Foto (e legenda): © David J. Guimarães (2005). Todos os direitos reservado
Foto (e legenda): © António J. Pereira da Costa (2013). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
[Foto à esquerda: António José Pereira da Costa, cor art ref (ex-alf art da CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74],
Na estradeca para Porto Cantede surgiu um campo de PMD-6 com
algumas estavam à vista em consequência da chuva (setembro de 1968). No final
da operação eram 65 + 1 (detonada) em 12 metros de estrada e 2 metros para cada
lado do respetivo leito.
O Furriel de Minas e Armadilhas avançou e começou o seu
trabalho, porém agachado em vez de joelhado e em posição estável.
Foi, como se diria hoje, um erro humano.
A dado momento desequilibrou-se e apoiou a mão que tinha a
faca no chão. A explosão da mina não se deu de modo a decepar-lhe a mão,
levando-lhe 2 ou 3 dedos e cegou-o do olho do mesmo lado. Evacuação perto do
local!
Mas o falecimento, em outubro ou novembro de 1968 foi em consequência de uma "úlcera fulminante", doença descoberta na II Guerra Mundial, de
origem nervosa e da qual o paciente não se apercebe. Quando se manifesta não há
(ou não havia) hipóteses.
Recordo a faca do Isidro com a lâmina partida e pude
constatar que era um bom pedaço de lâmina de aço bem temperado.
As facas de mato eram um utensílio de boa qualidade. Ainda gostava de saber onde eram feitas. Não sei se as OGFE [Oficinas Gerais de Fardamento do Exército] ou alguma fábrica de armamento as produzisse. Ou então algum cuteleiro da área de Guimarães (capital da cutelaria, naquele tempo...). (*)
PS - Creio que as últimas unidades recebiam uma faca de mato por homem. Não fazia parte do equipamento individual.
PS - Creio que as últimas unidades recebiam uma faca de mato por homem. Não fazia parte do equipamento individual.
2. Comentário do editor:
Tó Zé, o fur mil MA Isidro, de seu nome completo Manuel Joaquim Mesquita Isidro dos Santos, é dado como tendo morrido em combate, em 17/11/1968. Pertencia à tua CART 1692, subunidade de quadrícula do BART 1914 (e não BCAÇ 2834, como vem indicado, certamente por lapso). Os seus restos mortais repousam no cemitério da sua terra, Benavente.
Fonte: Portal Ultramar Terraweb > Mortos do Ultramar > Concelho de Benavente
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 22 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16324: Inquérito 'on line' (58): A minha faca de mato ? Era quase um canivete suíço e 'vestia' com manga de ronco!... (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)
(*) Vd. poste de 22 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16324: Inquérito 'on line' (58): A minha faca de mato ? Era quase um canivete suíço e 'vestia' com manga de ronco!... (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)
(**) Dois últimos postes da série
25 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16328: Inquérito 'on line' (59) A minha faca de mato ficará associada para sempre a um acontecimento doloroso: a morte do soldado da minha secção, Aladje Silá, em 20/7/1970 (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70)
25 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16330: Inquérito 'on line' (60) Para quie servia a faca de mato ? Num total (provisóro) de 55 respostas, um terço diz que nunca teve nenhuma; era sobretudo: (i) um objeto multiuso (38%); (ii) ferramenta de sapador (M/A) (29%); e (iii) abre-latas (29%)... Mais respostas precisam-se até 5ª feira, dia 28... José Colaço mandou.nos uma foto da sua faca de mato que sobreviveu ao incêndio do paiol em Camamude