Como se a guerra, a ocupação japonesa, a guerrilha e a contraguerrilha, o terror das "colunas negras", o isolamento total dos portugueses e dos timorenses, a fome, as deslocações, etc., não tivessem sido em si uma verdadeira calamidade...
(ii) de tempos a tempos, o cônsul do Japão serve de intermediário
com as tropas ocupantes e, inclusive, consegue dispensar algum material médico-hospitalar ao dr. José dos Santos Carvalho.
(iii) recorre-se também aos médicos militares japoneses
em casos em que um doente necessita de uma grande cirurgia;
(iv) estranhamente há poucas referências à saúde da população local
(que no princípio dos anos 40 seria superior a 400 mil):
espalhada pelas montanhas, não parece afluir aos serviços de saúde
em Lahane e Liquiçá, sobretudo por razões de segurança
(medo dos bombardeamentos dos Aliados,
e das represálias dos nipónicos);
por essa razão, e devido também
ao confinamento do próprio médico,
há um evidente enviesamento nestes relatórios,
onde se fala sobretudo da saúde
da pequena comunidade portuguesa e dos assimilados
(cerca de 160 pessoas);
(v) os profissionais de saúde (com apenas 2 médicos)
estão reduzidos ao mínimo (18, de um quadro original de 52,
dos quais restavam 34 em 1943).
(...) Estado sanitário da população
(...) Não houve epidemias nem se registaram casos de doenças eminentemente contagiosas. O sezonismo [paludismo ou malária], endemia que reina em Timor, mostrou-se em inúmeros casos, a que, felizmente, pudemos atalhar por termos recebido quinino. Não nos foi possível, porém, distribuí-lo com fins profiláticos, como seria conveniente.
Muitos portugueses não têm rede mosquiteira nas camas, as aberturas das casas não são protegidas com redes metálicas e é impossível fazer-se uma campanha antimosquito. Por isso a estatística mostra muitíssimos casos de sezonismo, felizmente benigno, com exceção de dois casos de sezonismo pernicioso cerebral, um em Lahane, numa menina de quatro anos, que felizmente se salvou, e outro em Liquiçá, numa rapariga de quinze anos, filha de pai europeu, que faleceu com um acesso pernicioso epileptiforme.
A febre biliosa hemoglobinúrica atacou dois europeus: um de dezasseis anos, que faleceu, em Maubara; outro de oito anos de idade, que foi salvo, em Liquiçá.
A caquexia palustre matou uma criança, em Liquiçá.
Registou-se somente um caso de disenteria, em Liquiçá.
A gripe foi rara.
Registaram-se dois casos de tuberculose: pulmonar, um num europeu e outro num timorense.
Uma senhora teve várias hemoptises.
As úlceras e feridas, como de costume, foram muito frequentes.
Apareceram doenças resultantes da carência ou defeito da alimentação.
As doenças restantes foram:
- cáries dentárias
- diarreias
- colites
- enterites
- helmintíases
- dispepsias
- dermatoses (sobretudo a sarna, furunculose e a micose designada por "Hong-Kong foot") [ou pé de atleta]
- abcessos
- boubas
- reumatismo
- nefrite
- blenorragia
- ascite
- otite
- conjuntivite
- infeção puerperal.
Registaram-se seis óbitos, em Liquiçá e Maubara (em Díli não os houve) de europeus ou seus descendentes, por:
- diarreia infantil
- caquexia palustre
- sezonismo agudo
- acesso pernicioso epileptiforme
- febre biliosa hemoglobinúrica
- gripe (insuficiência cardíaca)
- tuberculose pulmonar (...)
Entre os portugueses, não europeus, tratados nas enfermarias, houve vários óbitos:
(a) Em Liquiçá e Mambara:
- diarreia crónica (2)
- tuberculose pulmonar (2)
- anasarca (hipoalimentação) (1)
- traumatismo (queda) (1)
- cirrose alcoólica (1)
- debilidade congénita (recém-nascido) (1)
- parto (1)
- infeção puerperal (2)
(b) Em Lahane :
- caquexia palustre (1)
- gangrena (1)
- astenia (1)
- sezonismo pernicioso (1)
- beribéri (1)
TOTAL 16
(...) O óbito por gangrena deu-se numa timorense que veio pedir tratamento ao nosso hospital, passados dias de ter sido ferida num pé por estilhaço. Era impossível salvá-la por a gangrena estar já generalizada.
