Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mejo > 2 de maio de 2013 > O Zé Teixeira e o Régulo de Medjo – ex-combatente dos tempos de Guiledje, por detrás da tabuleta que assinala o "poço de Medjo", um dos melhoramentos da aldeia, tornado possível graças à solidariedade da ONG Tabanca Pequena, de Matosinhos
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mejo > 2 de maio de 2013 > Crianças e mulheres de Medjo
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Ponte Balana > 2 de maio de 2013 > O rio Balana e a sua ponte, a seguir a Gandembel.
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional do Cantanhez > Faro Sadjuma > 2 de maio de 2013 > O miradouro de Sutuba, para observação da vida animal...
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional do Cantanhez > Faro Sadjuma > Miradouro de Sutuba > 2 de maio de 2013 > ... Sem visita marcada, os habitantes locais não apareceram...
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional do Cantanhez > Amindara > 2 de maio de 2013 > Mais outra tabanca que passou a ter água potável, graças ao apoio da ONG Tabanca Pequena...
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional do Cantanhez > 2 de maio de 2013 > Cartaz publicitário do hotel DjsamDjam, em Faro Sadjuma
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional do Cantanhez > Faro Sadjuma > 2 de maio de 2013 > Interior de um bangalô, no Hotel DjamDjam, em Faro Sadjuma, no interior da Mata do Cantanhez.
Fotos (e legendas): © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: LG]
Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau
(28 de Abril - 12 de maio de 2013) - Parte III
por José Teixeira [, membro sénior da Tabanca Grande e ativista solidário da Tabanca Pequena, ONGD, de Matosinhos; partiu de Casablanca, de avião, e chegou a Bissau, já na madrugada do dia 30 de abril de 2013; companheiros de viagem: a esposa Armanda; o Francisco Silva, e esposa, Elisabete; no dia seguinte, 1 de maio, o grupo seguiu bem cedo para o sul, com pernoita no Saltinho e tendo Iemberém como destino final, aonde chegaram no dia 2, 5ª feira; na 1ª parte da viagem passaram por Jugudul, Xitole, Saltinho, Contabane Buba e Quebo ] (*)
O tempo voou sem nos apercebermos. Era já a hora ideal para almoçarmos em Faro Sadjuma, onde nos esperava a Fatumata, com o saboroso petisco de sua lavra e as canções com cheiro ao Minho e Viana do Castelo, quando ainda estávamos a passar a ponte sobre o Balana. Local que o Francisco Silva quis fotografar para levar uma recordação ao Hugo Guerra, pois foi neste mítico lugar, ali mesmo ao lado de Gandembel, que este iniciou a sua guerra.
Para mim foi mais uma oportunidade de regressar a um passado de sangue, suor e lágrimas, neste espaço de terreno desde Quebo (Aldeia Formosa) até Gandembel. Sinto felicidade imensa em passar por aqui e reviver estes locais, onde a vida germinou de novo. As tabancas surgiram por todo o lado, nos locais onde a terra é fértil e dá pão. Dá-me imenso gosto sentir a alegria e a vida desta gente pobre e humilde a palpitar. Os sorrisos de esperança espelhados nos rostos das crianças que correm ao lado da viatura a gritar POOOORTO! POOOORTO! o que quer dizer Portugueses ou Portugal, substituindo o velho grito do inimigo de outros tempos:
– TUGA, vai-te embora!
Como me senti feliz ao poder apreciar as bajudas a tomarem banho no Balana sem se preocuparem com a nossa presença. Foi um regressar feliz a outros tempos, mas não naquele lugar. Deixei-me banhar por um sentimento de imensa felicidade ao sentir, mais uma vez, que a paz é possível e com paz a vida brota felicidade e bem estar.
Seguiu-se Guiledje, de passagem, uma hora depois, com promessa de voltarmos, com tempo de sobra, no regresso, para saborearmos este naco da história recente da Guiné-Bissau.
Por fim, quando o sol caminhava para o zénite, aportamos no Hotel Djamdjam, em Faro Sadjuma, para almoçar, deixando para trás Medjo e o seu régulo, o camarada Manuel Umaru Djaló, dos tempos duros de Guiledje.
O petisco, galinha à cafreal como só a Fatu sabe fazer, acompanhado por uns copos de fresquinho sumo de cabaceira, soube demais.
Após uma visita aos bungalôs ou moranças adaptadas a quartos de dormir com muita mestria, voltamos a Medjo, para conversar um pouco com o "velho" Umaru, que nos recebeu com a sua apreciada simpatia. Falou-nos do seu povo e do bem-estar da tabanca com a abertura do poço de água e respetivo fontanário, agora numa fase em que a água está mesmo no fundo. Foi necessário condicionar o fornecimento de água existente no depósito, destinando-a apenas para matar a sede, aguardando os melhores dias que se aproximam com a época das chuvas.
