Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
Pesquisar neste blogue
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
Guiné 61/74 - P27520: Parabéns a você (2442): Francisco Palma, ex-Soldado CAR da CCAV 2748/BCAV 2922 (Canquelifá, 1970/72) e Luís Dias, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74)
_____________
Nota do editor
Último post da série de 10 de Deembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27512: Parabéns a você (2441): Fernando Barata, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2700/BCAÇ 2912 (Dulombi, 1970/72) e Mário Santos, ex-1.º Cabo MMA da BA 12 (Bissalanca, 1967/69)
quarta-feira, 12 de novembro de 2025
Guiné 61/74 - P27412: Armamento do PAIGC (10): Pistola-metralhadora Samopal vz25, de origem checa, ou a M-25, ("Merengue", na gíria do IN, por influência cubana)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa_vz._23
Sobre a arma:
- o que me surpreendeu ao pesquisar a identificação dela foi a sua ausência das listagens consultadas na Net;
- ao que parece, o nome oficial dela é Samopal ou, conforme o site consultado, Sa 25 ou Sa vz. 48b/samopal vz. 48b ( o site é https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa_vz._23 ):
- no mesmo site encontra-se uma foto de 'Nino' Vieira com o seu grupo, curiosamente todos com a mesma arma, ou suas variantes
2.1. Também sou de opinião que se trata de ums pistola-metralhadora checa, Sa vz25, "Samopal". Dispunha de uma coronha de metal dobrável, disparava a munição 9×19mm Parabellum. Era em tudo é idêntica à Sa 23 (exceto da coronha, que era de madeira). e usando os mesmos carregadores de 24 e 40 tiros.
Gostava de ouvir a opinião do nosso especialista em armamento, o Luís Dias. Para já, recorri à minha assistente de IA / ChaGPT. Face às duas fotos que lhe mandei, não teve dúvidas em dar a sua opinião ponderada:
(..) Pela forma geral — receptor tubular curto, carregador recto montado à frente da empunhadura, coronha metálica dobrável para o lado e empunhadura/pega frontal dobrável — trata-se muito provavelmente de uma Samopal checoslovaca da família Sa vz.23 / Sa vz.25 (às vezes referido como CZ-23 / CZ-25, exportado como “Sa” ou “Samopal” nos catálogos da época).
Por que acho isto provável:
-
a posição do carregador (à frente da pega) e o aspecto geral lembram os desenhos da família vz.23/25, que foram amplamente exportados pela Checoslováquia na década de 1950–60;
-
a coronha metálica que dobra para o lado e a pega vertical rebatível são soluções técnicas presentes nesses modelos;
-
o PAIGC recebeu armamento do bloco de leste (inclu9indo a então Checoslováquia) durante a guerra colonial, pelo que a captutra de um Sa vz.23/25 em 1964 é compatível com a proveniência e a cronologia.
Grau de certeza: provável, mas não definitivo. Existem variantes e cópias regionais/industriais e a família vz.23/25 teve pequenas diferenças entre versões de fábrica e exportação. Para confirmação absoluta, o ideal é verificar:
-
marcas e punções no receptor (normalmente código do fabricante e modelo);
-
formato exacto do carregador (capacidade e encaixe);
-
calibre estampado no cano/receptor (7,62×25 Tokarev foi comum em alguns modelos, mas havia variantes noutros calibres). (...)
