Imagem aérea de Guileje. Foto de Amaro Samúdio.
I. Alguns acontecimentos de Maio de 1973, na Guiné (relacionados com Guileje)
Assassinato de Amílcar Cabral
Dois emissários enviados por Sekou Touré, na manhã de 20 de Janeiro, avisaram Amílcar Cabral que havia gente à volta dele que se preparava para o liquidar. Amílcar chamou Mamadú Indjai, o responsável pela guarda, para lhe dar conhecimento do facto. Ao corrente do aviso, os conspiradores resolveram actuar no próprio dia. Amílcar Cabral, quando regressava de um jantar na Embaixada da Polónia, foi assassinado naquela mesma noite de 20 de Janeiro, à porta da sua casa no bairro Minière, em Conakry. Sabe-se que Inocêncio Cani disparou o primeiro tiro e que Mamadu Turé e Aristides Barbosa fizeram parte da conspiração. As circunstâncias que rodearam o assassinato, a que se seguiu a prisão de vários dirigentes do PAIGC por Sekou Turé, nunca foram totalmente conhecidas do grande público.
1 de Fevereiro, Simpósio em Conakry em memória de Amílcar Cabral, reuniu cerca de 700 representantes de vários países.
Ofensiva do PAIGC
Entre 7 a 9 de Fevereiro, o PAIGC tinha reunido em Conakry. Depois de homenagear o seu fundador e nomear Aristides Pereira como 1º responsável do Partido, a direcção convocou o Conselho de Guerra. Desta reunião saíram orientações para a intensificação da luta armada em todas as frentes e levá-la aos centros urbanos.
Lançar ataques sucessivos em todas as frentes, não deixando o IN em repouso um só dia, seja onde for que ele se encontre. É dentro desta orientação que se dá a ofensiva dos três G (Guidaje, Guileje, Gadamael).
A Força Aérea perante o novo desafio
Entrada no palco da guerra da nova arma das forças do PAIGC, os mísseis Strella (Sam-7). Em 20 de Março, o Ten Cor Almeida Brito e o Maj Pessoa, aos comandos de uma parelha de Fiat G-91 da FAP avistaram um míssil em Campada. Dois dias depois, em 22, o Fur Pilav Moreira num T-6 vê passar-lhe ao lado um projéctil que admitiu ser um míssil. Em 25 coube a vez ao Ten Pessoa, que se conseguiu ejectar, sendo recuperado no dia seguinte por um Gr Cmds (pormenores mais abaixo). Em Março ainda, a 28, o Ten Cor Almeida Brito aos comandos do Fiat G-91 morreu ao despenhar-se com a aeronave abatida por um SAM-7 Grail.
Em Abril, a 6, um DO-27 pilotado pelo Fur Baltazar é atingido e despenha-se, morrendo o piloto. Outro DO-27 pilotado pelo Fur Carvalho Ferreira, em viagem de Guidaje para Bigene, desapareceu com três passageiros a bordo. Em 8, o Maj Mantovani morre aos comandos de um T-6. O outro piloto que "ia em asa", o Alf Henriques, viu um rastro de fumo vindo do solo.
A FAP não estava preparada para enfrentar os mísseis terra-ar. As consequências foram enormes para as forças apeadas do Exército Português. O apoio aéreo deixou de ser feito com a regularidade a que estavam habituadas. As evacuações foram fortemente restringidas, vários militares feridos ficaram retidos nos locais onde foram atingidos e alguns terão mesmo morrido por falta de condições de assistência.
A partir da entrada em acção dos mísseis anti-aéreos (Strella) pode dizer-se que a guerra nunca mais foi a mesma.
Recordando para a história: em 25 de Março, um domingo, o aquartelamento de Guileje foi flagelado em pleno dia, entre as 13h00 e as 14h30. Não foi inocente este ataque diurno (de noite, em regra, as aeronaves não saíam), como se veio a comprovar. Solicitado o apoio da FA, esta apareceu com um Fiat G-91, tendo o piloto entrado em contacto rádio com Guileje, donde recebeu as indicações sobre as distâncias aproximadas dos locais de onde partiam os fogos. De terra viram-no rumar nessa direcção e a partir daí os contactos rádio cessaram. Cerca de 15 a 20 minutos depois surgiu nos céus de Guileje o 2º avião. Estabelecido o contacto, o piloto foi posto ao corrente. Minutos depois, informava Guileje que o 1º avião tinha sido abatido e que o piloto (Ten Pessoa) se tinha conseguido ejectar. Devido à hora tardia, localizado através de um very-light, o piloto só foi resgatado no dia seguinte. Em 12 Abril, na zona de Guileje, um guerrilheiro armado encontrado ferido é evacuado para Bissau.
Em 6 de Abril, Guidaje (Bigene e Binta) foi atacada pelo PAIGC. Todos os acessos a essa povoação na fronteira Norte com o Senegal foram sujeitos a uma das mais violentas acções de toda a Guerra da Guiné. Minas, emboscadas, abates de aeronaves, houve de tudo naquele interminável período (de 6 de Abril a 29 de Maio).
As forças do PAIGC empenhadas nesta acção foram comandadas por Francisco Mendes (Chico Té) e pelo Comissário Político Manuel dos Santos (Manecas).
Na zona de Guidaje, durante aquele período, estiveram envolvidos cerca de mil homens das Forças Armadas Portuguesas, segundo os Cors Matos Gomes e Aniceto Afonso. Em 53 dias de cerco, Guidaje sofreu 43 ataques com foguetões de 122 mm, artilharia e morteiros. 48 Mortos, 122 feridos, 3 desaparecidos, seis viaturas destruídas e três aviões abatidos (um T6 e dois DO 27).
No decorrer do assalto do PAIGC a Guidaje, a base do PAIGC estacionada em Kumbamory, Senegal, foi assaltada e destruída pelo BCmds do Exército Português na manhã de 20 de Maio. Nesta acção, segundo Almeida Bruno, o Cmdt da Op Ametista Real, as tropas portuguesas destruiram quatro centenas de armas automáticas, mais de 100 morteiros, 14 canhões s/r e quase centena e meia de lança-granadas, para além de milhares de munições, minas anti-carro e anti-pessoal, granadas de mão, granadas de morteiro e de RPG, rampas de foguetes, etc. No decorrer dos combates o BCmds sofreu nove mortos, vinte e três feridos graves e onze desaparecidos, considerados mais tarde, como mortos.
Guileje
Guileje, uma "praça fortificada", era considerada pelo Estado-Maior de Spínola de grande importância estratégica. Pouco mais de duzentos militares protegiam a povoação com mais de 500 habitantes.
Era pela zona de Guileje que o PAIGC introduzia, para quase toda a zona Sul, grandes quantidades de armas, munições, mantimentos e material sanitário. Este material fornecido pela URSS e pelos seus então chamados satélites (material de guerra, especialmente), bem como por alguns países nórdicos (nomeadamente a Suécia com material escolar, sanitário e alimentos) era, na grande maioria, desembarcado no porto de Conakry, passava por Boké, Kandiafara, Simbel e Tarsaia, entrando no território da Guiné pelo corredor de Guileje (chamado pelas NT "corredor da morte" e "corredor do Povo" pelo PAIGC). Daí a importância que Spínola dizia atribuir a Guileje, vindo a conferir-lhe um COP, comandado por um major.
Tropas do PAIGC concentraram-se na área da fronteira da Guiné-Conakry para reforçar a guerrilha já aí estacionada. Daí partiu o ataque, em 18 de Maio.
As informações tinham começado antes: em 9 Maio, a CCaç aquartelada em Empada enviou uma mensagem para a 2ª Rep/QG, comunicando a "existência de um grupo IN na fronteira, com carros de combate, que pretendia atacar Guileje". A seguir, rectificou a mensagem, enviando outra em que referia "a presença nas matas de Guileje de um grupo de 35 cubanos e dois grupos de 45 elementos cada, aguardando instruções de 'Nino' Vieira para atacar Guileje".
Em 11, Spínola visitou Guileje e falou às tropas, formadas na pista: que se esperava um agravamento da situação, que a Força Aérea, embora limitada na execução das missões, em situações difíceis cumpriria, voando mais alto e utilizando bombas mais potentes e que as evacuações de feridos graves se iriam manter. Entretanto, no dia anterior, um milícia de Guileje abandonou a povoação com a arma que lhe estava distribuída. Como tinha dito que ia à caça e podia andar perdido o Pelotão de Milícias de Guileje saiu em patrulhamento, com a finalidade de o encontrar. Os milícias não o encontraram, mas depararam com uma mina anti-carro e quando tentavam desmantelá-la, deu-se o rebentamento, provocando a morte de dois elementos. Mais tarde veio a saber-se que o referido milícia tinha sido aprisionado pela guerrilha, junto ao local onde a guarnição se abastecia de água.
Em 15 Maio, a Companhia sediada em Bedanda informou da "chegada em 10 Maio, de 4 grupos vindos da R. Guiné-Conakry e a presença em Kandiafara de cerca de 50 cubanos". No dia seguinte a CCaç estacionada em Empada informou da "chegada a Simbeli de três grupos de Artilharia vindos da URSS e a presença de dois blindados junto à fronteira". Em 18 Maio, novamente de Bedanda: "reunião do IN em Kandiafara, objectivo Guileje. Reunidos 5 bigrupos (cada bigrupo dispunha organicamente de 40 elementos, dispondo de 4 a 6 ML, 2 a 6 LGF, 2 a 4 MP e 2 a 4 Morteiros de 82) junto a Guileje.
O PERINTREP (relatório semanal do ComChefe) da semana de 13 a 20 Maio destacava: "O IN desencadeou uma ofensiva contra Guileje, emboscando, com elevado potencial de fogo, forças daquela guarnição que se dirigiam para Gadamael e flagelando depois aquele aquartelamento 21 vezes no espaço de 36 horas, com foguetes 122, canhão 85, morteiro 120 e canhão sem recuo, instalando a maioria das bases de fogos na Rep. Guiné-Conakry" (...). Outro relatório da 3ª Rep do QG/CTIG sobre a actividade do COP 5 (área militar que enquadrava Guileje) entre 18 e 21 de Maio, referia que, no primeiro dia, "durante a execução duma coluna de reabastecimento, as NT foram fortemente emboscadas por duas vezes, a cerca de dois kms de Guileje, tendo sofrido um morto, sete feridos graves e quatro ligeiros. Por falta de evacuação aérea, um dos feridos graves faleceu quatro horas depois da emboscada".
Um corpo no meio da tabanca de Guileje. Foto de autor que desconheço, a quem agradeço e que aqui reproduzo com a devida vénia.
Numa súmula muito breve dos ataques a Guileje, durante o período compreendido entre as 20h00 de 18 de Maio e as 04h00 do dia 22, o aquartelamento e a povoação foram flagelados com cerca de 800 granadas (morteiro 120, canhão s/r, LGF e outras não identificadas), muitas das quais caíram dentro do destacamento, restando poucas instalações intactas e, devido à destruição das antenas, o aquartelamento ficou sem comunicações rádio com o exterior.
Na noite de 21, o comandante de Guileje, o Maj Art Coutinho e Lima, decidiu o abandono da praça-forte na madrugada do dia seguinte. Segundo ele próprio, a decisão baseou-se na forte pressão do IN, na não atribuição de reforços, na não evacuação dos feridos, na escassez de munições, na falta de água no aquartelamento (o abastecimento era feito a cerca de 4 kms), na defesa da população, e na destruição do centro de comunicações. É de destacar, como parêntesis, que, desde 18 de Maio o aquartelamento se foi mantendo debaixo de fogo, por períodos intercalados. Os militares e a população, mal pressentiam a saída da primeira granada, precipitavam-se para os abrigos, triplicando a lotação. A excelente protecção conferida pelos abrigos, feitos em betão armado, sob a orientação do BEngª de Bissau, abrigos que, em princípio, seriam à prova de rebentamentos de morteiro 120, justifica, segundo os sitiados, terem sofrido apenas um morto(um furriel metropolitano).
Dada a ordem de retirada, elementos da população começaram por oferecer alguma resistência mas, face à decisão inabalável de Coutinho e Lima, decidiram-se por seguir com a tropa.
Na difícil hora da retirada, depois de 9 anos de guarnições militares em Guileje, a coluna dirige-se para outro inferno, Gadamael. Foto de autor que também desconheço. E que, com a devida vénia, reproduzo.
Assim, às primeiras horas do dia 22 de Maio, a enorme coluna (militares, milícias e população) meteu-se a caminho através de um trilho utilizado apenas pela população.
No local e segundo o PAIGC, as tropas portuguesas deixaram para trás três peças de artilharia e documentos sobre a disposição das forças em todo o território da Guiné. Peças e documentos que muito jeito deram às forças de guerrilha, segundo vieram a dizer mais tarde dirigentes do PAIGC. O Major Coutinho e Lima assegura, por sua vez, terem sido inutilizadas as armas e viaturas e a documentação ter sido toda queimada, afirmação confirmada, aliás, por vários militares encarregados das destruições.
Não deve ignorar-se o efeito propagandístico que, em situações deste tipo, os contendores usam. Assim, as emissões de rádio, provenientes de Conakry, exploraram, como era seu dever, o feito da tomada de Guileje:
"(...) Os nossos gloriosos combatentes capturaram ao IN em Guileje, o material seguinte: 2 canhões de 155, morteiro de 106, 2 de 81, 1 de 70, 5 MP Dreyse, 3 bazucas de 88, 5 PM FBP, 47 G-3, 8 Mausers e grande quantidade de munições. Viaturas: 3 blindados, 4 camiões Berliet, 1 Unimog e 1 jeep Willy. A central eléctrica e o posto de rádio estão intactos. Os nossos combatentes apreenderam ainda diversos mapas e outros elementos de alto valor militar e víveres em quantidade prevista para o consumo da guarnição durante vários meses".
O Major Coutinho e Lima, para justificar a difícil decisão que tomou, diz ter tido, essencialmente, a preocupação de poupar as mais de 600 vidas que lhe estavam confiadas. A retirada decorreu, tanto quanto possível, ordenada e sem incidentes. A escolha do trilho e o efeito surpresa (nunca puseram a hipótese da guarnição retirar, afirmaram, mais tarde, alguns responsáveis da guerrilha) foram as razões que permitiram a coluna chegar a Gadamael sem problemas.
Em 13 anos de guerra, era a 1ª vez que a tropa portuguesa retirava de um aquartelamento, sob o pretexto da pressão do IN, o que levou alguns a interrogarem-se do que teria acontecido em Guidaje, se em vez do Coronel Correia de Campos tivesse sido Coutinho e Lima o comandante. No entanto, com a informação hoje disponível, é possível destrinçar as situações: Guidaje teve o apoio de tropas da reserva do Com-Chefe (páras, fuzileiros, comandos e outras), Guileje não teve.
Entre os que permaneciam em Guileje, enraizou-se a ideia de que estavam abandonados à sorte. Não sentindo o apoio do ComChefe, o Major Coutinho e Lima tomou uma decisão difícil e que o iria marcar para toda a vida. Mas quem toma decisões difíceis, em situações críticas, temos que convir, não são pessoas comuns.
Gadamael
As consequências da saída de Guileje tiveram enorme repercussão. Pela primeira vez, pelo menos de uma forma tão pública e que o PAIGC aproveitou em todos os palcos internacionais, o Exército Português mostrava fracturas tão assinaláveis.
Na sequência, tentando aproveitar o "efeito dominó", as tropas do PAIGC deslocaram todo o esforço para o aquartelamento vizinho, Gadamael, que passou a ser atacado do território da Guiné-Conakry várias vezes ao dia, com enorme violência (morteiros 82 e 120, foguetões de 122mm, conhecidos pelos 'jactos do Povo' e bocas de Artª de 130 mm, com alcance até trinta quilómetros). A guarnição, tal como a de Guidage, embora com custos elevados (17 mortos) e 55 feridos entre 1 de Junho e 22 Julho aguentou-se estoicamente. No seu livro "Gadamael", o Sargento pára-quedista Carmo Vicente escreveu: "tombaram para sempre, quase cinquenta irmãos nossos, que não queriam combater e que abominavam a guerra. Quase cinquenta homens que, se o pudessem ter feito, teriam gritado antes de morrer: entreguem a Guiné aos Guineenses".
Entretanto, em 22 de Maio, Spínola tinha informado por escrito o Ministro do Ultramar sobre a degradação da situação militar. A título de exemplo referia que, entre as 18 horas do dia 20 e as 8 e 30 de 21, Guileje tinha sofrido 32 ataques; que Guileje era de importância estratégica para a manobra militar e para os abastecimentos do PAIGC no Sul, pelo que era vital a sua defesa.
Em todo o mês de Maio as tropas portuguesas sofreram 64 mortos em combate e quase três centenas de feridos, na sequência das cerca de 220 acções desencadeadas pelo PAIGC contra os dispositivos das forças militares portuguesas.
capa de
"A RETIRADA DE GUILEJE, 22 MAI 1973, A VERDADE DOS FACTOS"
Autor: Cor Artª Alexandre Coutinho e Lima
Editor: DG edições
Preço: cheque de 22 € (20 do livro e 2 para a franquia do correio).
Pedidos ao
Autor
II. Ao Coronel Alexandre Coutinho e Lima
Li o seu livro num sôfrego. Peguei-lhe e não o larguei. É um documento que faltava, importante para compreender melhor os anos de "brasa", em especial o ano de 73.
Tem informação documentada, de facto, desconhecida ou muito pouco conhecida, inclusive de estudiosos que ao longo destes anos se têm dedicado ao estudo da Guerra na Guiné.
Fiz lá “apenas” uma comissão, entre 65/67, e já naqueles anos senti os problemas crónicos (a extrema pobreza das "Informações", por exemplo) que afectaram a condução correcta da guerra, isto reportando-me apenas aos aspectos militares. Muito longe, portanto, das suas 3 comissões, das quais a última em condições excepcionalmente difíceis.
Aos olhos de um simples leitor da nossa História, a atitude do Comandante do COP 5, protagonizada pelo Senhor, parecia-me, à partida, pouco compreensível e difícil de defender, tendo como referência a situação que se viveu em Guidaje. Por outro lado, pareceu-me sempre que ao caso de Guileje, ao contrário de opiniões, que havia muitas, faltavam factos. Claro que não estou seguro que os documentos que apresenta encerrem definitivamente o dossier "Guileje". Mas com os factos (sem pôr em causa as opiniões e comentários que emite) documentados que apresenta e que eu desconhecia, hoje, posso dizer que compreendo melhor a decisão que tomou.
Independentemente do juízo que a História está ou ainda vai fazer sobre a retirada de Guileje, devo manifestar-lhe que fiquei com a convicção de que:
1. Foi graças à decisão que o Coronel tomou que, em vez de um morto a lamentar, muitas famílias, de cá e de Guileje, tenham podido conviver com os seus Familiares e Amigos, a grande maioria, felizmente, ainda até hoje.
2. O Com-Chefe, independentemente da apreciação globalmente positiva que eu possa ter da acção que desenvolveu na então Província, não fez tudo o que podia e devia ter feito pela população e tropa de Guileje.
3. Atitudes ou decisões, ainda controversas para alguns, como a que o Cor Alexandre Lima tomou não são habituais. E só as poderiam tomar, nas excepcionais condições em que se vivia naqueles tempos em Guileje, Militares com convicções muito sólidas sobre a forma de como bem fazer a Guerra.
Depois de ler o seu livro, depois de consultar a documentação nele exposta, é minha convicção que o Exército Português teve, em Guileje, um Comandante que cumpriu o seu dever.
V. Briote
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Notas de vb: