Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Guiné 61/74 - P26258: Parabéns a você (2336): Francisco Palma, ex-Soldado CAR da CCAV 2748 / BCAV 2922 (Canquelifá, 1970/72) e Luís Dias, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 3491 / BCAÇ 3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74)
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Nota do editor
Último post da série de 10 de Dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26251: Parabéns a você (2335): Fernando Barata, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2700 / BCAÇ 2912 (Dulombi, 1970/72) e Mário Santos, ex-1.º Cabo Especialista MMA da BA 12 (Bissalanca, 1967/69)
domingo, 8 de dezembro de 2024
Guiné 61/74 – P26246: Armamento (12): Apresentação do livro "G3 - A Grande Arma Nacional" (Luís Dias)
Apresentação do livro "G3 A
GRANDE ARMA NACIONAL"
Camaradas,
Estive
ontem presente no lançamento deste livro e escrevi um pequeno texto sobre o
evento. Se achares de interesse e útil para colocares no "Luís Graça &
Camaradas da Guiné", estás à vontade. Grande abraço. Luís Dias
Ontem,
por convite do autor, tive o grato prazer de assistir no Palácio dos Marqueses
do Lavradio, no Campo de Santa Clara, em Lisboa, ao lançamento do livro, “G3 A
GRANDE ARMA NACIONAL”, de Pedro Manuel Monteiro, editado pela “Conta Corrente”,
onde dei um pequeno contributo sobre as diferenças em combate entre a HK G3A3 e
as Kalashnikov, nos modelos AK-47, AKM e outros modelos das mesmas fabricados
por países do Bloco Leste e pela China, que apoiavam na Guiné o PAIGC, que se
enfrentavam no meu tempo de combatente na Guiné (1971-1974).
Na
presidência da mesa encontrava-se o Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, o
Tenente-General, Paulo Emanuel Maia Pereira. Na assistência diversos oficiais
generais, oficiais superiores, quer ainda no activo, quer na reforma e muitos
civis, entre eles, antigos funcionários do extinto INDEP.
No
discurso do Tenente-General, houve um momento em que foi referida a presença e
foi aplaudido de pé, uma pessoa por quem tenho grande admiração, o Coronel
Tirocinado Comando, Raúl Folques que, no meu tempo de Guiné, foi o Comandante
do Batalhão de Comandos, cargo onde substituiu o então Major Almeida Bruno e
que, como se sabe, fez parte da 1ª companhia de comandos formada em Angola e
que é um dos heróis de Portugal.
Nos
anos da Guerra de África a espingarda automática HK G3 (também designada de
espingarda de batalha, devido ao calibre potente que utilizava - 7,62x51mmNATO
- e no formato convencional), terá passado pelas mãos de perto de um milhão de
portugueses e foi a arma que Portugal escolheu, a partir de 1961, para
enfrentar os movimentos independentistas nas províncias ultramarinas,
iniciando-se em Portugal a sua produção, sob licença da Alemanha (então RFA),
em 1962, e a sua atribuição oficial às forças armadas a partir de 1963.
Foi
esta espingarda, encimada no cano por um cravo, que se revelou um símbolo da
Revolução de 25 de Abril de 1974, para toda a gente.
Após
o fim da guerra em África, esta arma continuou a ser importante nas missões
atribuídas às nossas forças armadas pela ONU ou no âmbito da UE, em diversas
partes do mundo (Timor, Letónia, Roménia, República Centro-Africana,
Moçambique, Guiné-Bissau, Somália, Mali, Afeganistão, Alemanha, Polónia e
Kosovo).
As
fábricas FMBP e INDEP terão produzido 442 197 G3, entre 1963 e 1988,
segundo Relatórios de Contas destas fábricas referidos no livro em apreço
e que serviu no nosso país por cerca de 60 anos, estando a ser substituída
no Exército pela FN SCAR, modelo L e H e na Armada pela HK416. A G3, em
conjunto com o mosquete “Brown Bess” de 1808, é arma recebida em maior
quantidade pelo Exército Português, bem como uma das que é usada há mais tempo.
A G3, era e é uma excepcional arma de guerra, com um projéctil poderoso – o 7,62x51mmNATO, que depois de ter sido trocado pelo calibre 5,56mmNATO, está novamente a ser recuperado, para novas gerações de espingardas de batalha e que tinha um som característico e forte que dava confiança a quem a usava.