A média de doentes internados no Hospital Dr. Carvalho foi de quatro, por dia.
Pelo acima dito conclui-se que o estado sanitário da população não foi mau, atendendo às lamentáveis circunstâncias em que vivemos que, sem exagero, podem ser classificadas de péssimas.
Os meses de junho e julho foram os piores, devido ao elevado número de casos de sezonismo, pelo que foram classificados de maus pelo senhor Delegado de Saúde de Liquiçá [ dr. Francisco Rodrigues]; fevereiro e agosto foram bons e os meses restantes regulares.
Em Lahane o estado sanitário, abstraindo do sezonismo, com que sempre contámos, pôde, sempre, considerar-se regular. Não nos atacaram a valer os gérmenes infecciosos. As nossas forças e resistências orgânicas é que estão muito desfalcadas, devido a vários factores que descreverei na parte deste relatório respeitante à Higiene Pública.
Medicamentos e material de penso
Foi-nos fornecido durante o ano, por intermédio do sr. Cônsul do Japão, o seguinte :
- bicarbonato de sódio
- dermatol
- calomelanos
- lactose
- neosalvarsan
- sufaminum
- salicilato de bismuto
- sulfato de magnésio
- óxido amarelo de mercúrio
- tablóides de quinino (...)
- ataduras de gaze (diversos tamanhos)
- gaze (...)
- algodão hidrófilo (...)
- material diverso
- seringas de vidro (...)
- irrigadores
- frascos conta-gotas
- tubo de borracha para irrigador (...)
Sempre que há transporte, tenho mandado [de Lahane] para Liquiçá o máximo possível dos medicamentos que nos restam.
Não se podem enviar grandes quantidades de medicamentos em frascos pois é necessário que estes vão bem acondicionados em caixotes para que não partam com os solavancos da camioneta. Os medicamentos expedidos em maior quantidade, durante o ano, foram:
- vaselina (32 kg)
- enxofre (5 kg)
- sulfato de sódio (20 kg)
- mel (6 litros)
- borato de sódio (15 litros)
- glicerina (2 litros)
- ácido bórico (5 litros)
- permanganato de potássio (1,400 kg)
- sulfato de cobre (6 kg)
- calomelanos (0,450 kg)
Faltam-nos muitos medicamentos. Aqueles cuja necessidade mais se tem feito sentir, são os:
- tónicos e antianémicos (arsenicais, iodados, sais de cálcio, fitina, etc) ;
- produtos opoterápicos (extratos de fígado e baço, ovarina, etc) ;
- derivados de ópio (codeína, dionina, etc) ;
- anestésicos locais (cocaína, salicilato de metilo, etc.) ;
- antisséticos intestinais (benzonaftol, fermentos láticos, etc);
- purgantes oleosos;
- ácido salicílico (para tratamento das micoses) ;
- tópicos antidermatósicos (óxido de zinco, ictiol, etc);
- iodofórmio (para tratamento das úlceras tropicais);
- e pode dizer-se que todos os medicamentos de uso corrente, em injeção (quinina, arrenal, cacodilato de sódio, cânfora, vitaminas, mercuriais, hemostáticos, etc., etc.).
O permanganato de potássio, precioso para múltiplos fins, acabou, praticamente, e grande falta fará por ser de uso corrente nas moléstias que aparecem todos os dias.
Tem-me preocupado imenso o facto de não poder vacinar contra a varíola, pelo menos as crianças. Neste capítulo de vacinas, nada poderemos improvisar.
Movimento cirúrgico
Os dois médicos portugueses têm feito tudo que lhes permitem os limitadíssimos recursos em material para operações.
Além das suturas de feridas traumáticas, extrações de dentes e abertura de abcessos e fleimões, foram por eles praticadas operações de pequena cirurgia.
O Delegado de Saúde de Liquiçá tratou os portugueses feridos por bala de metralhadora (ou estilhaço?) em Liquiçá e Maubara e extraiu um quisto cebáceo a um europeu; a mim coube fazer a extracção duma placenta aderente (post-abortum) à mulher de um europeu e o tratamento de feridas de guerra por estilhaços de bombas de avião numa mulher e numa criança timorense, tendo empregado o método de Friederich, que tão bons resultados deu na guerra de Espanha os quais, agora, eu pude verificar também.
A pedido do Consulado do Japão foi por mim tratado um timorense com a maior parte da mão esquerda esfacelada, tendo o Hospital Nipónico fornecido o material preciso e dois enfermeiros que me ajudaram.
Houve dois casos em que os nossos recursos não bastavam, um por falta de material e medicamentos e outro por necessitar operação de grande eirrurgia. No primeiro caso tratava-se de uma menina europeia que apresentava um enorme lipoma na região escapular esquerda; impossível operá-la por faltar o material de penso e cirúrgico esterilisados e todo o material de anestesia, além de que seria necessário reunir os dois médicos em serviço, o que agora não convinha, por que a saída de qualquer deles da sua zona de acção durante vários dias, significaria ausência de assistência médica aos portugueses da zona respectiva.
No segundo caso tratava-se de uma senhora grávida de quatro meses, com hemorragias profusas e frequentes, devidas a uma inserção baixa da placenta. Somente uma operação com laparotomia a poderia salvar.
Pelos motivos apontados foi necessário pedir auxílio ao hospital nipónico, onde as duas portuguesas foram operadas sendo os resultados inteiramente satisfatórios. Em seguida às operações, as doentes voltaram para o hospital português, tendo vindo os médicos nipónicos que as operaram, muito dedicadamente, fazer os curativos subsequentes tendo-me eu encarregado da sua assistência médica. (...)
Higiene pública Alimentação
Tem deixado muito a desejar. Se no ano de 1943 já se não passou bem, no ano presente a situação agravou-se de tal modo que só Deus sabe para onde vamos. O total efectivo de calorias diárias, provenientes dos alimentos fornecidos, e é somente com esses que praticamente podemos contar, está longe do mínimo suficiente.
Passa-se grande necessidade. O pouquíssimo que se obtém, quase se reduz ao arroz, hortaliças e cocos, e qualquer destes produtos vegetais nem sempre existem. Têm-se comido como hortaliças:
- folhas da batateira doce
- baião (Amarantus sp.)
- cancoom (Ipomoea aquática, Forsk.)
- beldroegas
- folhas de papaeira
- e mesmo as folhas e até medula de árvores (que os timorenses só aproveitam quando nada mais têm para o seu sustento).
Mesmo assim, é frequente não termos verduras nas refeições. Por muito felizes nos damos quando recebemos folhas de nabos e das mostardas timorenses. Conforme as épocas do ano, aparece um ou outro complemento alimentício como: jacas verdes, bananas verdes, etc, etc, que depois de cozidos podem ser consumidos.
Tomates e agriões são mimos raríssimos, que poucas vezes aparecem no mercado ou que alguns portugueses conseguiram pela cultura de escassos palmos de terra, pois nem sequer há terrenos próprios para horta, à sua disposição.
Qualquer espécie de fruta é iguaria que raramente podemos provar. Os alimentos ricos em vitaminas, albuminóides e sais minerais, são precisamente os de mais difícil aquisição. A carne é fornecida em quantidades muito reduzidas. Recebem-se, em Liquiçá, algumas garrafas de leite que são distribuídas pelas crianças de tenra idade e pelos doentes. A carne de galinha e os ovos são manjares que não alcançamos. As batatas da Europa, que tão bem se davam e já tão largamente se cultivavam em Timor, desapareceram. Os feijões só raramente se vêem em Liquiçá. Em Díli há muito que não os há. A batata doce também já é rara.
Os alimentos intoxicantes, que se podem tornar comestíveis por meio de preparação, em regra trabalhosa, já entraram na alimentação (mandioca amarga, feijão bravio e outros). Não é pois de admirar que se registassem casos de intoxicação alimentar (Liquiçá, em novembro, e dezembro) e de dispepsias, gastralgias, enterites e diarreias, devidas à má qualidade dos alimentos ingeridos.
Além disso, a hipoalimentação já se revela por sintomas de doenças por carência. Os edemas maleolares são frequentes, a maior parte da população está asténica, a fadiga é rápida, há repetidas indisposições intestinais, a cárie dentária, a queda dos dentes e as hemorragias gengivais são quase gerais. A desnutrição de todos é evidente.
Se não fora o nele (nome que se dá em Timor ao arroz ainda não descascado) que temos recebido (que por não ser polido contém vitamina BJ) e as verduras, já teríamos tido que lamentar a perda de vidas por avitaminoses, sobretudo por beribéri. Para cúmulo a preparação da comida torna-se difícil por haver pouca lenha.
O quadro presente é pois inteiramente desolador. Não há ninguém que não se tenha preocupado com a falta de alimentos. Pela minha parte, sempre que as ocasiões o proporcionaram indiquei a todos os perigos que adviriam da deficiência das refeições, ao mesmo tempo que dava conselhos úteis.
Sentindo-me na obrigação de empregar o máximo do meu esforço para aumentar os recursos alimentares, preparei e conclui um trabalho em que registei tudo quanto pude apurar sobre a existência em Timor de produtos vegetais comestíveis, aproveitando-me quer do que encontrei nos livros, quer das informações dos timorenses, cuja experiência de séculos fornece muitos conhecimentos aproveitáveis.
Este trabalho não só como documentário bromatológico (que nunca foi feito na Colónia) mas também pela aplicação às circunstâncias atuais, tem, por certo, bastante utilidade embora ela seja limitada pela forte razão de que nós não podemos procurar os alimentos mas somente receber os que nos trazem.
Aos senhores Administradores do Concelho prontamente dei todas as indicações que particularmente me solicitaram, tendo-lhes fornecido tabelas da composição e valor calórico dos géneros alimentícios, dados sobre a quantidade e qualidade dos alimentos necessários para os europeus nos países tropicais, etc, habilitando-os assim a conhecer as bases do problema da nutrição dos portugueses. (...)
Bebidas alcoólicas
Se, por um lado, é bom não as termos por motivos óbvios, por outro fazem falta como fontes de energia, e mesmo como tónico contra a acção deprimente do clima, o que é recomendado pelos higienistas tropicais, sobretudo ingleses, desde que as quantidades ingeridas sejam moderadas.
Os vinhos de palmeira, sobretudo, possuem vitaminas B e C em quantidade apreciável, sendo bebida agradável e refrescante e fracamente alcoólica. É pena pois que em terra tão rica em palmeiras, não a possamos obter.
Tabaco
É de todos conhecida a imperiosa necessidade que o viciado tem de fumar. Praticamente todos os portugueses fumam. Poder-se-á pois calcular o quanto os indispõe e irrita o não poderem satisfazer esse hábito. Recorrem às folhas secas de arbustos e árvores que embrulham em qualquer papel por não haver mortalhas nem ao menos papel de seda. Assim iludem um pouco o seu vício, mas a saúde é que terá forçosamente de se ressentir.
Asseio
A água é pouca, em Liquiçá, e não há sabão. É de notar o esforço de uma senhora, cuja idade já não é para trabalhos, a qual consegue preparar sabão utilizando óleo de coco e os álcalis obtidos da cinza. Porém o óleo de coco é pouco para a alimentação...
Vestuário
Já velho e gasto e em reduzidas quantidades, a não ser para um ou outro mais protegido da sorte, em breve faltará. É de calcular que em época muito próxima, a maioria dos portugueses não tenha senão andrajos para vestir.
Também, não existe calçado à venda nem material para o fabricar. Há muito que se calçam camparas — sandálias de madeira que se seguram aos pés por uma tira de pano.
Utensílios domésticos
Tem sido precioso o trabalho dos artífices portugueses que fabricam, com folha de zinco, panelas, tachos, chaleiras, pratos, candeeiros ,etc.
Outros portugueses têm fabricado, com muita habilidade, objetos muito úteis: escovas de dentes e pincéis para a barba (com crina de cavalo) , pentes (de tartaruga) , etc.
Habitações
Com a vinda dos portugueses de Maubara para Liquiçá, acentuou-se a plétora de habitantes em cada casa. O encombrement [sic, em francês, sobrelotação]« é manifesto.
Ambulâncias
Devido à concentração dos portugueses em Liquiçá, a ambulância de Maubara foi extinta. Nela prestou bons serviços o enfermeiro Vítor Madeira. Foi criada, na Granja Eduardo Marques, uma ambulância para tratamento dos portugueses que aí trabalham. Todos os enfermeiros auxiliares em serviço na Delegação de Liquiçá habitam, agora, na Granja.
Cursos de enfermagem
A 27 e 28 de abril fizeram-se em Liquiçá e Lahane os exames de frequência dos alunos do curso do primeiro ano Em junho começaram as aulas do segundo ano.
Todas as lições que eu dei, foram escritas, constituindo um volume de cerca de 220 páginas dactilografadas. Deste modo ficou concluído um guia de enfermagem aplicado às condições de Timor, assim como um formulário constituído pelas fórmulas mais práticas para o tratamento dos doentes pelos enfermeiros, contando-se somente com os medicamentos essenciais que deverão existir em todas as ambulâncias, que agora se podem indicar com rigor.
Este assunto é uma das partes do estudo da futura organização dos Serviços de Saúde, em que continuo a trabalhar.
Bombardeamentos
Este ano mostrou-se particularmente violento para nós. Liquiçá e Maubara foram metralhadas. Em Lahane caiu grande quantidade de bombas junto ao hospital e ao palácio do governo. As chapas de zinco que cobrem o hospital foram furadas pelos estilhaços e deslocadas pelo movimento do ar; os vidros que restavam partiram-se.
É de notar a boa vontade com que o mestre Pinto (sargento artífice), por si próprio, se encarregou de reparar os estragos; o seu auxílio profissional tem sido dos mais úteis para o hospital.
O ruído das explosões das bombas foi aterrador. Os enormes buracos que elas fizeram no terreno impressionaram imenso, até os menos timoratos. Os aviões vieram em certos meses quase todos os dias. Compreender-se-ia, pois, que o moral dos habitantes do Hospital e do Palácio estivesse profundamente deprimido. Felizmente tal não se verificou, sendo de notar que as senhoras demonstraram coragem surpreendente.
Apesar de, após um bombardeamento se contar sempre com outro (pelo menos no dia seguinte), ninguém pediu para sair de Lahane. Todos se mantiveram no seu posto.
Funcionários
Têm estado sempre ao serviço, na sua totalidade, e por eles não foi requerida qualquer licença. Pode afirmar-se que, considerando o estado de intensa depressão moral em que vivemos, têm cumprido bem o seu dever. Os serviços de secretaria continuam a ser feitos com toda a boa vontade e proficiência pelo aspirante Domingos Afonso Ribeiro.
Também ajudaram muito desinteressadamente, todos os serviços, o chefe de posto Francisco Torrezão e o chefe de posto João Gamboa (enquanto habitou em Díli) .
Conclusões
O estado sanitário da população só por milagre foi regular. A higiene pública deixa cada vez mais que desejar. O futuro é carregadamente sombrio.
Contemos no próximo ano com elevada percentagem de óbitos, pois que, não possuindo os géneros alimentares convenientes nem os meios de fortalecer os organismos depauperados, também não teremos os medicamentos essenciais e as dietas próprias para tratamento dos numerosos doentes que forçosamente aparecerão.
Repartição Técnica dos Serviços de Saúde e Higiene, em Lahane, aos 9 de fevereiro de 1945. O Chefe da Repartição interino, José dos Santos Carvalho
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(...) Pessoal em serviço e sua situação em 31 de Dezembro de 1944
Médicos:
- José dos Santos Carvalho, Chefe da Repartição, interino, Director do Hospital, Delegado de Saúde de Díli;
- Francisco Rodrigues, Delegado de Saúde de Liquiçá.
Enfermeiros:
- Victor José Gregório Madeira, Sede da Delegação de Liquiçá;
- Luiz Correia de Lemos, idem;
- Daniel Madeira, idem;
- Emílio Francisco de Oliveira, idem;
- António de Oliveira, Hospital Dr. Carvalho;
Praticantes estagiários:
- Orlando Correia de Lemos, Sede da Delegação de Saúde de Liquiçá,
- Óscar Correia de Lemos, idem.
Enfermeiros auxiliares:
- Paulo de Jesus Granja Eduardo Marques Sebastião da Costa
- João da Costa Pereira
- João Guterres
- Francisco da Silva Vila Taveiro (Oekussi)
- Mateus Pereira
- Pedro da Cruz, Hospital Dr. Carvalho António Lopes
- Mateus Ribeiro, Granja Eduardo Marques João Soriano
- Aleixo da Costa, idem
- Manuel da Costa, Hospital Dr. Carvalho
Repartição Técnica de Saúde e Higiene, em Lahane, aos 31 de Dezembro de 1944. O Chefe da Repartição, int.°, José dos Santos Carvalho.
(Seleção, revisão / fixação de texto, notas, bold a vermelho, título: LG)