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quinta-feira, 11 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25368: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (33): Na Praia de Varela, pescando para o prato em dia de Sexta Feira Santa...

Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Praia de Varela >  29 de março de 2024 > Pescando para o  prato... e mostrando também o avanço do mar e a erosão costeira, que o Patrício tem denunciado há muito... Mas é a sua praia de eleição (*).

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2024) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. O Patrício Ribeiro não se esqueceu de nos mandar votos de Boa Páscoa. No passado dia 29 de março, às 17:46, há treze dias atrás... 29 foi sexta feira, Sexta Feira Santa para os cristãos. E o Domingo de Páscoa foi a 31... 

Nós é que não conseguimos, em tempo oportuno, fazer o devido poste e agardecer-lhe as "amêndoas"... Do incumprimento pedimos desculpa ao "pai dos tugas", um dos "homens grandes" da Guiné-Bissau, e nosso colaborador permanente.


A mensagem era do seguinte teor:

Boa Páscoa para todos.
Junto uma foto da praia de Varela.
Por aqui, sempre está mais quente e sem chuva.
Como estamos ainda estamos na Quaresma, há que pescar para o prato.
Abraço


Aqui fica o registo possível, com a nossa boa vontade e votos de boas pescarias...Aproveitamos para publicar mais um poste na série "Bom dia desde Bissau"... O último foide 15 de janeiro (**).

2. No passado dia 8 de março, eu tinha-lhe mandado um pedido, esperançado que ele já estivese por Bissau, mas afinal não estava:


Data - 8 de março de 2024, 16:44
Assunto - Joaquim Pinto Carvalho: Hotel Coimbra, Bissau, de 9 a 13 do corrente

Patrício, "pai dos tugas":

Não tens dado notícias... Imagino que estejas a passar o "inv(f)erno" em Bissau... Sempre é mais "quentinho" do que em Águeda... A menos que tenhas vindo "botar" aqui no "Puto", no dia 10....

Se sim, partindo do princípio que estás em Bissau, vou dar o teu contacto, ou melhor, o da tua empresa a um amigo meu e nosso camarada, membro da Tabanca Grande, que vai aí uns dias, em "romagem de saudade"... Ele foi alf mil nos idos anos de 1971/73, em Buba (CCAÇ 3398) e em Bedanda (CCAÇ 6). Hoje é advogado, meu vizinho e "amigo do peito". Nome: Joaquim Pinto Carvalho (...). Tem mais de 60 referências no nosso blogue:

Ele vai, com mais uns antigos graduados da companhia de Buba (CCAÇ 3398) (que fez a IAO em Bolama), incluindo o capitão, hoje coronel (Filipe Ferreira Lopes), mais um alferes e uns tantos furriéis. Vão estar alojados no Hotel Coimbra. E têm uma visita, creio que de um dia, a Buba (e, se der, a Bedanda). Penso que também querem revisitar Bolama, que tu conheces bem... Partem amanhã de manhã, de avião, e regressam na 4ª feira.

Dou ao Joaquim o teu contacto sem ter falado contigo antes. Sei que tu és sempre, nestas circunstâncias, o nosso "embaixador da amizade e da camaradagem" e seguramente a melhor e a mais fidedigna fonte de informação sobre a Guiné-Bissau.

É apenas um "contacto de emergência" ou de "agência", no caso do grupo precisar de alguma informação ou "dica" especial da tua parte (por ex, onde comer um "pitchipatche" ou caldo de ostras).

Eles nunca mais voltaram aí, desde há 50 anos... Se for preciso, o Joaquim pode contactar-te a partir do Hotel Coimbra, cuja gerência tu conheces bem... E até pode acontecer chegarem a conhecer-se, apesar da agenda apertada do grupo (que ficará, todas as noites, no Hotel Coimbra).

Mantenhas. 
Luís

No mesmo dia, na volta do correio, às 20:20, o Patrício respondeu-me com conhecimento ao Joaquim Pinto Carvalho:

Boa noite, Luís.

O teu email foi parar ao lixo só agora o vi. Este ano não fui passar o Carnaval a Bissau, foram já 39.

Ainda estou em Pt, quase sempre por Águeda. Algumas consultas e outros assuntos.

Como deixei de ser solteiro, faz agora 50 anos..., também não os podia passar sozinho...

Vou para a semana para Bissau, o meu filho está lá.

Sobre os teus amigos:

O Miguel Nunes do Hotel Coimbra e a sua família vão tomar bem conta deles.

Também devem ir fazer algumas refeições no restaurante o Porto, em frente do hotel, do casal meu amigo Federico e Anabela, onde se come muito bem. O resto é mato, conforme eles sabem.

Têm alguns hotéis para dormirem em Buba. Para a comida fazem como eu... no restaurante, pedem a perna daquela cabra ainda viva... e mandam assar no carvão, ao fim de uma hora está pronta.

De Buba podem ir diretos para Bolama..."grande canseira" com a picada, mas chegam vivos.
Regresso, ou de canoa, ou voltam via Sr. João para Enchudé, onde apanham o barco de carreira para Bissau.



3. Comentário do editor LG:

O Pinto de Carvalho e os seus/nossos camaradas da CCAÇ 3398 lá estiveram na Guiné-Bissau, de 9 a 13 do corrente, hospedados no Hotel Coimbra e foram a Buba, com passagem pelo Saltinho, que não conheciam.

O Pinto Carvalho não conseguiu ir a Bendanda (onde esteve na CCAÇ 5, em 1972/73), porque eram mais 3 horas para cada lado e em picada em mau estado.

