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sexta-feira, 10 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25501: Facebook..ando (54): as lindas e gentis mulheres Tandas, de Imberém, Cantanhez: foto da semana de 20 de junho de 2011, da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento

 

Guiné-Bissau > Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > AD - Acção para o Desenvolvimento > Foto da semana > 20 de junho de 2011> 


"Um grupo de 'caltambas' acompanha as mulheres Tandas na sua colheita de arroz, manifestando a sua alegria pela boa produção obtida e dando coragem para que o trabalho se faça com sucesso. 

"O 'caltamba'representa a força da natureza que promove uma boa lavoura e produção, fazendo com que chova bem, haja paz e que as doenças sejam afastadas. As suas danças e especialmente as vestes baseadas na utilização de produtos da floresta como casca de árvores e folhas, são muito bonitas".

(https://www.facebook.com/adbissau)


Foto (e legenda): © AD - Acção para o Desenvolvimento (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém >  Visita ao Cantanhez dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > 2 de Março de 2008 >

O Zé Teixeira, no tchon nalu, em pleno Cantanhez, no meio de duas mulheres da população local, e etnia tanda. Belíssimas, gentis e vistosas ("todas bem  produzidas", diria o nortenho do Zé Teixeira), de porte altivo e de grande dignidade. (Na carta de Cacine, a toponomia é Jemberem, a norte de Madina de Cantanhez... Hoje todo o mundo diz e escreve Iemberém. De resto, um dos afluentes do Rio Cacine é o Rio Iemberem... Será que terá havido um erro dos nossos cartógrafos ou uma gralha tipográfica ?...Não, o mesmo topónimo, mas o povo é que fa< a língua... Iemberém foi o local onde a comitiva do Simpósio Internacional de Guileje pernoitou dois dias... Fica em plemo coração do Parque Nacional do Cantanhez.)

Foto (e legenda): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Quem os Tandas, de Iemberém ?

É um minoria que habita o Cantanhez, "chão nalu", a que se juntaram outros povos (fulas, balantas, sossos, etc.)-

Escreveu o Pepito em 2008 (**):

(...) "Relatos orais dão os Tandas como originários de Kindou, na região de Tambacunda, Senegal oriental, de onde se terão deslocado inicialmente para Badjar, região de Koundura, atual Guiné-Conacri, à procura de bons solos para a prática da agricultura. 

"Mais tarde foram para Kakalidi, zona de Boké, onde começaram a negociar com os Nalús a concessão de terras, tendo-lhes sido atribuído uma área onde fundaram a sua primeira tabanca na Guiné-Conacri: Madina.

"Na atual Guiné-Bissau, Cassimo Camará criou a primeira tabanca que foi designada de Lamoi, na área de Quitafine. Seguiu-se Cambraz, fundada por Danim Marena, igualmente em Quitafine. Já em Cubucaré, Adulai Cumpon criou Bomani, a que se seguiu Madina, na área de Guileje, por Umarú Nangacum. Caboxanque Tanda, em Quitafine é fundada por Umarú Galissa.

"Acabam finalmente por chegar a Iemberém, em 1930, através de um grupo de seis pessoas, constituído por Umarú Camará, Pedjedibi Camará (pai de Umarú), Issufo Galissa, Mutaro Galissa, Mamadú Nhabali e Alfa Galisssa. 

"Por último, Umarú Galissa funda a tabanca de Cambeque, na linda mata com o mesmo nome.

"De todas estas tabancas apenas existem atualmente quatro: três em Cubucaré (Iemberém, Cambeque e Cambraz) e uma em Quitafine (Caboxanque Tanda).

"No seu seio os Tandas têm seis sub-grupos: Aiendja, Aban, Abangar, Assóssó, Aiés, Abucul e Adjar." (**)

A  "foto da semana" de "20 de junho de 2011" já a conhecímos, do poste P10108 (***). Afinal, a página do Facebook da  ONG AD continua "on line" e já tinha sido criada no tempo do Pepito.  Em 12 de julho de 2012, escrevia-nos o seguinte:


(...) Há oito anos atrás, a AD inaugurava a sua presença na Internet, através do seu site institucional. Temos procurado, aos poucos, fazer mais e melhor e, recentemente, atingimos dois objectivos há muito desejados: por um lado, conseguimos que o site já seja integralmente dinamizado e alimentado por quadros guineenses da AD; por outro, começámos a apostar nas redes sociais (Facebook) e explorado como podemos usar estas plataformas para dar voz aos nossos parceiros e colaboradores. " (...).

Sobre a legenda da foto da semana, acresecente-se que as palavra "caltamba"  e "tanda" não estão grafadas nos nossos dicionários, pelo menos no que está mais à mão, o Priberam. O que é lamentável, sendo o português língua oificial da Guiné-Bissau. Os semhores lexicógrafos da Porto Editora deviam visitar mais vezes o nosso blogue...

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Notas do editor:

(*) Último poste da série >7 de abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25351: Facebook...ando (53): Joaquim Garrett procura camaradas que andaram com ele na EINAT n.º 2052 (1968/70)

(**) Vd. poste de 18 de julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3070: Antropologia (6): O povoamento humano da zona do Cantanhez: apontamentos (Carlos Schwarz, Pepito)

(***) Vd. poste de 3 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10108: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (24): questionário de opinião sobre o seu sítio na Net (que tem 8 anos) e sobre a sua página no Facebook (que tem 2 anos)

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25497: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (24): Recuperando, para a história, o programa do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez, algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > Antigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes) ...  Um grupo de jovens, rapazes e raparigas, que cantaram o Hino da Guiné-Bissau no início da cerimónia...

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez , algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje  (Bissau, 1-7 de março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > ntigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes)... Os tempos já eram  outros... As populações do Cantanhez, e nomeadamente as que apoiaram abertamente a luta do PAIGC (os nalus e os balantas), pareciam assumir o seu passado, com orgulho, com dignidade, sem arrogância....


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez , algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau. 17-março de 2008) > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao Cantanhez > Antigo Acampamento Osvaldo Vieira (reconstituído, para os visitantes) ...   Dpisdos convidados estrangeiros, portugueses: o cor cav 'cmd' ref e escritor Carlos Matos Gomes e o Prof Doutor Luís Moita (1933-2023) , vice-reitor da UAL - Universidade Autónoma de Lisboa, e antigo fundador e dirigente do CIDAC.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Visita dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > 2 de Março de 2008 > As instalações da televisão comunitária Massar. Na foto, a Alice Carneiro. Massar, em dialecto nalu, quer dizer estrela. Do logótipo da TV Massar faz parte o mítico Nhinte-Camatchol.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > 
 Visitaao Cantanhez dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) > 2 de Março de 2008 >O Zé Teixeira, no tchon nalu, em pleno Cantanhez, no meio de duas mulheres da população local. Belíssimas, gentis e vistosas mulheres tandas ("todas bem  produzidas",  diria o nortenho do Zé Teixeira), de porte altivo e de grande dignidade. (Na carta de Cacine, a toponomia é Jemberem, a norte de Madina de Cantanhez... Hoje todo o mundo diz e escreve Iemberém. De resto, um dos afluentes do Rio Cacine é o Rio Iemberem... Será que terá havido um erro dos nossos cartógrafos ou uma gralha tipográfica ?...Iemberém foi local onde a comitiva do Simpósio Internacional de Guileje pernoitou dois dias... Fica em plemo coração do Parque Nacional do Cantanhez.)

