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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27283: Agenda cultural (904): Continuação da minha visita em 21 de setembro à exposição “Venham mais cinco, o olhar estrangeiro sobre a revolução portuguesa, 1974-1975”. Para ver até 23 de Novembro de 2025, no Parque Tecnológico da Mutela, Almada (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 23 de Setembro de 2025:

Queridos amigos,
"Venham mais Cinco, O Olhar Estrangeiro Sobre a Revolução Portuguesa, 1974-1975", é uma exposição soberba como auxiliar da História, por nos trazer à memória eventos que acompanhámos na época, mais não seja pelos órgãos de comunicação social. Como se escreve na folha de sala, "De um dia para o outro aterraram em Lisboa fotógrafos das maiores agências internacionais, jovens e veteranos, que captaram imagens por todo o país, acompanhando a sucessão vertiginosa dos acontecimentos. Muitos vieram em missões de curta duração, outros instalaram-se vários meses para perceber e retratar o que se passava. Quase tudo era surpreendente para os estrangeiros: a situação política inédita num país europeu, o quotidiano dos portugueses, a forma como a política entrava na vida da população. Eram fotógrafos experientes. Tinham um olhar incisivo, procuravam imagens para as capas de revistas de maior tiragem, mas também revelavam empatia, encantamento e genuíno interesse antropológico. Durante cerca de um ano e meio fotografaram tudo e transmitiram ao mundo esse novo conceito: a revolução dos cravos. Após 50 anos, alguns arquivos desapareceram. Assim, em casos excecionais, quando não houve acesso a negativos nem a provas de papel, decidiu-se reproduzir fotografias publicadas em livros. À data de hoje é a única forma de partilhar imagens únicas, de um período decisivo da história e que nunca estiveram reunidas em Portugal."

Um abraço do
Mário



Continuação da minha visita em 21 de setembro à exposição “Venham mais cinco, o olhar estrangeiro sobre a revolução portuguesa, 1974-1975”.

Exposição de visita obrigatória, ajusta-se à Educação para a Cidadania, oxalá que percorra o País todo

Mário Beja Santos

A exposição decorre no Parque Tecnológico da Mutela, em frente das ruínas da Lisnave, pode ser vista até 23 de novembro. Porquê Venham mais cinco? É o título de uma canção de José Afonso, inicialmente escolhida para ser tocada na Rádio Renascença na madrugada de 25 de abril de 1974, como senha do início do golpe militar. Mas, como esta canção estava proibida na rádio, a senha acabou por ser substituída por Grândola, Vila Morena. Através deste título, os organizadores prestam homenagem a José Afonso.

Na folha de sala o curador da exposição, Sérgio Tréfaut, recorda in memoriam Margarida Medeiros, pelo seu papel essencial neste levantamento único de imagens:
“Venham mais cinco foi uma ideia que surgiu no verão de 1993, quando Margarida Medeiros e Ana Soromenho propuseram que se fizesse uma grande exposição com as imagens dos fotógrafos estrangeiros que haviam retratado o processo revolucionário português. No ano seguinte seria comemorado o vigésimo aniversário do 25 de abril. Margarida e eu rumámos a Paris e mergulhámos nos arquivos das grandes agências internacionais, vasculhando milhares de provas de contacto.
Três décadas depois, a expedição abre as suas portas. Entre o início da nossa pesquisa, no outono de 1993, em Paris, e o seu recente desaparecimento, Margarida Medeiros tinha-se transformado numa das maiores especialistas de fotografia em Portugal, autora de livros de referência, curadora de exposições e responsável pela formação de várias gerações de estudantes. Esta exposição nasceu da nossa amizade.”


Na primeira visita pus o foco nos acontecimentos ligados ao 25 de abril e às primeiras transformações sociopolíticas e económicas ocorridas no país. Senti, no entanto, que ainda havia algumas imagens a captar, seguindo depois para os acontecimentos da Reforma Agrária, as eleições do 25 de abril, as independências e o retorno de muitos, e, finalmente, o 25 de novembro, com este evento diminuiu drasticamente o interesse do olhar estrangeiro sobre a Revolução portuguesa. Vamos, pois, a este punhado de imagens que tenho o maior prazer em partilhar convosco.

