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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24844: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (28): A av Amílcar Cabral, a antiga av República, toda remodelada e engalanada para receber as entidades oficiais (incluindo representantes do Estado Português) que vão participar nas comemorações dos 50 anos da independência do país



Guiné-Bissau > Bissau > Av Amílcar Cabral > 12 de novembro de 2023 > A tribuna VIP que irá receber as entidades oficiais (incluindo representantes do Estado Português), presesntes nas próximas celebrações dos 50 anos da independència do país. Por detrás da tribuna, o nosso velho conhecido cinema UDIB, ainda da época colonial.

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Guiné-Bissau > Bissau > 3/11/2015 > O edifício da UDIB -União Desportiva Internacional de Bissau, na atual av Amílcar Cabral. Foto do álbum de Adelaide Barata Carrêlo, filha do tenente SGE Barata, da CCS/BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71), que esteve com a família (pai, mãe, irmã gémea e e irmão mais velho) em Nova Lamego na altura da segunda parte da comissão de serviço do pai (1970/71), entretanto falecido, em 1979, com o posto de capitão.
 
Foto (e legenda): © Adelaide Barata Carrelo (20217). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Bissau > Sede da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau > c. 1962/64. Foto do nosso camarada açoriano Durval Faria (ex-fur mil da CCAÇ 274, Fulacunda,  jan 1962/ jan 64)

Foto (e legenda): © Durval Faria (2011). 
Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 

Guiné > Bissau > A pacata cidadezinha colonial do início dos anos 60.  A Av da República, ao fundo o Palácio do Governo. O UDIB ficava do lado direito. Hoje é a Av Amílcar Cabral. Recentemente sofreu profundas obras de remodelação. Todas as árvores foram derrubadas Postal da época. Cortesia de João Varanda, ex-fur mil, CCAÇ 2636  (que esteve em Có. Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/70, e depois Bafatá, Saré Bacar e Pirada, 1970/71).




1. Mensagem de ontem, às 13:23, do Patrício Ribeiro (nosso correspondente em
Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem mais de 130 referências no blogue; autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau") (*)
 

Luís e restante rapaziada.

Junto foto, tirada esta manhã junto á UDIB, na av Amílcar Cabral, onde se pode ver a antiga  Praça do Império,  e o antigo palácio do Governador, ao  fundo.

Estão a instalar aqui uma tribuna, para receber diversas individualidades, esta semana. Entre os quais o presidente da república portuguesa,  Professor Marcelo Rebelo de Siousa, assim como o primeiro-ministro português António Costa e ainda o ministro dos negócios estrangeiros Gomes Cravinho.

Para as comemorações dos 50 anos de Independência, vão desfilar as forças armadas da Guiné, que vão ser homenageadas pela luta de libertação.  A festa do 24 de Setembro é feita agora.

Vai ser uma semana de festas.
Abraço, Patrício Ribeiro

impar_bissau@hotmail.com
_________________

Nota do editor:

.(*) Último poste da série > 24 de outubro de 2023 > Guiné 61/74 - P24788: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (27): Em louvor do filme "Fogo no Lodo", de Catarina Laranjeira e Daniel Barroca, passado na tabanca de Unal, no antigo corredor de Guileje... Infelizmente a sessão de amanhã, no Doclisboa, na Culturgest, está esgotada

terça-feira, 7 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19757: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (13): Felizmente, estou vivo; infelizmente, não poderei ir a Monte Real, no dia 25... De qualquer modo, aqui deixo as minhas saudações a todos os participantes (Antero Lopes, Alcides Silva, Anselmo Reis, António Duarte, António Murta, António Ramalho, António Santos, Carlos Baptista, Durval Faria, Eduardo Santos)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > A família António Santos: António Santos, Graciela, Sandra, Catarina e Raquel (Caneças / Odivelas)... Só falta, na foto, o Rui, que é o genro, mas que também veio.


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande > 16 de abril de 2016 > Duas famílias com direito a mesa reservada: o António Santos (à esquerda, 6 pessoas) (Caneças / Odivelas) e o António Osório (à direita, 3 pessoas) (Vila Nova de Gaia)..  Este ano o António Santos não ve, (tem nesse dia em Paredes o encontro do seu Pelotão de Morteiro 4574/72, e o Antóni Osório ainda não se inscreveu...

Fotos: © Manuel Resende (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís GRaça & Camaradas da Guiné]


Foram enviados convites aos amigos e camaradas da Guiné que constam da nossa base de dados.  Pedíamos também que fizessem "prova da vida"... 

Publicamos hoje as dez primeiras respostas daqueles que infelizmente não poderão estar connosco, por esta ou aquela razão, em Monte Real, no dia 25. 

Cerca de 3 dezenas de camaradas e amigos já nos disseram, pessoalmente ou por escrito, que não podiam vir este ano.  Alguns têm, no mesmo dia, o convívio anual da sua unidade ou subunidade.  É o caso, por exemplo,  do pessoal de Bambadinca de 1968/71, incluindo os meus camaradas da CCAÇ 12 (que vão estar no Porto, comemorando os 50 anos da nossa partida para o "degredo", em 24 de maio de 1969).

A todos os que tiveram a gentileza de nos responder, o nosso obrigado. E esperemos que haja ainda oportunidade, motivação, saúde e coragem para fazer mais algum(uns) encontro(s). 



1. Antero Lopes, quinta, 2/05/2019, 00h17

Caro Luís Graça,

Obrigado pela mensagem e parabéns pela excelente iniciativa. Farei o possível para ir, se me conseguir libertar das tarefas que tenho na ONU... em Bissau.

Forte abraço,

Antero Lopes
(WhatsApp +245...)