Guiné-Bissau > Região de Bafatá > 1 de Março de 2008 > Saltinho, na Estrada Bissau - Mansoa - Bambadinca-Saltinho - Quebo - Gandembel - Guileje. Paragem no Saltinho, no Clube de Caça, para tomar um segundo pequeno-almoço reforçado. Que a viagem é longa até ao Guileje (chegada prevista às 12h30), no âmbito do programa social do Simpósio Internacional Guiledje Na Rota da Independência da Guiné-Bissau... Enquanto se come, pode-se ouvir em silêncio, na margem direita do Rio Corubal, a água que corre nos rápidos do Saltinho. Na volta, quis ir ver os rápidos de Cusselinta.
No Saltinho, o Patrick Chabal (1951-202 foi dar uma volta para ver mais de perto o Corubal, o único verdadeiro rio da Guiné, como defendia o seu biografado, o Amílcar Cabral.
 
Fotos (e legendas): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Contabane > Sinchã Sambel > 3 Março de 2008 > "Eu, o Pedro Lauret com o régulo Suleimane Baldé, régulo de Contabane, e outros habitantes da tabanca"


Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palce > 3 de Março de 2008 > "Abertura do Simpósio, tendo ao meu lado esquerdo, o jornalista do Correio da Manhã, José Carlos Marques; à direita, um dos
ex-militares de Guiledje, o Sérgio Sousa; à minha frente, pelado como eu, o cubano Ulisses Estrada" (1934-2014).

Fotos (e legendas): © Paulo Santiago (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Tombali >  Guileje > 19 de março de 2018 > Resto de munições e antiga placa toponímica "Parada Alf[eres] Tavares Machado, que em 2010 fazia partedoconjunto do Núcelo Museológico Memória de Guiledje.

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2018) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Lisboa > Campus da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa > 6 de Setembro de 2007 > Da esquerda para a direita, Nuno Rubim (1938-2023), Carlos Scharwz (Pepito) (1949-2014) e Luís Graça (n.1947). Para o Pepito, o nosso blogue fez a confluência de pessoas, memórias, sentimentos, ideias e afetos, tornando possível a realização, em Março de 2008, em Bissau, do Simpósio Internacional de Guilrdje...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Através do Arquivo.pt conseguimos recuperar o programa do Simpósio Internacional de Guiledje , há muito perdido... Trata-se de uma captura de 10 de julho de 2009, às 8:43. 

Originalmente estava alojado em http://www.adbissau.org/guiledje/programa (url entretanto descontinuado). 

Recordamos que o Arquivo.pt  é "uma infraestrutura de investigação que permite pesquisar e aceder a páginas da web arquivadas desde 1996. O principal objetivo é a preservação da informação publicada na Web para fins de investigação." E em especial na Web em português.

Pensamos que não foi este o programa definitivo ou a versão definitva do Simpósio Internacional de Guileje (ou Guiledje, na grafia da organização). Havia nomes a confirmar. Houve alterações de última hora. Os cabo-verdianos, por exemplo,  acabaram por não comparecer (ainda estava no poder o 'Nino' Vieira, foi a justificação que ouvi em Bissau, nessa altura, em que as sequelas do golpe de Estado de 14 de novembro de 1980  ainda estavam vivas na mémória de parte da "nomenclatura" do PAIGC, de origem cabo-verdiana). 

Recordo-me de ter havido também uma intervenção do biógrafo de Amílcar Cabral, o pof. Patrick Chabal, entretanto falecid0 (1951-2014).  (O seu nome, por exemplo, não consta desta versão do programa; ele participou também  na visita  a Guileje.)

Mas dos participantes (incluindo moderadores) abaixo listados, há uma série impressionante de nomes que já não estão entre nós... Cito alguns, de memória: além do francês Patrick Chabal, os guineenses Pepito, Roberto Quessangue, Nelson Dias, Salifo Camará ("rei dos nalus", régulo de Cadique) e Leopoldo Amado; os portugueses Coutinho e Lima, Luís Moita,  Nuno Rubim;   o cubano Ulises Estrada...., sem esquecer o 'Nino' Vieira (que fazia parte apenas da comissão de honra e recebeu em audiência, à última da hora, fora do programa oficial, um grupo de estrangeiros, portugueses, cubanos, brasileiros, um francês e outros)...

São elementos informativos que seria  uma pena perderem-se e ficam agora disponíveis para documentar e reforçar a história do Núcleo Museológico Memória de Guiledje e a necessidade de o revitalizar.  

São úteis também para a nossa propria memória enquanto Tabanca Grande. E sobretudo imprescindíveis para celebrarmos  a grata memória do Pepito, que foi  quem concebeu, planeou  e coordenou a realização desta irrepetível e histórica iniciativa.  Embora sempre discreto, ele foi a "alma" deste grande encontro, que juntou os "inimigos de ontem". Nada de parecido foi feito nos outros dois antigos teatros de operações (Angola e Moçambique).

Do ponto de vista organizativo, o Simpósio  foi um enorme "ronco", duvido que na Guiné-Bissau se tenha entretanto realizado, nos anos a seguir,  outro evento com o mesmo  sucesso: teve a participação de mais de 6 dezenas de estrangeiros e de muitos mais guineenses (algumas centenas, quer nas visitas ao Cantanthez quer em nas sessões em Bissau).  Só foi pena que os cabo-verdianos tenham desistido de aparecer.


Chegada dos Participantes vindos da Europa

  • 15h25: chegada e acolhimento no Aeroporto Osvaldo Vieira de Bissau;
  • 17h00: instalação nas diversas unidades hoteleiras onde os participantes vão ficar instalados.


  • 17H30: Entrega dos documentos e programa final

| 20h30: Jantar em conjunto, num restaurante da cidade |



Visita ao antigo quartel de Guiledje


  • 7h00 – Partida para Guileje, com paragem no Saltinho (9h30)


  • Paragem na ponte de Balana (11h00)


  • Paragem no antigo quartel de Gandembel (11h30)


  • Paragem no "Corredor de Guiledje" (12h00)


  • Paragem no quartel de Guiledje (12h30) e visita


  • Almoço na antiga pista de helicópteros (14h00)


  • 16h00 - Paragem em Medjo e Tchim-Tchim Dari
  • 18h00 - Chegada a Iemberém: acolhimento e jantar




7h30 - Pequeno-almoço
8h30 – Visita a Iemberém:


Centro Materno-Infantil


Rádio Comunitária Lamparam + Televisão Comunitária Massar



  • 9h30 – Encontro com ex-combatentes do PAIGC e ex-milicias portuguesas
  • 12h00 – Partida para o porto fluvial  de Canamine (na margem direita do rio Cacine) com paragens:

