segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Guiné 61/74 - P22443: Memória dos lugares (424): a bela e interminável praia de Varela, a 5 horas de Bissau... (Patrício Ribeiro)


Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Praia de Varela > Maio de 2021 > Praia norte > A cana de pesca do Patrício Ribeiro


Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Praia de Varela > Maio de 2021 > Praia sul > Quilómetros de praia, que continua a ser bela e aprazível, apesar das alterações climáticas.


Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Praia de Varela > Maio de 2021 >  Peixe coelho
 

Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Varela > Tabanca de Iale > Maio de 2021 > Casa tradicional felupe 


Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Varela > Tabanca de Iale > Maio de 2021 >  Casa sem palha 
 

Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Varela > Tabanca de Iale > Maio de 2021 > Casa com palha nova


Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Varela > Tabanca de Iale >  Maio de 2021 > Casa ao entardecer, às 6h30

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Patrício Ribeiro: português, natural de Águeda (1947), criado e casado em Angola, com família no Huambo, antiga Nova Lisboa, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bissau desde meados dos anos 80 do séc. XX, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda.

É o português que melhor conhece a Guiné e os guineenses, o último dos nossos africanistas: tem mais de uma centena de referências o nosso blogue; Tem também uma "ponta", junto ao rio Vouga, Agueda, onde se refugiou agora, fugindo da pandemia de Covid-19: "irreformável",  já levou   a 2ª dose da vacina contra a Covid-19,  para poder voltar àquela terra verde-rubra que tem sido a sua paixão de uma vida.


1. Mensagem de Patricio Ribeiro:

Data - 8 de agosto de 2021, 20:53  


Assunto - Fotos de Varela

Luís, conforme solicitas, envio diversas fotos que tirei recentemente pela Guiné, (vou enviar por diversas vezes).

Depois do Almirante me ter mandado chamar a Lisboa para apanhar o “2º vírus”, lá fui tirar as fotos ... Dormi em: Bissau, Varela, Bolama e Bafatá, algumas noites.

Tive que passar 15 noites seguidas na mesma cama (com o bicho). Portanto, não consegui tirar mais que umas dezenas de fotos, nos meus passeios por estes lados.

Junto fotos tiradas em Varela, no final de maio, 2021. Na bela e interminável praia, durante as minhas pescarias para o tacho, ou para a grelha. Lá não há supermercado, ou sabes pescar, ou abres latas de atum, embora já haja 3 hotéis, a funcionar!

Praia de água quente, 32º antes das chuvas, com muito distanciamento, sem ninguém por perto e como podem ver, toda a praia livre, nesta época do ano.

A água vai avançando uns bons cm por ano, para dentro de terra; há uma grande erosão e leva as árvores que estão perto da praia e areia do solo. Acontece na época das chuvas.

Fala-se num projeto para combater esta situação … fala-se …

Estrada até Varela desde Bissau, 5 horas!!!

Outras fotos, tiradas às casas dos Felupes na Tabanca de Iale – Varela, casas muito bonitas. Todas com quintal e horta. Eles preservam muito as árvores, ao contrário de outras etnias. Eles são os donos do Chão de Varela, (são outras histórias complicadas).

Aproveitei a estadia para encomendar palha, tecer a palha, cobrir novamente a palhota. Esta nova palha, deve aguentar mais uns 5 anos. Ver fotos, p.f.

Com as alterações climáticas, nos últimos anos tem havido nesta zona, tornados na época das chuvas, que têm danificado tudo o que encontram pela frente, inclusive árvores antigas.

Recomenda-se a quem quiser apanhar sol, água do mar quente, distanciamento “natural” e sem máscara, passar uns dias a beber cerveja ou vinho de palma, uma viagem até Varela …

Não deve é conviver muito, para ter um teste negativo e poder voltar quando pensa, o que não está a acontecer, a muito boa gente amiga …

Luís, agora já ando noutros trabalhos [na ponta do Vouga, em Águeda]:  aplicar calda bordalesa nas videiras e nos tomates; a regar a horta etc, etc …

Abraço

Patricio Ribeiro

IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau , Guiné-Bissau
Tel,00245 966623168 / 955290250
www.imparbissau.com
impar_bissau@hotmail.com

2. Comentário do editor LG:

Sobre Varela temos mais de meia centena de referências no blogue. Ver também a carta de Varela (1953), escala 1/50 mil.
___________

Nota do editor:

14 comentários:

Antº Rosinha disse...

Devem ser já uns 37 anitos? O que mais custa são os primeiros 10 para apanhar o vício.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Rosinha, referes-te ao "vício" da pesca ? Sei que o Patrício Ribeiro trocou. felizmente, a caça pela pesca há muitos anos... Um grande abraço para os dois "africanistas"...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Patrício, pela bela reportagem... Vês se queres acrescentar algo mais, nos comentários...

Gostava de saber quem vai hoje para Varela...No´passado, era uma certa elite de Bissau, como os pais do Pepito ...

Abraço, e boa vindima!... A nossa vinha, em Candoz, também vai bem este ano.,.. Luis

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A praia de Varela (s~zo duas, uma a norte de Varela, e outra a sul) deve 30 km de comprimento... Mas há o risco de desaparecer... É a praia mais famosa da Guiné-Bissau.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ver as cartas:


https://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial63_mapa_Varela.html

https://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial10_mapageral.html

Iale é o nome indígena de Varela, segundo a carta de Varela (1953)...

Anónimo disse...

Patricio Ribeiro
9 agosto 2021 11:10

Luís,

Nestes tempos, quem vai normalmente para Varela são os jovens expatriados das ONG e NU.
Os que por lá tem casa, raramente as visitam, querem sim é vendê-las.
Como diz os meus amigos, Varela já era...

Abraço

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Oxalá/Enxalé/Inshallah o teu neto ainda possa passar uns belos dias na trua casa de Varela...

A "bela e interminável praia de Varela" corre um sério risco, tal como grande parte da Guiné-Bissau, a começar pelos Bijagós, de desaparecer, tal como muitas das nossas "belas e intermináveis" praias...

Patrício, temos que pôr na nossa agenda (e, portanto, das nossoas preocupações, decisões e ações de cada dia) o problema (fundamental) das alterações climáticas... E temos que combater o "negacionismo" neste domínio... Há demasiada gente , nos nossos países, a "assobiar para o lado"...

Os antigos combatentes também têm um papel a desempenhar nesta matéria...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Nem negacionismo nem catrastrofismo... LG

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Más práticas ambientais que vieram do passado (colonial) e que se têm vindo a agravar desde a independência: desflorestação, destruição das florestas e sagradas (Cantanhez),queimadas, agricultura extensiva, pastorícia, monocultura do caju.erosão dos solos, sobrecaça, sobrepesca, desertificação do interior, urbanização,etc.

TO dos temos que fazer a nossa parte.Fala-
se cada vez mais de agricultura regenerativa...

Antº Rosinha disse...

Pode-se culpar de (alguma)escravatura na Guiné, o colon português, mas não se deve culpar o colon de exploração de madeiras, desflorestação, queimadas nem de outros crimes ambientais.

O colon até para fazer estradas era uma desmatação bem reduzida, ou nem fazia estrada nenhuma.

Apenas nos anos de guerra alargava um pouco a limpeza junto às picadas.

Após a independência é que se aproveitou para abusar.

Os madeireiros coloniais não recebiam subsídios para adquirir máquinas modernas, viviam à rasquinha.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Rosinha,seria interessante comparar os metros cúbicos de madeira foram exportados antes e depois da independência... É verdade que não havia serras mecânicas. Nem muito menos máquinas, capazes de só num dia arrazar muitos campos de futebol de floresta... Os nossos aquartelamentos no mato foram construídos a catana, serra, pai e pica, sangue, suor e lágrimas...

Só conheci um madeireiro, em Contuboel. Com a guerra fugiram todos, oa poucos que haviam... Com os reordenamentos houve grande abate de palmeiras (cibe). Mantenas.



Patricio Ribeiro disse...


Amigos,
Em outros tempos, quem cortava uma arvore era obrigado a plantar outra.

Conheci alguns viveiros de arvores florestais do estado, que vinham desde a época colonial: como Gambiel e Nova…Imbonhe /Bissorã, onde tenho feito trabalhos.
Mas que com as privatizações alguns deles já desapareceram.

O nosso Amigo Pepito / AD, criou viveiros Coli/Quebo, Guiledje, Varela, grandes plantações de tarrafe no norte do Cacheu, etc.
Agora corta nada planta, será que os Chineses não as sabem plantar...mas quem as corta são os Senegaleses e Gambianos.

Os ambientalistas, biólogos e outros estudiosos sobre o assunto, tem a informação de quantos milhares de contentores, já saíram carregados para a China e continuam a sair, embora seja proibido por lei , mas não pelas armas, que o diga a nossa amiga Pepas Silva…

Abraço


Anónimo disse...

Qual ecologia..????

Após a independência os russos raparam o fundo oceânico da Guiné com os arrastões.
Agora foram os chinocas da "república popular" que limparam todas as árvores de mogno existentes., grandes e pequenas ..todas ou quase.

As elites africanas estão a vender ÁFRICA a patacos aos chineses, em que qualquer comparação com os antigos colonos europeus é mera coincidência ,para estes não existem direitos humanos ,direito internacional, princípios éticos.. nada de nada, só lhes interessa explorar os recursos existentes de forma a obter o maior lucro possível.
Trocam matérias primas por serviços prestados, assim vai a coisa até ao esgotamento total.

Ecologia ? Qual ecologia ?

AB

C.Martins

Antº Rosinha disse...

Ecologia? C. Martins, foi a china, foi Shell, Total etc, pescadores russos e japoneses, estes são doidos por atum, e até mirones das Nações Unidas a assistir, etc. foi tudo um regabofe a gozar com aquele continente.

Foi tudo a comprar uns tantos dirigentes e a espalhar uns míseros dólares e uns donativos para ajudar a calar o povo.

A Europa colonial (impotente) tenta esquecer África, mas os africanos não deixam.