O Patrício, mesmo à distância, e desta vez no "Puto", continuou a mostrar que não deixa os seus créditos por mãos alheias. As suas dicas e conselhos são sempre úteis. E toda a gente sabe que ele em Bissau é sempre um "porto de abrigo"... para os amigos e camaradas da Guiné. Obrigado, "homem grande". E vai continuando a dar-nos notícias dessa terra quente e verde-rubra.
__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 9 de agosto de 2021 > Guiné 61/74 - P22443: Memória dos lugares (424): a bela e interminável praia de Varela, a 5 horas de Bissau... (Patrício Ribeiro)

domingo, 3 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25233: In Memoriam (500): Eduardo Cesário Rodrigues, mais conhecido por "Salazar" (1941-2024), ex-alf mil, CCAÇ 1420 (Fulacunda) e CCAÇ 6 (Bedanda) (1967 / 69) (Joaquim Pinto Cavalho)



Eduardo Cesário Rodrigues, "Salazar" (1941-2024), ex-alf mil CCAÇ 1420 / BBCAÇ 1857 (Fulacunda) (jan-abr 67), e CCAÇ 6 (Bedanda) (mai67 - jun68)


Guiné > s/l > s/ d> O "Salazar" à esquerda



Guiné > Região de Tombali > Bedadanda > CCAÇ 6 > c. 1967/68> O "Salazar", do lado esquerdo, sentado, com boina,  a “tocar” no instrumento de que não sei o nome.



Portugal > Mealhada > 29 de junho de 2013 > 3.º Encontro dos Bedandenses, organizado pelo António Teixeira, "Tony" (1948-2018), ex-alf mil CCAÇ 3459/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 6, Bedanda (1971/73). 

Fotos (e legendas) : © Joaquim Pinto Carvalho (2024). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaraada da Guiné.]


1. Mais uma notícia triste que nos chega por telemóvel e depois por email de 26 do passado mês de fevereiro, por parte do Joaquim Pinto Carvalho 

tem 64 referências no nosso blogue; é membro nº 633 da Tabanca Grande; foi alf mil da CCAÇ 3398 (Buba) e CCAÇ 6 (Bedanda) (1971/73); natural do Cadaval, é advogado, poeta e régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã; é autor de uma brochura com a história da unidade, a CCAÇ 3398, distribuída no respetivo XXV Convívio, realizado no Cadaval, em 18/9/2021; vai voltar no dia 9 à Guiné, passando por Bossau, Buba e Bedanda, com um grupo de graduados da ua CCAÇ 3398)]


Data - 2 de março de 2023, 20h21:

Olá, Luís!

Seguem breves elementos informativos sobre o "Salazar", que morreu no  passado dia 26 (*),   e algumas fotos em anexo ...

Nome: Eduardo Cesário Rodrigues, conhecido por  "Salazar". (O "nickname" Salazar nasceu no seio da família e era assim conhecido entre os amigos e até na tropa)

Data nascimento: 18/07/1941

Data do óbito: 26/02/2024

Incorporação: 03/05/1965

Disponibilidade; 28/02/1969

Embarque em Lisboa a 11/01/1967 a bordo N/M "Rita Maria" | Desembarque na Guiné no dia 19/01/1967

Patente: Alferes miliciano

Subunidades e locais: 

CCAÇ 1420 (BCAÇ 1857) – Fulacunda

CCAÇ 6 – Bedanda, 4º Pelotão,  de 01/05/1967 a 01/06/1968.

27/08/1968 – evacuado para o Hospital Militar Principal  (HMP), em Lisboa por doença em serviço.

Foi ferido na operação “Salto",  na zona de Caboxanque (Cantanhez), em data que não
 conseguimos precisar.

É o que tenho por agora. Pode ser que venha a obter mais dados. A foto ao pé do estandarte foi tirada num almoço convívio na Mealhada, organizado pelo Toni...

Ao dispor

Um abraço

Pinto Carvalho 
 

Guião da CCAÇ 6 (Bedana, 1967/74) , "Onças Negras", cuja lema era, de acordo com o guião acima reproduzido,  "Aut vincere aut morire" [Vencer ou morrer]. A antiga 4ª CCAÇ foi extinta a partir de 1abr67, passandP a designar-se por CCaç 6,

Foto: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados.[ Edição e legendagem: Blogue luís HGraça & Camaradas da Guiné]



Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro >  A chegada do Eduardo Cesário Rodrigues (de alcunha, Salazar), vendo-se o seu filho, de costas.


Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro > Foto nº 8 > O "Salazar", o filho e a afilhada


Peniche >  28 de setembro de 2013 > Convívio dos bedandenses da CCAÇ 6 e outras subunidades > Tasca secreta do Belmiro > O Hugo Moutra Ferreira,  o "Salazar", o João Carapau, o Gualdino (sempre convenientemente acompanhado) e o Lassana

Fotos (e legendas) : © Hugo Moura Ferreira (2013). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaraada da Guiné.]