(i) num antigo acampamento do PAIGC em Cantanhez

(ii) na Mata de Cantanhez para apreciar a última floresta sub-húmida da Guiné-Bissau

| 13h30 - Almoço em Canamine |



  • 15h30 – Eventual visita de barco a Cacine
  • 17h00 – Regresso a Iemberém

| 20h00 - jantar | 21h00 – Manifestação cultural das diferentes etnias da zona |



  • 7h30 - Pequeno-almoço em Iemberém
  • 8h30 - Regresso a Bissau com possibilidade de paragem em Gadamael-Porto, para os que manifestarem interesse.
  • 13h30 - Almoço em Bissau
  • 17h00 – Sessão solene de Abertura do Simpósio, na Assembleia Nacional Popular


Moderador: Roberto Quessangue (Presidente da AG da AD)

  • Visita à Exposição “Guiledje” 
  • Alocução de Isabel Nosolini Miranda, Coordenadora do Simpósio: Preservação da memória de Guiledje: objectivos, acções previstas, aspectos metodológicos e estado actual da Investigação. Alocução do Representante da População de Guiledje (a indigitar)
  • Alocução de Sr. Embaixador de Cuba na República da Guiné-Bissau
  • Alocução de Sr. Embaixador de Portugal na República da Guiné-Bissau
  • Alocução de S. Excelência o Presidente da República de Cabo Verde (por confirmar)
  • Alocução de S. Excelência o Presidente da República da Guiné-Bissau (por confirmar)
  • 18h30 – Final da Sessão
|20h00 - jantar | 


(na Assembleia Nacional Popular)


Painel 1 > Guiledje e a Guerra Colonial/Guerra de Libertação

Moderador: João José Monteiro (Universidade Colinas de Boé)

  • 9h00 - 9h30: Leopoldo Amado (historiador guineense) – Génese e evolução do sentido estratégico-militar do corredor de Guiledje no contexto da guerra de libertação nacional.
  • 9h30 - 10h00: Agnelo Dantas (cabo-verdiano, ex-comandante militar do PAIGC) e Manuel Santos (guineense, ex-comandante militar do PAIGC) – Amílcar Cabral e a componente militar do PAIGC: achegas para a compreensão dos meandros estratégicos e tácticos da guerra de libertação nacional.
  • 10h00 - 10h30: Carlos Matos Gomes – (Coronel do Exército Português) – Guiné 1973 – Quando os portugueses perceberam que chegara o fim.
| 10h30 – 11h00: Pausa-Café |
  • 11h00 – 11h30: Alfredo Caldeira e Victor Ramos, Fundação “Mário Soares” – A operação “Maimuna” no Arquivo Amílcar Cabral.
  • 11h30 – 12h00: Ulisses Estrada (ex-militar e diplomata cubano) – Internacionalismo cubano e a participação de Cuba no esforço da guerra de libertação da Guiné-Bissau.
  • 12h00 – 13h00: Debate
| 13h00 – 14h30: Almoço |
  • 15h00 – 15h30: Coutinho Lima, (Coronel do Exército Português na reserva e ex-comandante do COP 5) – Factores considerados para tomar a decisão da retirada das forças militares e da população, do aquartelamento de Guiledje: relato histórico do ex-Comandante do COP 5
  • 16h00 – 16h30: Pedro Lauret, (Capitão-de-mar-e-guerra do Exército Português na situação de reforma) – A Marinha no Teatro de Operações da Guiné. Guileje Gadamael, Maio Junho de 1973, o papel da Marinha.
  • 16h30 – 17h00: Sandji Fati (Tenente-Coronel do Exército da Guiné-Bissau) – Subsídios para a História Militar da guerra de libertação no sul da Guiné-Bissau.
|  17h00 – 17h30: Pausa-Café | 
  •  17h30 – 18h00: Eduardo Costa Dias (Professor Titular do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e Empresas - ISCTE, Portugal) – Papel e influência das dinâmicas sócio-religiosas e políticas nos movimentos de libertação nacional na África Ocidental: o caso da Guiné-Bissau.
  • 18h00 – 19h00: Debate
|  20h30: Jantar | 



(na Assembleia Nacional Popular)

Painel 2> Guerra Colonial/luta de libertação nacional: problematização conceptual, contextualização histórica e importância historiográfica.

Moderador: Leopoldo Amado

  • 9h00 – 9h30: João Medina (Professor Catedrático da Universidade de Lisboa) – A Literatura Portuguesa sobre as derradeiras Guerras Coloniais em África (1961-1974) como documento histórico acerca do fim do Império.
  • 9h30 – 10h00: Josep Sánchez Cervelló (Professor Titular de História Contemporânea da Universidade Rovira I Virgili de Tarragona, Espanha) – A relação dialéctica entre o PAIGC e o MFA e o seu papel na caída do Estado Novo Português.
  • 10h00 – 10h30: Leonardo Cardoso (historiador guineense, INEP) – Alcance histórico de “Guiledje” no contexto geral da luta de libertação Nacional e independência da Guiné-Bissau.
  •  10h30 – 11h00: Pausa Café
  • 11h00 – 11h30: Julinho de Carvalho (caboverdiano, ex-comandante militar do PAIGC) – A importância estratégica de Guiledje no contexto geral da manobra militar do PAIGC e do Exército português na Guiné.
  • 11h30 – 12h00: Fernando Delfim da Silva (guineense, político e filósofo) – A guerra-fria e os condicionalismos político-ideológicos da acção militar do PAIGC na guerra de libertação nacional.
  • 12h00 – 12h30: Julião Soares Sousa (historiador guineense) – Guiledje no horizonte político e militar de Amílcar Cabral em 1972: contribuição para o estudo de uma projectada ofensiva em tempos de guerra de libertação.
  • 12h30 – 13h30: Debate
| 14h00 – 15h30: Almoço |

Painel 3 > O pós-Guiledje: efeitos, consequências e implicações político-militares do assalto ao aquartelamento

Moderador: Mamadú Djau (Director do INEP)

  • 16h00 – 16h30: Luís Moita (Professor Catedrático e Vice-Reitor da Universidade Autónoma de Lisboa) – Fundamentos e originalidade táctico-estratégicos da acção político-militar de Amílcar Cabral e do PAIGC no contexto dos movimentos de libertação do Terceiro Mundo.
  • 16h30 – 17h00: Óscar Oramas (Ex-embaixador de Cuba na República da Guiné-Conakry) – Contribuição e participação cubana na luta de libertação nacional da Guiné-Bissau: dados, números e factos.
 | 17h00 – 17h30: Pausa Café |
  • 17h30 – 18h00: Nuno Rubim (Coronel e ex-combatente português no aquartelamento de Guiledje) – A batalha de Guiledje: uma tentativa de reconstituição histórica em dioramas.
  • 18h00 – 18h30: Luís Graça (Doutorado em Sociologia/Saúde Pública e dinamizador do maior site dos antigos combatentes portugueses da Guiné) – Cerco de Guiledje: a experiência traumática vivenciada a partir do Quartel de Guiledje.
  • 18h30 – 19h00: Luís Reis Torgal – (Professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) – Colonialismo, Anticolonialismo e identidade nacional: reflexões metodológicas para o estudo da história da Guiné.
  • 19h00 – 19h30: Debate
| 20h00: Jantar | 21h30: Sarau Cultural | 