2. Alcides Silva, 2 de maio de 2019, 10h54

[membro da nossa Tabanca Grande desde 15/5/2010; foi 1.º cabo estofador, CCS/BART 1913, Catió, 1967/69]

Bom dia,  Amigo Luís Graça, recebi o convite, mas informo que não estarei presente, as viagens distantes para mim chegaram ao fim, não aguento as viagens por problemas de coluna e provoca uma dor nas pernas que não aguento, mas também nesse dia, 25 de Maio de 2019, é o aniversário do Batalhão, que vai ser celebrado em Vila Nova de Gaia, no Quartel de Artilharia por onde fomos mobilizados, que também não vou lá estar, os problemas de saúde já são alguns, tenho os rins a trabalhar a 42%, de forma que tenho de evitar muita coisa para ir levando a vida com calma enquanto não chegar a hora da ultima viagem.

Obrigado pelo convite, um abraço, Alcides.

3. António Santos, 2 de maio de 2019, 17h03:

[ex-sol trms, Pelotão de Morteiros 4574/72, Nova Lamego, 1972/74; o último encontro que veio, com a família em peso, foi o de 2016]

Caro camarada Luís

Eu, e os meus, estamos bem de saúde.  Não tenho ido ao almoço da Tabanca, porque o do meu pelotão tem coincidido na mesma data, e, como deves calcular, primeiro avanço para o meu pelotão (quase 2 esquadras).

Portanto no dia 25 de maio, passo perto, pela A-8, mas direito a Paredes. Entretanto estou a contar de ir ao próximo almoço da [Tabanca da] Linha. (...)

Um alfa bravo do António Santos

Noprodigital, Lda.
Tel.: +351 219 809 880
Fax: +351 219 809 889
www.noprodigital.pt



[Anselmo Garvoa (ex-Fur Mil, CCAÇ 2315 / BCAÇ 2835, Mansoa, de Janeiro de 1968 até ser ferido em combate em 30/9/1968, e evacuado para o HMP; entrou para a Tabanca Grande em 22/12/2010]

Estou vivo, gostaria de poder ir mas não posso,
5. António Murta  quinta, 2/05/2019, 22:42

[ex-alf mil linf, MA, 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74; tem mais de 75 referências no nosso blogue; vive em Buarcos, Figueira da Foz, nunca veio a nenhum dos nossos encontros]

Amigo e camarada Luís Graça. Estou vivo, sim, mas não vou a Monte Real. Grande abraço do António Murta

6. António Duarte, 3 de maio de 2019, 06h10

[ex-fur mil da CART 3493,  a Companhia do BART 3873, que esteve em Mansambo, Fá Mandinga, Cobumba e Bissau, 1972-1974; foi transferido para a CCAC 12 (em novembro de 1972, e onde esteve em rendição individual até março de 1974); economista, bancário reformado, formador, com larga experiência em Angola; tem meia centena de referências no nosso blogue]
Infelizmente este ano não vamos, pois até Setembro estarei em Macau, associado a um projeto num banco.

Desejo que tudo corra muito bem e que sejamos todos felizes

Abraço, António Duarte (Cart 3493 e Ccaç 12)

7. Carlos Baptista, 3 de maio de 2019, 22h46

[ Carlos Manuel Baptista Nunes, Marinheiro Fuzileiro Especial do DFE 8, Ganturé (Begene), Cacheu e Gampará, 1971/73; entrou para a Tabanca Grande em 11/7/2015]

Gostaria de poder ir,  mas, atendendo a que se trata de um convívio - e não, de um casamento - penso (salvo melhor opinião) que as [35]  morteiradas bem que podiam ser de 60 ou 80 mm, em vez de 120 mm.

Aquele abraço, Carlos Baptista

8. António Ramalho, 4 de maiode 2019, 09h37

[ex-fur mil at cav, CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), natural da Vila de Fernando, Elvas, membro da Tabanca Grande, com o nº 757: tem cerca de duas dezenas de referências no nosso blogue]



Caro Luís Graça, bom dia!

Ainda não será este ano que irei conviver convosco e conhecer-te pessoalmente.

Sou voluntário do BACF de Lisboa  [, Banco Alimentar contra a Fome,] e é nesse fim de semana precisamente que fazemos a recolha bianual de bens alimentares para aqueles que mais necessitam, junto das grandes superfícies comerciais.

Tenho uma vasta zona fora de Lisboa que não me permite "desenfiar-me" ao compromisso assumido.
Vou-me contentando com os Almoços em Algés [ Tabanca da Linha,] que não têm essa dimensão!

Mais uma vez te elogio pelo blogue que criaste pois todos os temas nele inseridos são de uma qualidade extraordinária, contam-me situações que eu desconhecia e avivam-me a memória de outras!

Desejo-vos um excelente convívio, irei contentar-me em ver a reportagem fotográfica.
Um forte abraço para ti extensivo a todos os que comparecerem.