Neste convívio de Peniche, organizado pelo Bemiro da Silva Pereira (1946-2022), houve 34 presenças... A recordar:

Aníbal Magalhães Marques (1972/74 ?), mais 3 familiares (n=4)

Belarmino Sardinha ((ex-1.º Cabo Radiotelegrafista STM, Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau, 1972/74), Cadaval) +  esposa (n=2)

Belmiro Silva Pereira (alf mil, 1968/69, Peniche,), mais  a esposa e filho (n=3)

Eduardo Cesário Rodrigues (Salazar) (alf mil, 1967/68), mais o filho e a afilhada (n=3)

Fernando de Jesus Sousa (fur mil, 1971/73) +  esposa (n=2)

Gualdino José da Silva (fur mil 1967/69, Algarve) mais 1 casal amigo (n=3)

Hugo Moura Ferreira (alf mil, 1967/68, Lisboa) + esposa, Lorena (n=2)

Joaquim Pinto Carvalho (alf mil, 1972/73, Cadaval) +  espoa, Maria do Céu (n=2)

João António Carapau (alf mil médeico, 1967/68, Portela, Loures) (n=1)

João José L. Alves Martins (alf mil art, BAC 1, 1968/69, Lisboa) n=1)

José P. B. Guerra (1º Cabo, 1971/73) (n=1)

Lassana Djaló (, o mais bedandense de todos os bendandenses, Lisboa) (n=1)

Luís Graça (fur mil, CCAÇ 12, 1969/71, Alfragide/Amadora) mais Alice (n=2)

Luís Nicolau (o homem do SPM, 1972/73, Benedita, Alcobaça) (n=1)

Renato Vieira de Sousa (cap inf, 1967/68, hoje cor ref, Lisboa) (n=1)

Rui [Gonçalves dos}  Santos (o mais vellhinho dos bedandenses, 1962/64, Lisboa) (n=1

Victor Luz (fur mil, 1967/68), mais esposa e 1 casal amigo (n=4)

Não compareceram mas estavam pré-inscritos (n=6)

Amadeu M. Rodrigues Pinho (alf mil, 1967/68)

António Rodrigues (O Capitão do Estandarte: o último Alferes / Capitão, fiel depositário do estandarte e da Cruz de Guerra)

Carlos Nuno Carronda Rodrigues (alf mil , hoje cor ref)

José Caetano

José Vermelho [ex-fur mil, CCAÇ 3520, Cacine; CCAÇ 6, Bedanda; e CIM, Bolama, 1972/74,]

Toni [António,] Teixeira [, ex-alf mil,  CCAÇ 3459/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto; e  CCAÇ 6,  Bedanda,  1971/73;  Espinho)
___________


2. Comentário do editor LG:

Joaquim, apanhaste-me de "baixa"...Lamento muito a morte de mais um dos nossos camaradas que passaram pelas "africanas"... O "Salazar", como era carinhosamente  tratado pelos "bedandenses", não é do meu tempo nem do teu, mas convivvemos com ele, tu muito mais do que eu. (Eu esporadicamente, em 2013, nos convívios da Amadora e em Peniche).

Não chegou a perfazer os 83 anos, este nosso veterano. Aqui fica a tua homenagem, e a de todos nós. Ele  não será inumado na "vala comun do esquecimento", mesmo que a interação com o nosso blogue tenha sido muito diminuta. Fica aqui, neste cantinho do ciberespaço, o registo de quem se lembrou na vida e na morte.

Transmite às "Onças Negras" e demais "bedandenses"  as nossas  condolências, bem como à sua família natural, esposa, filho, afilhada. 

Juntei  mais umas fotos dos nossos convívios.  Se, nesta viagem de saudade, que vais empreender à Guiné-Bissau, com início no dia 9, conseguires chegar a Bedanda, tira algumas fotos das vossas comuns geografias emocionais. E partilha depois com todos nós. Boa viagem, melhor regresso. 

Amadora > Venda Nova > Restaurante "O Gomes", às portas de Benfica > 19 de dezembro de 2013 > "O Eduardo Cesário Rodrigues, mais conhecido por "Salazar". Este nome que lhe é dado desde os anos 50, faz quase parte do nome dele. Eu costumo colocar no final do nome dele Salazar entre aspas. Como se fosse um título!". (**)

Foto (e legenda): © Hugo Moura Ferreira (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaraada da Guiné.]

Amadora > Venda Nova > Restaurante "O Gomes", às portas de Benfica > 19 de dezembro de 2013 > Da esquerda para a direita, Gualdino da Silva, o lugar (vazio) deixado em memória do Tony, e o Joaquim Pinto Carvalho 

Foto: © Manuel Lema Santos (2013). Todos os direitos reservados. Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaraada da Guiné.]

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Notas do editor:



quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24629: Convívios (971): CCAÇ 3398 (Buba, 1971/73): Cinquentenário do regresso, Freiriz, Vila Verde, 2set2023 (Joaquim Pinto Carvalho)



Infografia: Joaquim Pinto Carvalho (2023)


1. Realizou-se em Freiriz, Vila Verde, distrito de Braga, em 2 do corrente, o anunciado convívio do pessoal da CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852, "Incendiários" (Buba, 1971/73) (*), com a presença de cerca de 3 dezenas de ex-combatentes, a que se juntaram familiares (**). 

Não faltou como sempre o antigo cap inf Filipe Ferreira Lopes, hoje cor inf ref, que também passou pela CCAÇ 1788, 1967/69, como alferes QP, tendo substituído temporariamente o cap inf Artur Manuel Carneiro Geraldes Nunes (1934-1968), morto em combate.

Por ocasião deste convívio dos 50 anos do regresso dos "Incendiários", o nosso camarada e amigo Joaquim Pinto Carvalho,   mostrou mais uma vez os seus dotes musicais e poéticos. Ficam aqui, para "memória futura", três textos da sua autoria,  lidos (o soneto "Regressurreição" e a "Ode Alegre do Regresso") ou cantados,  durante a jornada (a letra do hino "Incendiário"). 