(na Assembleia Nacional Popular)


Painel 4 > Guiledje: Factos, Lições e Ilações(depoimentos e testemunhos de elementos da população, dignitários, testemunhos presenciais, régulos, ex-combatentes do PAIGC e ex-milícias africanas do Exército português)

Moderadora: Isabel Buscardini 
(Ministra dos Combatentes da Liberdade da Pátria)

  •  9h00 - 9h30: Úmaro Djaló (Comande Militar do PAIGC) – A minha experiência de guerrilheiro e de comandante no Sul da Guiné-Bissau: achegas para a História de Guiledje.
  • 9h30 - 10h00: Buota Na N’ Batcha (Comandante Militar do PAIGC) – A acção dos bi-grupos e dos corpos de Exército do Sul na guerra de libertação nacional: o caso do assalto ao aquartelamento de Guiledje.
  •  10h00 - 10h30: Joãozinho Ialá (ex-guerrilheiro do PAIGC) – Memórias do Assalto ao Quartel de Guiledje, Gandembel e Balanacinho.
  • 10h30 - 11h00: Francisca Quessangue (Enfermeira do PAIGC) – Os aspectos sanitários-logisticos do PAIGC no assalto ao quartel de Guiledje

| 11h00 - 11h30: Pausa Café | 

  • 11h30 - 11h50: Fefé Gomes Cofre (ex-guerrilheiro do PAIGC) – O meu testemunho sobre o assalto ao Quartel de Guiledje.
  • 11h50 - 12h10: Salifo Camará (Régulo de Cadique) – O papel das populações civis na guerra de libertação no Sul e no assalto ao aquartelamento de Guiledje.
  • 12h10 - 12h30: Camisa Mara (ex-milicia do Exército português) – A vida no Quartel de Guiledje
  • 12h30 - 12h50: Cadjali Cissé (ex-guerrilheiro do PAIGC) – A minha participação no Assalto a Guiledje
  • 12h50 - 13h10: A designar (condutor) – A minha experiência no transporte de munições e mantimentos

| 13h30 - 15h00: Almoço |


Painel 5 > As Iniciativa de Cantanhez e de Guiledje na óptica do desenvolvimento económico e social e sua correlação com o imperativo da salvaguarda da memória histórica da guerra.

Moderador: Nelson Dias (Representante da UICN)

  • 15h30 - 16h00: Carlos Schwarz Silva (guineense, agrónomo) e José Filipe Fonseca (guineense, agrónomo) – O desenvolvimento económico e social na zona de Guiledje: AD e dinâmicas de participação e organização comunitárias.
  • 16h00 - 16h30: Tomane Camará (AD) – (guineense, agrónomo) – Evolução das características ecológicas da zona de Guiledje: antes, durante e depois da guerra.
  • 16h30 - 17h00: Alfredo Simão da Silva (guineense, geógrafo, Director do Instituto de Biodiversidade e Áreas Protegidas) – Imperativos de Desenvolvimento Sustentável e da Conservação da Natureza: Princípios e práticas no caso de Cantanhez
| 17h00 - 17h30: Pausa Café |
  • 17h30 - 18h00: Hugo Monteiro (sociólogo, Universidade Colinas de Boé), A intensa guerra de que o Sul da Guiné-Bissau foi alvo explica o seu ténue desenvolvimento relativamente às outras regiões do país?
  • 18h00 - 19h00: Debate
|  20h30: Jantar | 



(na Assembleia Nacional Popular)

Moderadora: Isabel Nosolini Miranda (Presidenta da AD)


  • 9h30: Sessão solene de Encerramento

(i) Alocução do Representante dos participantes caboverdianos
(ii) Alocução do Representante dos participantes portugueses
(iii) Alocução do Representante dos participantes cubanos
(ivc) Leitura do Documento final do Simpósio (Resoluções Finais)
(v) Alocução de S. Excelência o Senhor Primeiro-Ministro do Governo 
da Guiné-Bissau
(vi) Alocução de Encerramento do Simpósio por S. Excelência o Senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular da República da Guiné-Bissau.

  • 10h30 - Final dos trabalhos do Simpósio

| 12h30-almoço | 16h30- Partida dos participantes |

(Revisão / fixição de texto: LG)
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 7 de maio e 2024 > Guiné 61/74 - P25488: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (23) : Camisa Mara, o guardião e guia deste projeto, votado ao abandono depois da morte do Pepito, em 2014... Aqui recordado numa peça da agência Lusa.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12116: (Ex)citações (226): Não me lembro do Oh! Alexandre... mas é muito natural que ele se lembre de mim: afinal, em dois terços do tempo de comissão, fui eu que comandei a CCAÇ 798... Também se deve lembrar do alf mil Pinheiro, que comandava o destacamento de Ganturé e que foi evacuado com 14 perfurações no corpo, na sequência de uma emboscada na estrada para Gandembel (Manuel Vaz, Gadamael, 1965/67)

1. Mensagem, de 24 de setembro último,  assinada pelo Manuel Vaz (ex-Alf Mil da CCAÇ 798, Gadamael Porto, 1965/67), em comentário ao poste P12083 (*):


Amigo Luís:

O Oh! Alexandre está a dar que falar!... e há razões para isso, mas eu não me lembro dele, o que não é de estranhar.

Quando a minha companhia saiu de Gadamael, o posto sanitário ainda não existia. O que existia era o posto de socorros da Companhia, ao lado das instalações de oficiais. Só em 70/71 é que foi construído entre os dos setores do Aldeamento um posto sanitário. Foi no tempo do Capitão Morais da Silva e deve ter sido aqui que o Oh Alexandre trabalhou.

As recordações que tem de mim resultam do facto de ter passado 2/3 da Comissão a Comandar a Companhia, o que me dava mais visibilidade. No meu tempo em Gadamael não havia população, residia toda no Destacamento, em Ganturé.

O Oh Alexandre também se deve lembrar
do Alf Pinheiro que comandava o Destacamento
[de Ganturé] e foi evacuado com 14 perfurações, quando o Grupo de Combate, juntamente com o Pel Rec 963, caiu numa emboscada na estrada para Gandembel.

Nunca mais voltou à Companhia mas safou-se.

Em Gadamael, quando a CCAÇ 798 saiu, ficou lá uma família de Tandas. Veio-me pedir para ficar lá e logo percebi que era para não ficar junto da restante população que residia em Ganturé.