António Fernando Rouqueiro Ramalho (membro da Tabanca Grande nº 757)

9. Durval [Carlos Simas] Faria, 4 de maio de 2019, 13h33

[ O nosso camarada açoriano,  de Lagoa, São MIguel, ex-fur mil Durval Faria, um dos primeiros de nós, a partir para a Guiné, logo em 1962... Pertenceu à CCAÇ 274 / BCAÇ 356 (1962/64)... O Durval Faria chama-lhe Companhia de Caçadores Especiais nº 274, constituída por militares das lhas de São Miguel e Santa Maria]
Infelizmente não posso estar presente. Grande abraço. Durval Faria
10. Eduardo Santos, 4 de maio de 2019, 12h18

[ex-1.º Cabo Cripto, CCS/BCAV 1915 (Nova Lamego e Bula, 1967/69)]

Boa tarde, amigos. Quanto ao encontro de Monte Real, agradeço o contacto, mas infelizmente não poderei estar presente. Faço votos que surja nova oportunidade. Tudo de bom para todos, excelente convívio, obrigado.
_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 6  de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19753: XIV Encontro Nacional da Tabanca Grande (12): Nós vamos a Monte Real, sábado, dia 25 de maio, e já nos inscrevemos antecipadamente... (Ernestino Caniço / Tomar, José Barros Rocha / Penafiel, José Manuel Cancela e Carminda / Penafiel, Manuel Resende / Cascais, Manuel Gonçalves e Tucha / Cascais, Manuel Reis / Aveiro)

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16647: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (15): Desertor era o militar que (i) foi incorporado, (ii) estava nas fileiras e (iii) as abandonava ao fim de algum tempo... Desconfio um bocado do número de desertores que foi avançado pelos historiadores Miguel Cardina e Susana Martins, se for aplicada a definição exacta dos regulamentos da época (António J. Pereira da Costa, cor art ref)


1961 > Chegada a um porto ultramarino (talvez Luanda), de um contingente militar oriundo da metrópole. [ Foto, alegadamente do porto de Bissau,  adquirida na Papelaria Benfica, junto ao estádio Sarmento Rodrigues... Em 1961, o porto de Bissau não tinha grandes condições para a atracagem de naivos de maior calado do que, por exemplo, os da classe Manuel Alfredo,  Alfredo da Silva ou Ana Mafada. Também parece que não havia carris nem grandes guindastes.].

A foto é do nosso camarada açoriano, ex-fur mil  Durval Faria,  um dos primeiros de nós,  a partir para a Guiné, logo em 1962... Pertenceu à CCAÇ 274 / BCAÇ 356 (1962/64)... O Durval Faria chama-lhe Companhia de Caçadores Especiais nº 274, constituída por militares das lhas de São Miguel e Santa Maria]

Foto do Mural do Facebook, do nosso camarada Durval Faria (Lagoa, S. Miguel, Açores) (Aqui reproduzidas com a devida vénia...). O Durval Faria é membro da nossa Tabanca Grande



1. Comentário de António J. Pereira da Costa ao poste P16628 (**)

[António José Pereira da Costa, cor art ref (ex-alf art , CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt , CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74; tem mais de 110 referências no nosso blogue]

Olá,  Camaradas

Desertor é o militar "que deserta". Isto é, o que foi incorporado, está nas fileiras e as abandona, ao fim de algum tempo.

Ponho à consideração do blog que "puxe pelas memórias" e tente lembrar-se de quantos militares desertaram nas unidades a que cada um pertenceu. Creio que o número de desertores "na frente de batalha", foi absolutamente residual, creio que por falta de confiança no "tratamento" que o inimigo lhes daria. 

Podemos lançar um inquérito "à Luís Graça" com a pergunta quantos camaradas desertaram na minha unidade no TO daquela PU? 

As cinco hipóteses: 

nenhum
um
dois
três
mais de três 

Não se aceitam respostas do tipo "não sei/não me lembro", uma vez que um caso de deserção numa companhia era um caso muito falado. 

Será de excluir a deserção dos naturais da PU? Ou deverão ter um tratamento estatístico à parte?

No fundo, estavam nas mesmas condições dos que desertavam nas unidades metropolitanas. Há também o caso dos que desertavam "para trabalhar". Tive vários casos de homens que desertavam - ausentavam-se por mais de 8 dias se eram prontos ou mais de 15 dias na recruta - para irem trabalhar nas colheitas e outros trabalhos agrícolas e depois, finda a tarefa, voltavam.

Este tipo de deserção levanta a questão do "patriotismo" do nosso povo. É um conceito escorregadio que se poderia medir pelo número de "voluntários". No fundo, "aquilo da tropa era uma chatice". Pagavam uma miséria, davam comida que até podia ser em quantidade mas, às vezes, não era assim tão boa e era muito diferente da de "lá de casa". (A questão da comida é/era importante.).

O ambiente do quartel (caserna e refeitório) tinha muito que se lhe dissesse...

Ensinavam(?) coisas que não interessavam para nada e até mandavam fazer ginástica que só servia para cansar e chatear. Ukék eutouakiafazer? Uké isso da pátria?

Este tipo de desertores era frequente e, quando punidos pelo crime, não entendiam o que tinha passado e alegavam que não tinham cometido crime nenhum e até diziam:
- Eu não fugi. Precisava de ir para sustentar a família.

A legislação sobre "amparos" era e tinha de ser muito restritiva. E tudo acabava no embarque para o TO de alguma PU.

Desertores "ideológicos", nas unidades territoriais,  era poucos. Poderemos lançar mais um inquérito, pois assistimos a casos de deserção sem regresso e, na minha opinião, são estes os verdadeiros desertores, os que se recusaram a fazer a guerra e preferiram deixar o país definitivamente e reiniciar a vida noutro país. Claro que a consulta às ordens de serviço das unidades não permite destrinças entre as diferentes situações.

Para ser sincero, desconfio um bocado do número de desertores, se for aplicada a definição exacta dos regulamentos.

Parece-me que estamos a referir como "desertor" qualquer homem que fugiu ao serviço militar, quer tenha fugido adolescente - antes de "dar o nome" [, faltoso] - quer o tenha dado e tenha fugido quando a incorporação se aproximava [refratário]. 

Estes números são muito consideráveis, mas creio que não sejam determináveis com grande exactidão. Julgo que os serviços não os controlavam, nem para efeito de estatística, o que poderia medir a impopularidade da guerra ou patriotismo do povo. Este resultado poderia ser decepcionante para os "guerristas".

