1. Comentário de Joaquim Mexia Alves [ foto à esquerda,] ao poste P8495 (*) e outros relacionados:
Repito aqui o comentário que coloquei noutro lado sobre os nossos médicos.
(i) Ora bem, o Prof Doutor Pereira Coelho, para os amigos Mané Pereira Coelho, é um homem de eleição. um grande homem e um grande médico. [ Já foi aqui evocado pelo nosso camarigo Luís Dias (*)...Aliás, conheci-o no Galomaro numa "aventura" que me "obrigaram" a fazer e que um dia contarei.]
O seu trato de uma simpatia extrema, a sua dedicação á medicina e àqueles que tratava, grangearam-lhe um capital de simpatia que prevaleceu para além da tropa.
É conhecido por ser o pai do bébe-proveta em Portugal. Conheço-o bem embora já alguns anos o não veja, com grande pena minha.
(ii) O António Alfredo [Viana Pinheiro] Azevedo não lhe fica atrás em grandeza de alma e dignidade, como homem e como médico, como aliás eu já tinha afirmado.
[E a propósito, escreveu o Paulo Santiago, foto à esquerda, quando comandante do Pel Caç Nat 53, Saltinho, 1970/72, em comentário ao poste P8485 **]:
O Dr. Azevedo é um camarada que eu gostaria de encontrar. Foi ele que, definitivamente, conseguiu curar-me das otites que, ciclamente, me apoquentavam,e aquilo eram dores do c... Também ele me tratou do primeiro, e único, "ataque" de paludismo. Aquela vala da foto, utilizei-a ao ínicio da noite de 3 de Agosto de 1972...O Mexia estava lá, e o Dr. Azevedo,penso que também estava... Uma vala com uma profundidade pouco adequada ao tamanho do Joaquim]...
Também sobre estes dois médicos, escreve o Luís Dias [, foto a seguir à direita,, quando jovem Alf Mil At Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74] (***):
Segundo informações colhidas junto do Professor Doutor Pereira Coelho, o Médico Pinheiro Azevedo pertencia ao BART 3873 (Bambadinca) e não ao BCAÇ 3872 (Galomaro). Ambos seguiram para a Guiné no mesmo barco (onde ia o BART3873, mas com destinos diferentes). Devido ao facto de ele se encontrar no Xitole, à data da emboscada do Saltinho [, ou melhor, Quirafo], foi ele que avançou para o terreno. A seguir chegou o Dr. Pereira Coelho por determinação do Comandante, que conversou com o colega que chegara em primeiro lugar, pois já não havia nada a fazer. Era sua convicção que quem passou as certidões de óbito foi o Dr. Pinheiro Azevedo.
(iii) E continua o Joaquim Mexia Alves:
Já agora e porque noutros postes se fala dele, o Dr. Moreira Figueiredo [, António Lebre Moreira de Figueiredo, estomatologista,] assentou a sua vida em Leiria, tendo-o eu conhecido muito bem. (****)
Para além da sua carreira médica, dedicou-se muito às artes e cultura na cidade do Liz.
(iv) Acrescento então que o Prof. Maymone Martins está, (estava?), no Hospital de Santa Cruz. Julgo que está mais dedicado à cardiologia pediátrica, pois foi quem tratou o meu filho André, quando era ainda criança, e tinha um "sopro cardiaco".
É um homem que apenas conheci nessa altura, mas de uma simpatia e competência extremas, pelo que lhe estou muito agradecido.
