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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26157: Casos: A verdade sobre... (49): Os "djubis" da CART 11 e da CCAÇ 12, que foram soldados... (Luís Graça)



Umaru Baldé (c. 1953- c.2004, Bambadinca, meados de 1970
Foto: Benjamim Durães (2010)



Umaru Baldé (c. 1953-c. 2004), recruta do CIM Contuboel,
 c. março de 1969 

Foto: Valdemar Queiroz (2014)


1. Resposta do editor LG ao Valdemar Queiroz (*): 

Valdemar, obrigado pela tua preciosa "lembrança"... Reconheço estes putos ou pelo menos três, os que pertenceram à CCAÇ 12, e que fizeram a guerra comigo (*)...

Quanto ao Umaru Baldé (c. 1953- c. 2004), o "menino de sua mãe", tens aqui  duas fotos dele (uma é do teu álbum, o recruta Baldé, no CIM de Contuboel, com cara e corpo de "djubi"; a outra, um ano mais tarde,  de meados de 1970, tirada em Bambadinca, já com o BART 2917).

Vamos pô-lo a nascer por volta de 1953 para salvar a "honra do convento", isto é, para que a NT não sejam acusadas de recrutar crianças para a guerra, como acontecia com o PAIGC...

Soldado do recrutamento local, nº 82115869, o Umaru tirou a recruta   (com a CART 11) e a especialidade (com a CCAÇ 12), no CIM de Contuboel (um um um "oásis de paz", como eu lhe chamei, em junho de 1969). 

Foi exímio apontador de morteiro 60, soldado arvorado e depois 1º cabo at inf  da CCAÇ 2590 /  CCAÇ 12 (1969-1972), no 4º Gr Comb,  3ª secção [comandada inicialmente pelo fur mil 11941567 António Fernando R. Marques: DFA, vive hoje em Cascais, empresário reformado, membro da nossa Tabanca Grande].

O Umaru Baldé, que era de Dembataco (ou Demba Taco),  cresceu com a guerra: Demba Taco pertencia ao subsetor do Xime, um dos primeiros a conhecer a crueldade da guerra.  Foi recrutado em 12/3/1969,  como ele conta em carta pungente que te escreveu, trinta anos depois, já a viver na Amadora. 

Tirou a recruta no CIM Contuboel e fez o juramento de bandeira em Bissau, em cerimónia a que assistiu o gen Spínola.  Em junho e julho de 1969 fez a especialidade, já com os graduados da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 como instrutores... Juntos formamos companhia e fizemos a IAO.  Em 18 de julho de 1969 ficámos à ordem do comando do sector L1, e fomos colocados em Bambadinca.  Seis dias depois tivemos o batismo de fogo em Madina Xaquili, que será abandonada, dois meses e tal depois, em outubro.

O Umaru Baldé fez a guerra  entre meados de 1969 e 1972,  foi depois colocado, nesse ano,  em Santa Luzia, Bissau, no quartel do Serviço de Transmissões, onde ficou até ao fim da guerra.  (Julgo que depois de ter sido ferido em combate, ainda na CCAÇ 12, que entretanto passará a unidade de quadrícula, colocada no Xime em março de 1973.)

Conheceu, em mais de metade da sua vida, a amargura e a solidão do exílio. Não sei se chegou a ter mulher e filhos.  Percorreu meia África, em busca de liberdade e seguranças. Veio a morrer, aos 50 anos,  em Portugal, no "terminal da morte", que era então o, hoje  já extinto,  Hospital do Barro, Torres Vedras (onde também, por ironia do destino,  viria a morrer Luís Cabral, uns anos depois, em 2009).

O "puto" Umaru,  como sempre o tratámos, contou apenas com o apoio e a ajuda de alguns dos seus antigos camaradas de armas, "tugas",  da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, mas também da CART 11 (como tu, Valdemar Queiroz,  e outros). 

Não posso confirmar, com rigor, o ano em que nasceu e o ano em que morreu. Nunca mais o vi desde que regressei a casa em 17 de março de 1971. Tenho uma foto com e com o Zé Carlos.

 

Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Fevereiro de 1970 >  Região do Xime >   1º  Grupo de Combate, comandado pelo Alf Mil Inf Op Esp Francisco Moreira, no decurso da Op Boga Destemida, uma operação sangrenta...  A CCAÇ 12, que integrava a "nova força africana" (que era a menina dos olhos de Spínola) foi uma subunidade de intervenção, duramente usada e abusada pelo comando dos BCAÇ 2852 (1968/70) e BART 2917 (1970/72) 


Foto: © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados 
[Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



2. Aproveito para retomar aqui, com algumas alterações,  um comentário meu que já tem 18 anos sobre  "a lista dos Baldés" da CCAÇ 2590 / 12, e que publicitei, em 2006 (**), depois de ponderar os prós e os contras: eram 100 os "Baldés", que foram integrados na CCAÇ 2590 (futura CCAÇ 12), em Contuboel... Muito poucos deles estariam ainda vivos nessa altura. E hoje já não estará nenhum.

Na altura, podia parecer fastidiosa, inútil, irrelevante... a minha lista de Baldés...    Mais: até imprudente, podendo pôr em risco a liberdade e a segurança dos nossos antigos camaradas guineenses,  os sobreviventes, os que ainda estariam vivos (como, por exemplo, o José Carlos Ussumane Baldé, o único 1º cabo que existia no meu tempo).

Não pensava o mesmo , em 2006: podia ter (ou vir a ter) algum interesse documental, historiográfico, eu sei lá... Podia facilitar a pesquisa de informação, de testemunhos, de depoimentos...E quanto a ajustes de contas, infelizmente já tinham sido feitos sob o regime de Luís Cabral...

Entendia que era um pequeno, modestíssimo, gesto de elementar justiça para com aqueles guineenses que lutaram ao nosso lado, que fizeram parte da CCAÇ 12 e, portanto, da 'nova força africana'  com que sonhou Spínola e que tanto atemorizou o PAIGC (eles e não apenas a "tropa especial", com destaque para os Comandos Africanos).

Infelizmente, uma grande parte deles (quantos, exactamente?) já não estariam vivos em 2006. Uns tinham sido fuzilados, como o Abibo Jau, logo em 1975, outros andaram fugidos, a maior parte terá morrido de morte natural, que a sua esperança de vida era muito menor que a nossa, em 1969...

Eu estava à vontade para publicar essa lista: sempre critiquei a africanização da guerra da Guiné, embora longe de imaginar que, no dia seguinte à nossa retirada, começasse a caça aos "traidores", aos "contra-revolucionários", aos "mercenários", aos "colaboracionistas", aos "cães dos colonialistas", aos "cachorros dos tugas"...

Eu já não estava lá, em agosto de 1974, quando foi extinta a CCAÇ 12 e as demais subunidades da "nova força africana" (incluindo a CCAÇ 11, herdeira da CART 11). E, confesso que, desde que cheguei, em março de 1971, e até ao final da década de 70, pus uma tranca à porta da "memória da guerra". E só no princípio de 1980, comecei a tentar "exorcizar os fantasmas da guerra colonial" (sic) (uma expressão minha, que paga direitos de autor...).

Em 1969, ainda estava vivo o Amílcar Cabral e eu, na metrópole,  admirava-o, em abstrato,  intelectualmente, pelo pouco tinha lido dele (náo tenho pejo em admito-lo hoje). 

Achava que na Guiné, depois da independência, "abadá a guerra e feita a paz", tudo seria diferente, e não aconteceriam os ajustes de contas que se verificaram noutras revoluções ou guerras civis, na Rússia, na China, na Espanha franquista, na França depois da libertação, na Argélia, em Cuba, etc. Pobre de mim, ingénuo...

Mas, por outro lado, também fui cúmplice da integração destes "putos" no nosso exército: mesmo sendo  da especialidade de armas pesadas, e não fazendo  parte formal, organicamente,  de nenhum dos quatro grupos de combate da CCAÇ 12, acabei como vulgar atirador de infantaria, já que a companhia não tinha instalações a defender e  era de intervenção ("uma companhia de nharros, carne de canhão", rosnávamos nós, entre os dentes, sempre que saíamos para o mato...).

Participei, por isso, em muitas das operações em que estes participaram, fui testemunha da sua coragem e do seu medo, dormi com eles nas mais diversas situações, incluindo nas suas tabancas, transportámos às costas os nossos feridos e os nossos mortos... 

Foram meus camaradas, em suma.

Alguns (ou até bastantes) vieram das milícias, a maior parte já tinha alguma experiência de combate. E quanto à sua origem geográfica, os nossos camaradas guineenses da CCAÇ 12 (originalmente, CCAÇ 2590), eram oriundos do chão fula e em especial dos regulados do Xime, Corubal, Badora e Cossé, com exceção de um mancanhe, escolarizado,  oriundo de Bissau (que se fartou de levar "porradas", por ser "reguila" e "indisciplinado").

“Todos falam português mas poucos sabem ler e escrever", lê-se na história da CCAÇ 12. (O que só era verdade 21 meses depois de os termos conhecido e instruído em Contuboel, em junho e julho de 1969: nunca tiveram tempo sequer de ter aulas regimentais, o português que aprenderam, a falar e a escrever foi connosco.)

Foram incorporados no Exército como "voluntários" (sic), acrescentou o escriba (fui que escrevi a "história da unidade"), para branquear a insustentável (historicamente falando) situação dos jovens fulas, condenados a aliarem-se aos tugas e a pagarem a fatura do "colaboracionismo" no dia a seguir à nossa partida... 

Mas devo acrescentar: mal ou bem, a tropa e a guerra acabaram por ser um "modo de vida" para muitos deles... Teria o Umaru Baldé alguma alternativa ? Seguramente que não. O Salazar, o Tomás, o Caetano queriam-nos,  a todos,  heróis ou... mortos!
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Notas do editor:

(*) Ultimo poste da série : 14 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26153: Casos: A verdade sobre... (48): Os "djubis" da CART 11 e da CCAÇ 12, que foram soldados... (Valdemar Queiroz)

domingo, 27 de novembro de 2016

Guiné 63/74 - P16767: Álbum fotográfico de Fernando Andrade Sousa (ex-1º cabo aux enf, CCAÇ 12, 1969/71) - Parte V: Eu, em Mansambo, com o alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira, cmdt do 1º Gr Comb



Guiné >Zona leste > Setor L1 > Mansambo >  c. 1970 > O Fernado Sousa, como o seu malão de primeiros socorros, à direita, com o alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira, comandante do 1º Gr Comb,  ambos da CCAÇ 12 (1969/71). Hoje são vizinhos. "Tínhamos regressado de uma operação entre o Xime e Mansambo, Deve ser já para o fim da comissão".

O Francisco Moreira, que não integra a nossa Tabanca Grande (mas que teríamos todo o gosto em o acolher aqui!), vive em Santo Tirso. Já não nos vemos desde 1994. O Moreira era reconhecidamente o homem de confiança do comandante da companhia, o cap inf Carlos Alberto Machado Brito (, hoje cor inf ref). O Moreira passou por Lamego, pelo CIOE, tal como Humberto Reis, os dois "rangers" da CCAÇ 12.

Na altura em que eu, o Fernando Sousa, Francisco Moreira,  o Humberto Reis e outros estivemos na CCAÇ 12 (maio de 1969/março de 1971),  como unidade de intervenção no Sector L1,  conhecemos, como subnidades de quadrícula em Mansambo, as seguintes:

(i)  CART 2339 (1968/69), adida ao BCAÇ 2852 (1968/70):

(ii) CCAÇ 2404 (novembro de 1969/maio de 1970);

e (iii) a CART 2714, do BART 2917 (1970/72). (Esta companhia será rendida pela CART 3493, a que pertenceram o nosso grã-tabanqueiro António Duarte e  António Eduardo Ferreira; a CART 3493 vai em março de 1973 para Cobumba, na região de Tombali, sendo substituída pela CART 3494, do mesmo batalhão, o BART 3873, sedidado em Bambadinca, 1972/74).

A CCAÇ 12 ia frequentememte a Mansambo, em colunas logísticas ou em operações nos subsetores de Mansambo e Xitole.

Foto (e legenda): © Fernando Andrade Sousa (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Continuação da publicação do álbum de Fernando Andrade Sousa que foi 1º cabo aux enf, CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, entre maio de 1969 e março de 1971), e mora na Trofa (*). 

É inacreditável como é que a CCAÇ 12 só tinha dois enfermeiros operacionais para alinhar no mato, aliás, dois 1ºs cabos aux enf, o Fernando Sousa e o Carlos Alberto Rentes dos Santos (e este por pouco tempo, já que foi trabalhar como carpinteiro no reordenamento de Nhabijões!... O 1º cabo aux enf  José Maria S. Faleiro  foi cedo evacuado para a metrópole. +pr doença infetoconbtagiosa,  e e só muito mais tarde foi substituído pelo  1º cabo aux enf Fernando B. Gonçalves.)

Os médicos e os furrieis enfermeiros (como era o caso do nosso João Carreiro Martins) não alinhavam no mato (!), sendo cada vez mais absorvidos pelas tarefas de prestação de cuidados de saúde às populações civis!... 

Spínola parecia confiar apenas no HM 241, nos helicópteros da FAP  e nas enfermeiras paraquedistas que vinham fazer as evacuações Ypsilon!... Quantos camaradas nossos não terão morrido por falta de primeiros socorros no mato!... A vida ali contava-se ao segundo... 

Nunca vi ninguém protestar por esta insólita situação. A política da "Guiné Melhor" levou Spínola a "canibalizar" o seu próprio exército: alguns dos nossos melhores operacionais eram afetados a missões civis, como os reordenamentos, os postes militares escolares e os serviços de saúde!

Mais: a CCAÇ 12 é obrigada a participar directamente no "projecto de recuperação psicológica e promoção social da população dos Nhabijões",  ao tempo do BCAÇ 2852 (e depois do BART 2917), fornecendo uma equipa de reordenamentos e autodefesa, constituída pelos operacionais  alf mil António Carlão (cmdt do 2º Gr Comb), o fur mil at inf Joaquim  M. A. Fernandes (cmdt da 1ª seção do 4º Gr Comb), o 1º cabo at inf Virgílio Encarnação (cmdt da 3ª seção do 4º Gr Comb) ,e o sold arv  at int Alfa Baldé,  que foram tirar o respectivo estágio a Bissau, de 6 a 12 de Outubro de 1969, e ainda 2 carpinteiros, um 1º cabo at inf (cujo nome preciso de confirmar) e próprio 1º cabo aux enf Carlso Albertos Rentes dos Santos).

A CCÇ 12 tinham 24 operacionais (graduados e 1ºs cabos atiradores), metropolitanos,  e uma centena de praças do recrutamento local, distribuídos por 4 grupos de combate, sem contar com os especialistas, metropolitanos (condutores auto, transmissões, enfermagem, etc., ao todo uns 35). Os 4 elementos operacionais brancos que são retirados à companhia, representava um 1/6 do total!

Na prática, e durante muitos meses, o pobre  do 1º cabo aux enf Fernando Andrade Sousa era o único a !alinhar no mato", dos 4 elementos iniciais da equipa de saúde!... (A CCAÇ 12 não tinha, de resto,  soldados maqueiros).  

E o Fernando também tinha, além disso, de integrar as equipas de  "ação psicossocioal" (!), por exemplo, as visitas às tabancas (*)...  E mais: ia todos os dias para o poste de saúde quando estava em Bambadinca!... E ainda foi destacado, dois ou três meses, no princípio de 1970,  para o Xime da CART 2520, que estava sem enfermeiro!...

Em conclusão foram homens como o Fernando Anadrade Sousa, "marca c...",, como se diz no Norte, que seguraram as pontas desta p... de guerra!... (Julgo que levou,  no fim, um louvor, averbado na caderneta militar, como seria, de resto,  da mais elementar justiça!).

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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13968: Inquérito online sobre as nossas máquinas fotográficas e as fotos que tirávamos há 50 anos...





Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Nos arredores de Bambadinca, à civil, em dia de repouso do guerreiro... O fur mil at inf,. do 3º Gr Comb, Arlindo T. Roda, batendo as suas chapas. Tem  cerca  de 300 "slides" que nos ofereceu e nos tem ajudado a  alimentar o blogue... Já não me recordo qual era marca e o modelo da sua máquina fotográfica, mas são dele, Arlindo T. Roda,  as melhores fotos, até agora divulgadas, de cenas no mato, em operações, e em helievacuações...

Arlindo Teixeria Roda, natural de Leiria, nasceu em Pousos, em 1/9/1947, vive em Setúbal, é apaioxando pelas damas e pelo xadrez, sendo atualmente o presidente da direção da Federação Portuguesa de Damas, onde continua a "fabricar campeões". Já não o vejo há séculos. Para ele vai um fraterno abraço natalício.




Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca ) >  CCAÇ 12 (1969/71) >  No decurso de um operação... algures do subsetor do Xime: atrevessia de uma lala, alagada... O Arlindop Roda é o primeiro do laedo esquerdo; por detrás dele o alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira, comandante do 1º Gr Comb,  e o apontador de LGFog 3.7, Mamadú Silá, fula, da 2ª seção do 1º Gr Comb, (comandada pelo fur mil at inf, Joaquim João dos Santos Pina, natural de Silves, que será ferido em combate no decurso da Op Borboleta Destemida, em 14/1/1970)...

Fotos: © Arlindo T. Roda (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]



A. Mensagem enviada hoje pelo correio interno da Tabanca Grande:

Assunto - Sondagem: Máquinas fotográficas & fotografias, há 50 anos

Camaradas:

Em comentário a um poste, do passado dia 29 de novembro,  em que se pedia uma fotografia do "heróico" ferryboat "BOR" que fez a guerra e a paz (*), o João Silva, da CCAÇ 12 (Xime, 1973) dizia que conheceu o "BOR", velhinho, em fim de vida, ainda a trabalhar mas já rebocado... No entanto, "fotografias do BOR ká tem", que nesse tempo a máquina fotográfica ainda era um luxo ou uma "ave rara"...

Respondi-lhe que, com o patacão da guerra, alguns de nós, milicianos, comprámos as primeiras máquinas fotográficas, japonesas, que nos chegavam à Guiné (Bissau, Bafatá, Nova Lamego...), via Macau, a preços muito mais acessíveis do que na metróple...

Mas, mesmo assim, era de facto um objeto de luxo. Da malta da CCAÇ 12, do meu tempo (1969/71), poucos tinham máquina (que me lembre, os fur mil Arlindo Roda, Humberto Reis, Tony Levezinho)...

Depois havia, sempre um ou outro militar que montava o seu negócio de fotografia, e que inclusive tinha um pequeno estúdio para revelação... Houve quem ganhasse bom dinheiro com o negócio da fotografia... (Temos alguns camaradas, membros da Tabanca Grande, que podem dar o seu testemunho: estou.me a lembrar por exemplo,  do Albano Costa, o "fotógrafo de Guifões", Matosinhos).

Ao fim e ao cabo, estávamos longe de casa,. A Guiné era "fotogénica" (as bajudas, os macacos-cães, as bolanhas, os palmeiras, as tabancas, os trajes...), e toda a gente gostava de mandar um "postal ilustrado" para a metrópole, a família, os amigos... Quanto mais não fosse pra fazer a "prova de vida": mãe, pai, irmão, irmã, minha querida, meus amigos, nós por cá todos bem...

Pessoalmente tenho muito pena de, na altura, não me intersssar pela fotografia... Não tinha máquina, e muito menos disposição para me dedicar à fotografia... As poucas fotos que tenho foram tiradas e cedidas por camaradas...

A sondagem desta semana tem a ver com este tema....Podem dar mais do que uma resposta... Conto mais uma vez com a vossa valiosíssima colaboração. E, por favor, não deixem que as vossas fotos e "slides" acabem, ingloriamente, no contentor do lixo. Camaradas, não deixemos que nos tratem como lixo...

Respondam, não por email, mas diretamente, no blogue, no canto superior esquerdo a esta sondagem (vd. ponto B].

Um abraço a todos. E não se esqueçam nos mandar um gracinha de Natal como "prova de vida"... Há camaradas de quem já há muito não temos notícias... Esperamos que estejam bem, Boa saúde, e força para o novo ano que aí vem...

Um alfabravo, Luís Graça (e demais editores)

B. Sondagem: "TINHAS MÁQUINA FOTOGRÁFICA NO TO DA GUINÉ ?"

[Resposta múltipla: podes dar mais um resposta]


1. Nunca tive máquina no CTIG

2. Já levei uma, da metrópole

3. Comprei lá uma

4. Às vezes emprestavam-me uma máquina ou tiravam-me fotos

5. Tínhamos um "fotógrafo de serviço"

6. Tenho bastantes fotos a preto e branco

7. Tenho bastantes “slides”

8. Tenho algumas fotos e/ou "slides"

9. Não tenho fotos e/ou "slides"

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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 29 de novembro de  2014 > Guiné 63/74 - P13959: (Ex)citações (255); A minha aventura (e da minha mulher, grávida) a bordo da BOR, numa viagem atribulada entre Bolama e Bissau (Rui Santos, ex-alf mil inf, 4ª CCAÇ, Bedanda, 1963/65)

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13142: A minha CCAÇ 12 - Anexos (IV): Uma sessão de projeção de diapositivos, no refeitório das praças, pelo ex-alf mil at cav José António G. Rodrigues, natural de Lisboa, já falecido (Foto do álbum de Arlindo Teixeira Roda, ex-fur mil at inf)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1970 > Não, não é uma sessão de cinema, no refeitório das praças (ou sala de convivio das praças, a avaliar pela mesa de pingue-pongue)... É um simples projeção de "slides" ou diapositivos... Tudo servia para ajudar a passar o tempo, embora não fosse habitual esta mistura de "classes" (oficiais, sargentos e praças)... Recorde-se que o nosso exército era "classista" e, em aquartelamentos como o Bambadinca, com razoáveis e desafogadas instalações, a regra era a da estratificação socioespacial, ou seja, nada de misturas...

O artista principal, neste caso,  é o alf mil at cav José António G. Rodrigues, natural de Lisboa, e já falecido, comandante do 4º Gr Comb da CCAÇ 12.



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1970 >  Sessão  projeção de "slides!" ou diapositivos, a que assistiram,  no refeitório das praças, pelo menos dois capitães (a olhar para o seu lado direito)... O segundo é comandante da CCAÇ 12, cap inf Carlos Brito.  Em segundo plano, por detrás dos capitães, o alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira, comandante do 1º Gr Com da CCAÇ 12.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1970 >  Sessão  projeção de "slides!" ou diapositivos... O "projecionista", à civil, era o alf mil cav José António G. Rodrigues... Devia ser também o "dono" dos diapositivos, cujas caixas, de plástico, são visíveis à frente do projeto.

Nessa época, este material fotográfico era tratado na "nossa inimiga"... Suécia, principal aliada, no mundo ocidental, do PAIGC a aquem forneceu importante apoio (político, humanitário, financeiro, logístico...). Era de lá. da terra dos "vikings" e das loiras do nosso imaginário,  que vinham as mágicas caixinhas com os "slides"... Não sei quanto custavam por unidade...

Pormenor interessante: devido ao excesso de calor e humidade do ar, usava-se uma ventoínha para "refrigerar" o ar à volta do projetor...

Mas agora: que raio de "slides" seriam estes para atrair a atenção de tanta gente, oficiais, sargentos e praças ?!... Possivelmente, "recuerdos" das férias do nosso alferes Rodrigues... A ser assim, esta sessão só pode ter acontecido já no 2º semestre de 1970, ao tempo do BART 2917... Mas, digam-me lá, quem estava interessado em saber onde e com quem passou férias, na metrópole, o nosso alferes Rodrigues ?... Sim, na metrrópole, porque nessa época nenhum combatente podia ter passaporte para ir passar férias ao estrnageiro no "intervalo" da guerra... A CCAÇ 2590/CCAÇ 12 chegou á Guiné em finais de maio de 1969...

Ao lado do alf Rodrigues, reconheço o alf at inf Abel Rodrigues, comandante do 3º Gr Comb da CCAÇ 12, e nosso grã-tabanqueiro...  Talvez o Abel se lembre do teor dos "slides", sobre os quais tenho imensa curiosidade... (Infelizmente, também não tenho qualquer contacto com familiares do meu malogrado camarada José António G. Rodrigues, com quem alinhei no mato muitas vezes).

Na ponta direita, o nosso 1º cabo escriturário e acordeonista, Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares (de quem não tenho notícias, sei que trabalhava no Porto).

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]
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Nota do editor:

Poste anterior da série > 15 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13141: A minha CCAÇ 12 - Anexos (III): Bar e messe de sargentos de Bambadinca (1969/71) (Fotos do álbum de Arlindo Teixeira Roda, ex-fur mil at inf)

quarta-feira, 5 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12794 : Memória dos lugares (264): Contuboel e Sonaco, junho/julho de 1969, ao tempo da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Humberto Reis / Luís Graça)


Guiné > Zona Leste > Setor L2 (Bafatá)  > Contuboel > Julho de 1969 > CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (1969/71) > O alferes miliciano de operações especiais Francisco Moreira, no meio do Humberto Reis (à sua direita) e do Tony Levezinho (à sua esquerda). O nosso Moreira era o homem de confiança do comandante da companhia, o Cap Inf Carlos Alberto Machado Brito (, hoje cor ref). O Moreira passou por Lamego,  pelo CIOE, tal como o Reis.



Guiné > Zona Leste > Setor L2 (Bafatá)  > Contuboel > 15 de Julho de 1969 > CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (1969/71) > O alferes miliciano Francisco Magalhães Moreira (1º Gr5 Comb), à esquerda, acompanhado pelo Tony Levezinho (furriel) (2º Gr Comb), o António Fernando R. Marques (furriel), o José António G. Rodrigues (alferes, já falecido) e o Joaquim Augusto Matos Fernandes (furriel) (estes três últimos do 4º Gr Comb), preparando-se para sair até Sonaco (a nordeste de Contuboel).




Guiné > Zona Leste > Setor L2 (Bafatá) > Contuboel > "Em 10 de Julho de 1969, numa canoa no Geba a caminho de Sonaco... Reconhecem-se da esquerda para a direita o Tony Levezinho, eu, o alf Francisco Moreira, o Rocha, condutor, o alf Rodrigues, já falecido, e o djubi, manobrador da canoa, de pé" (HR).

A CCAÇ 2590 (mais tarde, CCAÇ 12) realizou os exercícios finais da instrução de especialidade dos seus soldados africanos,  entre 6 e 12 de Julho, a 10 km a norte de Contuboel.  Sonaco era um destacamento do subsetor de Contuboel, tendo em permanência um grupo de combate da unidade de quadrícula de Contuboel mais um pelotão de milícias. Não me consta que alguma vez tenha sido atacada ou flagelada, tal como Contuboel. (LG)


Fotos: © Humberto Reis (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1. A propósito de uma recente referência a Contuboel e a Sonaco (*), dois topónimos de que se fala pouco, aqui no nosso blogue (, e em especial, Sonaco, que só tem meia dúzia de referências)...

O Humberto Reis, autor das fotos que acima publicamos (, que nâo têm de resto, a qualidade a que nos habituou: são de formato reduzido e fraca resolução,,,)  diz que "foi a Sonaco duas, ou três  vezes em passeio", no tempo em que a CCAÇ  2590/CCAÇ 12 esteve em Contuboel, ou seja, menos de dois meses, de 2 de Junho a 18 de Julho de 1969, na fase de instrução de especialidade dos nossos soldados do recrutanmento local . (Só um terço da companhia, os quadros e os especialistas, eram de origem metropolitana).

Sonaco era "um local sem quaisquer problemas", garante o Humberto... E eu confirmo:  pelo menos, não havia risco de emboscada ou de minas, nesse tempo... O braço armado do PAIGC não chegava até lá... Havia vários tampões, entre a fronteria com o Senegal e o subsetor de Contuboel a que pertencia Soncao. A terra tinha vários comerciantes, quer portugueses quer libaneses.

Não sei como as coisas evoluiram, depois... Enfim, era um sítio onde a malta do leste, de outros setores (como o L1,  de Bambadinca)  ia comprar vacas... O Torcato Mendonça, por exemplo, que "vivia" em Mansambo, já aqui referiu que chegou a comer alguns bifinhos das vacas de Sonaco... E eu também, em Bambadinca...

Igualmente havia quem fosse, de Bafatá, a Sonaco para pescar peixe, no rio Geba, à granada...como era o caso do Manuel Mata, (do EREC 2640, Bafatá, 1969/71). (E, a propósito, passei um belíssímo fim de semana na terra dele, o Crato; telefonei-lhe, mas ele já não usa o nº de telefone fixo que eu tinha na agenda).

A CCAÇ 2590 (mais tarde, CCAÇ 12) realizou os exercícios finais da instrução de especialidade dos seus soldados africanos, entre 6 e 12 de Julho, a 10 km a norte de Contuboel.  Andámos por lá a brincar às guerras, com balas de salva (!)... Só os graduados de cada grupo de combate (alferes, furriéis e cabos metropolitanos) levavam nas cartucheiras algumas balas a sério, não fosse o diabo tecê-las...

Em 20/6/1969, escrevi no meu diário:

 "O chão fula vai resistindo, mal, ao cerco da guerrilha. De Piche a Bambadinca ou de Galomaro a Geba, os fulas estão cercados. Mas por enquanto, Bafatá, Contuboel ou Sonaco ainda são sítios por onde os tugas podem andar, à civil, desarmados, como se fossem turistas em férias! Contuboel é ainda um oásis de paz, com um raio de uns escassos quilómetros"...

Tenho ideia de lá ter ido também, a Sonaco, mas não tenho grandes memórias do sitio... Muito menos uma foto, mas pode ser que apareçam mais (**)... (LG)



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Mapa de Sonaco (1957) (Escala 1/50 mil) > Pormenor da posição relativa de Sonaco, na margem esquerda do Rio Geba, a nordeste de Contuboel... Era uma região bastante povoada e próspera...

Os vagomestres das nossas companhias no leste conheciam Sonaco, onde iam comprar vacas... Pelo menos até ao início dos anos 70, e antes da intensificação da guerra na região fronteiriça, a norte, era um região calma... E acho que continuou calma... até ao fim.

Temos apenas meia meia dúzia de referências a Sonaco no nosso blogue... Era posto administrativo e pertencia ao subsetor de Contuboel. Tenho ideia de que, no meu tempo (junho/julho de 1969) havia lá um pelotão destacado, da unidade de quadrícula de Contuboel (, que já não recordo qual fosse, mas em princípio não podia ser a CART 2479 / CART 11; seria talvaz a CCAÇ 2436, 1968/70: passou por Bissau, Galomaro, Contuboel e Fajonquito; ou ainda a  CCAÇ 2436, que esteve em Quinhamel, Fajonquito, Contuboel e Nhacra; ambas pertenciam ao BCAÇ 2856, sediado em Bafatá).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014).



Guiné > Zona Leste > CAOP2 > Setor L2 (Bafatá) > Guão do BCAÇ 3884 (Bafatá, 1972/74) com unidades de quadrícula em Contuboel (CCAÇ 3547), Geba (CCAÇ 3548) e Fajonquito (CCAÇ 3549).
Guiné > Zona Leste > CAOP2 > Setor L2 (Bafatá) > Susetor de Contuboel >   1972/74 > Em Contuboel estava a CCAÇ 3547 (Répteis de Contuboel),   do nosso camarada Manuel Oliveira Pereira, ex-fur mil. (Trabalha, ou trabalhou em tempo, no Hospital da CUF). É membro da nossa Tabanca Grande desde a 1ª série do blogue. A CCAÇ  3547 tem página no Facebook.

Quem também passou por Contuboel e Sonaco foi o nosso camarada açoriano, e notável escritor, Cristóvão Aguiar (n. 1940), ex-al mil da CCAÇ 800 (1965/67), uma companhia independente. O seu diário de guerra foi publicado no nosso blogue, organizado pelo nosso devotado colaborador, amigo e camarada José Martins. (***)

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de:

3 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12790: Memórias de um Lacrau (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) (Parte IV): Passaram os quatro primeiros meses... Em Contuboel, ainda longe da guerra...

(...) No romance, os militares pertencem a um CCAÇ 666 (que nunca existiu, no TO da Guiné). O nosso camarada José Martins, entretanto, conseguiu,  com o seu olho clínico, identificar, a partir da leitura do livro (e da consulta do 8º Volume, Tomo II da CECA, Fichas História das Unidades, Guiné, pag. 342), a subunidade a que pertenceu o Alf Mil Luís Cristóvão Dias de Aguiar, e que era a CCAÇ 800 (Contuboel, 1965/67):

Companhia de Caçadores nº 800

Unidade Mobilizadora: RI 15 – Tomar.

A subunidade foi formada com data de 1 de Janeiro de 1965, conforme Ordem de Serviço nº 2 de 4 de Janeiro de 1965 do Regimento de Infantaria 15 de Tomar. Destinava-se, inicialmente, ao arquipélago de Cabo Verde, tendo a partida prevista para a data de 13 de Abril de 1965.

Comandante: Capitão Inf Carlos Alberto Gonçalves da Costa, sustituído em Setembro de 1965 pelo Capitão Miliciano de Cavalaria António Tavares Martins (que tinha vindo da CCav 489/Bcav 490) (...).

Constituíam o quadro de Oficiais subalternos os Alferes Milicianos:

João Belchurrinho Baptista;
Luís Cristóvão Dias Aguiar;
João Faria Cortesão Casimiro;
e João Baptista Alves.

Partida: Embarque em 17 de Abril de 1965; desembarque em 23 de Abril de 1965; Regresso: Embarque em 20 de Janeiro de 1967 (...).

A CCAÇ 800 actuou sobretudo no subsetor de Contuboel, a nordeste de Bafatá.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Guiné 63/74 - P8747: Fotos à procura de... uma legenda (14): Ex-Alf Mil Op Esp Francisco Moreira, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71): O que é feito de ti, camarada ? Fotos do álbum de Benjamim Durães (CCS/BART 2917, 1970/72)



Guiné > Zona Leste >  Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > 1970> O Alf Mil Op Esp Francisco Magalhães Moreira que vivia, há uns anos atrás, em Lameiras, Lama, Santo Tirso (estive há dias perto da terra dele).  Era o comandante do 1º Gr Comb da CCAÇ 12 e, na prática, o 2º comandante da companhia. Era o homem de confiança do Cap Inf Carlos Brito. O melhor preparado dos oficiais milicianos da companhia. Tinha o curso de operações especiais. Era disciplinado e disciplinador.  Um homem afável, mas algo distante e reservado, muitas vezes escondido sob os então na moda óculos de sol Ray-Ban (um gadget muito apreciado pelo milicianos, que tinham algum poder de compra no TO da Guiné...). Sempre o tratei por você. Fora da actividade operacional, convivíamos pouco, eu e ele. Não era homem de noitadas. 