Para se ser desertor - naquele tempo e hoje - é necessário ter-se sido incorporado. Era, nos termos da lei do tempo, um crime "essencialmente militar", ou seja, um crime que só os militares podiam cometer. Hoje a legislação mudou e não existe este tipo de crimes. 

Se se não era incorporado,  era-se civil e, quanto muito, deixava de se cumprir "um dever de cidadania", como se diz hoje.

Neste âmbito, considerando que os membros do blog são ex-militares, teremos de tomar como verdadeiros os elementos fornecidos pelos investigadores, relativos àquelas duas situações. Seria bom que eles indicassem o seu método de trabalho, técnica de interpretação de elementos disponíveis e fontes consultadas.

Aqui, era interessante consultarmos as histórias das unidades, onde as deserções em face do inimigo deverão vir assinaladas e, talvez, personificadas.

O tal inquérito sobre esta matéria seria interessante...

Para a maioria dos membros do blog, dada a curta permanência na "metrópole", será difícil fornecer números de desertores nas unidades do continente e ilhas. (***)

2. Comentário do editor:

Seguimos a sugestão do nosso amigo e camarada Tó Zé, abrindo um inquérito 'on line' no sítio do costume, o  canto superior da coluna da esquerda... 

Vamos considerar também as eventuais situações de deserção na metrópole, aquando da formação da companhia (ou equivalente). Pode haver um caso ou outro onde seja difícil obter elementos fiáveis: por exemplo, na minha CCAÇ 2590, futura CCAÇ 12, éramos cerca de 60 e tal graduados e especialistas que se juntaram no Campo Militar de Santa Margarida para "formar a companhia".  Não posso garantir que alguém não tenha comparecido (, sendo dado nesse caso como desertor). Mas penso que não. Era uma unidade "atípica" que se foi juntar aos seus praças, do recrutamento local, já recrutas (cerca de 1 centena).  Demos-lhes a instrução de especialidade e fizemos com eles a IAO. Não houve deserções  no tempo em que lá estive (maio de 1969/março de 1971). Fomos substituídos por outros graduados e especialistas, em rendição individual.

Já no caso da CCAÇ 2402 / BCAÇ 2851, (, Mansabá e Olossato, 1968/70), por exemplos, sabemos que houve, na véspera do embarque, a deserção de um oficial miliciano (ou aspirante a oficial miliciano).

O nosso inquérito desta semana contempla as duas situações: a hipótese de deserção ter ocorrido na metrópole e ou já no TO da Guiné. Podem e devem ser dadas duas respostas: por exemplo, 1. Nenhum [caso], na metrópole; e 2. Nenhum [caso], no TO da Guiné. Ou então: 3. Um [caso], na metrópole; e 2. Nenhum [caso], no TO da Guiné. 

INQUÉRITO 'ON LINE': "NA MINHA UNIDADE (COMPANHIA OU EQUIVALENTE) NÃO HÁ CASOS DE DESERÇÃO" 

1. Nenhum, na metrópole

2. Nenhum, no TO da Guiné

3. Um, na metrópole

4. Dois, na metrópole

5. Três ou mais, na metrópole

6. Um, no TO da Guiné

7. Dois, no TO da Guiné

8. Três ou mais, no TO da Guiné


A responder até 3/11/2016, 5ª feira, 15h34.
______________

(**) Vd. poste de 22 de outubro de  2016 > Guiné 63/74 - P16628: Recortes de imprensa (83): Guerra colonial: mais de 200 mil refratários, mais de 8 mil desertores... e faltosos, não se sabe..., segundo estudo em curso conduzido pelos historiadores Miguel Cardina e Susana Martins (Lusa / DN - Diário de Notícias / Expresso, de ontem

(...) Os historiadores do Centro de Estudos Sociais (CES), da Universidade de Coimbra, vão apresentar os dados finais do estudo no colóquio "O (as)salto da memória: histórias, narrativas e silenciamentos da deserção e do exílio", que se realiza na quinta-feira, no qual será também apresentada documentação inédita sobre desertores da Guerra Colonial.

De acordo com os investigadores, o número definitivo do novo estudo sobre militares que desertaram da Guerra Colonial "pode pecar por defeito" porque ainda não é possível contabilizar os dados referentes a todos os territórios e o estudo tem como base apenas fontes do Exército.

O Código de Justiça Militar definia como desertor aquele que não comparecia na instalação militar a que pertencia num prazo limite de oito dias.

Segundo Miguel Cardina, para compreender o fenómeno da recusa de ir à guerra, além dos militares que desertaram, é preciso também considerar os refratários - jovens que faziam a inspeção mas que fugiam antes da incorporação - e os faltosos, que nem sequer faziam a inspeção militar.

"Temos dados que indicam que entre 1967 e 1969 cerca de dois por cento dos jovens que são chamados à inspeção foram refratários. Este número é certamente superior ao número dos desertores. Os faltosos são aqueles que nem sequer se apresentam à inspeção. Dados de 1985 do Estado-Maior do Exército indicam que cerca de 200 mil terão abandonado o país. Na década de 1970, cerca de vinte por cento dos jovens que deveriam fazer a inspeção já não se encontravam no país", indicou o historiador do CES.

Para Miguel Cardina, o "processo de afastamento e fuga" da estrutura militar deve ser estudado com profundidade e, por isso, o estudo começa pelos desertores - porque não existiam números conhecidos até ao momento - mas frisou que é preciso considerar as outras categorias: os refratários e os faltosos.

"Temos de colocar estas três categorias na mesma equação, sabendo que elas são diferentes e têm uma ligação com o fenómeno da guerra, também ela diferente. É natural que, no quadro dos faltosos, a guerra possa estar presente mas não tem o mesmo peso que tem nos refratários e também nos desertores", explicou.

Segundo o historiador, o "fenómeno dos faltosos" cruza-se com o fenómeno da emigração, sendo que uma boa parte destes jovens não estavam a "fugir da guerra" mas também da falta de perspetivas de futuro, ou seja, "a guerra podia ser" uma das motivações para o ato de emigrar. (...)


(***) Último poste da série > 24 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16631: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (14): A maldição de Cancolim e a CCAÇ 3489 que teve dois casos (o capitão e um alferes) de "abandono" (no período de férias) e um de "deserção" para as fileiras do IN, o sold at inf José António Almeida Rodrigues (1950-2016)

domingo, 15 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16092: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (13): três poemas de Valdemar Rocha, militar de transmissões em Santa Luzia, premiado nos Jogos Florais da UDIB (1972)


Capa da brochura Caderno de Poesias "Poilão", edição limitada a cerca de 700 exemplares, policopiados, distribuídos em fevereiro de 1974, em Bissau. A obra é editada em dezembro de 1973, por iniciativa do Grupo Desportivo e Cultural (GDC) dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (A história do GDC dos Empregados do BNU remonta à I República: foi carido em 1924).



1. Considerada a primeira antologia da poesia guineense, esta edição (hoje rara) deve muito à carolice, ao entusiasmo, à dedicação e à sensibilidade sococultural de dois homens:(i) o Aguinaldo de Almeida, caboverdiano, funcionário do BNU, infelizmente já falecido; era o coordenador da secção cultural do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do BNU - Banco Nacional Ultramarino, Bissau; e (ii) o nosso camarada Albano Mendes de Matos (hoje ten cor art ref; tenente art, GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74; "último soldado do império", é natural de Castelo Branco, e vive no Fundão; é poeta, romancista e antropólogo) [, foto a seguir, em Bissau, em 1972/73].


,
Albano Mendes de Matos (hoje ten cor art ref; tenente art, GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74)




2. Hoje publicamos três poemas de Valdemar Rocha (*), dois deles premiados  nos Jogos Florais da UDIB - 1972.

Não temos mais referências sobre Valdemar Rocha, a não ser que :

(i) era natural de Rebordosa, Douro, concelho de Paredes;

(ii) na vida civil, era  empregado de escritório;

 (iii)  na época estava em Bissau na unidade de transmissões (Santa Luzia);

(iv) ajudou o Albano Mendes de Matos e o Aguinaldo Almeida a organizar esta antologia;

e ainda (v) foi ele que trouxe dois poemas do Luís Jales  de Oliveira ["Ginho", que esteve em Gadamael Porto, Região de Tombali, 1973; tem página no Facebook e é natural de Mondim de Basto]





Sabe-se que foi um alferes miliciano da Unidade de Tarnsmissões [, aquartelada em Santa Luzia,]  quem desenhou a capa para «Poilão» a pedido de Valdemar Rocha. (**)









Guiné > Bissau > Sede da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau > c. 1962/64. Foto do nosso camarada açoriano Durval Faria (ex-fur mil da CCAÇ 274, Fulacunda, jan 1962/ jan 64)

Foto: © Durval Faria / Blogue Luís Graça > Camaradas da Guiné (2011). Todos os direitos reservados.

___________________

Notaa do editor:

(*) Últimos postes da série:

16 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15259: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (12): Eunice Borges é a única voz feminina desta antologia


12 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13877: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (10): (i) O poeta, cidadão do mundo; (ii) Caminha; e (iii) A minha mãe (Tavares Moreira, n. 1938, Bubaque)


(**) Sobre a históris deste caderno de poesias "Poilão", vd..

24 de outubro de DE 2014 > Guiné 63/74 - P13796: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (8): Respondo a algumas perguntas: (i) o poeta Pascoal D' Artagnan, que era filho de mãe balanta e pai italiano; e (ii) o 'making of' do livrinho (Parte I)


25 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13798: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (9): o 'making of' do livrinho (Parte II)


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14583: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (37): Sempre houve emigrantes europeus para África, agora dá-se o inverso

1. Texto enviado, em 4 do corrente,  pelo nosso amigo e camarada António Rosinha:


[Foto à esquerda,  Antº Rosinha, ex-fur mil em Angola, 1961/62, topógrafo da TECNIL, Guiné-Bissau, em 1979/93, ex-colon e retornado, como ele gosta de dizer com a sabedoria, bonomia e o sentido de humor de um mais velho, ou seja, de quem tem vidas e estórias de vidas para contar]

Data: 4 de maio de 2015 às 23:36
Assunto: Sempre houve emigrantes europeus para África, agora dá-se o inverso


Um fula guineense dentro de um contentor no Pijiquiti...Foi um caso real, que se passou há 30 anos, 1985, um guineense que trabalhava na minha empresa [, TECNIL], entrou para dentro de um contentor no porto de Pijiquiti em  Bissau, juntamente com um primo,  e só passado quase um mês é que nos apareceu novamente no trabalho.

E contou-nos a aventura e o perigo que correu para emigrar clandestinamente.

Era fácil, pois o nosso trabalho era dentro do cais, e com ajuda de estivadores amigos, lá embarcou escondido no contentor num barco espanhol para Cadis, que era o destino final.

Só que se prepararam com alimentos e água para uma semana, mas com várias acostagens a viagem demorou muitos mais dias.

E ficaram sem alimentos e água alguns dias e foram retirados em muito mau estado de saúde de dentro contentor e não tiveram saúde nem cabeça para preparar uma fuga de dentro do porto de Cádis e ir para Portugal, que era a ideia deles.

Como entre a Espanha e a Guiné já havia uma grande tradição de clandestinos, principalmente com Canárias, já havia uma rotina de recâmbio entre os dois países, e foi só seguir a rotina diplomática

Emigra-se por aventura, para fugir à miséria, para fugir a perseguições políticas, para procurar fortuna, para jogar futebol, ou por prazer de viajar…para bem longe de tudo o que nos cerca.

Nós, portugueses,  e todos os europeus do sul e ingleses sempre emigrámos, principalmente para as Américas e África. E, em alguns casos,  não foi simples  emigração. Foram mais êxodos, evasões, invasões e ocupações coloniais, e em muitos casos não houve regresso.

Mas emigrar, para fugir à guerra e à fome,  é em parte o que se passa hoje, em sentido contrário de África para a Europa.

Quem tenha acompanhado de perto o que se passa nos diversos países africanos desde as suas independências há 4 ou 5 dezenas de anos, houve sempre uma emigração maciça para a Europa, principalmente para as suas antigas metrópoles.

Desde o simples povo até aos dirigentes e empresários africanos, aproveitaram todas as hipóteses para eles próprios ou parte de suas famílias, emigrarem, ou simplesmente afastarem-se das suas problemáticas pátrias.

Embora só recentemente a Europa se esteja preocupando com a afluência maciça de africanos ( e asiáticos) entrando clandestinamente na Europa, na realidade sempre existiu uma «atracção» irresistível dos jovens africanos pela Europa e há mais de 40 anos que existe um grande afluxo de clandestinos daqueles países africanos.

Só que a Europa até há pouco tempo não se queria «preocupar», com um problema cuja solução ultrapassa toda a sua capacidade. Para a Europa está a tornar-se um grave problema, principalmente por ser uma emigração clandestina, descontrolada e imprevisível.

Dizia o jovem guineense que sobreviveu no contentor espanhol, que falhou aquela tentativa, mas com a experiência que teve, isso iria permitir-lhe não falhar na próxima..

Há uma realidade africana tão complicada , que a Europa ajudou a criar com independências extemporâneas e mal estudadas, que os povos não as entendem, que para os jovens africanos até se poderão considerar úteis e capazes  na Europa, mas na sua terra consideram-se incapacitados e sem hipóteses de integração social, étnica e profissional.

Embora os políticos até convençam o povo que só com guerras é que a Europa se fez, e África também é natural guerrear-se, a desordem e a violência são demasiado grandes para os jovens não tentarem a «fuga» .

Parece que a Europa foi "abandonada"  pelos EUA e pela Rússia nesta solução que devia ser de todos, e a China ajuda pouco, antes deita umas achas para a fogueira.

Amigo Luís, com os meus cumprimentos e, se achares exagerado,,manda para o cesto.

Antº Rosinha



Guiné > Bissau > c. 1964 > O cais do Pidjiguiti visto do Fortaleza da Amura..  Foto do álbum de Durval Faria (ex-fur mil,  CCAÇ 274, Fulacunda, 1962/64), que vive na ilha de São Miguel, Açores.

Foto: © Durval Faria  (2011). Todos os direitos reservados.

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Nota do editor:

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14145: Memória dos lugares (281): Bissau e a Fortaleza de São José da Amura (Séc. XVIII), remodelada em 1968/69 pelo arquiteto Luís Benavente para passar a receber o Comando-Chefe, a Companhia de Polícia Militar e o Comando-Chefe do Agrupamento de Bissau (Vera Mariz, doutoranda em História da Arte, IHA/FL/UL)



Foto nº 3

Guiné > Bissau >Fortaleza da Amura > Entrada do lado sul (frente ao porto e ao rio Geba)



Foto nº 4

Guiné > Bissau > Fortaleza da Amura > Aspeto da muralha exterior


Fotos nºs 3 e 4: Manuel Caldeira Coelho (ex-fur mil trms, CCAÇ 1589/BCAÇ 1894, Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68)


Fotos: ©  Manuel Coelho (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. (Edição: L.G.)



Foto nº 5

Guiné > Bissau > Fortaleza da Amura > c. 1962/64  > Entrada principal, virada para  cidade, ou seja, lado norte (?) >  Foto, sem legenda,  de Durval Faria (ex-fur mil inf,  CCAÇ 274 / BCAÇ 356, Fulacunda, 1962/64).


Fotos: © Durval Faria (2008). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem de Vera Mariz [, nossa leitora, doutoranda em história da arte,  Instituto de História da Arte, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa] (*), com data de ontem:

Caríssimo Luís Graça, agradeço a sua atenção.

Aproveito para lhe dizer que:

O primeiro contacto do arquitecto Luís Benavente [, 1902-1993] com a Guiné teve lugar no ano de 1962.

No ano 1968, entre os dias 25 de Abril e 2 de Maio, Luís Benavente terá desempenhado nova missão em Bissau, à qual se seguiria uma terceira viagem já em 1969.

Isto porque no início do ano de 1969, o Governo da Guiné terá manifestado o seu interesse em “cuidar da Fortaleza de S. José da Amura”,  motivo pelo qual Luís Benavente terá sido requisitado para elaborar os estudos e o plano de actuação necessário.

Data deste período (e desta campanha de obras) a instalação na fortaleza do Comando Chefe [, QG/CCFAG - Quartel General do Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné],  da Companhia de Polícia Militar, de um destacamento adido à Polícia Militar e do Comando Chefe do Agrupamento de Bissau.
Quando terminar a tese [de doutoramento] tenho todo o prazer em enviar-lhe o capítulo referente à Guiné.

Cordialmente,
Vera



Foto nº 1 

Guiné > Bissau > Fortaleza da Amura > Construção iniciada em finais do séc. XVII, arrasada em 1707 e reconstruída em 1753, restaurada em meados do séc. XIX (1858-1860), bem como um século depois, a partir da década de 1960, sob orientação do arquiteto Luís Benavente.

Foi quartel-General durante a guerra colonial. É hoje panteão nacional da República da Guiné-Bissau.

Foto: © João José Alves Martins (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. (Edição: L.G.)

Foto nº 2

Guiné-Bissau > Bissau > Fortaleza da Amura > 7 de Março de 2008 >  Amura: um lugar repleto de história e de histórias... Entrada principal, lado sul, vista do interior da fortaleza.


Foto: © Luis Graça (2008) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. (Edição: L.G.)


2. Comentário de Cherno Baldé (*)

Caros amigos,

Para ajudar a esclarecer a dúvida da Sra.Vera, tenho o prazer de informar que a foto nº 1  apresenta a imagem da porta virada para o lado do rio (Ponte Cais de Bissau) e não a principal que se situa do lado oposto e virada para a cidade.

Quanto à foto nº 2, trata-se dos mesmos edifícios da primeira foto, situados à entrada da mesma porta, tirada no interior da fortaleza. (**)

Com um abraço amigo,
Cherno AB.



Foto nº 6

Guiné > Bissau > Fortaleza da Amura > Muralha exterior, do lado meridional  Foto de A. Marques Lopes, coronel inf, DFA,  na situação de reforma, ex-alferes miliciano da CART 1690 (Geba, 1967) e da CCAÇ 3 (Barro, 1968) :

Foto: © A. Marques Lopes (2005). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]


Guiné-Bissau > Bissau > Planta da cidade > c. 1975 > Localização da fortaleza da Amura, assinalado com um círculo a branco.

Foto: © A. Marques Lopes (2005). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]




Guiné > Bissau > Fortaleza de São José da Amura > c. meados de Séc. XIX >  Vista da Amura.  Gravura. Fonte: VALDEZ, Francisco Travassos - "Africa Ocidental: notícias e considerações dedicadas a Sua Magestade Fidelíssima El-Rei O Senhor Dom Luiz I". Lisboa: Imprensa Nacional, 1864, 406 p., gravuras. Licença: Domínio Público (Autor falecido há mais de 70 anos).

Cortesia de Fortalezas.org
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de de 12 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14143: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (21): A fortaleza da Amura (Vera Mariz, doutoranda em história da arte)

(**) Último poste da série > 4 de janeiro de  2015 > Guiné 63/74 - P14115: Memória dos lugares (279): Bafatá, princesa do Geba, parada no tempo: o cinema local e o seu mítico guardião, Canjajá Mané, o casal João e Célia Dinis, Dona Vitória, as irmãs Danif (libanesas), o glorioso Sporting Clube de Bafatá (fundado em 1937 pelos prósperos comerciantes locais, e que chegou a ter 600 sócios), o ourives, o rio, os pescadores, e os demais fantasmas do passado que hoje povoam a terra de Amílcar Cabral... A propósito de "Bafatá Filme Clube" (2012) que acabou de passar na RTP2, no passado dia 1 (Valdemar Queiroz)

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13683: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (4): "Vem à minha tabanca" e "Música que foi cantada", dois poemas de Atanásio Miranda, guineense, à época funcionário das alfândegas, pp. 12/14



Guiné > Bissau > Sede da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau > c. 1962/64. Foto do nosso camarada açoriano Durval Faria (ex-fur mil da CCAÇ 274, Fulacunda,  jan 1962/ jan 64)

Foto: © Durval Faria / Blogue Luís Graça > Camaradas da Guiné (2011). Todos os direitos reservados.



Elemento gráfico da capa do documento policopiado do Caderno de Poesias "Poilão", editada em dezembro de 1973 pelo Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (O GDC dos Empregados do BNU foi criado em 1924).

 Com o 25 de abril de 1974, esta coleção não teve continuidade: estava prevista publicação de um  2º caderno («Batuque», com poemas do Albano de Matos) e de um 3º,  dedicado ao Pascoal D'Artagnan.














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1. Dois poemas de Atanásio Miranda, filho da Guiné, funcionário aduaneiro na época (1973/74). São escassas as referências a este poeta, de quem não sabemos se continuou, depois da independência do seu país,  a cultivar a poesia.  Vem nesta  antologia nas pp. 12/14.

Por ter o título truncado, pedimos ao Albano de Matos que nos substitísse a pag. 14 ("Música que foi cantada").  O outro  poema ("Vem à minha tabamca", pp. 12/13) foi menção honrosa nos jogos florais da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau,, em 1972.

Recorde-se que esta antologia da poesia guineense (ao que parece, a primeira a ser  publicada em português)  deve muito à carolice, ao entusiasmo, à dedicação e à sensibilidade sococultural de dois homens: o Aguinaldo de Almeida, funcionário do BNU, e o nosso camarada  Albano Mendes de Matos [, hoje ten cor art ref, esteve no GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74, e foi o "último soldado do império"; é natural de Castelo Branco, vive no Fundão; é poeta, romancista e antropólogo] [Foto à esquerda, em Bissau, então tenente]

Temos uma cópia, em pdf, do Caderno de Poesias "Poilão", que ele nos mandou,.

Temos também a sua autorização para reproduzir aqui, para conhecimento de um público lusófono mais vasto, este livrinho de poesia, de que se fizeram apenas 700 exemplares, policopiados, distribuídos em fevereiro de 1974, em Bissau. A iniciativa foi do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (BNU), cuja origem remonta a 1924. 

Num próximo poste publicaremos as respostas que o Albano de Matos nos deu em relação alguns questões sobre o "making of" desta antologia e os autores selecionados, com destaque para o Pascoal d'Artagnan (1938-1991), sem dúvida o grande poeta guineense da sua geração, na opinião do Albano de Matos.  Era filho de pai italiano e de mãe balanta,
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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13307: Notas de leitura (602): "Onde se fala de Bissau", do princípio dos anos 50, da UDIB... Um excerto do próximo livro de Lucinda Aranha dedicado a seu pai Manuel Joaquim, empresário e caçador em Cabo Verde e Guiné (Lucinda Aranha)

1. Mensagem da nossa amiga tertuliana Lucinda Aranha, filha de Manuel Joaquim, empresário e caçador em Cabo Verde (1929/1943) e Guiné (1943/1973), com data de 20 de Maio de 2014:

Caros amigos:
Envio-lhes para publicação, caso estejam interessados, um texto composto a partir de um excerto do meu próximo livro.

Os meus cumprimentos,
Lucinda


Onde se fala de Bissau

Ao avistar Bissau, vindo de Bolama, já no estuário de águas lodosas do Geba, Manuel Joaquim, o homem do cinema, pensava em como fizera bem em optar pelo mato ao invés de se ficar por Bissau onde a vida era mais cosmopolita mas onde por isso mesmo a concorrência era maior a começar pela UDIB, ponto de encontro da elite de Bissau, que era preciso ter estatuto social para lá entrar. Tudo o que era político, músico, comerciante de nota, futebolista, senhora respeitável desfilava pelo clube.

Sucediam-se os torneios desportivos, os bailes, os filmes ao fim de semana, até os chás dançantes como o que a mulher do governador organizara, em 52, com fins beneficentes. Apesar dos 25 pesos da entrada fora muito concorrido e animado com verbenas e sorteios no terraço.

É certo que tinha boas relações com o clube e até colaborara, no primeiro de Janeiro de 46, na sessão cinematográfica que a UDIB realizara. Enfim, como o não havia de fazer se se tratava das comemorações dos quinhentos anos da Guiné as quais tinham culminado, no final do ano, na Exposição de Bissau que condensara em 20 salas toda a vida e a história da Guiné? A finalizar essa sessão solene de abertura houvera, ainda retinha com nitidez na memória, desfile das forças militares, corporações, colectividades e numerosos indígenas, com uma marcha luminosa bem pitoresca e surpreendente a que se sucedera um grande batuque no Cupilon.

Guiné-Bissau > Bissau > UDIB  (...Com a devida vénia a Bissau Architecture )


Guiné-Bissau > Bissau > s/d > O emblemático edifício da sede da UDIB - União Desportiva Internacional de Bissau onde jogou à bola o pai do Nelson Herbert, Armando Duarte Lopes, de origem cabo-verdiana, nascido em 1920, e que fez parte da seleção de futebol da Guiné Portuguesa.  Imagem: Cortesia de Nelson Herbert (2009)., jornalista da VOA - Voz da América.

Foto: ©  Nelson Herbert  / Blogue Luís Graça &  Camaradas da Guiné (2009). Todos os direitos reservados.


Guiné > Bissau > UDIB  > c. 1962/64,  foto  do nosso camarada açoriano Durval Faria (ex-fur mil da CCAÇ 274, Fulacunda,  jan 1962/ jan 64)

Foto: © Durval Faria / Blogue Luís Graça > Camaradas da Guiné (2011). Todos os direitos reservados.

Lembrava-se dos concertos do 1º e 3º domingos de cada mês que no coreto dos Combatentes da Grande Guerra a Banda da Câmara Municipal animava, nos anos 50, com música.

Recordava os Salões de Arte que as senhoras organizavam, as exposições de bordados e trabalhos manuais das educandas de Bór, as palestras com sessões de poesia e morna e as conferências que os cabo-verdianos e a Casa dos Estudantes do Império dinamizavam.

Muitas eram festas de beneficência que se sucediam ao longo do ano, ora auxiliando o Asilo-Escola de Bór ora os velhos e inválidos da colónia. Mas a beneficência não se ficava por aí que também organizavam rifas a favor da Liga Portuguesa contra o Cancro com prémios chorudos, um carro, uma motocicleta como a que saíra ao irmão de um seu rapaz, o Calabouça que ganhou o 2º prémio em 53.

Voltava atrás, ao ano anterior, e sorria. A loucura que fora o torneio de futebol da África Ocidental. Até o Conselho de Desporto aprovara o fretamento de um avião da Air France para a deslocação a Dacar dos apoiantes da Selecção de Bissau. Só que os 1.100$00 do bilhete inviabilizaram o projecto.


A raiva enfurecia-o quando recordava a barbárie que chegara a Bissau: a festa brava. Tardara mais dez anos a chegar que na Praia mas não havia como fugir-lhe. Em 43, ano da sua ida para Bolama ainda tivera tempo de assistir ao seu triunfo na Praia e agora lá tinha na cidade capital ao mesmo triste espectáculo. Onde estava a festa, perguntava-se. Matar animais com tortura e por simples diversão alguma vez pode ser festa? Pensar que se construiu uma praça, se mandaram vir bandarilheiros e mesmo touros bravos da metrópole e se foram buscar animais bravios às manadas bravas dos Bijagós fazia-lhe crescer instintos justiceiros e simultaneamente assassinos.

Lucinda
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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13120: Notas de leitura (588): "Julinha", um excerto do próximo livro de Lucinda Aranha dedicado a seu pai Manuel Joaquim, empresário e caçador em Cabo Verde e Guiné (Lucinda Aranha)

domingo, 7 de agosto de 2011