (Cortesia do Facebook "Luanda - Imagens dos Velhos Tempos")


Luanda > Sé (antiga Igreja de N. Sra.dos Remédios)


Luanda > Hotel Paris


Luanda > Fachada do edifício da Câmara Municipal, anos 60


Luanda > Rua (e não avenida) Salvador Correia, 1968


Luanda > Av Combantes, anos 60


Luanda >  Hospital Maria Pia, anos 50


Composição dos Caminhos de Ferro de Angola, linha Luanda-Malang

Fonte: Página do Facebook "Luanda - Images«ns dos Velhos Tempos" ("Espaço de recordações para quem nasceu ou viveu em Luanda antes de 1975") (com a devida vénia...)
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Notas do editor:


Último poste da série de 4 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24916: Notas de leitura (1643): "Era Uma Vez na Tropa, Rescaldos da guerra em desfile de memórias", por Ireneu de Sousa Mac; Europa Editora, 2022 (Mário Beja Santos)

domingo, 3 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24910: Notas de leitura (1641): Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (1931-1939) - Parte II: Lourenço Marques (hoje Maputo): foto galeria dos anos 30


Moçambique > Lourenço Marques > O histórico hotel Polana, debruçado sobre a baía de Lourenço Marques (hoje Maputo). Foto: Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, nº 2, maio de 1932, pág.26

(...) "Implanta-se na Avenida António Enes/Julius Nyerere nº 1380 e data do ano 1922; constitui um grandioso edifício, virado panoramicamente ao Índico, com arquitetura de expressão classicizante. Projetado, ao que se sabe, por Walter Reid (1866-1947), "em estilo Palace", terá sido projeto deste arquiteto, ativo em Joanesburgo e irmão do colega Arthur Henry Reid, que também ali trabalhou; pertenceu ao grupo de arquitetos britânicos fixados na África do Sul que incluía o famoso Herbert Baker (1862-1946), autor dos famosos edifícios governamentais em Pretória e Nova Deli, a quem também alguns atribuem o Polana. O hotel foi construído pelo engenheiro Hugo Le May, por iniciativa da Delagoa Bay Lands Syndicate, em 1917-1922." (Fonte: HPIP - Património de Influência Portuguesa) (...)

Moçambique > Lourenço Marques (hoje Maputo)  > O cine-teatro Scala, construído em 1931. Foto: Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, nº 2, maio de 1932, pág.27


Moçambique > Lourenço Marques (hoje Maputo) > O pavilhão de chá  na praia da Polana. Foto: Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, nº 2, maio de 1932, pág.26 .


(...) " Na transição das décadas de 1920-1930, floresceu a chamada "arquitetura do betão armado" e o sequente Modernismo, dentro da arquitetura art déco. Em Lourenço Marques podem assinalar-se o Palácio Maçónico, depois Escola Industrial 1.º de Maio, o Grémio Náutico (atual Clube Naval), obra de desenho entre art nouveau e art déco; e o Pavilhão de Chá, uma típica arquitetura de betão em varandas e consolas. Podemos associar-lhes o Hotel Polana, de 1922, de influência anglo-saxónica e expressão classicizante. 

"A partir dos anos 1930 a produção arquitetónica em Lourenço Marques caracterizou-se, esquematicamente, pelo surgimento de uma arquitetura moderna, segundo uma produção praticamente anónima que retomava, com um ligeiro atraso, os temas de sucesso em Portugal; e por uma produção mais ousada e experimental que aprofundava, por vezes com mais liberdade do que então era possível no lugar de origem, as tendências inovadoras da arquitetura internacional, experimentando materiais diversos e tomando em conta expressões figurativas estranhas à cultura dominante".(...)  (Fonte: HPIP - Património de Influência Portuguesa)


1. Do nº 2 do Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, maio de 1932, e do artigo "Lourenço Marques", por António Augusto de Miranda (pp. 24/27) retiramos estas três fotos, que pretendem ilustrar o rápido surto de modernização da capital da colónia. 

Lourenço era uma vila em 1876, tendo sido elevada a cidade 11 anos depois, em 1887. No início da década de 1930, era já, na opinião deste magistrado, António Augusto de Miranda, "uma das lindas, mais garridas e modernas cidades do mundo" (pág. 24). E pergunta,  embevecido, o autor: "É qualquer  coisa  que nos desvanece como povo colonizador, não acham?"... Faz um apontamento sobre o crescimento urbanístico da capital da colónia, em termos de números de casas, estradas e arrruamentos contruídos ao longo dos anos de 1920 e princípios de 1930.

O termo "colonalista" neste Boletim, na aceção que tinha na época, era o que (ou quem) defendia, sem complexos,  o colonialismo, a manutenção e o desenvolvimento das colónias.

Todos estes homens (e algumas mulheres), que aqui escreviam, civis e militares,  em geral republicanos e democratas, africanistas e panlusitanistas (sic),  não tinham pejo em assumir-se como "colonialistas" (no "bom sentido" do termo)... Na esteira do gen Norton de Matos, sócio honorário da Sociedade Luso-Africana  do Rio de Janeiro, defendiam o "povoamento branco" das colónias e a "assimilação" dos seus naturais.

Sobre Maputo ver aqui o magnífico portal HPIP - Património de Influência Portuguesa, que poucos dos nossos leitores conhecem...e que merece uma visita demorada. 

(...) "Heritage of Portuguese Influence/ Património de Influência Portuguesa — HPIP — é a evolução natural do projeto Património de Origem Portuguesa no Mundo: arquitetura e urbanismo que, sob a direção de José Mattoso, a Fundação Calouste Gulbenkian desenvolveu entre 2007 e 2012. Teve como objetivo uma publicação em três volumes, mais um de Índices, de uma compilação de informação sobre o tema, composta sob a forma de dicionário de matriz geográfica. (...)

(...) Evolução natural porque a obra impressa tem um preço e uma expressão física que na realidade só a torna acessível ao grande público em bibliotecas, mas também porque face à matéria e ao seu âmbito geográfico tem um enorme potencial de constante atualização. Mesmo com uma vasta e qualificada equipa como a que se reuniu para o efeito, não é possível cobrir a totalidade do planeta em casos e conhecimento já disponível e atualizado. São pois evidentes os dois eixos desejáveis de desenvolvimento do projeto: divulgação mais ampla e reunião integrada de informação dispersa. Uma vez conjugados de forma eficaz, podem gerar um feliz efeito recíproco de bola de neve. Basta que a divulgação estimule a colaboração e vice-versa.

Para atingir tais objetivos o meio ideal é o de um sítio em linha, que se apresente e funcione como portal público interativo da base de dados georeferenciada na qual se concentre e administre toda a informação reunida. Como capital inicial contamos com o conteúdo dos livros, que é, por certo, suficientemente atrativo e estimulante para suscitar a integração do contributo de todos quantos pelo mundo fora tenham algo a acrescentar ou a corrigir, seja através de conteúdos escritos ou gráficos (fotografia, desenhos, iconografia, etc.) (...)