O Joaquim Pinto Carvalho, que tem mais de 60 referências no nosso blogue, e é membro nº 633 da Tabanca Grande; foi alf mil da CCAÇ 3398 (Buba) e CCAÇ 6 (Bedanda) (1971/73); natural do Cadaval, é advogado, poeta e régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã; é autor ainda  de uma brochura com a história da unidade, a CCAÇ 3398, distribuída no respetivo XXV Convívio, realizado no Cadaval, em 18/9/2021.





“INCENDIÁRIO”

(letra adaptada à música da cantiga popular do cancioneiro minhoto “Laurindinha”; autoria: Joaquim Pinto Carvalho,


Ó “incendiário” que foste à guerra

Ó “incendiário” que foste à guerra

E que regressaste ai-ai-ai vivo à tua terra ai-ai-ai

E que regressaste ai-ai-ai vivo à tua terra

 

Vivo à tua terra de que foste um dia

Vivo à tua terra de que foste um dia

Para assentar praça ai-ai-ai nesta companhia ai-ai-ai

Para assentar praça ai-ai-ai nesta companhia

 

Nesta companhia lá no BC 10

Nesta companhia lá no BC 10

Depois o Niassa ai-ai-ai levou-te à Guiné ai-ai-ai

Depois o Niassa ai-ai-ai levou-te à Guiné

 

Levou-te à Guiné, foste “periquito”

Levou-te à Guiné, foste “periquito”

Nas terras de Buba ai-ai-ai havia mosquito ai-ai-ai

Nas terras de Buba ai-ai-ai havia mosquito

 

Havia mosquito e muita bolanha

Havia mosquito e muita bolanha

Mas naquela guerra ai-ai-ai já ninguém te apanha ai-ai-ai

Mas naquela guerra ai-ai-ai já ninguém te apanha

 

Já ninguém te apanha já ninguém te quer

Já ninguém te apanha já ninguém te quer

É na tua terra ai-ai-ai  é que é bom viver ai-ai-ai

É na tua terra ai-ai-ai  é que é bom viver 

 

É que é bom viver e ter alegria

É que é bom viver e ter alegria

E sem esquecer ai-ai-ai a nossa companhia ai-ai-ai

E sem esquecer ai-ai-ai a nossa companhia

 

A nossa companhia - a dos “incendiários”

A nossa companhia  - a dos “incendiários”

Que está de parabéns ai-ai-ai neste cinquentenário ai- ai-ai 

Que está de parabéns ai-ai-ai neste cinquentenário



(Música: Oh Laurindinha, canção tradicional popular. Há várias interpretações musicais no You Tube. Ver por exemplo aqui: Sons da Terra - "Laurindinha" & "Ouvi o Passarinho"RTP - A Festa é Nossa (Manteigas) 18 Fevereiro 2012) (com a devida vénia...)


Oh Laurindinha, vem à janela.
Oh Laurindinha, vem à janela.
Ver o teu amor, (ai ai ai) que ele vai p'ra guerra.
Ver o teu amor, (ai ai ai) que ele vai p´ra guerra.

Se ele vai pra guerra, deixá-lo ir.
Se ele vai pra guerra, deixá-lo ir.
Ele é rapaz novo, (ai ai ai) ele torna a vir.
Ele é rapaz novo, (ai ai ai) ele torna a vir.

Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo (ai ai ai) de arranjar mulher.

Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24559: Convívios (969): CCAÇ 3398 (Buba, 1971/73): Cinquentenário do regresso (1 set 1973): Freiriz, Vila Verde, a "terra dos lencinhos dos namorados", 2 de setembro de 2023 (José da Silva Lourenço / Joaquim Pinto Carvalho)


Inscrições até ao dia 19 de agosto: telem 916 653 615 (José da Silva Lourenço)





1. Mensagem que nos chegou ontem, às 21h19, da parte do nosso amigo e camarada Joaquim Pinto Carvalho, que tem mais de 60 referências no nosso blogue, e é membro nº 633 da Tabanca Grande, foi alf mil da CCAÇ 3398 (Buba) e CCAÇ 6 (Bedanda) (1971/73); natural do Cadaval, é advogado, poeta e régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã; é autor de uma brochura com a história da unidade, a CCAÇ 3398, distribuída no respetivo XXV Convívio, realizado no Cadaval, em 18/9/2021.


Assunto - Convívio da CCAÇ 3398, em 2 de setembro de 2023

Olá! Mando-te anúncio do convívio que fiz e digitalização da carta qu recebi do organizador. Vê se dá para aproveitar alguma coisa para colocares no blogue.
Obrigado

Um abraço, J. Pinto de Carvalho



Vila Verde, no distrito de Braga,  é a terra dos lenços dos namorados... "Amor juro ser / Sempre tua até morrer / Garda bem este lencinho / Nele tens  o meu saber."

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Guiné 61/74 - P24081: In Memoriam (470): António Torres e Arquimínio Silva, recentemente falecidos: pertenciam à CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852 (Buba, 1971/73) (Joaquim Pinto Carvalho)



1. Homenagem poética do Joaquim Pinto Carvalho a dois camaradas seus, recentemente falecidos, pertencentes à CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852 (Buba, agosto de 1971 / agosto de 1973):  o António Torres (1949-2023) e o Arquimínio Silva (1949-2023). Nenhum deles é membro, registado, da Tabanca Grande; ambos costumavam participar nos convívios da sua companhia.

O Pinto de Carvalho, que tem 60 referências no nosso blogue, e é membro nº 633 da Tabanca Grande, foi alf mil da CCAÇ 3398 (Buba) e CCAÇ 6 (Bedanda) (1971/73).  Natural do Cadaval, é advogado, poeta e régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã. É autor de uma brochura com a história da unidade, a CCAÇ 3398,  distribuída no respetivo XXV Convívio, realizado no Cadaval, em 18/9/2021.

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Nota do editor:

Último poste da série > 18 de fevereiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24076: In Memoriam (469): Manuela Gonçalves (Nela) (Castelo Branco, 1946 - Caldas da Rainha, 2019), professora aposentada, cooperante, esposa do ex-alf mil, Nelson Gonçalves, cmdt Pel Caç Nat 60, 1969/70, vítima de mina A/C , em 13/11/1969, na estrada São Domingos-Susana

sábado, 6 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23501: In Memoriam (443): Maria Aldina G. O. Marques da Silva (Fafe, 1946 - Lourinhã, 2022), esposa do Jaime Silva (ex-alf mil paraquedista, BCP 21, Angola, 1970/72): o funeral é em Fafe, amanhã, domingo, às 12h00


Lourinhã > Ribamar > Porto Dinheiro > Tabanca de Porto Dinheiro > 12 de julho de 2015 > O Jaime e a Dina, ambos professores, já então reformados, e dividindo o seu tempo entre a Lourinhã e Fafe. Ela era de Fafe, ele, do Seixal, Lourinhã. Em Fafe o Jaime Silva foi autarca, tendo tido o pelouro da cultura e desporto no respetivo município. O casal vivia nos últimos anos no Seixal, Lourinhã.  E, apesar da doença que a afetava, a Dina ainda acompanhava o marido e convivia com os amigos, até 2019. Sempre impecavelmente cuidada, resguardada  e protegida  pelo seu "anjo da guarda". 

Foto (e legenda): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Lourinhã > Praia da Areia Branca > 7 de julho de 2018 > Dina e Jaime

Foto (e legenda): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Lourinhã > Seixal > 17 de julho de 2019 >   A Dina, na festa do 73º aniversário do Jaime


Foto (e legenda): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. A Dina acaba de morrer esta noite. De seu nome completo, Maria Aldina Gonçalves de Oliveira Marques da Silva, nascida em 24 de fevereiro de 1946, em Fafe. Há dois anos e tal, desde o início da pandemia de Covid-19, que estava internada, no Lar Vida Maior, na Maceira, união das freguesias de A-dos-Cunhados e Maceira, Torres Vedras,  Sofria, há mais de dez anos, de uma doença crónica degenerativa, a doença de Alzheimer (perda progressiva da função mental, caracterizada pela degeneração do tecido do cérebro). 

O corpo seguiu hoje para a sua terra natal, Fafe, Depois do velório, será celebrada amanhã, dia 7, missa de corpo presente às 12 horas, na Igreja Matriz  de Fafe. Os seus restos mortais ficarão sepultados no cemitério local. 

 Deixa viúvo o nosso amigo, conterrâneo e camarada Jaime Silva, ex-alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72), membro da nossa Tabanca Grande e da Tabanca do Atira-te ao Mar (... e Não Tenhas Medo) (com sede em Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã).

Tinha 76 anos. O Jaime foi um herói e um santo, e um exemplo para todos nós, cuidando dela de modo inexcedível, ao longo de mais de uma dezena de anos. Ela era de Fafe, professora do ensino secundário, depois de ter leccionado antes na Lourinhã, como professora do ensino primário nos primeiros anos da década de 1970. O Jaime viveu em Fafe  durante cerca de 4 décadas, fez lá sua vida, como professor de educação física, e foi autarca com o pelouro do desporto e cultura. O casal tem dois filhos, ambos doutorados, e um neto.

Vou dar ao Jaime, que eu tratao como mano, um abraço solidário na dor, que espero seja partilhado pelos membros do blogue onde ele tem bons camaradas e amigos. Chegou ao fim o sofrimento da família. É altura agora de fazer o luto e guardar, para a posteridade, as melhores memórias de uma vida, cheia de alegrias mas também de tristezas. E deixo aqui, no blogue dos amigos e camaradas da Guiné, dois textos dedicados a ambos, um escrito há quatro  anos por  oacasião do 72º aniversário da Dina, e outro mais recente (e inédito),  um poema escrito para ser cantado, com a música da chilena Violeta Parra, por ocasião 
do 76º aniversário do Jaime, em 17/7/2022.


2. “A balada do amor” foi uma gracinha do Luís Graça, uma pequena homenagem à Dina e ao Jaime, em dia de festa de 72º aniversário da Dina, em 24 de fevereiro de 2018, celebrada no Restaurante Braga, Vimeiro, Lourinhã,,,

"Porque recordar é preciso, é viver duas vezes!",  disse eu nesse dia. E lembrei, perante os presentes (dezenas de familiares e amigos), o seguinte:

(...) "Conheço o Jaime há mais tempo do que a Dina, mas conheci a Dina primeiro que o Jaime, pelo mero acaso das circunstâncias: eu tinha vindo da guerra da Guiné, um ano antes, em março de 1971; o Jaime acabou a sua comissão de serviço militar em 1972 mas ficou em Angola até 1974; a Dina viera trabalhar para a Lourinhã e cá acabou por deixar o seu coração . (...)

(...) A verdade é que, um belo dia, roubou-nos o Jaime e levou-o para Fafe… Felizmente, para nós, seus familiares e seus amigos quase quatro décadas depois, ela devolveu a "encomenda" (o Jaime, claro, inteiros e  mais ou menos bem conservado) à sua origem, à sua terra natal. Mas para que não se perdesse, pelo caminho, acompanhou-o e por cá, pelo Seixal da Lourinhã,  tem ficado…

(...) São dois grandes amigos, nossos, meus e da Alice, as duas são nortenhas, e nós dois sulistas… (com u). E tem sido um privilégio conviver agora mais, com eles, nestes últimos anos.

Permitam-me, pois, estas liberdades poéticas que resultam da cumplicidade da amizade, e têm o propósito de homenagear, de maneira singela, neste dia, dois grandes seres humanos, numa fase da vida deles, em que mais do que nunca precisam dos nossos miminhos e carinhos.

Pessoalmente fico muito feliz por ver aqui a sua grande família, toda junta, a nortenha e a sulista, a de Fafe e da Lourinhã, Irmãos, cunhados, filhos, genro e nora, sobrinhos, sem esquecer o ai-Jesus que  agora é neto, o rei David, e todos os demais amigos do peito.

Aqui vai a melhor prenda que eu lhes posso dar, a eles e a todos vós, e que são os meus versinhos (...) Neles vão todo o meu afeto, a minha amizade e  o meu apreço por este casal de professores, cuja vida foi (e é) uma grande lição de grandeza humana, generosidade e amor. (...)

Não se assustem, são apenas 12 quadras, de sete sílabas métricas, 48 versos, que o tempo e a inspiração não deram para mais…


Balada do amor: para a Dina & o Jaime

1. 
Hoje há festa no Vimeiro,
Faz anos a nossa Dina,
E o Jaime é o primeiro
A saudar sua … menina.

2. 
A saudar sua menina,
Que de Fafe é cidadã,
E que, lesta e ladina,
Veio cedo p’ra… Lourinhã.

3. 
Veio cedo p’ra Lourinhã,
Terra de mouro encantado,
E sem ter um grande afã,
Encontrou um bravo… soldado.

4. 
Encontrou um bravo soldado
Que lá da guerra voltava
E que logo foi emboscado,
Quando as feridas… sarava.

5. 
Quando as feridas sarava,
Mais da alma que do corpo,
Logo a Dina lhe ensinava
Que o amor é um… heliporto.

6. 
Que o amor é um heliporto,
Em Fafe, terra afamada,
Onde há cultura e desporto,
… “Mas só volto mulher… casada!”

7. 
“Mas só volto mulher casada,
Com a bênção dos meus pais,
Trata lá da papelada,
Que eu tenho pressa… demais”!

8. 
Que eu tenho pressa demais,
Ó meu querido paraquedista,
E até escrevo p’rós jornais,
Que és bom rapaz e… sulista.

9. 
Que és bom rapaz e sulista,
E melhor apessoado,
Cuidado, cortam-te a crista,
Se fores mal… comportado.

10. 
Se fores mal comportado,
Lá na festa de Antime,
Nunca s’rás avô babado,
De um neto como o … David.

11. 
De um neto como o David,
Que há de ser um campeão,
Já veste calções e bibe,
É do amor uma lição.

12. 
É do amor uma lição,
Este par Dina & Jaime,
Parabéns, chicoração,
E eu acabo… “just in time”!

Luís Graça

Lourinhã, Vimeiro, restaurante Braga, 24 de fevereiro de 2018.

3. Homenagem ao Jaime, por ocasião do seu 76º aniversário natalício (17 de julho de 2022)

Gracias a la vida, Jaime…

Gracias a la vida que te ha dado tanto…
Deu-te uma família, tão linda e querida,
E de quem bem cuidas, com enlevo e encanto,
Mesmo que, por vezes, de alma sofrida.
... Gracias a la vida que te ha dado tanto!

Gracias a la vida que te ha dado tanto…
Das boas e más memórias da infância,
Mais do seminário, da guerra... e nem santo,
Nem herói te fez a tua circunstância.
...Gracias a la vida que te ha dado tanto!

Como é bom chegares à idade serena
Em que todo o sonho não é pesadelo,
Tudo afinal ainda vale a pena.
E como é bom, Jaime, ouvires este canto,
Sentindo este verso como vero e belo:
Gracias a la vida que te ha dado tanto!

Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Lourinhã, 
em data a anunciar (a surpresa, por parte dos amigos, sendo a ideia inicial da sua filha Sofia,  estava prevista  para o dia 24 de julho de 2022, um semana depois da festinha em família, mas o aniversariante ficou de cama com a Covid-19, e a filha partiu para o Norte com o rei David...)

Letra: Luís Graça / Joaquim Pinto Carvalho / Rogério Ferreira

Música: Adaptada,  com a devida vénia, da canção Gracias a la vida (1966), da chilena Violeta Parra (1917-1967)

Voz:  Rogério Ferreira / Acompanhamento à viola: Joaquim Pinto Carvalho e Rogério Ferreira

__________


Nota do editor:

Último poste da série > 5 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P22496: In Memoriam (442): ex-alf mil médico Francisco Pinho da Costa (1937-2022), CCS/BCAÇ 1888 (Fá Mandinga e Bambadinca, 1966/68); oftalmologista, tinha 85 anos, vivia em São João da Madeira

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23289: In Memoriam (437): Belmiro da Silva Pereira (1946-2022), natural de Peniche, morreu aos 75 anos, em 12/2/2022; foi alf mil, CCAÇ 6 (Bedanda, 1969/71); era médico reformado do SNS


Belmiro da Silva Pereira ou só Belmiro Silva Pereira (1946-2022), natural de Peniche,  morreu aos 75 anos, em 12 de fevereiro de 2022. Foi alf mil, CCAÇ 6 (Bedanda, 1969/71). Depois de passar à disponibilidade, completou a licenciatura em medicina, e integrou a carreira de medicina geral e familiar do SNS, tendo chegado a diretor do centro de saúde de Peniche. Foto: Cortesia da Agência Funerária de Peniche, 12/2/2022 (seguramente, do álbum de família).


Peniche > O 1º encontro dos bedandenses, em terras do sul... > 28/9/2013 > A tasca secreta do Belmiro > Um artista português, do tempo dos Beatles... Ao fundo, ao canto esquerdo, um dos bedandendes de 1972/73, o Joaquim Pinto Carvalho, ex-alf mil, hoje advogado, natural do Cadaval, e régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Lourinhã


Peniche > O 1º encontro dos bedandenses, em terras do sul... > 28/9/2013 > A tasca secreta do Belmiro > O "patrão" da casa, Belmiro da Silva Pereira, dando as boas vindas.


Peniche > O 1º encontro dos bedandenses, em terras do sul... > 28/9/2013 > A tasca secreta do Belmiro > Algures no promontório do Carvoeiro, onde atacámos a sardinhada... Da esquerda para a direita, o Hugo Moura Ferreira, e o Belmiro da Silva Pereira (ex-alf mil, CCAÇ 6, Bedanda, 1969/71), médico, e a alma daquele encontro na sua adorada terra, Peniche). Com o Belmiro, está o seu filho. Foi o 4º encontro dos bedandenses.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Lu
ís Graça & Camaradas da Guiné.]

1. Mensagem do José Carvalho, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2753 (BráBironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72), nosso vizinho, amigo e camarada, médico veterinário, e agricultor, residente no Bombarral:


Data - 23/5/2022, 16h30
Assunto - Belmiro Silva Pereira

Caro Amigo Luís,

Desejo que te encontres bem.

Tomei hoje conhecimento, por informação de um familiar que reside perto de Peniche, que o Belmiro faleceu recentemente. (*)

Fui seu colega no Liceu de Leiria e, depois ao longo das nossa vidas encontrámo-nos várias vezes em Peniche, a sua terra natal, onde era adorado pela sua simpatia, popularidade e também pela competência na actividade de Médico.

Recordo o Belmiro, como um amigo irradiando alegria e boa disposição.

Embora me pareça que não fazia parte da nossa tertúlia, lembrava-me de um encontro de bedandenses, que ele organizou em sua casa (P12102) (**) e assim aqui vai mais uma triste notícia.

Um grande abraço do José Carvalho

 

2. Resposta do editor LG:

Obrigado, José, pela partilha desta dolorosa notícia de mais um camarada da Guiné que se despede da Terra da Aegria.

Conheci o Belmiro Pereira da Silva nessa altura, no convívio dos bedandenses, de 28/9/2013 ... Estou desolado.

Temos dois postes referentes a esse convívio (P12102 e P12109) (**), com fotos minhas e do Hugo Moura Ferreira. São, de resto, as únicas referências que temos no blogue ao seu nome, Não temos nenhuma foto dele em Bedanda. Gostava que ele entrasse a título póstumo para a Tabanca Grande, se a família (esposa e filho) não se opuser. Seria uma justa homenagem.

Foi um belo convívio, esse, do final do verão de 2013, de que ainda hoje guardo gratas memórias...

Bom, esse 4.º encontro do pessoal que passou por Bedanda, realizou-se Peniche, o 1.º em terras do sul,  sob organização hopsitaleira e calorosa do Belimiro da Silva Pereira, que só então vim a saber que tinha sido alf mil da CCAÇ 6, em 1969/71. 

Esse convívio, num sítio secreto, junto ao Cabo Carvoeiro, juntou três dezenas e meia de bedandenses, familiares e amigos.

Vim a saber, em conversa com ele, que já estava no 2.º ano de medicina, creio que em Coimbra, quando foi chamado para a tropa. Na altura não deu as habilitações académicas corretas, pelo que foi parar ao contingente geral. Mas alguém (se não erro, o capitão) descobriu a marosca e o nosso Belmiro lá foi, contrariado, para a EPI, para o COM, em Mafra. 

Quis o azar que, depois, fosse parar com os quatro costados ao então tão temido TO da Guiné. De rendição individual, como os demais graduados e especialistas metropolitanos das companhias africanas, lá foi fazer a guerra em Bedanda, na CCAÇ 6.

Quem foi do seu tempo, ou que ainda o apanhou em Bedanda foi o nosso grã-tabanqueiro João Martins, ex-alf mil art, comandante de um Pel Art. Dos bedandenses do blogue, ou meus conhecidos, estiveram presentes, o Hugo Moura Ferreira, o Rui Santos e João Martins, eu, a Alice, o Joaquim Pinto Carvalho  mais a esposa, Maria do Céu, e ainda o Belarmino Sardinha e a esposa.

O grande ausente, por razões de saúde, foi o nosso querido (e já saudoso) Tony Teixeira, de Espinho.  

Eu já conhecia o Belmiro de Peniche, meu vizinho portanto. Tínhamos amigos comuns na Lourinhã (a quem dei explicações quando putos ...),  e sei que estudara em Leiria com amigos meus do tempo da escola primária. Estava longe de o imaginar na Guiné na mesma altura que eu, em 1969/71, e também numa companhia africana: ele na CCAÇ 6, eu na CCAÇ 12, ele bedandense, eu bambadinquense... Mas uma vez concluí, nesse já longínquo dia 28 de setembro de 2013,  que o Mundo era Pequeno e que a Nossa Tabanca era... Grande.

O Belmiro, como diz o José Carvalho,  o nosso "barão do K3", era de facto uma figura muito popular em Peniche, como homem e depois como médico, mas confesso que não era pessoa das minhas relações pessoais. Creio que estivemos juntos em encontros (profissionais) dos médicos de clínica geral e familiar, nos anos 80/90. Ele foi diretor do centro de saúde de Peniche. Mas não voltámos mais a encontrarmo-nos depois de 2013. Sei que o pai era também uma figura popular na sua terra, conhecido como o Chico Futuro, dono de um traineira que andava na pesca da sardinha, segundo imformação do nosso camarada Joaquim Jorge, de Ferrel.

É mais que justo este IN Memoriam no nosso blogue (*). Descobri entretanto, uma notícia da agência funerária local, no Facebook, das poucas referências que encontrei: afinal, o nosso camarada Belmiro da Silva Pereira já fora a enterrar há 3 meses, em 14 de fevereiro de 2022. 

Segundo a sua página no Facebook, nasceu em 22 de setembro de 1946.

Já dei conhecimento à malta de Bedanda e a outros que o conheceram, da Lourinhã e de Peniche. E pedi ao Joaquim Pinto Carvalho, ao Rui Santos e ao Hugo Moura Ferreira para darem a triste notícia aos demais bedandenses, de quem não temos o endereço de email. As nossas condolências, embora tardias, à esposa, ao filho e demais amigos e camaradas que lhe eram mais próximos. LG


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 125/199 > Casa do chefe de posto


Foto (e legenda): © João José Alves Martins (2012)  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

quinta-feira, 17 de março de 2022

Guiné 61/74 - P23086: No céu não disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (32): Hoje há lapas na chapa e sável frito com arroz de feijão, diz a "chef" Alice...

 


Foto nº 1 > Uma boa entrada: lapas abertas na chapa, com uns pingos de manteiga e limão, e enfeitadas  com uns talos de coentros... 


Foto nº 2 > O sável, frito, depois de cortado muito fininho, por causas das espinhas... 


Foto nº 3 > Arroz de feijão para acompanhar o sável, que já vinha  sem ovas...


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Amigos e camaradas: nem só de guerra nem das memórias da guerra, ou só do  passado,  vive o homem (e a mulher). Pode parecer "pornográfico" vir aqui falar de "comes & bebes", num tempo em que volta a haver guerra na nossa casa comum, a Europa, e há já  alguns milhões de refugiados, sobretudo mulheres e crianças...Há gente a  morrer, a fugir, a passar fome... E muita angústia e medo. 

Mas quem pode, ainda come todos os dias... E de preferência alguma petisco mais fora do comum. E partilha essa experiência culinária com os amigos, nesta série que tem um título apelativo, bem humorado, e que não pretende provocar ninguém, "No céu não há disto"... Que nos perdoem os crentes e os habitantes desse condomínio de luxo que é o céu do nosso imaginário (ou da fé de muitos crentes, cristãos e não cristãos). É uma brincadeira inocente.

Pois aqui fica a refeição, simples e barata, que fizémos há dias, na Lourinhã. A "chef", do costume, é a Alice, para quem o sável faz parte das seus sabores de infância, ou não tivesse ele nascido ali perto do Rio Douro: da sua casa, em Candoz, vê-se o mítico Porto Antigo, na margem esquerda, na grande baía formada pela barragem do Carrapatelo... Também lá chegavam, antes de completado o plano de construção das barragens do Douro, a lampreia e o sável, e muita gente tinha pesqueiros no rio... 

A lampreia este ano nem lhe toquei. Não a há e a que aparece, nos restaurantes,  está a preços proibitivos. O sável já o comemos várias vezes. E hoje voltamos a comer. Sempre com uns amigos, que as coisas boas desta vida são para partilhar. 

Sem querer fazer inveja a ninguém, aqui ficam três imagens da nossa refeição de sável de há uns quinze dias atrás. As lapas não as comia há anos. Não são as lapas da Mdeira nem dos Açores, mas estavam ótimas. Foram apanhadas nos rochedos, de difícil acesso, nas imediações do Porto das Barcas, Lourinhã, em frente a Tabanca do Atira-te ao Mar, que  é a tabanca mais ocidental das tabancas europeias da Tabanca Grande. Uma gentil oferta dos "duques do Cadaval", a Maria do Céu Pintéus e o Joaquim Pinto de Carvalho,  da Tabanca do Atira-te ao Mar, com quem regularmente almoçamos ou petiscamos desde o início da pandemia de Covid-19.

PS - Também se faz, nesta região da Estremadura, um delicioso arroz de lapas. Fica para a próxima. Até não há muitos anos, muitos habitantes das aldeias ribeirinhas da Lourinhã eram pescadores-recolectores de polvos, navalheiras, sapateiras, ouriços do mar, lapas, mexilhões... Além do lazer, esta atividade  também tinha algum peso na diversificação da  alimentação.  Ainda me lembro desta gente, à noite, andar à "pesca ao candeio", na maré vaza, nas rochas, equipados com camaroeiro, um pau com um isco na ponta (em geral, sardinha)  e um gasómetro, que eram alimentado com carbonato de cálcio. Um espetáculo algo surreal...
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