De acordo com um camarada que há tempos falou com ele ao telefone, hoje não quer mais falar da Guiné, embora tenha boas recordações desse tempo, dos seus camaradas e dos seus valentes soldados africanos. Não creio que conheça o nosso blogue. Já estive tentado a telefonar-lhe, até por que fui colega de trabalho de um cunhado dele, também formado em sociologia como eu (e de quem perdi lamentavelmente o rasto). Gostaria de o ter, por aqui, ao Moreira, na nossa Tabanca Grande. Mas respeito o seu silêncio, o dele e dos demais camaradas que estiveram connosco no TO da Guiné, e têm reservas quanto ao risco de exposição da sua vida privada, decorrente da participação de um blogue como este... Creio que o vi, pela última vez, em 1994, em  Fão, Esposende, no 1º encontro do pessoal de Bambadinca (1968/71). Desejo-lhe muita saúde e longa vida. E daqui vai um Alfa Bravo do tamanho do nosso longo e sinuoso Rio Geba.

As fotos, que são públicas, tiradas num teatro de guerra,  datam seguramente de 1970, uma vez que pertencem ao álbum do Benjamim Durães. A primeira é tirada numa  tabanca fula em autodefesa, que não consigo identificar. As seguintes foram tiradas no Saltinho, junto à ponte sobre o Rio Corubal, e aonde a CCAÇ 12  ia, com alguma regularidade,  em colunas logísticas.

Fotos: © Benjamim Durães (2010). Todos os direitos reservados

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Nota do editor:

quinta-feira, 17 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7957: A minha CCAÇ 12 (14): Op Borboleta Destemida, 14 de Janeiro de 1970: a ferro a fogo no Poindon/Ponta Varela ou... como nunca confiar num guia-prisioneiro (Luís Graça)







Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) >CCAÇ 12 (1969/72) >  Progressão de um dos Gr Comb da CCAÇ 12, o 1º Gr Comb , comandado pelo Alf Mil Op Esp Francisco Magalhães Moreira (que vive hoje em Santo Tirso), numa lala, na região do Xime ou do Xitole, já no final da época das chuvas, no 2º semestre de 1969... Na primeira foto,  Moreira é visível, é um dos seus primeiros da coluna, e usa boina castanha, com crachá... Dos  soldados africanos do 1º Gr Comb, lembro-me das caras, mas já não dos nomes... O 1º Gr Comb da CCAÇ 12 era, em minmha opinião,  o melhor dos qautro da CCAÇ 12, em grande parte devido às qualidades de comando do Alf Mil Op Esp Moreira (LG)







Guiné > Zona Leste > Sector L1  (Bambadinca) >CCAÇ 12 (1969/72) >  Uma helievacuação em  Madina Colhido (muito provavelmente), no subsector do Xime... Pelos vestígios de queimadas, noata-se que estávamos na época seca, logo a foto será dos primeiros meses de 1970... O riquíssimo Álbum Fotográfico do meu querido amigo e camarada Arlindo Teixeira Roda (naturald e Pousos, Leiria, a viver em Setúbal há décadas) não tem, legendas...

Fotos: © Arlindo Teixeira  (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados




Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > Carta do Xime (1961) (1/50000)  (pormenor) > As principiais referências toponómicas da subregião do Xime, um triângulo definido pela margem esquerda do Rio Geba (a norte), a Foz do Rio Corubal (a oeste) e o a estrada Xime-Bambadinca (a leste): Xime, Ponta Varela, Poindom, Ponta Colhido, Gundagé Beafada, Baio, Buruntoni... e estrada (abandonada) Xime-Ponta do Inglês...


A. Continuação da série A Minha CCAÇ 12 (**), por Luís Graça 

(7.2.) Op Borboleta Destemida: Uma emboscada de meia-hora na zona de Poindon/Ponta Varela

Do  interrogatorio do elemento IN capturado por forças da CART 2413 (Xitole) no decorrer da Op  Navalha Polida, apurou-se o seguinte: (i) disse chamar-se Jomel Nanquitande, (ii) ser de etnia balanta, (iii) ter uma Espingarda Simonov distribuída e (iv) ser chefe da tabanca de Ponta Varela... Confirmámos o que já suspeitávamos, que o IN voltara a instalar-se na área do antigo acampamento do Poindon/Ponta Varela destruído pelas NT em Setembro de 1969  durante a Op Pato Rufia.

O efectivo era de 25 homens, dispondo de Morteiro 82, cinco RPG-2 e armas automáticas. O dispositivo de segurança, mais rigoroso do que no tempo das chuvas, compunha-se de 4 sentinelas na estrada Xime-Ponta do Inglês (dois para cada lado).


O  IN saía todas as manhãs a fim de montar segurança à população que trabalha na bolanha, regressando ao meio-dia e voltando à tarde até às 17h.

Com base nestes dados, foi decidido executar um golpe de mão clássico sobre o acampamento a fim de capturar ou aniquilar os elemen­tos IN assim como o material e meios de vida nele existentes (Op Borboleta Destemida).

Desenrolar da acção:

Em 13 de Janeiro de 1970, às 23h, a CCAÇ 12 a 4 Gr Comb (Dest A) e forças da CART 2520, a 2 Gr Comb (Dest B) davam início à operação, com duração prevista de dois dias, e com intenção de executar um golpe de mão a um acampamento IN situado em XIME-3C1-29, composto por 8 moranças e paralelo à estrada Xime-Ponta do Inglês.

A progressão fez-se cuidadosamente pela estrada Xime-Ponta do Inglês até Madina Colhido, seguindo a corta-mato em direcção a Gundagué Beafada.

Devido à noite se encontrar excepcionalmente escura e o capim muito alto, os guias (compostos por 2 picadores do Xime e o prisioneiro) acabaram por perder-se. De forma que teve de retroceder-se até  Madina Colhido onde se retomou o trilho.
Só se alcançou Gundagué Beafada por volta das 6h do dia seguinte, 14 de Janeiro. Devido a este contratempo, seguiu-se imediatamente a corta-mato rumo ao trilho do Baio que se atingiu pelas 7.45h. Aqui o Dest B (CART 2520) separou-se encaminhando-se para o seu local de emboscada.

Entretanto, o prisioneiro informou que dali até ao acampamento (Ponta Varela / Poindon) ainda era muito longe e que podia seguir-se o trilho até mais à frente, cortando-se depois à esquerda. O comandante do Dest A (***) insistiu para que se cortasse já ali, mas como o prisioneiro afiançasse que podia fazê-lo mais à frente sem perigo e como se mostrasse muito seguro do que dizia, aquele concordou em prosseguir tendo recomendado ao prisioneiro que, ainda longe do acampamento, cortasse à esquerda, a fim da nossa aproximação não ser detectada.