A G3 necessitava de alguns cuidados na limpeza (cabeça da culatra), mas em geral trabalhava bem, mesmo nas condições adversas em que foram utilizadas em África. Tinha o senão de ser uma arma grande e pesada para o tipo de guerra de guerrilha que enfrentávamos, mas também tinha um alcance útil superior às armas do inimigo e era também mais estável e precisa no tiro que as armas adversárias.
O seu depósito de munições tinha uma capacidade inferior ao da kalashnikov mas, por outro lado, tinha um perfil mais baixo, evitando que o utilizador se elevasse demasiado, quando na posição de deitado, diminuindo significativamente a silhueta e, ao contrário da kalashnikov que possuía um carregador curvo e comprido, não tinha necessidade de se torcer para introduzir um novo carregador na arma. Também o comutador do tiro era mais simples de utilizar do que da arma preferencial rival e era silencioso, ao contrário do da AK-47 e AKM que faziam ruídos de clic, na movimentação para tiro a tiro e para fogo de rajada, o que no mato podia fazer a diferença.
O
mecanismo operativo da espingarda automática HK-G3, apresentado em 1959 na
então RFA é originário e semelhante ao da StG45 (Mauser) alemã, de 1945 e da
CETME espanhola de 1952. O seu funcionamento é por inércia, actuando os gases
sobre a superfície interna do invólucro e a culatra retarda a sua abertura
(“Roller-delayed blowback”) pela acção conjunta dos roletes de travamento
(alojados na cabeça da culatra), da massa da culatra e da mola recuperadora. O
percutor está alojado no interior do bloco da culatra, dando-se a percussão
pela pancada do cão (existente ao nível do gatilho) sobre a cauda do percutor.
A alimentação é garantida pela mola do depósito (carregador). O extractor de
garra, situado na cabeça da culatra, efectua a extracção da cápsula detonada no
movimento de abertura da culatra e a ejecção dá-se quando a base da mesma
encontra (ao nível do punho), um ejector de alavanca. Após o consumo das
munições do depósito, a culatra não fica retida à retaguarda, como na FN FAL.
No
tempo da Guerra de África, era conhecido o “amor” entre o combatente e a sua
G3, apelidando-a, de “namorada”, a “minha querida”, a “minha amada” ou também
por algum nome feminino de alguma mulher pela qual estivessem encantados. De
facto, a maior parte dos militares dormiam com ela sempre ao lado, fosse no
mato ou no quartel. Outros, fotografavam a arma e colocavam os dizeres “devo-te
a vida”.
ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872
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Nota do
editor
Último poste da série > 12 de novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21534: Armamento (11): Material apreendido ao PAIGC em 1972 e 1973, em Galomaro e Dulombi (Luís Dias, ex-alf mil, CCAÇ 3491, Dulombi e Galomaro, 1971/74)
terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25122: Armamento do PAIGC (9): A pistola-metralhadora Sudaev PPS-43, também conhecida por PM de Ferro, PM Chinesa, Decétris
- Tipo: Pistola-metralhadora
- País de Origem: URSS
- Calibre: 7,62 mm Type P
- Ano de fabrico inicial: 1943
- Alcance eficaz: 200 m
- Alcance prático: 25 a 50 mPESO: 3,67 Kg com o carregador completo
- Comprimento: 831 mm
- Munição: 7,62X25 mm Tokarev
- Velocidade de saída do projéctil: 500 m/s
- Alimentação: Carregador curvo com 35 projécteis
- Segurança: Colocada à frente do guarda mato, travando a culatra
- Funcionamento: Arma de disparo unicamente automático, funcionando por inércia da culatra, partindo da posição recuada/aberta
- Cadência de tiro: 500 a 600 tpm
segunda-feira, 29 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25120: Capas da Vida Mundial Ilustrada (1941-1946) - Parte I: embarque de tropas expedicionárias para Cabo Verde, em junho de 1941.... "Partiram alegres e confiantes"...
Legenda (não há idicação do autor da foto): "Partiram alegres e confiantes os soldados que constituíam o último destacamento de tropas expedicionárias enviadas para o arquipélago de Cabo Verde". (Há aqui um lapso factual: depois deste embarque, em junho de 1941, houve pelo nenos um outro posterior, no mês seguinte, em 18 de julho, no T/T Mouzinho.)