Começa-se pelas secções A Festa da Liberdade e Novas Formas de Poder
Henri Bureau, Getty Images, 1º de maio 1974, Lisboa
Guy Le Querrec, Magnum Photos, julho 1974, Lisboa
Guy Le Querrec, Magnum Photos, maio 1975, Beira Alta. Campanhas de Dinamização Cultural, Veterinários do MFA vacinam suínos

Imagens representativas da Reforma Agrária e as mudanças no Alentejo:
Vojta Dukát, 1975, Aljustrel
Sebastião Salgado, 1975, Aljustrel. Trabalhadores na sede do PCP
Sebastião Salgado, julho de 1975, Alentejo. Conversas entre trabalhadores agrícolas
Sebastião Salgado, outubro 1975, Alcácer do Sal. Ocupação de um latifúndio por trabalhadores agrícolas
Guy Le Querrec, Magnum Photos, 25 de abril 1975, Baleizão. Primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte
Jean-Paul Paireault, 1975, Beja. Comício do PCP, Álvaro Cunhal, secretário-geral do partido, ao centro

Imagens das independências:
Jean-Claude Francolon, setembro 1974, perto de Tete, Moçambique. Imagem da reconciliação tirada a pedido do fotógrafo
Sebastião Salgado, dezembro 1975, Angola. Hospital recebe soldados feridos da Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA) e civis atingidos durante a fuga
Alain Mingam, Getty Images, 11 de novembro de 1975, Luanda. Crianças-soldado durante um desfile no dia da independência
Alécio de Andrade, ADAGP, Verão de 1974, porto de Lisboa. Retornados chegam da Guiné-Bissau
Alain Keler, Agence Myop, setembro de 1975, Padrão dos Descobrimentos, Belém. Caixotes dos retornados
Sebastião Salgado, 1974, Fátima. Antigo combatente vem agradecer à Virgem Maria

Imagens de um país dividido:
Alain Mingam, Sipa Press, 12 de novembro de 1975, Lisboa. Deputados passam a noite no Palácio de São Bento, cercado pelos manifestantes
Sebastião Salgado, 7 de julho de 1975, Rio Maior. Primeiro grande ataque às sedes do PCP

Imagem do 25 de novembro:
Alain Mingam, Getty Images, 26 de novembro de 1975, Tancos. Paraquedistas rendem-se às forças vitoriosas

(Fotos editadas por CV)
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Notas do editor:

Vd. post de 26 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27258: Agenda cultural (902): "Venham Mais Cinco", o olhar estrangeiro sobre a revolução portuguesa, 1974-1975, exposição fotográfica para ver até 23 de Novembro de 2025, no Parque Tecnológico da Mutela, Almada (Mário Beja Santos)

Último post da série de 30 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27270: Agenda cultural (903): Convite para a Conferência Círculo do Mar - "Dar Voz Às Guarnições" - Ultramar 1961-1974, dia 16 de Outubro de 2025, pelas 17 horas, a ter lugar na Sociedade Histórica da Independência de Portugal, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, Lisboa (José Maria Monteiro, ex-Marinheiro Radiotelegrafista)

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Guiné 61/74 - P27258: Agenda cultural (902): "Venham Mais Cinco", o olhar estrangeiro sobre a revolução portuguesa, 1974-1975, exposição fotográfica para ver até 23 de Novembro de 2025, no Parque Tecnológico da Mutela, Almada (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 1 de Setembro de 2025:

Queridos amigos,
Para mim, é a exposição do ano, poder mergulhar nas imagens que grandes fotógrafos estrangeiros tiraram do nosso período revolucionário. Exposição inigualável, seguramente irrepetível, goza de todos os condimentos para poder percorrer o país. Impressionou-me a afluência, a alegria e a espontaneidade das observações de quem observava as chaimites, os soldados prostrados pelo cansaço, aquele memorável 1.º de maio, a maior festa que houve em Portugal. Cingi-me às muitas dezenas de imagens que falam do período libertador, voltarei para mergulhar na revolução, nos conflitos militares, na reforma agrária, no desaguar do PREC. É bom sentir-me um octogenário que vibra com imagens daquele passado transformador, estão ali as raízes da nossa democracia, e este olhar estrangeiro sobre a revolução portuguesa dá-nos acalento.

Um abraço do
Mário



Venham mais cinco, o olhar estrangeiro sobre a revolução portuguesa, 1974-1975:
De visita obrigatória, própria para a Educação para a Cidadania, oxalá que percorra o País todo


Mário Beja Santos

A exposição decorre no Parque Tecnológico da Mutela, em frente das ruínas da Lisnave, pode ser vista até 23 de novembro. Porquê "Venham mais cinco"? É o título de uma canção de José Afonso, inicialmente escolhida para ser tocada na Rádio Renascença na madrugada de 25 de abril de 1974, como senha do início do golpe militar. Mas, como esta canção estava proibida na rádio, a senha acabou por ser substituída por "Grândola, Vila Morena". Através deste título, os organizadores prestam homenagem a José Afonso.

Na folha de sala o curador da exposição, Sérgio Tréfaut, recorda in memoriam Margarida Medeiros, pelo seu papel essencial neste levantamento único de imagens:
“Venham mais cinco foi uma ideia que surgiu no verão de 1993, quando Margarida Medeiros e Ana Soromenho propuseram que se fizesse uma grande exposição com as imagens dos fotógrafos estrangeiros que haviam retratado o processo revolucionário português. No ano seguinte seria comemorado o vigésimo aniversário do 25 de abril. Margarida e eu rumámos a Paris e mergulhámos nos arquivos das grandes agências internacionais, vasculhando milhares de provas de contacto.
Três décadas depois, a expedição abre as suas portas. Entre o início da nossa pesquisa, no outono de 1993, em Paris, e o seu recente desaparecimento, Margarida Medeiros tinha-se transformado numa das maiores especialistas de fotografia em Portugal, autora de livros de referência, curadora de exposições e responsável pela formação de várias gerações de estudantes. Esta exposição nasceu da nossa amizade.”


Dá-se hoje ao leitor uma imagem muito parcelar da exposição, o nosso património histórico fica muitíssimo mais enriquecido com os olhares de grandes profissionais que por aqui passaram desde o golpe de Estado até ao fim do PREC. Procurei focar-me na primeira secção centrada nos atos libertadores, também tenho direito à comoção, a memórias que ganham eletricidade, podendo apanhar um metropolitano à porta de casa até ao Cais do Sodré, meter-me num barco Transtejo e um autocarro da Metropolitana, preferi uma visita mais cuidada, que irei continuar nas próximas semanas, esta exposição inesquecível merece que se venha e que se volte, há imagens luminescentes que vieram completar o nosso acervo e a obra dos nossos grandes fotógrafos. Prometo continuar.

Entrada do Parque Tecnológico da Mutela, Almada, exposição a aguardar visitas até novembro
Henri Bureau, Sygma/Corbis via Getty Images, 27 de Abril 1974, Lisboa
Jean-Claude Francolon, Gamma-Rapho via Getty Images, 26 de Abril 1974, Rua do Alecrim, Lisboa
Henri Bureau, Sygma/Corbis, via Getty Images, 26 de Abril 1974, Lisboa
Jean-Claude Francolon, 1º de Maio 1974, Lisboa, entrada do estádio onde tem lugar o comício
Henri Bureau, Sygma/Corbis, via Getty Images, 1.º de Maio 1974, Avenida Almirante Reis, Lisboa
Henri Bureau, Sygma/Carbis, via Getty Images, 28 de Abril 1974, Estação de Santa Apolónia, Lisboa, multidão espera Mário Soares, líder do Partido Socialista no seu regresso do exílio
Elementos da PIDE/DGS presos em Caxias, 1975
Jean-Claude Francolon, Gamma via Getty Images, 26 de Abril 1974
Largo do Carmo, Lisboa
Paola Agosti, Abril 1974, Lisboa
Jean-Paul Miroglio, Lisboa, 1975, Crianças saúdam a passagem de una manifestação
Serge July Fotolib/Bibliothèque Historique de la Ville de Paris
Abril 1975, Lisboa, Visita de Jean-Paul Sartre a Portugal
Jean-Paul Miroglio, 1975, Alverca, Cantina da Fábrica Mague, Arroz-doce
Guy Le Querrec Magnum Photos, maio de 1975, Parada de Ester, Beira Alta, Campanhas de Dinamização Cultural, Convívio de militares e camponeses
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Nota do editor

Último post da série de 23 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27247: Agenda cultural (901): Convite da Liga dos Combatentes para a Festa do Livro, a decorrer entre os dias 25 e 28 de Setembro nos Jardins do Palácio de Belém, conforme o programa

domingo, 11 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26791: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXIV: Mais fotos de Mansabá, novembro de 1970


Foto 1 > Zona Oeste > Mansabá > Fotos do poilão caído por velhice, à entrada da povoação de Mansabá, para quem vinha de sul, Estrada Mansoa-Farim


Foto 2 > Zona Oeste > Mansabá > Fotos do poilão caído por velhice, à entrada da povoação de Mansabá, para quem vinha de sul, Estrada Mansoa-Farim


Foto 3 > Zona Oeste > Vista aérea captada numa deslocação de Mansabá para Porto Gole


Foto 4 > Zona Oeste > Quartel de Mansabá > Jovens junto à Porta de Armas


Foto 5 > Zona Oeste > Quartel de Mansabá > O Pe. José Torres na Messe de Oficiais


Foto 6 > Zona Oeste > Quartel de Mansabá > Porta de Armas


Foto 7 > Zona Oeste > Quartel de Mansabá > Formação de coluna auto com destino a Mansoa


Foto 8 > Zona Oeste > Parada do Quartel de Mansabá > Memorial


Foto 9 > Zona Oeste > Mansabá > Estrada para Bafatá


Foto 10 > Zona Oeste - Mansabá > Estrada para Bafatá>


OBS: - Fotos enviadas pelo ex-Alf Mil Ernestino Caniço, editadas e legendadas pelo coeditor CV
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Nota do editor

Último post da série de 8 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26662: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXIII: Mais fotos de Mansabá, novembro de 1970

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26721: Recordações de um fulacundense (Armando Oliveira, ex-1º cabo, 3ª C/BART 6520/72, 1972/74) - Parte II

 





Foto nº 1A,1B e 1




Foto nº 2A e 2




Foto nº 3 e 3A


Foto nº 4


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > 
Apesar de terem "parentes no mato", os fulacundenses, de etnia biafada, tinham uma boa relação com a tropa que, de resto, lhes fornecia a "bianda". A população era de  539 almas, na sua  maioria biafadas (336), uma minoria de balantas (120), manjacos (74) e fulas (9), segundo a história da unidade (BART 6520/72, 1972/74).

Fulacunda, com a guerra (e a passagem da sede de circunscrição para Tite) perdeu muita da sua importância de outrora. Passou a ser apenas posto administrativo. Tinha apenas uma casa comercial, lutando com muitas dificuldades de abastecimento. 

Fotos do álbum do Armando Oliveira, natural do Juncal, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses; vive no Porto.

Fotos (e legendas): © Armando Oliveira (2025). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.  O Armando Oliveira, ex-1º cabo,  3ª C/BART 6520/72, "Os Serrotes" (Fulacunda, 1972/74), pertencia  ao 3º Pelotão, comandado pelo nosso amigo, camaradada e grão-tabanqueiro  Jorge Pinto, e passou há dias a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 901. 


 É meu  conterrâneo,  da minha segunda terra, Marco de Canaveses, embora viva no Porto.  Trabalhou 37 anos, como civil,  no Hospital Militar Dom Pedro V, Porto. Tem página do Facebook.

Tem uma bela coleção de "slides" da Guiné, que mandou digitalizar. Uma parte dessas imagens já foram publicadas em postes do José Claudino da Silva, e nomeadamente na série "Ai, Dino, o que te fizeram"...

 Voltou  â Guiné-Bissau 4 vezes, tendo sempre passado por Fulacunda. 

Publico hoje mais alguns fotos do seu álbum. Mandou-me pelo correio uma "pen"  com o seu espólio fotográfico, que só  hoje pude ver, depois de regerssar à Lourinhã, após quinze dias de estadia na Quinta de Candoz, cuja estação de comboio mais próxima é justamente o Juncal... Passei lá várias vezes nestas "férias pascais". 

Obrigado, Armando, pela tua generosidade:  a "encomenda" chegou à minha caixa do correio na Lourinhá. Obrgado pela "pen" com as  tuas fotos e os ficheiros com a história do teu batalhão. Vamos publicando.  
 
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