Um abraço. Manuel Vaz (**)





Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > 2 de março de 2008 > Exibição de um grupo de dançarinos tandas, por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008). Os tandas, que são uma minoria étnica do Cantanhez (c. 2 mil), utilizam. para confeção do vestuário de trabalho e de lazer. cascas de árvores da floresta. [Para saber sobre os tandas e outros povos do Cantanhez, clicar aqui]

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados

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Notas do editor:

(*) Vd poste de 25 de setembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12083: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (31): testemunho gravado em Gadamael, a história do Oh! Alexandre, que conheceu o alf mil Manuel Vaz, da CCAÇ 798, bem como o pessoal da CCAÇ 1659, os Zorba

(**) Último poste da série > 26 de setembro de 2013 > Guiné 63/4 - P12090: (Ex)citações (225): O nosso blogue e o último dos nossos direitos como veteranos de guerra e cidadãos, o "jus esperniandi", o direito de espernear... (Vasco Pires, ex-cmdt, 23º Pel Art, Gadamael, 1970/72; e português da diáspora no Brasil)

terça-feira, 3 de julho de 2012

Guiné 63/74 - P10108: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (24): questionário de opinião sobre o seu sítio na Net (que tem 8 anos) e sobre a sua página no Facebook (que tem 2 anos)









Sítio da AD - Acção para o Desenvolvimento, ONG guineense que comemora agora oito anos de presença na Internet. Para esse efeito, está a ser realizado um inquérito por questionário, em linha, dirigido aos seus visitantes, e que conta com o apoio metodológico e logístico do Instituto Politécnico de Leiria. De entre os numerosos parceiros desta ONG, conta-se também o nosso blogue.A AD - Acção para o Desenvolvimento tem a sua sede em Bissau, Caixa Postal 606, Bairro de Quelelé, Bissau.




1. Mensagem do nosso amigo Pepito:

De: ad bissau [ adbissau.ad@gmail.com]

Data: 2 de julho de 2012 13:15

Assunto: questionário sobre o site institucional da AD

Caros amigos da AD,

Há oito anos atrás, a AD inaugurava a sua presença na Internet, através do seu site institucional. Temos procurado, aos poucos, fazer mais e melhor e, recentemente, atingimos dois objectivos há muito desejados: por um lado, conseguimos que o site já seja integralmente dinamizado e alimentado por quadros guineenses da AD; por outro, começámos a apostar nas redes sociais (Facebook) e explorado como podemos usar estas plataformas para dar voz aos nossos parceiros e colaboradores.

Chega então a altura de fazer uma primeira avaliação a este esforço e ouvir a vossa muito importante opinião. Para isso, gostariamos que respondessem a um questionário anónimo onde se procura conhecer os pontos fortes e fracos do nosso site e presença nas redes sociais. 


Pediamos, assim, que dispensassem 10 minutos do vosso tempo a responder ao questionário do seguinte endereço: http://ued.ipleiria.pt/questionarios/index.php?sid=52325 .

As vossas respostas ajudarão a definir o plano de comunicação da nossa ONG e ajudá-la-ão a ser melhor, procurando ir ao encontro das vossas opiniões.

 Obrigado.  Carlos Schwarz (Pepito) [, foto à direita,]
Director Executivo da AD






Página da AD - Acção para o Desenvolvimento no Facebook, que já existe desde 10 de agosto de 2010. Várias dezenas de grã-tabanqueiros (membros da Tabanca Grande) são amigos, no Facebook, da ONG AD...




Guiné-Bissau > Bissau > AD - Acção para o Desenvolvimento > Foto da semana > Região de Tombali > Cantanhez > 20 de junho de 2011> "Um grupo de Caltambas acompanha as mulheres Tandas na sua colheita de arroz, manifestando a sua alegria pela boa produção obtida e dando coragem para que o trabalho se faça com sucesso. O Caltamba representa a força da natureza que promove uma boa lavoura e produção, fazendo com que chova bem, haja paz e que as doenças sejam afastadas. As suas danças e especialmente as vestes baseadas na utilização de produtos da floresta como casca de árvores e folhas, são muito bonitas".


Foto (e legenda): © AD - Acção para o Desenvolvimento (2011). Todos os direitos reservados



O nosso blogue,  Luís Graça & Camaradas da Guiné, encontra-se entre os parceiros institucionais da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, distinção que muito nos honra, embora porventura excessiva.  A nossa colaboração remonta já a 2005, conforme se pode ler  no relatório de atividades desse ano desta ONG: (...) "À volta da 'Iniciativa Guiledje' surgiu um grupo de colaboradores activos e muito participativos na procura e recolha de documentação histórica, formada pelo Engº António Júlio Estácio, Capitão José Neto, Coronel Hugo Guerra e Dr. Luís Graça, os quais são os grandes responsáveis pelo acervo de que a AD já dispõe" (...).

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Nota do editor:

Último poste da série > 10 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9881: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (23): Manifesto das ONG guineenses sobre a situação atual..

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Guiné 63/74 - P3070: Antropologia (6): O povoamento humano da zona do Cantanhez: apontamentos (Carlos Schwarz, Pepito)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Iemberem > Simpósio Internacional de Guileje > Visita ao sul > Dois homens grandes da Guiné, o Engº Agrónomo Carlos Schwarz (Pepito, para os amigos), fundador e director executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento e o Aladje Salifo Camará, régulo de Cadique Nalu e Lautchandé, antigo Combatente da Liberdade da Pátria, o rei dos nalus, hoje com 87 anos (*).

Foto: © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados.




Distribuição das povoações do Cantanhez, segundo J.P.Garcia de Carvalho (Desenho de A.Teixeira da Mota)






PROJECTO ECOGUINÉ > Notas breves sobre o povoamento humano da zona de Cantanhez (versão preliminar) (**)


Texto (e infografia) : © Carlos Schwarz (2008). Todos os direitos reservados.


Bissau, Julho de 2008



Ao Aladje Salifo Camará
Régulo do Reino Nalú de Cadique,
que me adoptou como seu filho




À memória de meu pai,
Artur Augusto da Silva,
que me ensinou a compreender
e a amar a cultura dos Homens Grandes
a Guiné-Bissau



Advertência

O reduzido número de fontes escritas torna muito difícil conhecer com detalhe a história do povoamento humano de toda a zona de Cantanhez.

Recorremos a alguns documentos a que tivemos acesso, entre os quais se destacam, como sempre, os dados fidedignos coligidos por René Pélissier na sua História da Guiné (1841-1936), sendo ele próprio a reconhecer a pouca documentação existente referente ao período colonial:

“… o continente, ao sul do Rio Grande de Buba, é amplamente ignorado pelos europeus. Terras pouco amenas ao marinheiro, porque couraçadas por imensos bancos de Iodo, a sua topografia é praticamente desconhecida na época e consideram-na habitada pelos Nalús, quando o seu povoamento é muito mais complexo.”

Socorremo-nos por isso do trabalho efectuado por J.P. Garcia de Carvalho, em 1946, Nota sobre a distribuição e história dos povos da área do Posto de Bedanda, que procura sintetizar a distribuição e história de alguns dos povos do actual Cubucaré.

Os estudos realizados por Artur Augusto Silva, nomeadamente Arte Nalú em 1955 e Apontamentos sobre as populações oeste-africanas segundo os autores portugueses dos séculos XVI e XVII, permitiram compreender melhor a história da chegada dos Nalús a Cantanhez.

Igualmente o documento Tawoulia ou Tawel, Famille regnante du pays Nalou au Rio Nunez, Perfecture de Boke de 1820 a 1952, da autoria de Elhadj Sankoumba Camará ilumina muito sobre a história do povo Nalú na sua zona de concentração inicial, em Boké, actual Guiné-Conakry.

