Foto nº 56 |
Há uma energia telúrica nas danças africanas, bem captada pelo nosso fotógrafo...
Qualquer pretexto (, incluindo o "render da guarda" de um administrador de concelho...) servia para uma bela batucada...
Obrigado ao "fotógrafo que estava lá"!... LG
Cherno Baldé
Filme das imagens de 52 a 58 > Imagens 52 –53–54 :
O ambiente está propicio para iniciar a dançaa, o uso de tambores, de origem mandinga, foi adoptada pela maioria das etnias da Senegambia.
Qualquer pretexto (, incluindo o "render da guarda" de um administrador de concelho...) servia para uma bela batucada...
Obrigado ao "fotógrafo que estava lá"!... LG
Cherno Baldé
Filme das imagens de 52 a 58 > Imagens 52 –53–54 :
O ambiente está propicio para iniciar a dançaa, o uso de tambores, de origem mandinga, foi adoptada pela maioria das etnias da Senegambia.
Foto nº 52 |
Nas imagens ve-se uma mulher a quem alguém encarregou de fazer a psicosocial (a politica), entregando-lhe uma bandeira portuguesa.
De seguida (53) tenta convencer a mulher dançarina (mestre de danças) para empunhar a bandeira enquanto dança mas parece que esta declina a proposta e prefere empunhar um simples pau de palmeira que combina melhor com os movimentos da dançaa mandinga; ao seu lado está a animadora da festa (animadora cultural) com um tecido de renda branca a volta do pescoço.
Foto nº 53 |
Imagens 56 –57-58 :
Após a abertura feita pela mestre de danças, lá vem uma pretendente mostrar o seu valor artístico e recebe muitos aplausos da assistência com a animadora cultural por perto (lado direito). Depois desta, lá vem em passos miudinhos, bem pausados, de acordo com a sua idade, a mulher grande que recebe o encorajamento de toda assistência.
Foto nº 54 |
O alferes Virgílio, esse está a ajudar a animar a dança da mulher grande. A bajuda ofendida não deixa passar impune o gesto e mostra as suas garras, gesticulando para o rapaz branco atrás de si e, muito provavelmente, acompanhado de palavrões no seu dialecto. Um cenario tipico de uma festa de batuque na tabanca nos anos 60/70 com a presença de jovens militares metropolitanos.
Cá temos o Cherno Baldé, qual Pedro Homem de Melo da Guiné, a explicar as danças e todo o seu ambiente numa povoação daquelas terras.
Cherno, deves compreender que nestes ajuntamentos de festas, em que entram rapazes e raparigas, a rapaziada aproveita-se para um 'encostãozinho' na rapariga que lhe aparece à frente, até parece que existe um íman. Ás vezes as coisas não correm lá muito bem, num ambiente da festa da mulheres e raparigas.
Mas, Cherno, lembro-me que em Nova Lamego, já contei aqui no blogue, estava a assistir a uma festa parecida com esta, se calhar com outros motivos, também com muita rapaziada e bajudas e grande batucada. Já era de noite, e todo entusiasmado com a inebriante dança das bajudas, quando fui eu que levei um 'encostãozinho' com apalpanço e tudo, e lá fui atrás da Maria/Fátima até nos encontrarmos longe da festa e das luzes da via pública. E ficamos juntos, na sua casa, até ao sol aparecer. (Se calhar por ser Embaló.)
A propósito do 'encostãozinho', assisti várias vezes na baixa de Lisboa ao lamúrio dum pedinte: Nem que seja só um tostãozinho... nem que seja só um tostãozinho... nem que seja só um tostãozinho. Mas quando passava uma rapariga jeitosa o lamurio mudava: Nem que seja só um tostãozinho... nem que seja só um encostãozinho.. nem que seja só um encostãozinho.
Pois... Abraço, Valdemar Queiroz Embaló
Cherno Baldé
Foto nº 58 |
Nem imaginas o estado em que fiquei de tanto rir. Claro que eu compreendo e esperava, precisamente, uma reacção contrária a demonstrar que toda aquela birra da bajuda era para homem grande ver, porque aquele rapazola branco podia atrai-la como a um íman, como tu dizes. Mas eu vou pela primeira hipótese de ser ele o provocador, isto para defender a honra das minhas irmãs cá do sitio, na verdade, podia ser tudo ao contrário da cena que eu insinuei e, se fosse na escuridão, ai Jesus, Maria!!!
Às vezes eu chego a pensar que aqueles que têm a pretensão de ajudar as "pobres" mulheres, mal sabem que, no fundo, elas são as donas de isso tudo.
Um abraço para ti, Cherno.
PS: Aquela noite de Gabu você a mereceu e ainda bem que, ao menos, tem uma historia bonita e singular para contar para alem das minas... armadilhas...fornilhos da guerra colonial. (**)
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Fotos acima > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >Janeiro de 1969 > Festa em honra do novo administrador.
Fotos )e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Ediçãor: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Notas do editor:
Um abraço para ti, Cherno.
PS: Aquela noite de Gabu você a mereceu e ainda bem que, ao menos, tem uma historia bonita e singular para contar para alem das minas... armadilhas...fornilhos da guerra colonial. (**)
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Fotos acima > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >Janeiro de 1969 > Festa em honra do novo administrador.
Fotos )e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Ediçãor: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 20 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18438: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXIV: Roncos e batuques em São Domingos, janeiro de 1969 (ii): festejos da tomada de posse do novo administrador, guineense, da circunscrição local
(**) Último poste da série > 6 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18384: (In)citações (117): Devaneios com sustentação na História (Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil da CCAV 703)