Foi-me indicado por um primo meu, Dr. Francisco Machado, (naquela altura chefe da hemodinâmica no Hospital de Santa Cruz, salvo o erro), e que curiosamente foi Comando em Angola. Entramos para Mafra no mesmo dia, tendo-nos separado em Lamego, pois ele foi para os Comandos e eu para os Rangers. (*****)
Um abraço a todos,
J. Mexia Alves
_______________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 1 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8495: Os nossos médicos (32): Fotos do Serviço de Saúde do BCAÇ 2845 (Albino Silva)
(**) 30 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5732: Os nossos médicos (15): Professor Doutor Pereira Coelho (ex-Alf Mil Méd do BCAÇ 3872 e Director do Hospital Civil Bafatá, 71/74
(***) Vd. poste de 29 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8485: Os nossos médicos (29): O arraial minhoto do Alf Mil Med Pinheiro Azevedo no Xitole, em 4 de Abril de 1972 (Joaquim Mexia Alves, CART 3492 / BART 3873, 1971/74)
(****) Vd. poste de 30 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8491: Os nossos médicos (31): HM241: Pessoal médico do meu tempo por especialidades (J. Pardete Ferreira)
(*****) Último poste da série > 11 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8540: Os nossos médicos (37): Dr. Fernando Garcia, chefe da equipa cirúrgica do HM241, Bissau, 1966/68 (J. Pardete Ferreira)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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quinta-feira, 14 de julho de 2011
Guiné 63/74 - P8552: Os nossos médicos (38): O Prof Pereira Coelho, o pai do bebé-proveta em Portugal... e que esteve em Galomaro... Recordando ainda os Dr. Pinheiro Azevedo, Dr. Moreira Figueiredo e o Prof Maymone Martins (Joaquim Mexia Alves / Paulo Santiago / Luís Dias)
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Guiné 63/74 - P8485: Os nossos médicos (29): O arraial minhoto do Alf Mil Med Pinheiro Azevedo no Xitole, em 4 de Abril de 1972 (Joaquim Mexia Alves, CART 3492 / BART 3873, 1971/74)
Foto: © J. Mexia Alves (2009). Todos os direitos reservados
Viseu> 15 de Junho de 2007> Encontro do BART 3873 ( Bambadinca 71/74)> Da esquerda para a direita e de cima para baixo: Casimiro Barata, António Silva, Álvaro Basto, António Barroso; Silva, Eduardinho, Lima Rodrigues, António Azevedo (assinalado com rectângulo a amarelo); Maçães, Mourão, Ceia, Artur Soares e Carlos Nunes.
Foto (e legenda) : © Álvaro Basto (2007). Todos os direitos reservados.
1. Mensagem do Joaquim Mexia Alves, aproveitando este pequeno e feliz macaréu que foi a chegada, à nossa Tabanca Grande, mais um camarada doutor, o ex-Alf Mil Med José Pardete Ferreira (*):
De: Joaquim Alves [joquim.alves@gmail.com]
Enviado: quarta-feira, 29 de Junho de 2011 11:07
Assunto: Falando de médicos
Meus caros editores: Como estamos a falar de médicos (*), envio-vos uma pequena história, que não sei se já contei aqui na Tabanca Grande.
O António Azevedo, não me leva a mal, tenho a certeza, por eu contar esta história, que foi ele próprio que a contou. O António Azevedo, médico, que o foi durante uns meses no Xitole, é uma pessoa excelente, que deixou saudades em todos nós e, por isso mesmo, é um amigo que todos muito prezamos.
A história conta algo que, se calhar, alguns de nós vivemos assim mais ou menos parecida!
Lembro-me, como já uma vez contei aqui na Tabanca Grande, que no primeiro ataque na Ponte dos Fulas, salvo o erro, o meu pensamento ser qualquer coisa como:
- Aqueles gajos são doidos! Ainda matam alguém a disparar para aqui!
Enfim, a noção de guerra ainda era um "sonho"!
A fotografia [, acima,] mostra empenagens de granadas de canhão sem recuo, julgo que recolhidas no quartel do Xitole após a flagelação de 4 de Abril de 1972. Ao fundo, a chamada vala da "messe de oficiais", da qual se vê uma ponta do alpendre de entrada.
Um abraço bem camarigo e sorridente do
Joaquim Mexia Alves
2. Onde é o arraial ???
De: Joaquim Alves [joquim.alves@gmail.com]
Enviado: quarta-feira, 29 de Junho de 2011 11:07
Assunto: Falando de médicos
Meus caros editores: Como estamos a falar de médicos (*), envio-vos uma pequena história, que não sei se já contei aqui na Tabanca Grande.
O António Azevedo, não me leva a mal, tenho a certeza, por eu contar esta história, que foi ele próprio que a contou. O António Azevedo, médico, que o foi durante uns meses no Xitole, é uma pessoa excelente, que deixou saudades em todos nós e, por isso mesmo, é um amigo que todos muito prezamos.