Na ausência de outras fontes, recorremos a entrevistas aos mais velhos, Homens Grandes, portadores e transmissores da História oral de geração em geração, o que permite a eventualidade de que algumas das informações não poderem ser consideradas absolutamente fidedignas, sendo bem possível que a sua transmissão possa ter sido erodida nalguns casos ou mistificada noutros, fruto de conjunturas de momento e de rivalidades étnicas.

De valor incalculável foram as informações fornecidas por Abubacar Serra, Director do Programa Integrado de Cubucaré, especialmente sobre a distribuição actual das principais etnias em todo o território de Cantanhez.

Este pequeno trabalho é o contributo de alguém que, não sendo historiador mas simples agrónomo, apenas pretende que as informações agora divulgadas permitam compreender melhor as dinâmicas de desenvolvimento económico, as revindicações territoriais em tempos em que os regulados voltam a emergir como elementos incontornáveis, ou mesmo determinantes, para a gestão do espaço e território do Parque Nacional de Cantanhez.


1. O Período Pré-colonial

Teve-se muita dificuldade em obter informações seguras referentes a este período, pelo que nos socorremos da história transmitida oralmente pelos mais velhos.

Os Nalús e os Bagas terão povoado a região do Futa Djalon na actual Guiné-Conakry por volta do século VIII, aos quais mais tarde, no século XI, se vieram juntar os Jalonkés. No século XII esta região integrou o império do Ghana e do Mali.

Nessa altura crê-se que a zona de Cantanhez era um território muito pouco habitado, tendo provavelmente a chegada dos Nalús ocorrido no século XV, vindos da Guiné-Conakry, pressionados pelos Tilibós, chefiados por Samodoi que pretendia conquistar todo o território até ao oceano.

Os Nalús, chefiados por Manga Tauliá, decidiu partir para a região de Bafatá, actual Guiné-Bissau, onde criou a tabanca de Bigine, aguardando que todos os Nalús fugidos do Futa Djalon lá chegassem. É então discutido e decidido o rumo a tomar e o local final de destino, o qual é toda a região compreendida entre os rios Tombali e Boké.

Em função das sub-divisões dos Nalús, sobretudo de ordem linguística, embora todas submetidas ao mesmo chefe, acabam por se concentrar em cinco zonas:

- uma parte entre os Rios Tombali e Cumbidjan (actual sector de Catió), onde foram encontrar os Beafadas estabelecidos em Cubisseco, Buba e Fulacunda. Estes pretenderam submeter os Nalús o que levou estes últimos a refugiarem-se na Ilha de Como;

- outros, entre os Rios Cumbidjan e Cacine (actual sector de Cubucaré), primeiramente chefiados por Manga Iura, descendente de Manga Tauliá, e depois por Saiandi que lhe sucedera;

- outra, no actual sector de Quitafine;

- uma parte, na tabanca de Cacine;

- e outra, entre os Rios Cacine e Boké.

2. Período Colonial


No século XV, os portugueses, com as caravelas de Nuno Tristão, foram os primeiros europeus a percorrer a costa da Guiné e a entrar em contacto com as populações locais, instalando feitorias e praticando o comércio de especiarias, óleo de palma, ouro, marfim e mais tarde o tráfico de escravos. Cerca de quarenta anos depois, chegam os franceses que, ultrapassando os portugueses, estenderam a sua zona de influência desde a costa atlântica até ao Futa Djalon e à Alta Guiné-Conakry.

A primeira referência à presença dos Nalús, no final do século XV, na região sul da actual Guiné-Bissau, encontra-se no Esmeraldo de Duarte Pacheco. Mais tarde, em 1669 e 1684, os geógrafos-roteirista portugueses Álvares de Almada no seu Tratado Breve dos Rios da Guiné do Cabo Verde, e Francisco de Lemos Coelho nas suas memórias sobre a Guiné, pronunciam-se de forma mais desenvolvida sobre a vida dos Nalús.

Nas Duas Descrições Seiscentistas da Guiné, Lemos Coelho assinala: “Toda a mais terra que fica daqui da boca deste rio (Rio Grande de Buba) até à boca do rio de Nuno, que pela costa são mais de trinta léguas, tudo são Nalús”.


2.1. NALÚS, os donos do Chão

O primeiro chefe do Reino Nalu foi Boya Salifo que reinou durante 3 anos, de 1837 a 1840, ano da sua morte (Foto à direita).


Parece pois indiscutível que os Nalús eram o povo que habitava esta zona, em especial os sectores de Cubucaré e Quitafine, e em alguns pontos isolados do Cubisseco, quando aportaram os primeiros portugueses a esta costa de África.

Normalmente a habitarem as zonas ribeirinhas pelo maior acesso ao palmar e à extracção do óleo e vinho de palma, praticavam sobretudo um sistema de produção de sequeiro, baseado na fruticultura e na produção de culturas alimentares de sequeiro. Só muitos séculos depois é que, por volta dos anos 1920, com a chegada dos Balantas a esta zona é que começam a praticar um sistema de produção misto: de bolanha e de sequeiro.

Segundo Camará (2), a principal tentativa para a criação de um Reino Nalú, remonta aos anos de 1780, na tabanca de Caniop, zona de Boké, na que é hoje a Guiné-Conakry. Tudo começa com o casamento entre Tokhoye e Boya do qual nascem 4 filhos varões, por esta ordem: Salifo, Lamine, Youra e Carimo.

Nesta altura todas as tabancas Nalús funcionavam de forma autónoma, não havendo nenhuma autoridade superior que as unisse.


Com a morte do pai Tokhoye, em 1837, Boya Salifo, o primogénito, assume a liderança de um processo com vista à união de todos os Nalús à volta de uma só autoridade, representada por ele. Para isso contou com o apoio dos outros 3 irmãos que se desdobraram em visitas e contactos a todas as tabancas habitadas por Nalús, especialmente em duas zonas: na baixa do Rio Nuno e entre os rios de Cacine e Tombali. O processo é coroado de sucesso, tendo o Reino dos Nalús tido 4 chefes durante toda a sua existência:

O primeiro foi Boya Salifo que reinou durante 3 anos, de 1837 a 1840, ano da sua morte.

A ele sucedeu-lhe Boya Lamine que chefiou os nalús durante 17 anos, de 1840 a 1857, igualmente ano da sua morte (Foto à esquerda).


Segue-se-lhe, Boya Youra Tawel, o qual reina durante 28 anos, entre 1857 e 1885, tendo dividido o Reino Nalú em quatro províncias: Socoboli, Tonkima, Caniop e Cacine. Em 1860, com as etnias Landumas e Mikiforés a desentenderam-se, Youra começa a conquista de novos territórios para preservar a segurança das suas fronteiras contra as intenções expansionistas do chefe do Futa. Em 1863 dispunha de um grande território e reino. Nomeia então chefes para cada província. Para Cacine foi designado Saiondi, filho de Boya Salifo.

Com a morte deste último, em 1857, o primeiro filho de Salifo Boya, Diná Salifo, assume a chefia para um reinado de cinco anos que termina com a sua prisão pela França e respectiva deportação para Saint Louis, no Senegal, onde acaba por falecer em 1897 (Foto à esquerda).