De novo na picada, estamos de passagem na tabanca de Amindara, onde foi aberto outro poço com o apoio da ONG Tabanca Pequena, e em que se faz sentir os ganhos em saúde, especialmente das crianças, associados ao bem estar resultante da melhoria da qualidade da água para beber.
Seguimos para Iemberém, com tempo ainda para passar pelo Miradouro Sutuba, à procura dos Macacos Com, Chimpazés Dari e Búfalos, que por falta de marcação atempada da hora, não se dignaram aparecer.
Por fim, chegamos ao destino, onde nos acolheu com a simpatia que já nos habituaram o Abubakar [, engenheiro agrónomo da AD,] e a Satu, sua esposa, que nos preparou um petisco de galinha (Muita galinha se come na Guiné!), com molho de mancarra, que soube muito bem depois de um excelente banho reparador.
Segui-se uma amena cavaqueira, que se prolongou até chegar o cansaço. Pelo fresco, recolhemos aos acolhedores quartos que nos estavam reservados. Enfim, uma noite repousante!
Nesta rota passada a correr, vimos uma estrada ou picada cheia de gente num corrupio do dia a dia, muitas tabancas cheias de vida, muita juventude e muitas crianças que acenavam ou corriam atrás da viatura, gritando POOORTO, POOORTO. (Portugal, Portugal).
Que felicidade!
Zé Teixeira
[O título do poste é da responsabilidade do editor]
(Continua)
Como me senti feliz ao poder apreciar as bajudas a tomarem banho no Balana sem se preocuparem com a nossa presença. Foi um regressar feliz a outros tempos, mas não naquele lugar. Deixei-me banhar por um sentimento de imensa felicidade ao sentir, mais uma vez, que a paz é possível e com paz a vida brota felicidade e bem estar.
Seguiu-se Guiledje, de passagem, uma hora depois, com promessa de voltarmos, com tempo de sobra, no regresso, para saborearmos este naco da história recente da Guiné-Bissau.
Por fim, quando o sol caminhava para o zénite, aportamos no Hotel Djamdjam, em Faro Sadjuma, para almoçar, deixando para trás Medjo e o seu régulo, o camarada Manuel Umaru Djaló, dos tempos duros de Guiledje.
O petisco, galinha à cafreal como só a Fatu sabe fazer, acompanhado por uns copos de fresquinho sumo de cabaceira, soube demais.
Após uma visita aos bungalôs ou moranças adaptadas a quartos de dormir com muita mestria, voltamos a Medjo, para conversar um pouco com o "velho" Umaru, que nos recebeu com a sua apreciada simpatia. Falou-nos do seu povo e do bem-estar da tabanca com a abertura do poço de água e respetivo fontanário, agora numa fase em que a água está mesmo no fundo. Foi necessário condicionar o fornecimento de água existente no depósito, destinando-a apenas para matar a sede, aguardando os melhores dias que se aproximam com a época das chuvas.
De novo na picada, estamos de passagem na tabanca de Amindara, onde foi aberto outro poço com o apoio da ONG Tabanca Pequena, e em que se faz sentir os ganhos em saúde, especialmente das crianças, associados ao bem estar resultante da melhoria da qualidade da água para beber.
Seguimos para Iemberém, com tempo ainda para passar pelo Miradouro Sutuba, à procura dos Macacos Com, Chimpazés Dari e Búfalos, que por falta de marcação atempada da hora, não se dignaram aparecer.
Por fim, chegamos ao destino, onde nos acolheu com a simpatia que já nos habituaram o Abubakar [, engenheiro agrónomo da AD,] e a Satu, sua esposa, que nos preparou um petisco de galinha (Muita galinha se come na Guiné!), com molho de mancarra, que soube muito bem depois de um excelente banho reparador.
Segui-se uma amena cavaqueira, que se prolongou até chegar o cansaço. Pelo fresco, recolhemos aos acolhedores quartos que nos estavam reservados. Enfim, uma noite repousante!
Nesta rota passada a correr, vimos uma estrada ou picada cheia de gente num corrupio do dia a dia, muitas tabancas cheias de vida, muita juventude e muitas crianças que acenavam ou corriam atrás da viatura, gritando POOORTO, POOORTO. (Portugal, Portugal).
Que felicidade!
Zé Teixeira
[O título do poste é da responsabilidade do editor]
(Continua)
_____________
Nota do editor:
(*) Postes anteriores da série >
23 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11613: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (1): Bissau, ontem e hoje
29 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11649: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (2): De Bissau até ao sul: Jugudul, Xitole, Saltinho, Contabane, Buba, Quebo...
23 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11613: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (1): Bissau, ontem e hoje
29 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11649: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (2): De Bissau até ao sul: Jugudul, Xitole, Saltinho, Contabane, Buba, Quebo...