A história conta algo que, se calhar, alguns de nós vivemos assim mais ou menos parecida!
Lembro-me, como já uma vez contei aqui na Tabanca Grande, que no primeiro ataque na Ponte dos Fulas, salvo o erro, o meu pensamento ser qualquer coisa como:
- Aqueles gajos são doidos! Ainda matam alguém a disparar para aqui!
Enfim, a noção de guerra ainda era um "sonho"!
A fotografia [, acima,] mostra empenagens de granadas de canhão sem recuo, julgo que recolhidas no quartel do Xitole após a flagelação de 4 de Abril de 1972. Ao fundo, a chamada vala da "messe de oficiais", da qual se vê uma ponta do alpendre de entrada.
Um abraço bem camarigo e sorridente do
Joaquim Mexia Alves
2. Onde é o arraial ???
por Joaquim Mexia Alves
Num almoço que a CART 3492 teve em Monte Real, há dois anos, talvez, o António Azevedo, nosso médico, (que deixou saudades) (**), durante uns tempos no Xitole, contou-me a seguinte história que tenho a certeza não levará a mal que aqui a reproduza.
(*) Último poste da série > 28 de Junho de 2011 >Guiné 63/74 - P8482: Os nossos médicos (28): Diamantino Lopes, cirurgião do HM241, praxista coimbrão, com grande sentido de humor (António Paiva / J. Pardete Ferreira)
(**) De seu nome completo, António Alfredo Viana Pinheiro Azevedo, natural do Porto, ou a viver e a trabalhar no Porto, neurologista do Hospital Stº António. É conhecido profissionalmente pelo apelido de família, Pinheiro Azevedo.
A informação é do Álvaro Basto, que foi Fur Mil Enf da CART 3942 (Xitole). No nosso blogue também aparece como António Alfredo Azevedo ou Alfredo Pinheiro Azevedo:
17 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4200: Ainda e sempre a tragédia do Quirafo. Sortes distintas para António Batista e António Ferreira (Mário Migueis / Paulo Santiago)
(...) [Comentário a este poste] Mensagem do Álvaro Basto, nosso prezado camarada, que é trambém um dos animadores da Tabanca de Matosinhos, e que foi Fur Mil Enf, na CART 3492 (Xitole e Ponte dos Fulas, 1971/74)
Luis: Excelente texto, este do Mário Miguéis a quem na passada quarta-feira tive o prazer de conhecer pessoalmente embora não o relacionando nem de perto nem de longe com este assunto. O esforço pela síntese da verdade na amálgama de tanta informação, alguma até contraditória, é merecedora do nosso mais vivo respeito e daqui quero expressar-lhe desde já os meus parabéns.
Muito do que tenho procurado transmitir tem sido ventilado com o Dr. Pinheiro Azevedo com quem continuo a ter excelentes relações e que por diversas vezes tenho tentado trazer à liça com as suas informações obviamente credíveis e esclarecedoras.
Adianto que irei uma vez mais insistir para que, também ele, dê o seu contributo esclarecendo e confirmando alguns dos aspectos mais relevantes desta tragédia especialmente no que concerne à identificação dos corpos.
O horror dessa tarefa teve em mim duas acções contraditórias no tempo, por um lado nunca mais esqueci as suas imagens mais gerais e por outro (se calhar ditado pelo meu inconsciente), o de ter esquecido muitos dos pormenores.
Ficou-me com especial nitidez a imagem do [Alf] Armandino que jazia inanimado em cima de um unimog e os corpos mutilados e carbonizados nas casas de banho. Recordo-me da dificuldade que reinava em reconhecer muitos deles. Recordo-me que dois deles estavam especialmente mal tratados e que não haveria concenso quanto a saber-se quem era quem. Acho que o Dr. Alfredo Pinheiro Azevedo se recusou mesmo a assinar as respectivas certidões de óbito desses dois tendo-me contado que, mais tarde, em Bissau de partida para férias, foi confrontado com a insistência do Capitão Lourenço e tanto quanto sei do primeiro sargento da companhia que queriam.... arrumar aquela papelada... tendo-se no entanto este mantido firme e não tendo assinado...