A sua prisão prende-se com o seu completo desacordo com a França, decorrente da elaboração da Convenção Franco-Portuguesa de 1886, em que se procede a uma nova delimitação das suas respectivas possessões, na qual a França cedia a Portugal a zona de Cacine por troca com a Casamança.

O Reino Nalú ficava assim sem uma parte significativa do seu território, Cacine. Dá-se o desmoronamento do Reino Nalú e as principais tabancas tornam-se de novo autónomas. A França necessitou de 37 anos (1890 a 1927) para desarticular completamente o Reino Nalú, que levou 70 anos (1820-1890) a ser construído.

Por volta de 1860 dá-se a invasão Fula que vêm de Boké na Guiné-Conakry e do Boé no Futa Djalon que apertam os Nalús contra o mar e os obrigam a refugiarem-se nas ilhas de Melo e de Como, certos da dificuldade dos Fulas em se confrontarem com a água.

De forma inesperadamente rápida os Nalús começam voluntariamente a converter-se ao islamismo e consequentemente a abandonarem a escultura, muito semelhante à dos Bagas da Guiné-Conakry, de rara beleza e simbologia.

Trinta anos depois (1890) dá-se a chegada dos Sossos, vindos de Boffa na actual Guiné-Conakry, os quais se aliam aos Nalús para se oporem ao expansionismo Fula.

É por volta de 1896 que grande parte dos Nalús que habitavam as ilhas passam ao continente e, chefiados por Cube, antigo escravo e depois batulai do régulo Fula do Forreá, fundam inicialmente a tabanca de Cabedú e sucessivamente as de Calaque, Cafal, Cauntchinque e por último, em 1926, Cadique.

Mais recentemente, por volta dos anos 1920, verifica-se a chegada massiva dos Balantas, vindos da zona de Mansoa, os quais, numa fase inicial, não são recebidos muito cordialmente pelos Nalús.

Segundo Garcia de Carvalho, na altura Chefe de Posto Administrativo de Bedanda, em 1946, os Nalús, em número de 910 almas estavam repartidos por três territórios englobando 19 tabancas:
- Regulado de Guiledje: tabanca de Cafun’aque (8 pessoas)
- Território de Cantanhez: tabancas de Catomboi (5), Camecote (15), Camarempo (15), Sogoboli (25), Catchmaba Nalú (30) e Caiquene (25)
- Território de Cabedu: tabancas de Cafine (60), Calaque (50), Cafal (100), Fonte Iamusa (20), Cai (10), Cassintcha (40), Catombakri (40), Cabedú (200), Catesse (50), Catifine (50), Cabante (20) e Ilhéu de Melo (40).

Por outro lado, A.A.Silva , recorrendo ao Censo de 1960 que apresenta números credores de confiança, assinala a existência em toda a zona, e não exclusivamente na antiga Bedanda, 3.009 Nalús.

Com o início da luta de libertação nacional desencadeada em 1963, os Nalús acabam por aderir na sua quase totalidade ao movimento pela independência da Guiné-Bissau, vivendo e sendo protagonistas exemplares na construção das primeiras zonas libertadas, em Cantanhez.


2.2. FULAS, os islamizadores

A tradição oral narra que alguns caçadores Fulas terão chegado acidentalmente ao país dos Nalús. Mais tarde um grupo de Fulas cativos, oriundos da parte francesa do Boé e chefiados por Turá-Iá, imigraram para esta zona atraídos pelos seus bons solos e fundado primeiramente a tabanca a que puseram o nome de Guiledje, para logo de seguida criarem a tabanca de Salancaur de Fulas. Rapidamente dominaram toda a região mantendo os Nalús confinados às Ilhas de Melo e de Como, sabendo estes que se fossem apanhados seriam imediatamente feitos escravos e enviados para o Forreá.

A segunda avalanche de imigração Fula para o Chão dos Nalús, dá-se com os Fulas-Pretos. Em 1891 verifica-se uma forte desavença entre os Fulas do Foreá e os Fulas-Pretos, o que leva a que um novo grande contingente de Futa-Fulas, chefiados por Suleimane Djaló, Bacar Dambuia, Bela Coulibali e Mutaro Galissa, se deslocassem para Cantanhez e fundassem a tabanca de Iemberém, logo seguida da de Madina.

Com a morte de Turá-Iá em 1918, foi nomeado régulo de Guiledje, Alfa Mamadú Seilú, a quem as autoridades coloniais doaram o território deste regulado, como paga pela sua colaboração com Abdul Indjai, na chamada guerra de pacificação da colónia. De referir que esta compensação se deveu ao facto de ele ter recusado receber o dinheiro que o Governo lhe oferecia.

Em poucos anos este regulado desenvolveu-se, tendo sido criadas as tabancas de Medjo, Bomane, Um-Siré, tandá, Banco-Bunge, Banhege, fazendo ele valer o seu poder ao chefe de Cantanhez, Suleimane Djaló, que a ele se submeteu voluntariamente. Estendeu a sua autoridade a Quebo e ao território de Cabedú. Acaba por morrer em Mansoa quando organizava em 1921 uma revolta contra os portugueses.

Sucedeu-lhe o seu filho Amadú Uri, deposto três anos depois, tendo herdado a chefia do regulado o seu irmão Mamadú Seilú que morre cinco anos depois. Como quem o devia substituir, Mamadú Saliu, ainda era uma criança, ninguém foi nomeado régulo, tendo cada tabanca designado o seu chefe.

Em 1937, Adjibo, padrasto do herdeiro legítimo, é nomeado régulo, depois de uma forte divergência entre os dois, acabando por ser deposto menos de um ano depois por ser considerado pela população como um usurpador. Só 4 anos depois, em 1941, é que Mamadú Saliu acaba por ser nomeado régulo, transferindo a sede para Salancaur.

Em 1946 havia 1.295 Futa-Fulas em todo o sector de Cubucaré, o que representava 0 segundo grupo com maior número de habitantes.


2.3. BALANTAS, os últimos a chegar

Nos anos 1920, os Balantas, fruto dos massacres perpetrados em Nhacra e Mansoa por Teixeira Pinto, na chamada guerra de pacificação, e pelos trabalhos forçados a que eram sujeitos na construção de estradas, decidem imigrar para o sul, primeiramente para o Cubisseco e depois para Tombali.

Inicialmente o seu relacionamento não foi bom com os Nalús que não os receberam bem. Mais tarde a situação modificou-se tendo estes aprendido as técnicas de orizicultura de bolanha salgada e passado a praticá-las. Instalaram-se nas zonas ribeirinhas, ao longo do rio Cumbidjan, praticando um sistema de produção de bolanha, em que o arroz de bolanha salgada era o elemento quase exclusivo do sistema. Rapidamente passaram a ser a etnia mais numerosa, tendo sido registados 7.165 habitantes em 1946, em 29 tabancas do sector de Cubucaré.