Fonte: "Diário de Lisboa" (diretor: Joaquim Manso), sexta-feira, 18 de julho de 1941, p. 5, Cortesia da Fundação Mário Soares > Casa Comum > Arquivos > Diário de Lisboa / Ruella Ramos. (*)
Citação: (1941), "Diário de Lisboa", nº 6700, Ano 21, Sexta, 18 de Julho de 1941, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_24851 (2017-8-29)
Lembra-se perfeitamente do corpo expedicionário vindo da então Metrópole. Termina o serviço militar em janeiro de 1945. Frequenta , como vários outros nativos crioulos, o Curso de Sargentos Milicianos, graduação a que entretanto dificilmente os nativos hegavam... (...) (**)
(**) Vd.poste de 15 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5109: Meu pai, meu velho, meu camarada (18): Do Mindelo a... Bambadinca, com futebol pelo meio (Nelson Herbert / Luís Graça)
sábado, 27 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25115: Armamento do PAIGC (8): A pistola, de origem soviética, Tokarev TT-33
1. Segundo o nosso especialista de armamento, Luís Dias (*), a pistola Tula Tokarev TT-33 surgiu na antigaURSS, baseada no desenho da Colt-Browning e foi a pistola das forças da União Soviética durante a II Guerra Mundial, vindo posteriormente a ser fabricada pelos países do Pacto de Varsóvia e pela China até ser substituída pela Makarov, no calibre 9 mm Mk.
Foi a pistola usada pelas forças de guerrilha do PAIGC. (**)
Também há referências, no nosso blogue, às pistolas apreendidas pelas NT:
CESKA ZBROJOVKA Cal. 7,65 mm, pistola semiautomática;
CESKA ZBROJOVKA Cal. 6,35 mm, pistola semiautomática pequena.
Características da pistola Tokarev TT-33
- TIPO: Pistola semiautomática
- PAÍS DE ORIGEM: URSS, países do Pacto de Varsóvia e China
- CALIBRE: 7,62 mm Type P
- DATA DE FABRICO INICIAL: 1933
- ALCANCE ÚTIL: 50 m
- ALCANCE PRÁTICO: 5 a 10 m
- PESO: 0,840 kg com carregador com 8 munições
- MUNIÇÂO: 7,62x25 mm Tokarev
- ALIMENTAÇÃO: 8 munições num carregador unifilar colocado no punho.
- SEGURANÇA: A única segurança é feita pelo cão travado (half-cock) a meio de ser armado.
- FUNCIONAMENTO: Pistola semi-automática, funcionando por recuo do cano e de acção simples. As forças do PAIGC possuíram ainda pistolas CZ, de origem Checoslovaca, nos calibres 6,35 mm e 7,65 mm.
Observações: Tokarev 'versus' Walther
A pistola Walther P-38, é uma arma de grande qualidade, muito robusta, tendo-se mantido ao serviço das forças armadas portuguesas ao longo de todos estes anos, embora se preveja vir a ser substituída em breve. É uma arma excelente para tiro prático, sendo nitidamente superior, quer no tipo de munição utilizada (9 mm Parabellum), quer no seu funcionamento, à Tokarev que, segundo alguns autores, encravava com alguma facilidade devido a problemas com o carregador.
A Walther tem ainda a vantagem de funcionar por acção dupla (rapidez de disparo) ao contrário da Tokarev que funciona unicamente por acção simples.
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Notas do editior:
(*) Vd. poste de 23 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 – P5690: Armamento (2): Pistolas, Pistolas-Metralhadoras, Espingardas, Espingardas Automáticas e Metralhadoras Ligeiras (Luís Dias)(**) Último poste da série > 26 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25113: Armamento do PAIGC (7): A "patchanga", a pistola-metralhadora russa Shpagin PPSh-41 (conhecida como a "costureirinha" pelas NT)
sexta-feira, 26 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25113: Armamento do PAIGC (7): A "patchanga", a pistola-metralhadora russa Shpagin PPSh-41 (conhecida como a "costureirinha" pelas NT)
Guiné > PAIGC > Novembro de 1970 > Um guerrilheiro (ou "elemento da população" ?) mpunhando uma PPSH (a irritante "costureirinha", uma arma temível sobretudo em emboscadas muito próximas das NT)...
Fonte: © Nordic Africa Institute (NAI) / Foto: Knut Andreasson (com a devida vénia... e a autorização do NAI)
1. Segundo o nosso especialista de armamento, Luís Dias, "a pistola-metralhadora PPSh-41, concebida por Georgii Shpagin, conhecida pelas nossas forças como a Costureirinha, e pelo PAIGC como a Patchanga, foi uma das PM mais fabricadas no mundo (mais 6 milhões de exemplares), e largamente utilizada pelo exército soviético na IIª Guerra Mundial. No pós-guerra foi usada nos países satélites, na China, Vietname e nos movimentos de libertação africanos".