(Pesquisa: LG / Assistente de IAS / ChatGPT)
(Condensação, revisão / fixaçãod e texto: LG)
2.2. Tudo indica que esta Sa vz25 seja a M-25 ("Merengue", na gíria do PAIGC, por influência cubana) que consta da relação a seguir:
- "M-23", cal 9 mm ("Rico") | Checoslováquia
- "M-25", cal 9 mm ("Merengue") | Checoslováquia
- "PPSh", cal 7,62mm ("Pachanga", "Metra") | URSS
- "PPS SUDAYEF", cal 7,62mm | URSS, China
- "THOMPSON", cal 1l,4mm ("Rico Thompson") | USA - China
- "MP-40", cal 9mm | Alemanha Oriental
- "SCHMEISSER" | Alemanha Oriental
- "BERETA" | Itália
- "UZI" | Israel
- "FBP" | Portugal
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Guiné 61/74 - P26885: Questões politicamente (in)corretas (61): Aprendi a jogar xadrez com o meu comandante, Fernando Pires (1942-2024) (Luís Dias, ex-alf mil, CCAÇ 3491, Dulombi e Galomaro, 1972/74)
Foto à esquerda: O comandante-chefe, gen António Spínola, na inauguração das renovadas instalações do quartel do Dulombi, em abril de 1972. Em segundo plano, o cap mil art Fernando Pires (1942-2024), comandante da CCAÇ 3491 (Dulombi e Galomaro, 1972/74).
1. Mensagem de Luís Dias (ex-alf mil at inf, CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Guiné, 24 de dezembro de 1971 a 28 de março de 1974).
Data - terça, 3/06/2025 23:06
Assunto - Xadrez (*)
![]() |
Luís Dias |
Estive durante a comissão em outros locais como: Bolama e S. João (no estágio das Unidades Africanas), Piche, Bambadinca (como comandante do CIM - Centro de Instrução Militar), Nova Lamego e Pirada, e em todos eles não vi, nem tive adversários para continuar a jogar, umas vezes talvez por falta de tempo, outras por não ter-me apercebido de que houvesse pessoal a jogar xadrez.
Ainda podia ter-me internacionalizado a jogar com um estrangeiro (o célebre Libanês, proprietário de um bom restaurante em Bafatá, que chegou a desafiar-me para um joguinho) mas não havia tempo para tal, pois era comer o belo bife à bota e regressar o mais depressa possível ao Dulombi, ou a Galomaro.
Um forte abraço, Luís Dias.
terça-feira, 6 de maio de 2025
Guiné 61/74 - P26769: A nossa guerra em números (29): nos quartéis do mato, dentro do arame farpado, a malta consumia em média, por ano e "per capita" , 21 litros de... álcool puro (14 em vinho, 5,4 em cerveja, 1,6 em bebidas destiladas)... (Aníbal Silva / Luís Graça)
O Luís Dias, ex-alf mil, CCAÇ 3491/BCAÇ 3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74) dizia-nos, em 2010, que ainda tinha lá em casa "5 garrafas de uísque das que trouxe da Guiné"... Eram elas "uma 'President', uma 'Something Special', uma 'Dimple', uma 'Smugler' e uma 'Logan' (conforme foto...). Umas autênticas belezas". (*)
E acrescentava:
Temos algumas indicações, a avaliar por uma pequena amostra das vendas (mensais) na cantina da CCAV 2483 / BCAV 2867 (Nova Sintra e Tite, 1969/70), de acordo com os dados do balancete que nos foi fornecido pelo nosso camarada Aníbal José Soares da Silva, ex-fur mil vagomestre.(**)
- Cerveja 0,3 l > 3977 (garrafas):
- Tabaco Porto > 1034 (maços);
- Coca-cola > 1402 (latas);
- Tabaco SG > 754 (maços);
- Fósforos > 718 (caixas);
- Leite c/ cacau 411 > 595 (embalagens);
- Tabaco Português Suave > 395 (maços);
- Cerveja 0,6 > 268 /garrafas);
- Laranjada Shellys > 223 (latas);
- Bacalhau > 96 (quilo ? embalagem ?);
- Água Castelo > 65 (garrafas);
- Sumol > 53 (garrafas ou latas);
- Pilhas 1,5 v > 51
2, Se agruparmos estes itens por géneros (cerveja, tabaco, refrigentes, bebidas destiladas), temos:
(i) Cerveja (0,3 l e 0,6 l) > 4245 garrafas (equivalente a 1353,9 l):
3. Admitindo que o mês de maio não era um mês "atípico" do ano, em matéria de consumo na cantina (estava-se no início da época das chuvas, já se saía menos vezes para o mato, embora no tempo seco, a partir de outubro, se pudesse beber mais cerveja...) podemos tentar calcular um valor médio anual "per capita" destas 4 categorias de bens consumidos:
(i) Cerveja:
- 1353,9 l a dividir por 150 homens (=9,026 l) e a multiplicar por 12 meses, dá um consumo "per capita" anual de 108,3 l;
- este valor pode estar subestimado; de qualquer modo, 108.3 l "per capita" era já um valor seguramente muito superior à média nacional de 1970, e mais do dobro do consumo atual (em 2022, foi de 53 litros, segundo dados da European Beer Trends);
(ii) Tabaco:
- 2215 maços de cigarros por mês dá uma média anual "per capita" de 177,2 maços;
- é peciso ter em conta que nem toda gente fumava: a prevalência de tabagismo entre homens com 15 anos ou mais anos de idade, em Portugal, era estimada entre 40% e 50% em meados da década de 1970;
- portanto, aqueles de nós que fumavam, consumiam pelo menos um maço de cigarros por dia;
- 1680,5 latas ou embalagens num ano: 83,4 % corresponde à coca-cola...