Mas para evitar mais especulações estou a mandar cópia deste mail ao Dr. Alfredo Viana Pinheiro Azevedo com um pedido solene aqui expresso de se pronunciar.... Esperemos que ele se decida a faze-lo depois de ler a síntese do Miguéis no Post 4194 e no Post 4200.Um grande Alfa Bravo. Álvaro Basto (...)
Em 2008, o Dr. Pinheiro Azevedo estava também registado como investigador do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto (UP).
Fica uma dúvida:
(i) o Joaquim Mexia Alves diz que ele, Dr. António Azevedo, ou Pinheiro Azevedo [, foto da época, à esquerda], pertencia ao BART 3873 (Bambadinca, 1971/74), que tinha companhias sediadas em Xitole (CART 3492), Mansambo (CART 3493) e Xime (CART 3494);
(ii) o Álvaro Basto garante-me que o médico em causa (Dr. Pinheiro Azevedo) pertencia ao BCAÇ 3872 (Galomaro, 1971/74), com companhias em Cancolim (CCAÇ 3489), Saltinho (CCAÇ 3490) e Dulombi e Galomaro (CCAÇ 3491)...
22 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1985: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (2) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
Num almoço que a CART 3492 teve em Monte Real, há dois anos, talvez, o António Azevedo, nosso médico, (que deixou saudades) (**), durante uns tempos no Xitole, contou-me a seguinte história que tenho a certeza não levará a mal que aqui a reproduza.
Conta ele que quando foi o primeiro ataque ao Xitole estava no exterior da "messe" de oficiais, e ao ouvir os sons das saídas de morteiro e canhão sem recuo, começou a olhar para o ar para ver onde era o "arraial", pensando estar em Viana do Castelo, nas festas ou coisa parecida.
Conta ainda que se sentiu projectado no ar e caiu dentro da vala, comigo por cima!
Tinha sido eu que o tinha "atirado" para a vala, ao dar-me conta que ele não percebia o que se estava a passar!
Se fosse hoje, com o meu peso,... esmagava-o!!!!
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Notas do editor:
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 28 de Junho de 2011 >Guiné 63/74 - P8482: Os nossos médicos (28): Diamantino Lopes, cirurgião do HM241, praxista coimbrão, com grande sentido de humor (António Paiva / J. Pardete Ferreira)
(**) De seu nome completo, António Alfredo Viana Pinheiro Azevedo, natural do Porto, ou a viver e a trabalhar no Porto, neurologista do Hospital Stº António. É conhecido profissionalmente pelo apelido de família, Pinheiro Azevedo.
A informação é do Álvaro Basto, que foi Fur Mil Enf da CART 3942 (Xitole). No nosso blogue também aparece como António Alfredo Azevedo ou Alfredo Pinheiro Azevedo:
17 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4200: Ainda e sempre a tragédia do Quirafo. Sortes distintas para António Batista e António Ferreira (Mário Migueis / Paulo Santiago)
(...) Ora, esta alegada constatação do Álvaro Basto, cuja presença no Saltinho, bem como a do Alf Médico Alfredo Pinheiro de Azevedo, me passou despercebida no meio daquela verdadeira barafunda – pelo menos, não me lembro de os ter visto -, leva (ou pode levar) os leitores a concluírem que nenhum dos mortos terá sido identificado e os familiares a interrogarem-se mesmo sobre a realidade (o quê ou quem?) escondida naquelas urnas seladas, chumbadas, que um dia lhes remeteram para casa. (...)
(...) P1985 (22/07/2007: “… O Álvaro Basto tem uma questão pertinente. No dia da emboscada, ele e o Alf Médico Azevedo, que prestava assistência no Xitole e no Saltinho, foram a este último quartel, a fim de passarem as respectivas certidões de óbito. O Dr Azevedo, apesar da insistência do Lourenço (capitão da CCaç 3490) recusou-se a passar certidões daqueles corpos carbonizados e desmembrados…”.(...)
