sábado, 7 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5235: Blogues da Nossa Blogosfera (26): Terras do Marnel e Vouga – Contar e mostrar o que existe em redor (José Marques Ferreira)


1. O nosso Camarada José Marques Ferreira, que foi Sold. Apontador de Armas Pesadas da CCAÇ 462, Ingoré - 1963/65 -, enviou-nos com data de 4 de Novembro de 2009, um convite para visitarmos o seu blogue.

Camaradas,

Nos últimos anos, os ex-Combatentes como Homens inteligentes, perspicazes, astutos e curiosos, como sempre o foram e hão-de continuar a ser, não ficaram indiferentes à evolução tecnológica e, com maiores ou menores dificuldades, vão à “luta”, para acompanhar o conhecimento, o domínio e a monitorização, dos novos instrumentos e aparelhos que aos poucos, por aqui e por ali, vão surgindo mundo fora.

Uma delas que muito nos tem surpreendido, pela sua rápida disseminação entre o pessoal “irrequieto”, dados o seu imenso alcance e infindas possibilidades está, sem qualquer tipo de dúvida, é a informática.Assim, aqui estamos nós, aventureiros que baste, a adaptarmo-nos e a dominar-nos estas poderosas máquinas – os Personal Computers, ou PCs com queiram designá-los-, e a trocarmos mensagens, testemunhos, experiências, histórias, etc.

Imaginem que até ousamos criar blogues pessoais.Até eu criei um blogue, aberto à colaboração de quem quiser prestar, também ali, o seu testemunho.É visitado com frequência, e tem como endereço:





Para todos um abraço,
J.M. Ferreira
Sold Ap Armas Pes
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P5234: Estórias avulsas (55): O ar assustado de uma prisioneira de guerra (António Tavares)

1. Mensagem de António Tavres*, ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72, com data de 5 de Novembro de 2009:

Caro Vinhal,
Uma das riquezas das obras de arte está na interpretação individual.

Os artistas dizem que as fotos não devem ser legendadas, porém permito-me opinar
sobre a foto inclusa:

Passados 40 anos já não sei qual das companhias do BCA 2912 - com a divisa EXCELENTE E VALOROSO - aprisionou esta mulher**.

Em Galomaro foi bem tratada embora apresente um ar assustado…
Tinha razão!… Não deixava de ser uma prisioneira de guerra…

Quem não estava triste era o Comandante do Batalhão!…
Estaria a pensar nos seus próprios benefícios com a captura?



Com o sacrifício, fome, medo, dor e morte dos subalternos o seu medalhário ficava mais rico…

Em 02 de Outubro de 1971 o Comandante foi obrigado a alinhar numa Operação, após recusa de todo o pessoal para perseguir o IN que no dia anterior nos tinha emboscado em Bangacia/Duas Fontes.

Após formatura e palestra lá seguiu na operação, mas chegados ao local do destino disse ao Furriel Miliciano para dispor o pessoal conforme entendesse porque já não estava muito actualizado…

A vida dele também estava em perigo! … Estava na mata e na guerra de guerrilha!...
Os galões não o protegiam das balas do IN…
Naquele momento deixaria de ser um militar que só pensava nele próprio?
Era um ser humano igual a todos os outros que estavam sob as suas ordens!
Os outros eram números que facilmente podia substituir.

Para o final da comissão Janeiro/Fevereiro de 1972 era só louvores a sair em O.S. do Batalhão.

Eu fui um dos muitos contemplados.

O Comandante foi condecorado/louvado pelo General.

Esteve presente num dos nossos convívios quiçá com outro pensamento!

Esta é uma das histórias passadas na mata do Leste da Guiné, em 1970/72, numa guerra de guerrilha que nunca será ganha por nenhum dos intervenientes.

Cumprimentos do,
António Tavares
ex-Fur Mil SAM
Foz do Douro, 04-11-2009
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 7 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4654: Estórias avulsas (42): O whisky e a Coca-Cola do nosso contentamento (António Tavares)

(**) "Excelente e Valoroso" era a divisa do BCAÇ 2912

Vd. último poste da série de 7 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5226: Estórias avulsas (54): A noiva Mandinga (José Marques Ferreira)

Guiné 63/74 - P5233: Controvérsias (42): A nossa idade de sexagenários! (Mário Gualter Rodrigues Pinto)


1. O nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71), enviou-nos a seguinte mensagem:

Camaradas,

Na necessidade de manter a actualidade dos temas comuns a todos, aqui deixo mais umas “achas para a fogueira” dos graves problemas que afectam a generalidade dos Veteranos da Guerra do Ultramar:


"A NOSSA IDADE DE SEXAGENÁRIOS"


Com o avançar da idade, é fundamental para nós aquilo que eu penso ser um misterioso e estranho preconceito, que se tem agravado na sociedade dos nossos dias, que é a exclusão das pessoas idosas e a consequente descriminação e, infelizmente, é já um hábito no nosso mirrado país.

A relação entre os nossos pais e os nossos avós, deixava-nos satisfeitos e com a sensação interior que éramos seres mais humanos. Lembro-me de me sentar, longos períodos junto deles, para ouvir as suas histórias e factos das suas vivências de outros tempos.

Hoje, existe uma grande parte da população que não estima e muito menos acarinha aceita os seus idosos e despreza totalmente as suas memórias descritivas.

Chego a pensar que mundo é este em que vivemos, onde o respeito pelos mais velhos se perdeu quase completamente

Neste contexto integro os ex-Combatentes, que apesar das provas dadas, já todos sexagenários, donos de Histórias de grandeza Patriótica, são impiedosa e vilmente ostracizados por quem os havia de, pelo menos, ouvir.

Ainda por cima somos o alvo dos nossos actuais políticos, para sucessivos ataques aos parcos direitos, que havíamos adquirido entretanto e nos foram reconhecidos migalha a migalha.

Mais, somos descriminados nas leis difundidas nesta Sociedade. Tal como esta:

"Todos os ex-Combatentes da Guerra do Ultramar, que após o regresso, não entraram por uma actividade do Estado, não têm, por isso, a contagem de tempo em que estiveram em zonas de perigo. Nem esse tempo conta a dobrar para efeitos de reforma, não obstante esse direito estar escrito na caderneta militar. Para uns conta, para outros não, isto é pura descriminação."

Deixou de haver respeito pelos mais idosos (ex-Combatentes incluídos), apesar da maioria das famílias portuguesas terem estes “engulhos” no seu seio. Ninguém perde tempo em ouvir e honrar as suas memórias e as justas reivindicações dos seus direitos.

Uma sociedade que comparada com outras mundiais, é muito preconceituosa, isto é, não sabe e, ou, nem quer, louvar e dignificar os Homens e Mulheres (também as ouve), que combateram e se bateram por Portugal.

Só nos resta continuar unidos na contestação e na luta diária pela conquista de justos e merecidos direitos sociais.

Juntemo-nos pois, TODOS, em manifestação pelos nossos direitos. Não podemos ficar insensíveis aos apelos das organizações e associações de ex-Combatentes, que nos querem unir para uma mega-manifestação em Lisboa.

Vamos todos estar presentes e assim mostrar a estes senhores do governo, a nossa Unidade e a nossa Força.

Finalizo lançando aqui o grito de guerra da minha companhia:

VAMOS A ELES!

Um abraço,
Mário Pinto
Fur Mil At Art
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P5232: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (15): Uma estória de faca e alguidar

1. Mensagem de Fernando Gouveia, ex-Alf Mil Rec e Inf, Bafatá, 1968/70, com data de 3 de Novembro de 2009:

Caro Carlos:
Em anexo mando mais uma estória para a série A Guerra Vista de Bafatá.
Tinha logo no início, prometido ao Luís Graça contá-la; ei-la.

Abraços para todos.
Fernando Gouveia


A Guerra Vista de Bafatá
15 – Uma estória de faca e alguidar

Por Fernando Gouveia

Antes de entrar propriamente na novela refiro que nos finais de 1969 o meu Comandante, Coronel Hélio Felgas, foi apanhado de surpresa. Uma ordem de Bissau, talvez forjada pelo recente Comandante do COP de Nova Lamego e as elites do ar condicionado da capital, transferia-me a mim e mais alguns militares, do Agrupamento para o COP. Quer eu, quer os meus superiores, achámos que foi um golpe baixo.

Confiando no Coronel Felgas que me disse que eu não estaria lá muito tempo. Foi só esperar que aparecesse outro alferes disponível para me substituir e eu regressei. Ao fim de uns quinze dias estava novamente em Bafatá. O Alf Mil Correia substituiu-me em Nova Lamego.

No Gabu, onde não me recordo de fazer o que quer que fosse relacionado com a guerra, conheci o Fur Mil Dinis, (nome fictício), o protagonista desta estória, com quem aliás bebi uns bons whiskys.

Vista geral de Nova Lamego a partir de poente

Nova Lamego. Edifício do comando

Nova Lamego. Na esplanada dum café com um cabo escriturário, que também veio do Agrupamento. A foto foi tirada pelo Fur Mil Dinis.

Nova Lamego. Com um grupo de camaradas que trabalhavam no COP. À esquerda o Capitão das Informações

Fotos e legendas: © Fernando Gouveia (2009). Direitos reservados.


Passado pouco tempo o Coronel Felgas acaba a comissão e o Coronel Neves Cardoso vai substitui-lo no Comando de Agrupamento. Com ele vem todo o pessoal afecto ao COP incluindo o nosso Fur Mil Dinis.

Em princípios de 1970 a guerra ia correndo com mais ataque, menos ataque, mais mina, menos mina e em Bafatá, oásis de paz, a vida corria entre o trabalho no aquartelamento, as idas ao café depois de almoço (quando não se dormia a sesta) e as idas ao cinema.

Tudo isso era propício ao devaneio.

O nosso Fur Mil Dinis, nas suas saídas para a cidade, começou a frequentar mais assiduamente determinada casa comercial. Era perto do quartel, comia-se lá bem, era agradável permanecer na esplanada, mas sobre tudo o senhor Tenório, (nome fictício) e a sua esposa tinham uma filha, a Rosinha, (nome fictício) de uns dezanove anos, que embora cheiinha não era nada de se deitar fora.

O nosso Furriel viu ali uma companhia que o faria esquecer as agruras da guerra.

Penso que um namoro se tinha desencadeado. Naquela altura, há 40 anos, e dado que a Rosinha não saía debaixo das saias da mãe, a coisa não teria ido além de algum beijito trocado num intervalo das idas da mãe à cozinha.

Imagino, naquele clima, que o nosso Furriel devia andar nas nuvens.

Porém o Dinis cometeu um erro grave. Como militar que era não devia ter subestimado o adversário, que neste caso era o pai da Rosinha. O senhor Tenório, raposa velha, homem de pele curtida de trinta anos de Guiné, embora atarracado mas entroncado como um touro de lide, vivido como era, meteu-se ao caminho até ao Comando de Agrupamento.

Não o vi por lá mas logo a seguir, o Ten Cor Teixeira da Silva chama-me e em termos de desabafo diz-me:

- Oh Gouveia sabe quem esteve aqui? Foi o senhor Tenório. Queria saber informações sobre o Furriel Dinis pois ele anda de namoro com a filha, a Rosinha, e era minha obrigação dizer-lhe tudo, nomeadamente que ele era casado…

Faltaria um mês para o Furriel Dinis acabar a comissão, mas à parte final fui assistindo eu diariamente:

O Furriel Dinis nunca mais saiu do quartel até ir embora.

Tudo é real, excepto alguns nomes.

Até para a semana camaradas.
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Nota de CV:

Vd. postes da série de:

27 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4254: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (1): Três oficiais: um General, um Coronel, um Alferes - suas personalidades

28 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4256: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia (2): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (I Parte)

8 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4305: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (3): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (II Parte)

21 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4395: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (4): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (III Parte)

28 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4429: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (5): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (IV Parte)

6 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4470: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (6): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro 60 (V Parte)

26 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4585: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (7): Um alferes desterrado em Madina Xaquili, com um cano de morteiro (VI Parte)

3 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4637: A Guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (8): À carga no Esquadrão de Cavalaria de Bafatá

12 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4675: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (9): Férias na Metrópole. Não há duas sem três...

19 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4707: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (10): Mina bailarina

26 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4739: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (11): Interrogatórios

3 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4769: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (12): O Mercado de Bafatá

25 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5159: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (13): O Comando de Agrupamento (I Parte)

1 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5190: A guerra vista de Bafatá (Fernando Gouveia) (14): O Comando de Agrupamento (II Parte)

Guiné 63/74 – P5231: Expedição Humanitária 2009 (7): Diário de Bordo: de 20 a 26 de Fevereiro (José Moreira, Memórias e Gentes)

Porto-Bissau 2006 > Viagem de jipe (solitário) com o Xico Allen, a Filha, o Marques Lopes, o Hugo Costa e mais 2 camaradas > Marrocos > Marraquexe > 3º dia, 7 de Abril de 2006

Porto-Guiné 2006 > Marrocos > O Atlas ao fundo > 7 de Abril de 2006

Porto - Guiné > Saará Ocidental > Dia 4, 8 de Abril de2006 > Uma paragem para almoçar, a 149 km de Boudjour

Porto - Guiné 2006 > Mauritânia > Dia 5, 9 de Abril de 2009 > Nouakchott, a capital, fica para trás

Porto - Guiné 2006 > Mauritânia > Uma viagem com algum exotismo e muitos quilíometros > 10 de Abril de 2006. A 12 de Abril, o jipe atravessa, por volta das 10h15, a fronteira do Senegal com a Guiné (*)

Fotos: © Hugo Costa (2006). Direitos reservados

1. O nosso Camarada José Moreira (ex-Furriel Miliciano da CCAÇ 1565 - 1966/68) é Presidente da Direcção da Associação Humanitária “Memórias e Gentes”, enviou-nos a seguinte mensagem:

Em Marcha Expedição Humanitária Portugal - Guiné-Bissau 2010

Coimbra, 22 de Outubro de 2009

Camarada e amigo Luis Graça, em tempos formulastes o pedido, para descrevermos o percurso das nossas expedições à Guiné-Bissau. Finalmente ele aqui vai numa espécie de “Diário”, com os dias de viagem, horas, quilómetros parcelares e totais até à Guiné-Bissau. Presumo ser uma informação útil para todos os camaradas do Blogue que, eventualmente, queiram um ano destes participar connosco nesta viagem que, ininterruptamente se faz há 5 anos a esta parte.

Uma curiosidade: Analisando os Kms. já percorridos e adicionando os da próxima expedição, esta Associação vai atingir os 100.000 Kms. (ida e volta), ao volante pela lusofonia.

Cumprimentos,
Presidente da Direcção
José Moreira
(Ex-Furriel Miliciano da CCAÇ1565 de 1966/68)

Uma imagem do diário "As Beiras", de 21 de Fevereiro de 2009, que foi enviada pelo nosso camarada coimbrão, Carlos Marques dos Santos (ex-Fur Mil, CART 2339, Mansambo, 1968/69), que acompanhou a reportagem sobre a Expedição Humanitária, organizada pela Associação Humanitária "Memórias e Gente", sob a liderança do José Moreira. A partida foi no dia 20 Fevereiro de 2009. A caminho de Bissau seguiram 22 amigos (20 homens e 2 mulheres) e camaradas da Guiné. Foi uma viagem de sete dias com 9,3 mil quilómetros percorridos. Dias antes da sua partida, seguira 1 contentor com várias utensílios e utilidades de 25 toneladas.

O "diário de bordo" do José Moreira, relativo à viagem de 2009... Dia a dia, km a km...

Data / Hora / Kms / Parciais / Kms Totais / Descrição:

20-02-2009 10H00 0 0 1.º Dia. Partida do Largo da Portagem, na cidade de Coimbra. O ambiente era de festa e estavam presentes quer o Sr. Presidente da Câmara Municipal quer o Sr. Governador Civil. Notava-se alguma ansiedade no ar, mas também uma grande vontade de partir, pois o ferry-boat não esperava. Davam-se entrevistas para rádios, jornais e Agência Lusa, e no fim não faltou a bela "foto de família".

20-02-2009 Primeiro almoço na Área de Serviço de Grândola, em plena auto-estrada portuguesa. Havia sandes de leitão, cerveja e um óptimo vinho branco.

20-02-2009 16H15 Entrámos em Espanha pela ponte de Ayamonte, e acrescentámos uma hora aos relógios.

20-02-2009 21H45 854
854 Chegada a Tarifa. Para ajudar, acabámos por nos perder, e chegámos ao porto 15 minutos atrasados. É verdade, perdemos o barco por 15 minutos, e ele até se atrasou meia-hora, pois a hora de partida estava marcada para as 21:00 horas. Arranjámos quartos no Hostal Las Margaritas, fomos jantar e depois... cama. Notou-se alguma frustração no pessoal da organização, pois o atraso era significativo. Contudo, amanhã há mais... despertador para as 07:00 horas.

21-02-2009 07H00 0
854 2.º Dia. Hora de levantar. Banho, bolinhos e… toca a andar.

21-02-2009 07H40 2
856 Chegada ao Puerto de Tarifa - Estación Maritima. Grande fila e nós em último. O jipe do Vítor deu o primeiro problema, pois saltou um tubo do vaso de expansão.

21-02-2009 08H30 3
857 Entrámos no ferry-boat Limassol. Muita confusão… o habitual.

21-02-2009 09H20 Finalmente partimos em direcção a África. O mar estava encrespado e no barco parecia que estavamos num carrossel.

21-02-2009 09H20 3
857 Entrada em Marrocos. Voltámos a pôr a hora igual à de Portugal, ou seja, ganhámos uma hora e passaram a ser 09:20 horas. Assim que parámos na fronteira de Tânger, apareceram logo uns "funcionários" que nos pediram os documentos das viaturas e dos condutores. Contudo, no final, o habitual: «Propina para nós os dois» (sic).

21-02-2009 09H45 3 857 Saímos da fronteira. Foi muito rápido. Apareceu uma viatura da polícia com as luzes verdes… realmente, são diferentes. Mais, enquanto esperávamos uns pelos outros, apareceram dois oficiais da polícia marroquina e, mais uma vez, a simpatia natural. Quiseram ver a lista da caravana e saber as datas da nossa viagem, para assim poderem avisar o resto da polícia, para facilitar a passagem das viaturas. Depois, mais uma "propina" e um sorriso.

21-02-2009 10H40 3 857 Saída da fronteira. O ambiente estava calmo, mas o atraso era evidente.

21-02-2009 11H30 2 859 Saída de Tânger, depois de abastecer as viaturas e levantar Dirhams.

21-02-2009 13H00 159 1013 Paragem na área de repouso de M Nasra. À medida que íamos entrando em Marrocos a temperatura não parava de subir… parecia Verão. A agricultura fazia-se ao longo da costa, e eram visíveis estufas de morangos e de bananas. Havia, igualmente, culturas de regadio, de onde se destacava a produção de batatas.

21-02-2009 Rumámos a Sul via auto-estrada A1. Era incrível o número de pessoas a pedir boleia dentro dos limites da auto-estrada… e as cabras a pastarem nos taludes?

21-02-2009 13H25 Chegada a uma portagem sita a cerca de 10 Km de Kenitra. Próxima paragem era para almoçar. O ritmo da "segunda caravana", onde nós estavamos incluídos, fazia-se como se tratasse de um simples passeio… não passavamos dos 100 Km/h.

21-02-2009 13H35 Engano na nossa caravana… é o que dá o grupo estar separado.

21-02-2009 13H40 219 1076 Paragem na área de serviço de Kenitra para almoçar. O "Nando" confeccionou uma febras divinais e o Gustavo preparou o seu antibiótico (mel + água ardente).

21-02-2009 15H10 219 1076 Regresso à estrada. Pouco depois, controlo de velocidade na auto-estrada.

21-02-2009 15H40 263 1120 Chegada a Rabat (capital de Marrocos). Antes encontrámos o polo em construção da futura TECNOPOLIS, e junto à estrada vimos muitas famílias a fazerem piqueniques.

21-02-2009 16H35 355 1212 Passámos ao lado de Casablanca sem parar. Por muito velhas que sejam as casas, não faltam antenas parabólicas. O lixo… queima-se nas ruas e o cheiro nota-se bem. Seguimos pela auto-estrada Casablanca/El Jadida. Após o almoço passámos a rodar a cerca de 120 Km/h, que é o limite máximo nas auto-estradas marroquinas. De quando em vez, o Oceano Atlântico aparece-nos à direita, assim como, algumas praias que parecem ser fantásticas. A vegetação está muito verde e nota-se que há muita água nesta região.

21-02-2009 17H35 451
1308 Chegámos a El Jadida e efectuámos uma paragem de cerca de dez minutos. O Sol começa a pôr-se e a temperatura desce de forma acentuada, pois estamos junto ao mar. Pedimos ajuda a um marroquino. Verifico que os marroquinos continuam a não gostar de fotografias (nomeadamente, as marroquinas) e descubro uma inovação em termos de segurança: um cão preso no telhado de uma casa.

22-02-2009 00H25 888 1745 Chegada a Agadir. A Toyota Hiace furou um dos pneus traseiros, que é prontamente trocado por quatro voluntários marroquinos. Para surpresa de todos, o pneu sobresselente também estava furado. Ficámos instalados no Hotel Mabrouk, junto ao qual havia um bar de alterne, tipo "Piano Bar / Dancing", de nome Red Lion.

22-02-2009 07H00 0 1745 3.º Dia. Não obstante termos acordado cedo, o pequeno-almoço atrasou devido à falta de empregados no hotel.

22-02-2009 08H15 0 1745 Saída do hotel em caravana. Parámos à saída de Agadir para atestar as viaturas e, entretanto, chega um vendedor de legumes frescos. Contudo, este conceito é discutível.
22-02-2009 08H50 Saída da cidade de Agadir.

22-02-2009 09H50 67 1812 Entrada na província de Tiznit.

22-02-2009 09H53 73 1818 A viatura do Vítor volta a dar problemas e tivémos que parar para limpar o filtro do gasóleo. As mãos do Alves pareciam uma chave de grifos a desapertar o filtro.

22-02-2009 10H10 73 1818 Voltámos à estrada.

22-02-2009 10H25 94 1839 Chegada a Tiznit. As ovelhas também merecem andar confortáveis e, como tal, nada como ir dentro de uma carrinha.

22-02-2009 11H50 101 1846 Passagem por De Guelmin e início do Sahara. Andámos às voltas para encontrarmos a direcção de Tan-Tan. À saída, muito vento e pó no ar. Temperatura óptima e sol quanto baste.

22-02-2209 243 1988 Passámos dentro de uma tempestade de areia.

22-02-2009 300 2045 Na paisagem vêem-se muitas antenas e junto à estrada começavam a aparecer cada vez mais dromedários. Em algumas colinas eram visíveis escritos feitos com pedras, isto mesmo antes de entrarmos na província de Tan-Tan.

22-02-2009 13H30 321 2066 Entrada na província de Tan-Tan.

22-02-2009 13H40 339 2084 Entrámos na cidade de Tan-Tan e fomos parados pela polícia, para controlo dos passaportes.

22-02-2009 14H10 368 2113 Passagem por El Quantia e chegada a Tan-Tan de la Plage. Paragem para almoço. Apareceu o "General" e o Lobo entregou-lhe uma fotografia tirada o ano passado. O "General" mostrou gostar quer de cerveja quer de bifanas. Litro do gasóleo era a € 0,438.

22-02-2009 16H20 368 2113 Saída de Tan-Tan de la Plage. A estrada que se seguiu apresentava paisagens magníficas, com praias e dunas.
22-02-2009 19H40 657 2402 Chegada a Laayoune. Apanhámos um primeiro posto de controlo que foi fácil de passar, mas depois seguiu-se um segundo onde perdemos um quarto de hora.
22-02-2009 22H40 851 2596 Chegada a Bonjdour (Cabo Bojador), onde apanhámos uma operação STOP que nos fez perder mais meia-hora.

22-02-2009 23H15 854 2599 Chegada ao Hotel Taiba, que até cheirava a novo (€ 30,00/quarto). Depois, um belo jantar de peixe frito, com salada de tomate e pão, no restaurante Jebal Gar-Gar.

23-02-2009 08H00 0 2599 4.º Dia. Fomos enganados e tivémos que pagar o pequeno-almoço.

23-02-2009 08H30 3 2602 Saída do Cabo Bojador, com o tempo muito encoberto. Estradas planas com muitas rectas, e uma paisagem sempre deslumbrante. Os controlos de estradas sucedem-se, mas a imensidão da paisagem faz esquecer o resto.

23-02-2009 11H40 292 2894 Passagem pela aldeia piscatória de N'Tirif.

23-02-2009 12H15 352 2954 Passagem por Tinghir.

23-02-2009 12H48 379 2981 Ultrapassámos o Trópico de Câncer.

23-02-2009 13H00 400 3002 Passámos por um acidente rodoviário. Uma carrinha encontrava-se voltada, devido ao rebentamento de um dos pneus traseiros.

23-02-2009 13H50 481 3083 Passámos junto a um acampamento militar marroquino, em pleno Sahara Ocidental e no meio do nada.

23-02-2009 14H35 541 3143 Indicação de existência de um campo de minas.

23-02-2009 14H50 570 3172 Chegada a Roc Chico e paragem para almoçar.

23-02-2009 16H10 570 3172 Partida de Roc Chico.

23-02-2009 16H55 658 3260 Chegada à fronteira de Marrocos, que permite passar para a Mauritânia.

23-02-2009 18H30 658 3260 Saída de Marrocos e entrada na "terra de ninguém".

23-02-2009 18H45 663 3265 Chegada à fronteira da Mauritânia, onde já nos esperava o Arturo (mediador de seguros).

23-02-2009 19H00 663 3265 Entrada do primeiro grupo na Mauritânia.

23-02-2009 19H35 663 3265 Entrada do segundo grupo na Mauritânia.

23-02-2009 20H30 663 3265 Primeiro controlo policial na Mauritânia, logo após saírmos da fronteira. Depois, ainda apanhámos mais alguns, sendo que, num deles tivémos que pagar € 10,00/viatura.

23-02-2009 21H30 714 3316 Chegada a Nouadhibou.

23-02-2009 21H40 720 3322 Chegada ao hotel Al Jezira, na cidade de Nouadhibou. Demos uma volta pela cidade e quando fomos parados numa das barreiras policiais, deixaram-nos logo seguir, visto sermos turistas portugueses.

24-02-2009 08H05 0 3322 5.º Dia. Saída do hotel em caravana. Pouco depois fomos parados num controlo policial e deu-se a pergunta sacramental: "Qualquer coisa para a Polícia?".

24-02-2009 10H35 177 3499 Depois de várias paragens em postos de controlo, eis que parámos no posto de El Valah. A paisagem começou a mudar e as grandes dunas começaram a dar lugar à savana.

24-02-2009 12H15 346 3668 Começou a chover e, entretanto, o Mercedes-Benz atolou na berma da estrada.

24-02-2009 12H50 389 3711 Parámos num posto de controlo (o terceiro em quinze quilómetros), e o militar que lá se encontrava pediu-nos água. Como só tínhamos uma garrafa à vista, mandou-nos embora.

24-02-2009 13H10 431 3753 Zona de exploração de areias, onde os homens abrem buracos tão grandes que cabem lá dentro as camionetas. Depois, é só atirar a areia para dentro da caixa de carga, com as pás.

24-02-2009 13H40 474 3796 Posto de controlo armados. De salientar que na Mauritânia os posto de controlo sucedem-se a um ritmo impressionante.

24-02-2009 13H50 480 3802 Entrada na cidade de Nouackchott (capital da Mauritânia). A dada eltura passámos por um pedreiro que trazia vestida uma camisola da selecção portuguesa de futobol, com o nome do Cristiano Ronaldo nas costas.

24-02-2009 14H55 506 3828 Paragem da caravana para o almoço. Entretanto apareceu um berbere que queria que nos fossemos embora, pois estávamos a assustar os dromedários.

24-02-2009 15H30 506 3828 Iniciámos de novo a marcha, mas desta feita com uma tempestade de areia como companhia.

24-02-2009 15H40 531 3853 Passámos pela cidade de Boutreva. Os postos de controlo continuam a suceder-se, e os polícias não têm qualquer problemas em pedir presentes.

24-02-2009 17H20 688 4010 Entrada na cidade de Rosso.

24-02-2009 19H30 782 4104 Paragem no posto de controlo do Parque Natural de Diawling. Mais uma vez tivémos que pagar para passar - € 5,00/pessoa.

24-02-2009 19H45 793 4115 Chegada à fronteira. 24-02-2009 20H10 793 4115 Saída da fronteira em direcção ao Senegal.

24-02-2009 20H11 794 4116 Chegada à fronteira do Senegal. Foram € 10,00/viatura só para entrar, e mais umas prendas. Depois, € 5,00/pessoa e € 60,00/viatura para poder seguir viagem, pois os guardas tiveram que estar a fazer horas extraordinárias.

24-02-2009 21H50 794 4116 Saída da fronteira escoltados por um "velho conhecido" da polícia local.

24-02-2009 22H10 823 4145 Entrada na cidade de Saint-Louis. Ligámos o rádio e começámos a ouvir a emissão da Rádio Crioula de Cabo Verde.

24-02-2009 22H30 833 4155 Chegada ao hotel Cap Saint-Louis.

25-02-2009 09H45 0 4155 6.º Dia. Saída do hotel em caravana, a fim de ainda ir tratar dos seguros para as viaturas.

25-02-2009 10H20 0 4155 Finalmente foram feitos os seguros e seguimos para a cidade de Saint-Louis.

25-02-2009 11H25 10 4165 Depois de atestar as viaturas, começámos a andar em direcção a Sul.

25-02-2009 11H50 31 4186 Passagem por Semel. Estávamos nitidamente em África. Mudou a paisagem… mudaram as pessoas… mudaram as cores.

25-02-2009 12H50 113 4268 Passagem por Kébémèr.

25-02-2009 13H10 146 4301 Passagem por Sagatta Gueth, com grande agitação no mercado da cidade.

25-02-2009 13H20 157 4312 Paragem para o almoço à beira da estrada.

25-02-2009 14H45 157 4312 Voltámos à estrada.

25-02-2009 15H20 200 4355 Passagem por Touba, onde parámos para arranjar os pneus da Toyota hiace.

25-02-2009 16H50 219 4374 Saída da cidade de Touba.


25-02-2009 17H30 263 4617 Passagem por Mbar, com viragem para Kaffrine.

25-02-2009 18H15 325 4480 Passagem por Kaffrine.

25-02-2009 18H50 362 4517 Entrada na "picada".

25-02-2009 21H20 416 4571 Paragem na cidaded de Koungheul para abastecer as viaturas.

26-02-2009 00H20 548 4703 Finda a "picada", acabámos por chegar à cidade de Tambacounda.

26-02-2009 01H00 553 5256 Chegámos ao Hotel Niji, em Tambacounda. Sensação: parece que acabámos de sair de dentro de uma máquina de lavar a roupa.

26-02-2009 08H15 0 5256 7.º Dia. Arrancou o primeiro grupo da caravana.

26-02-2009 08H50 0 5256 Arrancou o segundo grupo da caravana, após termos mudado uma das rodas do Nissan Patrol do Vítor.

26-02-2009 11H00 152 5408 Passagem sobre o Rio Koulountou.

26-02-2009 11H55 212 5620 Passagem por Vélingara.

26-02-2009 12H05 226 5846 Passagem por Biarou.

26-02-2009 12H25 249 6095 Passagem por Kabendou e entrada em "picada" com piso do tipo "chapa ondulada".

26-02-2009 12H50 268 6363 Chegada à fronteira do Senegal, situada em Wassadou.

26-02-2009 13H15 273 6636 Saída do Senegal.

26-02-2009 13H25 279 6915 Chegada à fronteira da Guiné-Bissau em Pirada. Finalmente voltámos a ouvir falar em português.

26-02-2009 15H05 331 7246 Chegada à cidade de Gabú. A alegria na caravana era total e impossível de esconder.
26-02-2009 16H35 331 7577 Após o almoço, saída da cidade de Gabú.

26-02-2009 17H20 384 7961 Depois de algumas "bolanhas" e de várias "tabancas", passagem por Bafatá.

26-02-2009 17H45 412 8373 Passagem por Bantandjan.

26-02-2009 18H25 471 8844 Passagem por Jugudul.

26-02-2009 19H00 518 9362 Chegada ao Hotel Rural de João Landim. Estamos a escassos quilómetros de Bissau, o nosso destino final.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:


(*) Vd. poste de 14 de Maio de 2006 >
Guiné 63/74 - DCCLI: Do Porto a Bissau (15): Diário de bordo e avisos à navegação (A. Marques Lopes)