Características técnicas da arma:
- Tipo: Pistola-metralhadora
- País de origem: ex-URSS
- Calibre: 7,62 mm, Tipo P
- Ano inicial de fabrico: 1941
- Alcance eficaz: 200 m
- Alcance prático: 25 a 50 m
- Peso: 5,45 Kg com tambor de 71 munições; 4,30 Kg com carregador de 35 munições
- Comprimento: 843 mm
- Munição: 7,62x25 mm Tokarev
- Velocidade de saída do projectil: 488 m/s
- Alimentação: Tambor de 71 munições ou carregador curvo de 35 munições
- Segurança: Através de travamento da culatra na posição recuada ou quando fechada.
- FUNCIONAMENTO: Arma de disparo selectivo de tiro (auto ou semi-auto), funcionando por inércia da culatra, através da posição aberta
- Cadência de tiro: 900 tpm
Ver mais informação sobre esta arma, na Wikipedia.
(...) O carregador de tambor, com capacidade para 71 cartuchos, era frágil, sofrendo deformações com facilidade, causando encravamento, sua alta cadência de tiro, e facilidade de disparo faziam com que rapidamente se gastassem as munições disponíveis, o que provocava inevitavelmente problemas logísticos aos movimentos guerrilheiros. Por conta disso foi introduzida uma versão de carregador de 35 munições, muito mais confiável que pelo design mais simples. Além disso, em florestas densas, a sua relativa pouca potência tornava-a uma arma relativamente ineficiente. (...)
8 de outubro de 2023 > Guiné 61/74 - P24735: Armamento do PAIGC (5): O sistema Grad, o "jacto do povo", a "mulher grande", o foguetão 122 mm: as expetativas, demasiado altas, de Amílcar Cabral
19 de abril de 2023 > Guiné 61/74 - P24234: Armamento do PAIGC (3): peça de artilharia 130 mm M-46, cedida pelo Sekou Turé para os ataques, a partir do território da Guiné-Conacri, contra Guileje e Gadamael, em maio/junho de 1973
Guiné 61/74 - P25111: Memórias cruzadas: pistolas Walther P38 alegamente capturadas ao nosso exército, e distribuídas ao pessoal do PAIGC, ainda antes do início oficial da guerra... (José Macedo, ex-2º ten fuzileiro especial, RN, DFE 21, Cacheu e Bolama, 1973/74, a viver agora nos EUA)
Fonte: Casa Comum | Fundação Mário Soares | Pasta: 07068.099.028 | Título: Declaração de recepção de pistolas | Assunto: Declaração assinada por Pedro Ramos, Hilário Gaspar Rodrigues, Braima Sôlô e Abdul Djalo, acusando a recepção de pistolas Walther. | Data: Sexta, 3 de Novembro de 1961 | Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral |Tipo Documental: Documentos | Página(s): 1
Citação:
(1961), "Declaração de recepção de pistolas", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_41059 (2024-1-25)
Pistolas Walther, e respetivos números, alegadamente capturadas ao exército português pelo PAIGC. S/d, s/l.
Fonte: Casa Comum | Fundação Mário Soares | Pasta: 07056.009.011 | Título: Pistolas Walther nas Zonas 4, 7 e 8 | Assunto: Números de série de pistolas Walther [capturadas ao exército português] nas Zonas 4, 7 e 8. | Data: s.d.Observações: Doc. Incluído no dossier intitulado Material militar (com manuscritos de Amílcar Cabral).Fundo: DAC - Documentos Amílcar CabralTipo Documental: Documentos-
(s.d.), "Pistolas Walther nas Zonas 4, 7 e 8", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40992 (2024-1-25)
Fonte: Casa Comum | Fundação Mário Soares ! Pasta: 07056.009.021 | Título: Pistolas Walther para a Zona 11 | Assunto: Pistolas Walther para a Zona 11.| Data: Sábado, 6 de Outubro de 1962 | Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabrall | Tipo Documental: DocumentosPágina(s): 2
Citação:
(1962), "Pistolas Walther para a Zona 11", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_41002 (2024-1-25)
(Com a devida cénia...)
Data - quinta, 23/03/2023, 21:31
Assunto - Pistolas Walther
Boas noites, camarada. Espero que lá em casa estejam todos de saúde (parece as cartas do 'Nino' ao Aristides Pereira).
Tenho passado algum tempo a ler, na Casa Comum, o Arquivo Amilcar Cabral, e tenho encontrado alguma correspondência em que eram enviadas pistolas Walther para as diferentes Frentes. E como cada pistolas tinha o seu número de série, fico curioso em saber se seria possível identificar as unidades a que pertenciam as pistolas que foram capturadas.
Zeca Macedo
Fonte: © Kentaur, República Checa (2006)(com a devida vénia...)
(*) Vd. postes de:
23 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 – P5690: Armamento (2): Pistolas, Pistolas-Metralhadoras, Espingardas, Espingardas Automáticas e Metralhadoras Ligeiras (Luís Dias)
sábado, 13 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25066: In Memoriam (493): Falecimento do Capitão Miliciano de Artª da CCAÇ 3491 / BCAÇ 3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74), engº Fernando Pires (Luís Dias)
10 DE JANEIRO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25055: In Memoriam (492): Fernando Peixinho de Cristo (1947-2004), ex-cap mil inf, cmdt, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74); natural de Coimbra, e reputado hidrogeólogo a nível nacional e internacional
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
Guiné 61/74 - P24944: Parabéns a você (2231): Francisco Palma, ex-Soldado CAR da CCAV 2748 / BCAV 2922 (Canquelifá, 1970/72) e Luís Dias, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 3491 / BCAÇ 3872, (Dulombi e Galomaro, 1971/74)
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Nota do editor
Último poste da série de 10 de Dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24936: Parabéns a você (2230): Fernando Barata, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2700 / BCAÇ 2912 (Dulombi, 1970/72) e Mário Santos, ex-1.º Cabo Especialista MMA da BA 12 (Bissalanca, 1967/69)
terça-feira, 10 de outubro de 2023
Guiné 61/74 - P24742: Ataques ou flagelações com foguetões 122 mm: testemunhos (1): Canjadude, região do Gabu, 27 de abril de 1973: 6 foguetes, mais ou menos certeiros, lançados a 12 km de distância, mas sem consequèncias de maior (João Carvalho, ex-fur mil enf, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", 1973/74)
Fotos (e legendas): © João Carvalho (2005).Todos os direitos reservados. [Edição e kegendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Excertos de um aerograma enviado, a um irmão, pelo João Carvalho (ex-fur mil enf, CCAÇ 5, Canjadude, CCAÇ 5m 1973/74, e hoje farmacêutico; é um dos veteranos do nosso blogue, tendo ingressado na Tabanca Grande em 23/1/2006).
Iniciamos hoje uma série com testemunhos, inéditos ou não, sobre ataques ou flagelações, com foguetões 122 mm (que começaram a ser utilizados pelo PAIGC desde o últim0 trimestre de 1969),
Canjadude, s/d (c. abril/maio de 1973)
(...) No dia 27 de abril de 1973 às 22h e 50m, estava eu no clube de oficiais e sargentos, a conversar com mais dois furriéis e com o soldado que trabalha lá, quando ouvimos... Bum-bum!!! (dois sons graves, logo seguidos).
− Não batas com os pés no balcão que é chato. (Quando se bate no balcão, parece uma saída de morteiro.)
Então o outro, com um ar muito espantado, diz:
− Mas eu não toquei no balcão.
Contornámos a viatura e metemo-nos na vala, andando ao longo desta para sairmos debaixo dos mangueiros. Olhei para dentro do quartel e vi um clarão enorme acompanhado de um grande estrondo (parecia que estava numa sala com 10 amplificadores ligados ao mesmo tempo).
Um indivíduo que estava na metralhadora Breda, perto de nós, dava uma rajada, parava e depois berrava:
− Filhos disto e daquilo, não querem lá ver ?! Vêm gozar com a velhice ?! ...
Um dos furriéis que também estava no clube contou que foi a correr pela parada do quartel e que se meteu dentro de um dos abrigos, tendo entrado pela janela um estilhaço que lhe passou por cima.
Felizmente não houve nada de grave. Só 3 pessoas é que apanharam com estilhaços, mas já com tão pouca força, que só tiveram umas feridas superficiais. Houve muitos joelhos esfolados nas valas mas... O foguetão que caiu no meio do quartel, deitou abaixo parte da cozinha, o que não faz mal pois aquilo já estava a cair!
(iv) o alcance máximo era de 11.700 m para 40º de elevação;
(iv) conforme imagens â esquerda, o foguete dispunha de um perno (assinalado a vermelho ) que, percorrendo o entalhe em espiral existente no tubo, imprimia uma rotação de baixa velocidade afim de estabilizar a vôo; as alhetas só se abriam depois do foguete sair do tubo (cortesia de Nuno Rubim, 2007):