(...) Não corresponde, pois, à realidade a ideia de que não terá sido possível a identificação dos corpos, conforme poderia inferir-se do teor do P4117. Na verdade, o Fur Álvaro Basto e o Alf Médico Alfredo Azevedo poderão não o ter conseguido fazer (e, se calhar, é justamente isso que o Álvaro pretende dizer), justificando-se perfeitamente a eventual recusa de emissão das certidões de óbito (não conhecendo pessoalmente as vítimas e perante corpos tão maltratados, mais não se lhes poderia exigir, mesmo disponibilizando-lhes os documentos de identificação, com foto, da totalidade das vítimas). Mas, outros puderam fazê-lo com segurança: traços fisionómicos e/ou outros característicos permitiram, felizmente, esse reconhecimento, pelo que não havia razões para inventar nada, como terá sido o caso em situações análogas (constava, não sei se de facto existiram) verificadas nos três teatros de operações. De qualquer modo, acredito que, na Guiné, durante o consulado de António de Spínola, isso seria absolutamente desaconselhável de tentar, dado o pendor patriarcal do General e a sua reputação de Comandante-Chefe implacável para com os incompetentes e irresponsáveis. (...).
(...) P1985 (22/07/2007: “… O Álvaro Basto tem uma questão pertinente. No dia da emboscada, ele e o Alf Médico Azevedo, que prestava assistência no Xitole e no Saltinho, foram a este último quartel, a fim de passarem as respectivas certidões de óbito. O Dr Azevedo, apesar da insistência do Lourenço (capitão da CCaç 3490) recusou-se a passar certidões daqueles corpos carbonizados e desmembrados…”.(...)
(...) Não corresponde, pois, à realidade a ideia de que não terá sido possível a identificação dos corpos, conforme poderia inferir-se do teor do P4117. Na verdade, o Fur Álvaro Basto e o Alf Médico Alfredo Azevedo poderão não o ter conseguido fazer (e, se calhar, é justamente isso que o Álvaro pretende dizer), justificando-se perfeitamente a eventual recusa de emissão das certidões de óbito (não conhecendo pessoalmente as vítimas e perante corpos tão maltratados, mais não se lhes poderia exigir, mesmo disponibilizando-lhes os documentos de identificação, com foto, da totalidade das vítimas). Mas, outros puderam fazê-lo com segurança: traços fisionómicos e/ou outros característicos permitiram, felizmente, esse reconhecimento, pelo que não havia razões para inventar nada, como terá sido o caso em situações análogas (constava, não sei se de facto existiram) verificadas nos três teatros de operações. De qualquer modo, acredito que, na Guiné, durante o consulado de António de Spínola, isso seria absolutamente desaconselhável de tentar, dado o pendor patriarcal do General e a sua reputação de Comandante-Chefe implacável para com os incompetentes e irresponsáveis. (...).
Em 2008, o Dr. Pinheiro Azevedo estava também registado como investigador do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto (UP).
Fica uma dúvida:
(i) o Joaquim Mexia Alves diz que ele, Dr. António Azevedo, ou Pinheiro Azevedo [, foto da época, à esquerda], pertencia ao BART 3873 (Bambadinca, 1971/74), que tinha companhias sediadas em Xitole (CART 3492), Mansambo (CART 3493) e Xime (CART 3494);
(ii) o Álvaro Basto garante-me que o médico em causa (Dr. Pinheiro Azevedo) pertencia ao BCAÇ 3872 (Galomaro, 1971/74), com companhias em Cancolim (CCAÇ 3489), Saltinho (CCAÇ 3490) e Dulombi e Galomaro (CCAÇ 3491)...
22 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1985: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (2) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)
(...) O Álvaro Basto tem uma questão pertinente. No dia da emboscada, ele e o Alf Mil Médico Azevedo [, foto actual à direita], que prestava assistência no Xitole e no Saltinho, foram a este último quartel, afim de passarem as respectivas Certidões de Óbito. O Dr Azevedo, apesar das insistências do Lourenço [, capitão da CCAÇ 3490], recusou-se a passar certidões daqueles corpos carbonizados e desmembrados.
Pergunta o Álvaro e agora também eu [, Paulo Santiago,] pergunto :
- Quem assinou as ditas certidões? (...)
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