Progredíamos com redobrada cautela quando o prisioneiro informou que já estávamos perto e cortou por um trilho à esquerda que disse ir dar ao Buruntoni. Seguindo o mesmo, encontrou-se outro, em sentido inverso, que o prisioneiro declarou ser um dos trilhos de acesso ao acampamento.

Enveredando por ai, e passados uns 100 metros, os homens da frente (1º Gr Comb da CCAÇ 12, comandado pelo Alf Mil Op Esp Moreira) (***), ao entrarem numa clareira, detectaram um grupo IN emboscado atrás de baga-bagas e de árvores. Evidenciando grande rapidez de reflexos, e com excepcional coragem, o apontador de LGFog 8,9 Braima Jaló,  foi o primeiro a abrir fogo.

No mesmo instante começámos a ser violentamente flagelados com Mort 82, LGFog e rajadas de metralhadora. Uma granada de morteiro rebentou junto da 2ª secção do do 1º Gr Comb, tendo os estilhaços atingido o Furriel Mil Pina (comandante da secção), o 1º Cabo Atirador Valente e os soldados Baiel Buaró e Sajo Baldé .

Após os primeiros momentos de surpresa e confusão, reagimos com determinação e, manobrando debaixo de fogo, obrigámos o IN a recuar. Por escassos segundos interrompeu-se o fogo para logo recomeçar com redobrada violência (Mort 82, LGFog e armas automáticas), quando já estávamos quase dentro do acampamento,

Desta vez seriam atingidos pelas balas do IN os soldados do 1º Gr Comb Leite (Transmissões) e Mamadu Au. A nossa reacção foi de tal modo pronta que o IN foi compelido a retirar definitivamente, com baixas prováveis, e em várias direcções. O fogo tinha durado mais de meia-hora.

Feita batida a zona, encontrou-se apenas 1 granada de RPG-2, 1 carregador de Metr Lig Degtyarev, peças de vestuário e diversos artigos. Foram destruídas todas as casas de mato.


Verificou-se,  após a batida,  que tínhamos passado a menos de 50 metros do acampamento e que o "trilho do Buruntoni" era nem mais nem menos que a estrada Xime-Ponta do Inglês,  disfarçada pela abundância e altura do capim.

Tornava-se evidente que a colaboração do prisioneiro se mostrara altamente comprometedora. Levou da primeira vez as NT até próximo do acampamento, para depois afastá-las, dando a nítida impressão de querer acima de tudo mostrá-las. Claro que, quando chegámos ao objectivo, já o IN estava emboscado.

Interrogado ainda sobre o depósito de material de cuja existência falara, disse que não era naquele acampamento e que ficava muito longe dali. Notou-se durante a batida vários buracos onde teriam estado enterradas munições e outro material.

Depois dos primeiros socorros, iniciou-se o sempre penoso regresso a corta-mato em direcção ao Xime, transportando-se os feridos mais graves às costas (ou em macas im provisadas) e progredindo-se cautelosamente a fim de evitar uma eventual emboscada entre Gundagué Beafada e Madina Colhido.


Só aqui, aliás, é que o Dest A (CCAÇ 12) voltou a encontrar-se com o Dest B (CART 2520), em virtude da ligação-rádio ter falhado no decorrer da operação.

Feitas aqui as heli-evacuações, reatou-se a marcha, tendo os 2 Destacamentos chegado ao Xime por volta do meio-dia do dia 14.


Entretanto, o Dest B, nesse dia, 14, pela manhã, tinha seguido por Gundagé e, a corta mato,  tinha-se encaminhado para o local de emboscada que estava planeado (Ponta Varela). Tendo encontrado o trilho de Baio, seguiu-o em direcção à estrada Xime-Ponta do Inglês até cerca de meio quilómetro desta. Aí seguiu um grupo de combate para cada lado do trilho, ficando os dois Gr Com em semicírculo.

Por volta das 8h45 o fogo do IN e das NT. Não puderam entar em contacto com o Dest A por avaria do rádio deste. Cessado o fogo, às 9h15, na impossibilidade de cintacto com o Dest A, seguiram para o Xime. Próximno do cruzamento para Ponta Varela foi sobrevoado pela FAP (T 6), tendo-se sabido nessa altura que havia feridos no Dest A.:

Dos feridos foram evacuados para o Hospital Militar 241 (Bissau) os seguintes militares da CCAÇ 12, todos do 1º Gr Comb (e que pertenciam à 2ª secção, com excepção do Sold Trms)

(i) o Fur Mil At Inf Joaquim João dos Santos Pina (que ficou inoperacional),
(ii) o 1º Cabo 1º Cabo Manuel Monteiro Valente (Ap Dilagrama) (que ficou também operacional, com vários estilhaços pequenos e um músculo ligeiramente atrofiado),
(iii) o Soldado Mamadu Au (Ap Metr Lig HK 21)( que ficou com uma bala ainda por extrair na coxa);
(iv) o Soldado Trms [TICA] José Leite Pereira.

______________

Notas de L.G.

(*) Composição do 1º Gr Comb da CCAÇ 12 (1969/71)


Comandante Alf Mil Op Esp 00928568 Francisco Magalhães Moreira [ vive hoje em Santo Tirso]

1ª secção

1º Cabo 8490968 José Manuel P Quadrado (Ap dilagrama) [vive na maregm sul do Tejo]
Soldado Arvorado 82107469 Abibo Jau  (Fula) [, dmais trade da CCAÇ 21, dado como fuzilado depois da independência]
Soldado 82105869 Demba Jau (Fula)
Sold 82107769 Braima Jaló (Ap LGFog 8,9) (Futa-fula)
Sold 82106069 Sajo Baldé (Mun LGFog 8,9) (Futa-fula)
old 82106869 Suleimane Djopo (Ap Dilagrama) (Futa-fula)
Sold 82105469 Baiel Buaró (Fula)
Sold 82106269 Mamadu Será (Futa-fula)

2ª Secção

Fur Mil 04757168 Joaquim João dos Santos Pina [, natural de Silves, onde ainda hoje vive, professor reformado]
1º Cabo 17765068 Manuel Monteiro Valente (Ap Dilagrama) [, era também o nosso barbeiro, residente em Vila Nova ]
Soldado Arvorado 82106369 Vitor Santos Sampaio (Mancanhe, ntaural de Bissau)
Soldado 82106469 Mamadu Au (Ap Metr Lig HK 21) (Fula)
Sold 82105969 Samba Camará (Mun Metr Lig HK 21) (Futa-fula)
Sold 82105269 Sherifo Baldé (Fula)
Sold 82106669 Mussa Bari ((Futa-fula)
Sold 82106969 Mamadu Jau (Fula)
Sold 82105369 Mamadu Silá (Ap LGFog 3,7) (Fula)
Sold 82107669 Ussumane Sisse (Mun LGFog 3,7) (Mandinga)

3ª Secção

Fur Mil 19904168 António Manuel Martins Branquinho [, reformado da Segurança Social, Évora]
1º Cabo 18998168 Abílio Soares [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82107169 Mamadu Baló (Fula
Soldado 82106569 Mustafá Colubalii (Ap Mort 60) (Futa -fula)
Sold 82106169 Sana Camará (Mun Mort 60) (Futa -fula)

Sold 82105669 Amadu Baldé (Futa -fula)  [, mais tarde da CCAÇ 21, poderá ter sido fuzilado após a independência]
Sold 82106169 Saico Seide (Fula)
Sold 82107569 Gale Jaló (Futa-fula)
Sold 82105569 Sana Baldé (Ap Dilagrama) (Fula)


(**) Vd. postes anteriores:

2 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7888: A minha CCAÇ 12 (13): Janeiro de 1970 (13): assalto ao acampamento IN de Seco Braima e captura de Jomel Nanquitande (Luís Graça)

24 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7852: A minha CCAÇ 12 (12): Dezembro de 1969, tiritando de frio, à noite, na zona de Biro/Galoiel, subsector de Mansambo (Luís Graça / Humberto Reis)23 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7322: A minha CCAÇ 12 (8): O armamento do PAIGC no meu sector L1 (Bambadinca, 1969/71)

22 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7655: A minha CCAÇ 12 (11): Início do reordenamento de Nhabijões, em Novembro de 1969 (Luís Graça)

8 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7401: A minha CCAÇ 12 (10): O inferno das colunas logísticas Bambadinca - Mansambo - Xitole - Saltinho, na época das chuvas, 2º semestre de 1969 (Luís Graça)

28 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7354: A minha CCAÇ 12 (9): 18 de Setembro de 1969, uma GMC com 3 toneladas de arroz destruída por mina anticarro (Luís Graça)

28 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7048: A minha CCAÇ 12 (7): Op Pato Rufia, 7 de Setembro de 1969: golpe de mão a um acampamento IN, perto da antiga estrada Xime-Ponta do Inglês, morte do Sold Iero Jaló, e ferimentos graves no prisioneiro-guia Malan Mané e no 1º Cabo António Braga Rodrigues Mateus (Luís Graça)

7 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P6948: A minha CCAÇ 12 (6): Agosto de 1969: As desventuras de Malan Mané e de Mamadu Indjai... (Luís Graça)

7 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6686: A minha CCAÇ 12 (5): Baptismo de fogo em farda nº 3, em Madina Xaquili, e os primeiros feridos graves: Sori Jau, Braima Bá, Uri Baldé... (Julho de 1969) (Luís Graça)

25 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6642: A minha CCAÇ 12 (4): Contuboel, Maio/Junho de 1969... ou Capri, c'est fini (Luís Graça)

29 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6490: A minha CCAÇ 12 (3): A única história da unidade, no Arquivo Histórico-Militar, é a que cobre o período de Maio de 1969 (ainda como CCAÇ 2590) até Março de 1971... e foi escrita por mim, dactilografada e policopiada a stencil (Luís Graça)

25 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6466: A minha CCAÇ 12 (2): De Santa Margarida a Contuboel, 5 mil quilómetros mais a sul (Luís Graça)

21 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6447: A minha CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971) (1): Composição orgânica (Luís Graça)

(***) Francisco Magalhães Moreira, a viver hoje em Santo Tirso: julgo que não visite o nosso blogue... Constou-me que quer "esquecer a Guiné"...

Guiné > Zona Leste > Contuboel > 15 de Julho de 1969 > CCAÇ 2590/CCAÇ 12 > Um das raras fotos do Alf Mil Francisco Magalhães Moreira, à esquerda, acompanhado pelo Tony Levezinho (furriel), o Humberto Reis (furriel), o José António G. Rodrigues Rodrigues (alferes, natural de Lisboa, já falecido) e o Joaquim Augusto Matos Fernandes Fernandes (furriel), preparando-se para sair até Sonaco (a nordeste de Contuboel).

Foto: © Humberto Reis (2006). Direitos reservados


domingo, 13 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7935: Álbum fotográfico de Vitor Raposeiro (Bambadinca, 1970/71) (6): O Joaquim Pina (Silves), o Arlindo Roda (Setúbal), o José Luís de Sousa (Funchal)... furriéis da CCAÇ 12 (1969/71)


Guiné > Zona Leste > Sector L1  > Bambadinca >  BART 2917 (1970/72) >  Na parada de Bambadinca, junto às instalações do comando, quartos e messes de oficiais e de sargentos.. Foto provavelmente de inícios de 1971... Reconheço, à direita, de óculos, o meu querido amigo José Luís de Sousa que tive o prazer (inesperado) de reencontrar na Rua do Bispo, no Funchal, há dois anos atrás... Era Fur Mil da CCAÇ 12. Os restantes seriam furriéis da CCS/BART 2917 de cujo nome não me consigo lembrar... Talvez o Benjamim Durães me possa dar uma ajuda, para além do Sousa (se me estiverem a ler...). 



Guiné > Zona Leste > Sector L1  > Bambadinca >  BART 2917 (1970/72) > Um dos quartos dos sargentos... Na foto reconheço, o Vitor Raposeiro em primeiro plano, o Pina (à direita) e o Arlindo Roda (à esquerda)... O Roda vive hoje em Setúbal tal como o Vitor. O Pina (Joaquim João dos Santos Pina)  julgo que continua na sua terra, Silves. Era ilusionista amador e tocador de viola. Bom rapaz, afável, discreto. Foi ferido em combate, e evacuado para o HM 241 em 14 de Janeiro de 1970, na decurso da Op Borboleta Destemida, na região do Xime). Pertencia ao 1º Gr Comb, comandado pelo Alf Mil Op Esp Francisco Magalhães Moreira (que era o homem de confiança do Cap Inf Carlos Brito, substituindo-o na intensa actividade operacional a que esteve sujeita a CCAÇ 12... O que é feito de ti, Moreira ?... Constou-me que arrumaste de vez o dossiê da guerra. Nunca mais te vi, depois de 1994, ano em que realizou o nosso primeiro encontro, em Fão, Esposende).



Guiné > Zona Leste > Sector L1  > Bambadinca >  BART 2917 (1970/72) > Bar de sargentos... O Vitor, à civil, de camisola preta; e o Sousa (CCAÇ 12), fardado, à direita... No meio em segundo plano, o nosso barman (um 1º cabo da CCS/BART 2917) que tanto nos aturou e muita sede nos matou... Já não me lembro do seu nome... Os outros dois furriéis, o 1º e o 3º sentados no bar, também não me lembro dos seus nomes.




Fotos: © Vitor Raposeiro (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

1. Continuação da publicação de uma selecção das  fotos do álbum do Vitor Raposeiro (ex-Fur Mil, Radiotelegrafista, STM, de rendição indiviual, que passou por Aldeia Formosa, Bambadinca, Bula e Bissau, 1970/72) (*). 

[ Fotos: Selecção / edição / legendagem: L.G.]

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Nota de L.G.: