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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P15975: O meu álbum de fotografias (António Bastos, ex-1.º Cabo do Pelotão de Caçadores 953, Cacheu, Bissau, Farim, Canjambari e Jumbembem, 1964/66) - Parte II: Juramento de bandeira, Queluz, 1964


Foto nº  9A  > O Bastos no dia do juramento de bandeira, Queluz, 1964


Foto nº  5 > O Bastos nas provas finais na Fonte da Telha,  princípios de 1964


Foto nº 7A > Tropas em desfile, Queluz 1964


Foto nº 9 >  Dia de juramento de bandeira, Queluz, 1964


Foto nº 8 > Desfile das tropas no dia do juramento de bandeira, Queluz, 1964


Foto nº 7 >  Desfile de tropas, no dia do juramento de bandeira, Queluz 1964

Fotos (e legendas): © António Bastos (2016). Todos os direitos reservados.


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do António Bastos  [ex-1º Cabo do Pelotão de Caçadores 953, Cacheu, Bissau, Farim, Canjambari e Jumbembem, 1964/66] (*)

Recorde-se que o Bastos assentou praça no RAAF de Queluz, em 12 de janeiro 1964, sendo depois "transferido para uma Bateria que existia em Porto Btandão",onde fez a recruta. Jurou bandeira em Queluz. As fotos que publicamos são alusivas a esse dia (exceto a nº 5).

segunda-feira, 3 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12790: Memórias de um Lacrau (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) (Parte IV): Passaram os quatro primeiros meses... Em Contuboel, ainda longe da guerra...


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > 1969 > CART 2479 / CART 11 (1969/70) >  O Valdemar na psicina de Bafatá, tendo ao fundo: (i) a estátua do governador Muzanty; (ii) o pombal; e (iii) a Casa Gouveia (loja)...


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > 1969 > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > Na piscina de Bafatá: "3 mil soldados para uma psicina"...



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > 1969 > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > Na piscina de Bafatá... Não havia preocupações com o pé de atleta...



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > 1969 > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > O Valdemar, todo aperaltado, para uma "saída"...


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > 1969 > CART 2479 / CART 11 (1969/70) >  Torneio de futebol... Aspeto da assistência... multicolor.


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel &gt > CART 2479 / CART 11 (1969/70) >  20 de julho de 1969, dia em que o homem chegou à lua... O Valdemar vai a caminho de Bissau, num barco civil...


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > 1969 > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > 20 de julho de 1969 >  Efeméride:  no dia que o homem chegou á Lua, eu descia o rio Geba (Bambadinca-Bissau, com passagem no célebre Mato Cão e depois na não menos temível Ponta Varela, a seguir ao Xime)... Num barco fretado para levar material usado da tropa. . Estivemos parados várias horas: primeiro por causa da maré, depois devido a avaria no motor do barco só resolvido(desenrascado) com uma peça sacada dum carro que seguia no barco pra sucata. Inesquecível,  até ao fim da minha vida!

Fotos (e legendas): © Valdemar Queiroz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: L.G.]

1. Continuação da publicação das Memórias de um Lacrau > Texto e fotos enviadas, em 9 do corrente, pelo Valdemar Queiroz, nosso novo tabanqueiro, nº 648 [, em Contuboel, 1969, à esquerda] (*)


Passaram os primeiros meses, ainda sem contacto com a guerra, a instrução ia chegando ao fim. Já ‘apanhados’ pelo clima, cabelos mais compridos e patilhas, tronco nu e de cor bronze-amarelado, e visitando as bajudas/lavadeiras, ouvíamos ao longe rebentamentos.

Com o Pechincha a fazer truques de ilusionismo ou a ouvir com o Aurélio Duarte as baladas do Zeca, Adriano ou Fanhais, ou o Cândido Cunha, que era músico, a tocar modas brasileiras com o seu inseparável acordeão e o [Renato] Monteiro a declamar “os brincos na tua orelha” (**), e o Macias sempre com o cante alentejano, ou com o [Abílio] Duarte a ouvir musica anglo-saxónica, fomo-nos preparando para ir a Bissau, para o juramento de bandeira dos novos soldados,  todos naturais da Guiné.

Embarcamos em Bambadinca numa LDG para Bissau, a ração de combate (meses mais tarde, em 20/7/1969, no dia que o homem chegou à lua, repeti a mesma viagem, num barco particular).

Na LDG encontrei um marinheiro conhecido de Arroios (Lisboa) e saboreei uma boa posta de peixe cozido. Quase todos os nossos soldados nunca tinham saído da zona do Gabu ou de Bambadinca. Estranharam muito. Ficamos em Brá e eles juraram bandeira no Estádio Sarmento Rodrigues com grande entusiasmo e com um empolgante discurso do Spínola.

Por lá ficámos, uns dias, a fazer seguranças na região, sem se saber a razão. Com eles a estranharam muito a zona, por não a conhecerem, ao ponto de estarem sempre, quando ficávamos de noite, de olhos bem abertos e sentados sobre os calcanhares a dizer ‘nunca se sabe’. Parece que havia um capitão cubano que estava ferido no hospital. (***)

Regressamos a Contuboel. Formaram-se duas Companhias, uma foi para Bambadinca (CCAÇ 12), a outra, a nossa que passará a ser CART 11, foi para Nova Lamego, para umas instalações adaptadas a Quartel só para nós.

Assim passaram os primeiros quatro meses na Guiné.

Depois, a partir de Nova Lamego, andámos em intervenção na zona leste, a nível de dois pelotões, por Cabuca, Cancissé, Madina Mandinga, Dara, Piche, Ponte Caium, Dunane, com permanência perlongada em Canquelifá, até nos fixarmos em Paunca e Guiro Iero Bocari.

(Continua)



Guiné > Zona Leste > Setor L2 > Contuboel > Junho de 1969: Passeio de piroga junto à ponte de madeira de Contuboel, sobre o Rio Geba. Furriéis milicianos Henriques (CCAÇ 2590, mais tarde, CCAÇ 12) e Monteiro (CART 2479, mais tarde CART 11 e depois CCAÇ 11).

Na Guiné nunca mais encontrei o meu amigo Monteiro (que, de resto, ía morrendo afogado, num mergulho junto à estrutura da ponte, em madeira]. Já muito depois do 25 de Abril, descobri que ele era coautor de um livro que li e apreciei sobre a guerra colonial (Renato Monteiro e Luís Farinha: Guerra colonial: fotobiografia. Lisboa: D. Quixote. 1990. 307 pp). Entretanto, aparece o blogue e, entre outras, publico esta foto... Em 4 de Julho de 2005, recebo uma mensagem assinada pelo Renato Monteiro (****). Reatámos desde então os nossos contactos e a nossa amizade... Mas até hoje ainda não descobrimos quem foi o fotógrafo... Terá sido o Cândido Cunha?, pergunta o  "homem da piroga"...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2005). Todos os direitos reservados.

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Notas do editor

(*) Último poste da série > 25 de fevereiro de 014 > Guiné 63/74 - P12773: Memórias de um Lacrau (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) (Parte III): Preparando a "nova força africana" de Spínola...


(**) O brinco da tua orelha, de António Botto (1897-1959)

O brinco da tua orelha
Sempre se vai meneando;
Gostava de dar um beijo
Onde o teu brinco os vai dando.
Tem um topázio doirado
Esse brinco de platina;
Um rubi muito encarnado,
E uma outra pedra fina.
O que eu sofro quando o vejo
Sempre airoso meneando!
Dava tudo por um beijo
Onde o teu brinco os vai dando.

(***) Valdemar, capitão cubano só podia ser o Peralta!...Mas esse será ferido e capturado, mais tarde,  em 18 de novembro de 1969 durante a operação Jove, realizada pelo BCP 12 entre os dias 16 e 19, no corredor de Guileje. O juramento de bandeira dos nossos soldados do recrutamento localm, que foram incorporados nas nossas duas companhias (CART 2479/CART 11 e CCAÇ 2590/CCAÇ 12), realizou.se em Bissau em 26/4/1969, na presença de Spínola. Vd. poste de

25 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6466: A minha CCAÇ 12 (2): De Santa Margarida a Contuboel, 5 mil quilómetros mais a sul (Luís Graça)

(...) Tendo embarcado no Niassa a 24 de Maio [de 1969], juntamente com outras Companhias independentes como a 2591 e 2592 [, futuras CCAÇ 13 e 14,], chegámos ao CTI da Guiné em 29, pelas 21 h, e desembarcámos no dia seguinte de manhã.

A 31, no Depósito de Adidos, Sua Excia, o Comandante-Chefe das Forças Armadas, Brigadeiro António de Spínola, passa revista às tropas em parada e dirige-lhes palavras de boas-vindas. (...)

Colocados em Contuboel (Setor L2, Zona Leste, a norte de Bafatá, a meio caminho da fronteira norte), a fim de darmos a segunda fase de instrução ao nosso pessoal africano, embarcamos em LDG [Lancha de Desembarque Grande] para o Xime, a 2 de Junho, tendo seguido depois em coluna auto até ao local destinado. Um dia de viagem, exaustivo, extenuante, com o primeiro grande banho de pó e de emoções: íamos descobrindo a Guiné profunda, da tensa viagem entre o Xime e Bambadinca, com a ponte do Rio Udunduma, recém-dinamitada e parcialmente destruída pela guerrilha, na mesma noite do ataque a Bambadinca (28 de Maio de 1969)...

Os quadros da CART 2479 [futura CART 11 e depois CCAÇ 11, a que pertenceu o meu amigo Renato Monteiro, o homem da piroga] já tinham dado, entretanto, a instrução básica àsas nossas praças africanas, de 12 de Março a 24 de Maio, em Contuboel.

A cerimónia do Juramento de Bandeira realizara-se em Bissau, a 26 de Abril, na presença do Comandante-Chefe (sempre Excelentíssimo). 

A instrução da especialidade teve início imediatamente a seguir à nossa chegada a Contuboel. Ao longo de um mês e meio, em plena época das chuvas, os nossos graduados aprenderam a conhecer os elementos dos seus futuros grupos de combate.

Integrada na "nova força africana", a futura CCAÇ 12 receberia a visita, durante a semana de tiro, Brigadeiro António de Spínola que se inteirou pessoalmente do nível de instrução ministrada às nos­sas praças africanas.

Os exercícios finais da especialidade efectuaram-se de 6 a 12 de Julho, a 10 km ao norte de Contuboel. A 18 de Julho, finda a instrução, a CCAÇ 2590 [futura CCAÇ 12] é dada como operacional, sendo colocada em Bambadinca (Setor L1, Zona Leste). (...)

A 18 de Julho de 1969, a futura CCAÇ 12 (que, por enquanto, ainda era a CCAÇ 2590) é dada como operacional. Atendendo à origem étnico-geográfica das suas praças, por sugestão do Com-Chefe, ficamos radicados em chão fula, às ordens do Batalhão de Caçadores 2852 (1968/70), com sede em Bambadinca...

A 21 de Julho, menos de dois meses depois da nossa chegada à Guiné, quando ainda nem sequer tinham sido distribuídos os camuflados à nossa tropa africana, temos a nossa primeira "saída para o mato" (sic) , seguida do nosso "baptismo de fogo" (...).

sábado, 3 de dezembro de 2005

Guiné 63/74 - P313: O juramento dos guerrilheiros do PAIGC (João Parreira)

Camarada Luís Graça

Acabo de ler o documento "O Código de Conduta", reproduzido pelo camarada Jorge Santos, da 4ª Companhia de Fuzileiros, Niassa, Moçambique 68/70 (1).

Apesar de ter embarcado [para a Guiné] em 8/10/64, esse impresso não me foi distribuído, nem tive conhecimento que tivesse circulado no Batalhão Arilharia 733 (2).

Por me parecer oportuno transcrevo o juramento feito pelos guerrilheiros da Guiné diante dos seus companheiros de luta.

Este excerto, em letra maiúscula, faz parte de um livro que foi editado pela Imprensa do PAIGC.

O livro, datado de 13-II-964, em que era usado frequentemente o termo partisan, foi entregue por Nino Vieira a um dos seus homens, em Santambato, em 11 de Março de 1964.


JURAMENTO

"EU, FILHO DO MEU POVO, JURO LUTAR POR TODOS OS MEIOS PARA A LIBERTAÇÃO TOTAL E INCONDICIONAL DA MINHA PÁTRIA, DAR TODAS AS MINHAS FORÇAS E, SENDO NECESSÁRIO, A MINHA VIDA PARA QUE VIVA O POVO GUINEENSE LIVRE E FELIZ, NUNCA TRAIR A REVOLUÇÃO GUINEENSE, O SEU POVO E OS MEUS COMPANHEIROS DE LUTA, MESMO QUE SEJAM EMPREGADOS CONTRA MIM AS MAIORES VIOLÊNCIAS E TERRORES.

"CONSINTO QUE, EM CASO DE TRAIÇÃO, ME ATINJA A JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA".

João Parreira
ex-Furriel Miliciano Comando
(Brá, 1964/66)
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(1) Vd post de Jorge Santos, de 1 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCXXVII: O Código de Conduta do Combatente da Guerra do Ultramar.

(2) Vd. post anterior > Guiné 63/74- CCCXXX: Velhos comandos de Brá: Parreira, o últimos dos três mosqueteiros