2.4. SOSSOS, os donos da língua

Chefiados por Lourenço Davy, um número muito reduzido de Sossos terão chegado a Cantanhez vindos de Boké, por volta de 1891, criando a tabanca de Camecote, muito perto da de Iemberém.

Especialmente ligados ao comércio, impõem a sua língua como o crioulo de Cantanhez. Embora em 1946 apenas com 490 habitantes concentrados em 4 tabancas, acabam por determinar que a língua sossa seja falada por todas as outras etnias como instrumento financeiro de comercialização dos produtos.


2.5. TANDAS, de Iemberém

Relatos orais dão os Tandas como originários de Kindou, na região de Tambacunda, Senegal oriental, de onde se terão deslocado inicialmente para Badjar, região de Koundura, actual Guiné-Conakry, à procura de bons solos para a prática da agricultura. Mais tarde foram para Kakalidi, zona de Boké, onde começaram a negociar com os Nalús a concessão de terras, tendo-lhes sido atribuído uma área onde fundaram a sua primeira tabanca na Guiné-Conakry: Madina.

Na actual Guiné-Bissau, Gassimo Camará criou a primeira tabanca que foi designada de Lamoi, na área de Quitafine. Seguiu-se Cambraz, fundada por Danim Marena, igualmente em Quitafine. Já em Cubucaré, Adulai Cumpon criou Bomani, a que se seguiu Madina, na área de Guiledje, por Umarú Nangacum. Caboxanque Tanda, em Quitafine é fundada por Umarú Galissa.

Acabam finalmente por chegar a Iemberém, em 1930, através de um grupo de seis pessoas, constituído por Umarú Camará, Pedjedibi Camará (pai de Umarú), Issufo Galissa, Mutaro Galissa, Mamadú Nhabali e Alfa Galissa. Por último, Umarú Galissa funda a tabanca de Cambeque, na linda mata com o mesmo nome.

De todas estas tabancas apenas existem actualmente quatro: três em Cubucaré (Iemberém, Cambeque e Cambraz) e uma em Quitafine (Caboxanque Tanda).

No seu seio os Tandas têm seis sub-grupos: Aiendja, Aban, Abangar, Assóssó, Aiés, Abucul e Adjar.


3. Período Pós-Independência

Se nos primeiros 15 anos do pós-independência (1973) a situação das migrações para a região de Cantanhez não sofreu mudanças significativas, já nos últimos 15 anos se vem registando uma tendência para um acentuado crescimento demográfico.

O aumento do número de população tem sido feito à custa da vinda dos povos do leste, especialmente de Fulas do Gabú, à procura de novas áreas de cultivo e fugindo à clara diminuição a queda pluviométrica e dos solos de baixa fertilidade, consequência do uso prolongado de sistemas de produção baseados na cultura da mancarra e do algodão, fortemente penalizadoras da riqueza nutritiva destes solos.

Os eixos rodoviários Mampata-Guiledje e Guiledje-Faro Sadjuma são os que mais têm registado o aumento do número de novas tabancas e o uso de sistemas de cultura baseados na desmatação extensiva.

Paralelamente, nos últimos 5 anos têm-se intensificado igualmente o estabelecimento, por vezes temporário, por vezes permanente, de “nanias” vindos do outro lado da fronteira da Guiné-Conakry.

Aproveitando os brandos costumes guineenses na aplicação da Lei Florestal em vigor, deslocam-se para as áreas junto à linha da fronteira Balana-Bendugo onde praticam uma cultura itinerante de migração, desmatando enormes áreas florestais para, na maior parte dos casos, a abandonar nos anos seguintes, ocupando outras, novas e mais férteis. A cultura nómada destes povos faz com que a floresta não tenha nenhum significado especial, preferindo viver em zonas abertas e desmatadas.

Qualquer destes sistemas, dos fulas do Gabú ou dos Nanias da Guiné-Conakry, está a causar perdas consideráveis no património genético vegetal e animal, em particular nos dois grandes corredores de animais selvagens de Balana e Bendugo.


4. Os Regulados de Cubucaré


Existem actualmente quatro regulados em todo o sector.

- Regulado de Cabedú, tendo sido empossado em 2008 o novo régulo Bubu Camará, por morte em Fevereiro deste ano do anterior Aliu Turé.

- Regulado de Cadique, sendo régulo Aladje Salifo Camará

- Regulado de Medjo, sendo régulo Umarú Djaló

- Regulado de Iemberém, sendo régulo Adriano Sulai Djaló


Carlos Schwarz [, Pepito,]
Julho de 2008


Bibliografia

(1) Anginot Ethiène, 1988. Approche de la diversité des systèmes agraires du secteur de Bedanda, Région de Tombali, Guinée-Bissau: Zonage utilitaire pour la recherche et le développement. Bissau, Ministério do Desenvolvimento Rural e Pescas, DEPA.

(2) Elhadj Sankoumba Camará, 1999. Tawoulia ou Tawel, Famille regnante du pays Nalou au Rio Nunez, Perfecture de Boke de 1820 a 1952. Conakry.

(3) Garcia de Carvalho, J.P. 1946. Nota sobre a distribuição e história dos povos da área do Posto de Bedanda. Bissau, Boletim Cultural da Guiné-Portuguesa, nº 14.1949

(4) Pélissier René, História da Guiné: Portugueses e Africanos na Senegâmbia (1841-1936). Lisboa: Editorial Estampa. 1997

(5) Silva, Artur Augusto, 1959. Apontamentos sobre as populações oeste-africanas segundo os autores portugueses dos séculos XVI e XVII. Bissau, Separata do nº 55 do Ano XIV do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa

(6) Silva, Artur Augusto, 1956. Arte Nalú. Bissau,
__________

Anexo 1

Tabancas Nalús em 1945


A. Regulado de Guiledje

• Cafunaque 8 pessoas

B. Território de Cantanhez

• Catomboi 5
• Camecote 15
• Camarempo 15
• Sogoboli 25
• Catchmaba Nalú 30
• Caiquene 25

C. Território de Cabedu

• Cafine 60
• Calaque 50
• Cafal 100
• Fonte Iamusa 20
• Cai 10
• Cassintcha 40
• Catombakri 40
• Cabedu 200
• Catesse 50
• Catifine 50
• Cabante 20
• Ilhéu de Melo 40

Total Nalús 910


Anexo 2

Nomes dos filhos de nalús islamizados por nascimento


FILHOS FILHAS

Primeiro > Salifo
Segundo > Lamine
Terceiro > Youra
Quarto > Carimo


Nomes dos filhos de nalús não-islamizados por nascimento


FILHOS / FILHAS

Primeiro > Titcho / Boya
Segundo> Toho / Tcha
Terceiro > Samani / Kenan
Quarto > Bakeni / Finia
Quinto > Tia (filha)
Sexto > Botia (filha)

__________


Notas de L.G.:

(*) Vd. postes de:

2 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2714: Antropologia (5): A Canção do Cherno Rachide, em tradução de Manuel Belchior (Torcato Mendonça)

(**) 24 de Abril de 2008 > sGuiné 63/4 - P2793: Uma semana inolvidável na pátria de Cabral (29/2 a 7/3/2008) (Luís Graça) (15): Salvemos o Cantanhez (I)