- consumo anual "per capita" da coca-cola (=1402 x 12 =16824) seria de 112 latas;
- recorde-se que era uma bebida proibida na metrópole, por teimosia de Salazar e das autoridades de saúde: além de ser vista como um símbolo do ostensivo estilo de vida americano, haveria também um "argumento de saúde pública": além de poder ser facilmente associada à cocaína ( e à "droga em geral"), o elevado teor de cafeína podia criar "habituação";
- temos um consumo mensal de 72,5 garrafas de 0,70l (ou de 0,75l, nalguns casos), o que dá 870 num ano;
- a maior parte é uísque de várias marcas =61 (84 %);
- o restante: brandy (Macieira)= 4,5; gin = 6; vodca=1;
- é mais difícil é saber o consumo destas bebibas "brancas" (muito mais caras na metrópole) porquanto havia quem comprasse uísque (mas também conhaque) para fazer "stock" e levar para casa, nas férias ou no final da comissão;
- apesar de ser mais barato (no CTIG), o uísque (e o conhaque) era ainda um artigo de luxo para a maior parte da malta (as praças); mas era era também uma mercadoria muito apreciada;
- temos mais de 60 dezenas de garrafas de uísque vendidas por mês (720 por ano), incluindo o consumo avulso, na cantina (ao copo, com água mineral e gelo, se o houvesse)
- além destas bebidas (cerveja e bebidas brancas), os militares portugueses tinham direito a um copo de vinho à refeição; e podiam também comprar na cantinha vinhos de marca como o Mateus Rosé ou o vinho verde branco Aveleda, Três Marias, Lagosta, etc.... (Vamos desprezar esses consumos, o vinho engarrafado era caro, a alternativa era a cerveja);
- se cada militar bebesse 1 copo de vinho (200 ml) à refeição (almoço e jantar), ao fim de 365 dias seriam 140 litros;
- admitindo que o vinho fornecido pela Intendência não ultrapassava os 10 graus, temos, um volume de álcool puro de 14 litros... (o vinho era mau e "batizado". toda a gente se queixava):
- sabendo que a cerveja Sagres tinha/tem 5º de teor alcoólico, o valor de 108,3 l consumido anualmente por cada militar correspondia a 5,415 l de álcool puro;
- o consumo anual médio, por companhia, poderia ser estimado (por baixo...) em 870 garrafas (0,70l, a 40º de teor alcoólico);
- a dividir por 150 homens corresponderia a 5,8 garrafas (pouco mais de 4 litros);
- 4060 ml x 0,40 (grau alcoolíco, médio) = 1624 ml de álcool puro;
- Somando o vinho (14 l), a cerveja (5,4 l) e as bebidas destiladas (1,6), são 21,0 litros no mínimo de álcool puro "per capita";
- claro que aqui temos a velha história da falácia da média estatística: metade não fumava, mas grande parte bebia; o álcool era uma necessidade fisiológica e psicológica... nas condições de isolamento e de guerra em que se vivia.
- de acordo com as estimativas mais recentes do SICAD (Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências), referentes a 2019, o consumo anual per capita de álcool puro em Portugal (para a população com 15 ou mais anos) era de 12,1 litros;
- este valor inclui o consumo de vinho, cerveja e bebidas destiladas, tanto o consumo registado como uma estimativa do consumo não registado, e exclui o consumo por turistas;
- note-se que Portugal apresenta um dos consumos de álcool "per capita" mais elevados entre os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).
Notas do editor LG:
(*) Vd. poste de 18 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5672: Estórias avulsas (23): Old Parr e Antiquary a 90$00 (Luís Dias)
(**) Vd. poste de 4 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26764: (Ex)citações (432): Gosto de arquivar para mais tarde recordar e por vezes surpreender os amigos com peripécias vividas há anos (Aníbal José da Silva, ex-Fur Mil Vagomestre)
Vd. também 2 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26754: (In)citações (269): Quem se lembra destes preços? (Aníbal José da Silva, ex-Fur Mil Vagomestre)
(***) Último poste da série > 2 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26644: A nossa guerra em números (28): Ainda a nossa 'adorável' ração de combate, nº 20...(que dava 3 refeições para um homem, por dia, no mato)
terça-feira, 15 de abril de 2025
Guiné 61/74 - P26691: História de vida (57): o fur mil vagomestre António Fonseca que acabou por ter uma morte trágica no Algarve, em Albufeira, com a toda a família em 2009 (Luís Dias, ex-alf mil op esp, CCAÇ 3491, Dulombi e Galomaro, 1971/74)
Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Sector L5 (Galomaro) > CCAÇ 3491 (1971/74) > Dulombi > 1972 > "À porta da messe dos oficiais e sargentos: da equerda para a direita, fur Fonseca (o nosso vagomestre), fur Batista (com a cara meio tapada), fur Gonçalves (só se vê a cara), fur Rodrigues (o nosso especialissimo mecânico auto rodas) e em primeiro plano o 1º srgt Raul Alves... Foto gentilmente cedida pelo camarada Manuel Rodrigues, ex-fur mil mecânico auto, que mantinha as nossas viaturas sempre operacionais".
![]() |
Luís Dias |
Data - domingo, 13/04/2025, 21:52
Caro Luís Graça:
Na CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, que esteve na Guiné entre 24 de dezembro de 1971 e 28 de março de 1974, tínhamos como vagomestre o furriel miliciano António Fonseca.
- isolada vários quilómetros da CCS (Galomaro - a cerca de 20km);
- a sul, a CCAÇ 3490 - Saltinho (não havia estrada ou picada para este aquartelamento, ida do Dulombi, pelo que a volta para lá chegar era ir através de Bambadinca, Xitole (150 km);
- a norte, ficava a CCAÇ 3489, com picada/estrada indo por Galomaro (40 km);
- à nossa frente ficava o Rio Corubal (40 km), zona para a qual efetuávamos a maior parte das operações.
Em Galomaro, a situação era diferente e passámos a depender, em termos de comida, da organização já montada para a CCS, pelo que o nosso furriel vagomestre foi enviado para Bissau, para ser o representante do Batalhão na administração de abastecimentos.
Em inícios de janeiro de 1974, recebi ordens de regressar ao Dulombi, onde voltei a reunir-me com a companhia (todos os elementos de apoio, onde estava também o furriel vagomestre, entretanto regressado de Bissau), porque os outros grupos de combate estavam 2 em Galomaro e 1 em Nova Lamego.
Aqui chegado, devo referir que o amigo António Fonseca tinha muito "respeitinho", direi mesmo receio, de alinhar na parte operacional, o que se compreende, porque não lhe competia. Deste modo, se houvesse uma coluna de abastecimentos de 10 viaturas ele seguia na décima, se fosse de 3 ou 4 viaturas ele seguia sempre na última, com o justo receio de que podia apanhar com alguma mina A/C.
Tinha detetado, a cerca de 100 metros do nosso arame farpado, uma granada de morteiro 81 mm GEGP que fora disparada num dos ataques que o quartel sofrera e que não explodira.
Os anos passaram e a companhia voltou a reunir-se em convívios, 25 anos após a nossa chegada à metrópole. Contávamos histórias, episódios acontecidos e lá vinha sempre à memória o que podia ter acontecido ao furriel vagomestre e dizíamos que "sorte tiveste".
Abraço
Luís Dias
(**) Vd. poste de Blogue > Histórias da Guiné 71-74: A CCAQÇ 3491, Dulombi > Sábado, 29 de agosto de 2009 > Morte trágica de um camarada
Este triste acontecimento foi-nos participado pelo nosso camarada ex-furrriel Carvalho.
À família enlutada as nossas sentidas condolências.
Descansa em paz, querido amigo.
Luís Dias (...)
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Guiné 61/74 - P26515: S(C)em Comentários (59): Ainda a Op Trampolim Mágico, desembarque anfíbio na margem direita do rio Corubal (Luís Dias, ex-alf mil, CCAÇ 3491 / BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74
![]() |
Luís Dias |
Luís Dias, ex-alf mil, CCAÇ 3491/BCAÇ3872 (Dulombi/Galomaro/Piche/Bambadinca/Nova Lamego/Pirada/Dulombi/Cumeré) | Guiné 24dez1971/28mar1974.
Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > 1969/71 > Croqui do Sector L1 > Vd. as posições do PAIGC ao longo da margem direita do rio Corubal: Poindom / Ponta do Inglês (1 bigrupo); Ponta Luís Dias (1 bigrupo); Mangai (artilharia e bazucas): Mina / Fiofioli (base principal, 2 bigrupos); Galo Corubal / Satecuta (1 bigrupo)... As NT tinham unidades de quadrícula em Bambadinca (+ 1 CCAÇ 12, em intervenção), Xime, Mansambo e Xitole (BCAÇ 2852 e depois BART 2917).
Fonte: História da CCAÇ 12: Guiné 69/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores nº 12. 1971
Infografia: © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné Luís Graça (2005). Todos os direitos reservados
(*) Vd. poste de 20 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26513: Imagens das nossas vidas: CART 3494 (1971/74) (Jorge Araújo / Luciano Jesus) - Parte III: A CART 3494 no Xime para render a CART 2715
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Guiné 61/74 - P26258: Parabéns a você (2336): Francisco Palma, ex-Soldado CAR da CCAV 2748 / BCAV 2922 (Canquelifá, 1970/72) e Luís Dias, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 3491 / BCAÇ 3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74)
_____________
Nota do editor
Último post da série de 10 de Dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26251: Parabéns a você (2335): Fernando Barata, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2700 / BCAÇ 2912 (Dulombi, 1970/72) e Mário Santos, ex-1.º Cabo Especialista MMA da BA 12 (Bissalanca, 1967/69)
domingo, 8 de dezembro de 2024
Guiné 61/74 – P26246: Armamento (12): Apresentação do livro "G3 - A Grande Arma Nacional" (Luís Dias)
Apresentação do livro "G3 A
GRANDE ARMA NACIONAL"
Camaradas,
Estive
ontem presente no lançamento deste livro e escrevi um pequeno texto sobre o
evento. Se achares de interesse e útil para colocares no "Luís Graça &
Camaradas da Guiné", estás à vontade. Grande abraço. Luís Dias
Ontem,
por convite do autor, tive o grato prazer de assistir no Palácio dos Marqueses
do Lavradio, no Campo de Santa Clara, em Lisboa, ao lançamento do livro, “G3 A
GRANDE ARMA NACIONAL”, de Pedro Manuel Monteiro, editado pela “Conta Corrente”,
onde dei um pequeno contributo sobre as diferenças em combate entre a HK G3A3 e
as Kalashnikov, nos modelos AK-47, AKM e outros modelos das mesmas fabricados
por países do Bloco Leste e pela China, que apoiavam na Guiné o PAIGC, que se
enfrentavam no meu tempo de combatente na Guiné (1971-1974).
Na
presidência da mesa encontrava-se o Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, o
Tenente-General, Paulo Emanuel Maia Pereira. Na assistência diversos oficiais
generais, oficiais superiores, quer ainda no activo, quer na reforma e muitos
civis, entre eles, antigos funcionários do extinto INDEP.
No
discurso do Tenente-General, houve um momento em que foi referida a presença e
foi aplaudido de pé, uma pessoa por quem tenho grande admiração, o Coronel
Tirocinado Comando, Raúl Folques que, no meu tempo de Guiné, foi o Comandante
do Batalhão de Comandos, cargo onde substituiu o então Major Almeida Bruno e
que, como se sabe, fez parte da 1ª companhia de comandos formada em Angola e
que é um dos heróis de Portugal.
Nos
anos da Guerra de África a espingarda automática HK G3 (também designada de
espingarda de batalha, devido ao calibre potente que utilizava - 7,62x51mmNATO
- e no formato convencional), terá passado pelas mãos de perto de um milhão de
portugueses e foi a arma que Portugal escolheu, a partir de 1961, para
enfrentar os movimentos independentistas nas províncias ultramarinas,
iniciando-se em Portugal a sua produção, sob licença da Alemanha (então RFA),
em 1962, e a sua atribuição oficial às forças armadas a partir de 1963.
Foi
esta espingarda, encimada no cano por um cravo, que se revelou um símbolo da
Revolução de 25 de Abril de 1974, para toda a gente.
Após
o fim da guerra em África, esta arma continuou a ser importante nas missões
atribuídas às nossas forças armadas pela ONU ou no âmbito da UE, em diversas
partes do mundo (Timor, Letónia, Roménia, República Centro-Africana,
Moçambique, Guiné-Bissau, Somália, Mali, Afeganistão, Alemanha, Polónia e
Kosovo).
As
fábricas FMBP e INDEP terão produzido 442 197 G3, entre 1963 e 1988,
segundo Relatórios de Contas destas fábricas referidos no livro em apreço
e que serviu no nosso país por cerca de 60 anos, estando a ser substituída
no Exército pela FN SCAR, modelo L e H e na Armada pela HK416. A G3, em
conjunto com o mosquete “Brown Bess” de 1808, é arma recebida em maior
quantidade pelo Exército Português, bem como uma das que é usada há mais tempo.
A G3, era e é uma excepcional arma de guerra, com um projéctil poderoso – o 7,62x51mmNATO, que depois de ter sido trocado pelo calibre 5,56mmNATO, está novamente a ser recuperado, para novas gerações de espingardas de batalha e que tinha um som característico e forte que dava confiança a quem a usava.
A G3 necessitava de alguns cuidados na limpeza (cabeça da culatra), mas em geral trabalhava bem, mesmo nas condições adversas em que foram utilizadas em África. Tinha o senão de ser uma arma grande e pesada para o tipo de guerra de guerrilha que enfrentávamos, mas também tinha um alcance útil superior às armas do inimigo e era também mais estável e precisa no tiro que as armas adversárias.
O seu depósito de munições tinha uma capacidade inferior ao da kalashnikov mas, por outro lado, tinha um perfil mais baixo, evitando que o utilizador se elevasse demasiado, quando na posição de deitado, diminuindo significativamente a silhueta e, ao contrário da kalashnikov que possuía um carregador curvo e comprido, não tinha necessidade de se torcer para introduzir um novo carregador na arma. Também o comutador do tiro era mais simples de utilizar do que da arma preferencial rival e era silencioso, ao contrário do da AK-47 e AKM que faziam ruídos de clic, na movimentação para tiro a tiro e para fogo de rajada, o que no mato podia fazer a diferença.
O
mecanismo operativo da espingarda automática HK-G3, apresentado em 1959 na
então RFA é originário e semelhante ao da StG45 (Mauser) alemã, de 1945 e da
CETME espanhola de 1952. O seu funcionamento é por inércia, actuando os gases
sobre a superfície interna do invólucro e a culatra retarda a sua abertura
(“Roller-delayed blowback”) pela acção conjunta dos roletes de travamento
(alojados na cabeça da culatra), da massa da culatra e da mola recuperadora. O
percutor está alojado no interior do bloco da culatra, dando-se a percussão
pela pancada do cão (existente ao nível do gatilho) sobre a cauda do percutor.
A alimentação é garantida pela mola do depósito (carregador). O extractor de
garra, situado na cabeça da culatra, efectua a extracção da cápsula detonada no
movimento de abertura da culatra e a ejecção dá-se quando a base da mesma
encontra (ao nível do punho), um ejector de alavanca. Após o consumo das
munições do depósito, a culatra não fica retida à retaguarda, como na FN FAL.
No
tempo da Guerra de África, era conhecido o “amor” entre o combatente e a sua
G3, apelidando-a, de “namorada”, a “minha querida”, a “minha amada” ou também
por algum nome feminino de alguma mulher pela qual estivessem encantados. De
facto, a maior parte dos militares dormiam com ela sempre ao lado, fosse no
mato ou no quartel. Outros, fotografavam a arma e colocavam os dizeres “devo-te
a vida”.
ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872
____________
Nota do
editor
Último poste da série > 12 de novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21534: Armamento (11): Material apreendido ao PAIGC em 1972 e 1973, em Galomaro e Dulombi (Luís Dias, ex-alf mil, CCAÇ 3491, Dulombi e Galomaro, 1971/74)
terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25122: Armamento do PAIGC (9): A pistola-metralhadora Sudaev PPS-43, também conhecida por PM de Ferro, PM Chinesa, Decétris
- Tipo: Pistola-metralhadora
- País de Origem: URSS
- Calibre: 7,62 mm Type P
- Ano de fabrico inicial: 1943
- Alcance eficaz: 200 m
- Alcance prático: 25 a 50 mPESO: 3,67 Kg com o carregador completo
- Comprimento: 831 mm
- Munição: 7,62X25 mm Tokarev
- Velocidade de saída do projéctil: 500 m/s
- Alimentação: Carregador curvo com 35 projécteis
- Segurança: Colocada à frente do guarda mato, travando a culatra
- Funcionamento: Arma de disparo unicamente automático, funcionando por inércia da culatra, partindo da posição recuada/aberta
- Cadência de tiro: 500 a 600 tpm

Munição 9x19 mm Parabellum ou Luger, utilizada na pistola Walther P-38 e nas pistolas-metralhadoras ao serviço das forças armadas portuguesas, como a FBP.segunda-feira, 29 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25120: Capas da Vida Mundial Ilustrada (1941-1946) - Parte I: embarque de tropas expedicionárias para Cabo Verde, em junho de 1941.... "Partiram alegres e confiantes"...
Legenda (não há idicação do autor da foto): "Partiram alegres e confiantes os soldados que constituíam o último destacamento de tropas expedicionárias enviadas para o arquipélago de Cabo Verde". (Há aqui um lapso factual: depois deste embarque, em junho de 1941, houve pelo nenos um outro posterior, no mês seguinte, em 18 de julho, no T/T Mouzinho.)
Fonte: "Diário de Lisboa" (diretor: Joaquim Manso), sexta-feira, 18 de julho de 1941, p. 5, Cortesia da Fundação Mário Soares > Casa Comum > Arquivos > Diário de Lisboa / Ruella Ramos. (*)
Citação: (1941), "Diário de Lisboa", nº 6700, Ano 21, Sexta, 18 de Julho de 1941, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_24851 (2017-8-29)
Lembra-se perfeitamente do corpo expedicionário vindo da então Metrópole. Termina o serviço militar em janeiro de 1945. Frequenta , como vários outros nativos crioulos, o Curso de Sargentos Milicianos, graduação a que entretanto dificilmente os nativos hegavam... (...) (**)
(**) Vd.poste de 15 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5109: Meu pai, meu velho, meu camarada (18): Do Mindelo a... Bambadinca, com futebol pelo meio (Nelson Herbert / Luís Graça)




















