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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26206: (De) Caras (225): Duas fotografias, girândola e fastígio das recordações (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 26 de Novembro de 2024:

Queridos amigos,
Há manhãs de sorte, falo por mim, comprei na D. Amélia da Feira da Ladra estas duas fotografias que irão depois para um arquivo. A primeira levou-me à minha chegada à Guiné, o barco da mancarra que me levou a Bambadinca parou exatamente naquele ponto onde está a embarcação que veio recolher esta unidade, bem curioso é o contraste entre o caminhar destes homens e a ondulação dos arrozais; na segunda fotografia quem captou a imagem terá sido um homem com muita sorte, apanhar o rebentamento de uma granada enquanto desfilam militares num curso de água, segundo o que vem no reverso a caminho do Sambuiá, santuário que veio a revelar-se quase inexpugnável, outras lembranças me ocorreram, de leituras e conversas, mas o mais importante é deixar esta imagem no nosso blogue.

Um abraço do
Mário



Duas fotografias, girândola e fastígio das recordações

Mário Beja Santos

Chego à Feira da Ladra ao despertar do dia, o meu fornecedor de livros, quando aparece, é imediatamente procurado por gente que vive da venda de livros em segunda mão, eu apareço ali como um outsider, olhado um tanto de viés. Antes de ele chegar, vou conversar com a D. Amélia, uma senhora que já me vendeu um lote de fotografias que devem ter pertencido ao capitão de uma das duas companhias que estavam na Guiné entre 1959 e 1961 e que mais recentemente me vendeu um lote de correspondência dos irmãos Barbieri Cardoso. Regra geral, só encontro correspondência ou fotografias de Angola e Moçambique, mas naquela manhã havia um lote bem gordinho de fotografias em que se escrevia no reverso Porto Gole, 1971, indiscutivelmente fora pertença de um jovem de bigodaça farta que por ali viveu um bom tempo, posiciona-se à porta de todos os edifícios, em viaturas, no abrigo, no refeitório, são imagens com que ele seguramente contou dar sossego à família, não há para ali nenhum sinal de guerra declarada.

Passei os olhos por todo o monte de imagens e de repente surgiu esta, a mente levou-me até ao princípio da tarde do dia 2 de agosto de 1968, o barco da mancarra que me levou até Bambadinca aqui atracou, lembro-me, como se fosse hoje daquele caminho que se palmilhava até chegar a terra firme, orlado por terrenos cultivados, guardo a lembrança de tudo, mas quem entrava e saía era população civil, com sacos e animais, gente de todas as idades. Imagem esmaecida, o Geba perdeu cor, e lá ao fundo vê-se o Quínara, que sempre sonhei visitar, e que nunca aconteceu. Coisa curiosa, deixara-se de circular por terra entre Jugudul e Porto Gole, as minas anticarro eram muitas, as emboscadas também, morrera a circulação naquela estrada que passava perto do Enxalé, S. Belchior, Mato de Cão, subia até Missirá, e pela ponte do Gambiel podia-se viajar até Bafatá. Enfim, o Geba era a estrada por onde se ia até Porto Gole, Enxalé, Xime e Bambadinca. Tudo mudará em novembro de 1969, com a inauguração do porto do Xime. Mas a circulação pelo Geba era vital para todos estes aquartelamentos, incluindo os do Leste, de Bafatá para cima.

Não mais voltei a Porto Gole, em 1990, 1991 e 2010 fui até Missirá por aquela estrada, com o alcatroamento já muito danificado, regressei a Enxalé e percorri todo o regulado do Cuor. Mas lembro-me que da estrada se via perfeitamente o monumento comemorativo à passagem de Diogo Gomes, em 1456. Deu-me pare recordar Porto Gole, acho que a fotografia tem o seu encanto com aquelas ondulações do arrozal e aqueles grupos de combate que não sabemos se vêm de uma operação ou para ela partem.

Porto Gole, 1971
Monumento alusivo à passagem de Diogo Gomes em 1456

Continuo a remexer nos maços de imagens que a D. Amélia tem na banca. Há mais fotografias da Guiné, são triviais, estou absolutamente convicto que na generalidade dos casos serviram para sossegar famílias, metem gente sorridente com cobras mortas, refeições e exibem-se cervejas, gente a ler aerogramas. É nisto que pego nesta segunda fotografia, diz enigmaticamente a caminho do Sambuiá, posso estar equivocado, mas iniludivelmente uma boa imagem com o rebentamento de uma morteirada, nunca vira até agora nada de parecido, um instantâneo tão violento. Enquanto olho demoradamente a fotografia, lembro as conversas que tenho tido com o Belmiro Tavares, que por ali andou, e que refere mesmo que numa operação a Sambuiá houve um desastre com uma equipa de morteiros, um acidente estúpido. Mais recentemente, numa carta do tenente Barbieri para o irmão ele refere uma operação no Sambuiá em tom perfeitamente crítico. Por ali passou Gérard Chaliand, um historiador das revoluções, em 1964, na companhia de Amílcar Cabral, passaram depois por Dugal e internaram-se no Morés. Acho que esta imagem nos faltava, valeu a pena ter começado a manhã de compras com estas duas imagens e a gratificação das recordações quem em mim as acompanha.
A caminho do Sambuiá, sem data
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Nota do editor

Último post da série de 24 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26074: (De) Caras (224): Maurício Saraiva, cofundador e instrutor dos Comandos do CTIG, cmdt do Gr Cmds Fantasmas - Parte II: Um dos momentos mais dramáticos que vivi, na sequência da terrível emboscada com mina A/C, em 28 de novembro de 1964, na estrada de Madina do Boé para Contabane, perto de Gobije (Antóno Pinto, ex-alf mil, Pirada, Madina do Boé e Béli, 1963/65)

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24557: Historiografia da presença portuguesa em África (381): 1.ª Exposição Colonial Portuguesa, Porto, 1934, os memoráveis clichés fotográficos de Domingos Alvão (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 19 de Janeiro de 2023:

Queridos amigos,
Quem quiser conhecer o talento artístico do fotógrafo Domingos Alvão, veja algumas destas imagens que aqui se reproduzem alusivas à 1.ª Exposição Colonial Portuguesa. O evento permitiu um conjunto de publicações de que destaco o álbum fotográfico de Alvão. A par da exposição, houve um conjunto de conferências sobre matérias imperiais, não encontrei nada de verdadeiramente expressivo. Peço a vossa atenção para aquele parágrafo de Castro Fernandes, virá a ser administrado do BNU e grande conhecedor das realidades guineenses, figura grada do regime, ele acentua a importância em torno da exposição de que se estava a levantar o Terceiro Império, perdera-se o segundo devido às malfadadas ideias liberais que pareciam condenar a nação ao apoucamento, interessante este pensamento nacioanlista que acompanha a ascensão do Estado Novo.

Um abraço do
Mário



1.ª Exposição Colonial Portuguesa, Porto, 1934, os memoráveis clichés fotográficos de Domingos Alvão

Mário Beja Santos

O Álbum Fotográfico da 1.ª Exposição Colonial Portuguesa reúne 101 clichés fotográficos de Domingos Alvão, que foi o fotógrafo oficial do evento. É uma recolha soberba de imagens, que exemplifico: o Padrão de Diogo Cão (escrevendo-se que se trata do autêntico), o monumento ao esforço colonizador português, a representação das missões religiosas portuguesas, belíssimas cabeças de Benim, a réplica do Arco dos Vice-Reis. E a Guiné mereceu a melhor atenção do grande mestre da fotografia do Porto, caso da aldeia lacustre Bijagó, a postura soberana do régulo Mamadu Sissé, balantas, destaque para a “Rosinha”, a fotografia do menino Bijagó, o Augusto, que irá aparecer numa publicidade a cigarros, a criança com o cigarro na boca, mulheres e homens, e escusado é dizer que todas estas mulheres e homens mais desnudados que vestidos foram motivo de escândalo, queixaram-se ao governo do sr. capitão Henrique Galvão, como é que era possível permitir-se, contra os bons costumes portugueses, mostrar tanto primitivismo atentado à moral?

Palácio de Cristal transformado em Palácio das Colónias, 1934
Um aspeto da Sala de Exposições
Mapa concebido por Henrique Galvão para a Exposição
Revista Ilustração, Lisboa n.º 205, 1934, aspetos da aldeia indígena guineense
“Rosinha”, a menina balanta que ganhou prémios de beleza, as senhoras do Norte andavam escandalizadas com tanto peito ao léu, pediram decoro, mas as excursões para verem a falta de decoro não tinham conto…
Aspeto de uma aldeia bijagó
A missionária a ensinar a indígena com rendas e bordados
Painel pintado por Eduardo Malta, destaque para o régulo Mamadu Sissé, companheiro de armas do Capitão Teixeira Pinto
Régulo Mamadu Sissé, desenho de Eduardo Malta
Padrão de Diogo Cão

Importa chamar a atenção do leitor para a qualidade de outras publicações à volta desta Exposição Colonial. É o caso do álbum-catálogo onde há textos credores da nossa reflexão. Veja-se este a apontamento de um membro do Governo responsável pelas colónias, Júlio Castro Fernandes:
“Num vale escuro da História, invadidos nas organizações políticas e nas almas, pelas ideologias de 1789, alheados do sentido da nossa grandeza e da nossa missão pelo falso esplendor de novas ideias, perdemos o Brasil e o rumo imperial da nossa nação nas colónias.”

Mais adiante, um texto sobre a Guiné, assinado por Machado Saldanha, intitulado A colónia das terras vermelhas:

“A Guiné portuguesa é um repositório de valiosos subsídios étnicos e morais das raças que descreveram do Oriente as suas linhas migratórias para a África. Xadrez de raças, todas elas cheias de inusitado e de usos e costumes típicos, definem psiquicamente o maravilhosismo dos seus aborígenes, embora a sua vida de hoje se espraie adentro dos preceitos da civilização, que as nossas autoridades têm pouco a pouco introduzindo.

A cerimónia do fanado, as festas do Ramadão, o regime matriarcal dos Bijagós, são notas expressivas da vida dos vários povos que habitam a Guiné portuguesa.

A colónia é, por assim dizer, uma extensa planura lacustre serpenteada por ótimas estradas e por braços de mar, com os contrafortes das ilhas repletos de palmeiras que formam o arquipélago dos Bijagós.

As condições do seu clima incorporam a Guiné portuguesa como colónia de exploração, isto não obstante a permanência dos europeus. A densidade da sua população cria no país condições excecionais de facilidade de mão de obra. O território da Guiné portuguesa confina, caracteristicamente, o verde-escuro dos seus campos de flora com a nota vermelha do desenrolar das suas estradas, pelo que se define bem o país designando-o como a Colónia das terras vermelhas.”


Faz-se ao longo deste álbum-catálogo uma súmula da situação climática, da população (fala-se em pouco mais de 340 mil habitantes), divisão administrativa, estradas, vias fluviais, principais portos de comércio, comunicações telegráficas e telefónicas, linhas de navegação, movimento comercial, agricultura e indústrias.

Imagem espetacular de um dos eventos que acompanharam a Exposição do Mundo Português, em 1940, onde existiu uma expressiva participação guineense
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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE AGOSTO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24542: Historiografia da presença portuguesa em África (380): O General Craveiro Lopes na Guiné, maio de 1955 (6) (Mário Beja Santos)

sábado, 15 de abril de 2023

Guiné 61/74 - P24225: Os nossos seres, saberes e lazeres (568): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (98): Vestígios soltos de dias felizes, custa apagá-los sem haver partilha (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 10 de Março de 2023:

Queridos amigos,
Quem se sentir intocável, seja o primeiro a atirar-me uma pedra. Temos todos nós um ambiente de trabalho dentro do computador e sabemos que a sobrecarga de imagens pode ser responsável pela lentidão da nossa máquina, chega sempre uma hora em que temos de aligeirar ficheiros e ganhar espaço para os tempos que se avizinham. Foi o que me sucedeu, no decurso da viagem encontraram-se lembranças, peças soltas, restos de trabalho, instantâneos filhos do acaso. Decidi pôr-lhes uma ordem (por falar com toda a franqueza, uma ordenação totalmente arbitrária, sem preocupações de sincronia), aqui está o produto final, custava-me muito atirar para o éter estas imagens sem as partilhar convosco.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (98):
Vestígios soltos de dias felizes, custa apagá-los sem haver partilha


Mário Beja Santos

Chega o momento em que se impõe fazer desaparecer restos de incursões, imagens difusas, até desemparelhadas de trabalhos que já se publicaram. O busílis é que essas imagens que vamos condenar ao éter ainda irrompem em nós, esplendentes, talvez mesmo luminescentes, tal o poder da recordação. Neste dia e a esta hora, encetei a vassourada, o derradeiro adeus de visitas, de impressões que profundamente me tocaram, de momentos de felicidade. E apetece-me falar delas, é um jeito de convívio, contar a outros o que se viu e que por qualquer razão não se publicou, o que durante muito ou pouco tempo se guardou nesta ou naquela pasta até se tomar a decisão de o infinito adeus.
Estamos na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, no Almada Velho, vai para 30 anos que aqui bato à porta para ver belas exposições, para ser sincero, é a primeira vez que aqui entro depois da pandemia andar diluída, venho em jeito de saudade, e vou ser recompensado por diferentes lembranças. Uma vez emprestei uma aguarela da Ofélia Marques para uma exposição, noutra admirei-me com as obras do pintor Domingos Rego, fui a Azeitão e comprei-lhe uma técnica mista de que não me quero separar, que daqui passou uma exposição espantosa dos desenhos de Carlos Botelho, é melhor calar-me, quem puder venha até cá não só para conhecer este instituto de cultura como um projeto único que dá pelo nome de Chão das Artes, aqui estão os elementos vegetalistas de uso obrigatório em artes plásticas que dão, por exemplo, pelo nome de pintura ou aguarela.
A capela do património que antecedeu a Casa da Cerca é muito simples, o que mais gosto é da ingenuidade desta azulejaria, aqui vos deixo pormenores do Menino na manjedoura e outro alusivo à adoração dos reis magos.

Aqui ficam recordações da exposição da artista Ana Vidigal, tem um belo título “não me peça que lhe dê pormenores”, no essencial está expostas nesta sala sob a custódia de uma escultura de Alberto Carneiro. A folha que me ofereceram para melhor me entender com o que estou a ver informa-me que Ana Vidigal faz livros de artista. “Não são livros de projetos, ou de esboços, nem são livros de ideias. São obras. Cada um deles dá continuidade ao trabalho que a pintora realiza nas suas telas, desenhos ou instalações. O seu processo artístico – igual há mais de 40 anos – passa por uma recolha obsessiva de material que guarda em caixas: espólios de família, heranças de amigos, encontros em feiras de segunda mão – postais, fotografias, revistas, moldes de costura, novelas. Antes de começar uma peça ou série, volta aos seus caixotes, ao seu arquivo.” Na visita, deparo-me com imagens coloniais, e a folha explicativa abre caminho ao que estou a ver: “A guerra colonial tem sido um tema importante no seu trabalho. Define-se como filha da guerra, e as suas consequências continuam a deixar marcas profundas em si e na sociedade. Numa das suas caixas de arquivo encontrou um conjunto grande de postais fotográficos trazidos pelo seu bisavô, para tentar mostrar à família o que viveu e o que encontrou, enquanto esteve estacionado em África durante as guerras da libertação.” Pois aqui ficam lembranças do que vi e senti, num espaço que, museograficamente, tanto me fascinou.
A tarde é invernosa, não me canso de dizer que é da Casa da Cerca que se tem a vista de Lisboa mais linda fora de Lisboa, parece uma vastíssima placa horizontal acima das águas, à esquerda ouve-se o ronrom dos carros sobre a ponte, às vezes o caminhar metálico do comboio, os olhos vão até ao fundo, à procura da foz e da linha imaginária onde começa o Atlântico; à direita, é aquele assombro de imaginar, na imagem fuliginosa, que se está a ver o Terreiro do Paço até àquele cotovelo onde desponta Santa Engrácia, cresce-me o orgulho desta minha terra natal.
A que título guardei esta imagem quase incandescente da Charola? Levo anos de colaboração persistente num jornal de Tomar, O Templário, é mais do que certo e seguro que por ali andei um dia em que se deu este feliz acaso de apanhar esta luz de assombração, até me é lícito pensar que as câmaras desvairam, inventam luzes e formas para com prazimento de quem guarda recordações. A resposta certa não me importa, é a luz da assombração que me deixou empolgado. Assim apareceste, hoje te feneces.
Por falar em assombração, estou no meu retiro no Reguengo Grande, limite do concelho da Lourinhã, quando daqui sair e virar à esquerda entro no Bombarral e até posso subir à Roliça, onde as tropas napoleónicas levaram uma coça que preludiou o seu desaire no Vimeiro. O que para o caso importa foi aquele fim de dia, as cores ígneas encavalitadas nas nuvens, a promessa de um amanhã com calores de veraneio. Promessas leva-as o vento, o que me enche as medidas é a conjugação dos planos, entre o céu e a terra, entre o hoje e o dia seguinte, como espero em Deus que aconteça.
Imagine-se, um dia claro, o desfrute daquele vale que a Susana e o Henrique cultivam, cereais, meloal, legumes para uma boa sopa. É a manhã de um dia claro, tenho o tempo por minha conta, ali me vou sentar, ler não sei o quê, o mais importante é que me sinto aqui tão feliz quanto foi o inesperado de ter encontrado este local que merecia ser cantado por um Ovídio ou um Virgílio, não faço a coisa por menos.
A que título guardei estas duas imagens? Sei que foram para um livro que referenciei no blogue, juro que não me ocorre o título mas sei perfeitamente a razão por que as guardei, são imagens de um povo que conheço e respeito, trazem-se saudades de uma terra que tanto amo, primeiro a galeria de povos e a segunda imagem o vigor do trabalho insano para que a terra frutifique e não haja fome.
Nascia o dia, já estava na Feira da Ladra, numa balaustrada bem perto do que foi o Hospital da Marinha e um dia destes virá ser um condomínio de luxo. Aquele amarelo encadeante da iluminação prendeu-me a atenção, dentro de momentos virá o alvor do dia desta mancha de azul que parece o mar virado do avesso, então feirantes e visitantes entrarão em rebuliço, acabaram as trevas do amanhecer, os candeeiros apagam-se, será um dia febril, gente à procura de vender e gente à procura de comprar. Um saudosa recordação da minha Feira da Ladra.
(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 8 DE ABRIL DE 2023 > Guiné 61/74 - P24209: Os nossos seres, saberes e lazeres (567): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (97): Hoje, quero muito simplesmente dizer ao senhor Gulbenkian que lhe estou grato (2) (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23493: Os nossos seres, saberes e lazeres (516): Visita de um grupo de sócios do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes à exposição "O Cristo das Trincheiras", em Fátima, em Abril de 2015 (Abel Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Abel Santos, (ex-Soldado Atirador Art da CART 1742 - "Os Panteras" - Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69), com data de 1 de Agosto de 2022:


O Cristo das Trincheiras

Fazendo limpeza ao baú das minhas recordações encontrei esta sequência de fotos que deixo à apreciação dos camaradas, e que merecem estar expostas, digo eu, na galeria do nosso blogue.

As fotos dizem respeito à visita efectuada no dia 09 de Abril de 2015, por um grupo de sócios do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, à exposição "O Cristo das Trincheiras", em Fátima.

Um grande abraço a todos
Abel Santos



© As fotos são reserva do autor Abel Santos
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Nota do editor

Último poste da série de 30 DE JULHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23473: Os nossos seres, saberes e lazeres (514): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (61): De novo em São Miguel, é infindável a romagem de saudade - 6 (Mário Beja Santos)