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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22545: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (90): Documentário para a RTP: procuram-se pais/irmãos de filhos da guerra (Catarina Gomes, argumentista)

1. Mensagem da Catarina Gomes, jornalista e escritora, com 30 referências no nosso blogue

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(Foto à esquerda, cortesia de Tinta da China):


Catarina Gomes nasceu em Lisboa, em 1975. É autora de dois livros sobre a Guerra Colonial.


Em Furriel não é Nome de Pai (Tinta-da-china, 2018) quebrou um tabu, contando a história dos filhos que os militares tiveram com mulheres africanas e que deixaram para trás.

Em Pai, Tiveste Medo? (Matéria-Prima, 2014) aborda a forma como a experiência do conflito chegou à geração dos portugueses filhos de ex-combatentes.

As duas obras foram incluídas no Plano Nacional de Leitura.

Foi co-argumentista do documentário (RTP2) Natália, a Diva Tragicómica, baseado num artigo que escreveu sobre uma mulher que viveu sob a ilusão de que era uma diva da ópera. Jornalista do Público durante quase 20 anos, as suas reportagens receberam alguns dos prémios mais importantes da área, como o Prémio Gazeta (multimédia).

Foi duas vezes finalista do Prémio de Jornalismo Gabriel García Márquez e recebeu o Prémio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha. Os seus trabalhos de jornalismo narrativo mais significativos encontram-se no site Vidas Particulares. (Fonte: Wook)
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Data - 14 set 2021 12:11
Assunto - Filhos de tuga-Parte 2



Bom dia, caro professor Luís Graça, Espero encontrá-lo bem.

Escrevo porque, ao contrário do que era minha intenção, vou voltar ao tema dos «filhos de tuga». Fui contactada por uma produtora para fazer um documentário para a RTP sobre o assunto.

Assim sendo, estou de novo à procura de histórias: de pais que reconheceram os filhos, de irmãos portugueses que encontraram/ descobriram os seus irmãos africanos. Vamos à Guiné, Angola e Moçambique.

Aqui fica o apelo:

Procura-se Pais/Irmãos de filhos da guerra Estamos a preparar um documentário para a RTP sobre a realidade dos filhos que alguns militares portugueses deixaram em Angola, em Moçambique e na Guiné-Bissau durante a Guerra Colonial/ do Ultramar, fruto de relações que tiveram com mulheres africanas durante o conflito.

Procuramos quem queira partilhar a sua história do lado da família portuguesa do militar, nomeadamente os próprios militares (pais destes filhos africanos) ou irmãos portugueses que tenham tentado encontrar ou desejem encontrar os irmãos africanos que os seus pais deixaram na guerra.



O nosso contacto é: docfilhosdaguerra@gmail.com

Muito obrigada.
Abraço, Catarina

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Nota do editor:

Último poste da série > 11 de setembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22535: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (89): No quadro dos 60 anos do início da Guerra Colonial, o RC 6 (Braga), em parceria com o Departamento de História do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, está a organizar um Colóquio e uma Exposição com enfoque no património histórico do RC6 como unidade mobilizadora, entre 1964 e 1974, de Pelotões de Reconhecimento Daimler

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21322: Agenda cultural (754): convite da Catarina Gomes para a sessão de lançamento do seu livro, «Coisas de Loucos: O que eles deixaram no manicómio": Feira do LIvro de Lisboa, Tinta da China, domingo, dia 6, às 17h00



Convite da autora, Catarina Gomes, e da editora, Tinta da China,


1. Mensagem da jornalista e escritora, Catarina Gomes [ tem cerca de 3 dezenas de referências no nosso blogue; não pertence formalmente à nossa Tabanca Grande, por razões de independência e deontologia profissional; é também autor da "Furriel Não É Nome de Pai: Os filhos que os militares portugueses deixaram na Guerra Colonial" (Lisboa, Tinta da China, 2018, 224 pp.)  

Data: terca feira, 1 set 2020, 11h10

Assunto: :«Coisas de Loucos» lançado na Feira do Livro a 6 de Setembro

Bom dia a todos,

O meu livro «Coisas de Loucos-O que eles deixaram no manicómio (editado pela Tinta da China) será lançado este domingo à tarde, 6 de Setembro, na Feira do Livro de Lisboa, sendo seguido de sessão de autógrafos às 17h00.

Devido às medidas de prevenção da Covid na Feira do Livro de Lisboa poderá haver limitações no acesso.

Abraços,  Catarina Gomes

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Nota do editor:

Último poste da série > 2 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21313: Agenda cultural (753): Arte urbana: mural, da autoria do artista plástico cabo-verdiano, António Conceição, de homenagem às mulheres da seca do bacalhau, e aos demais ofícios da Faina Maior... Gafanha da Nazaré,Ílhavo, agosto de 2020 (Ana Aveiro / Valdemar Aveiro)

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21177: Agenda cultural (750): Novo livro de Catarina Gomes, "Coisas de loucos: o que eles deixaram no manicómio" (Lisboa, Tinta da China, 2020, 264 pp.)







Sinopse do livro, editado pela Tinta da China 

Prefácio: Djaimilia Pereira de Almeida
Fotografias de Paulo Porfírio
Julho de 2020 | 264 PP | 21x14
ISBN: 978‑989‑671‑553‑3
Preço de capa: 17,90€


1. Mensagem, com data de 14 do corrente, da nossa amiga, jornalista e escritora, Catarina Gomes [ tem cerca de 3 dezenas de referências no nosso blogue; não pertence formalmente à nossa Tabanca Grande, por razões de independência e deontologia profissional]: 

Olá a todos,

Há mais de oito anos encontrei no sótão do primeiro hospital psiquiátrico português, o Miguel Bombarda, em Lisboa, uma caixa de cartão empoeirada cheia de objectos de antigos doentes. Há anos que persigo as suas vidas passadas. Que agora são, finalmente, livro. Chama-se «Coisas de Loucos-O que eles deixaram no manicómio» e chega finalmente às livrarias esta sexta-feira [, 17 de julho].

Por causa da pandemia não há ainda data certa para o seu lançamento, que deverá acontecer em Setembro. Nessa altura, receberão um convite. Por agora fica a notícia
Abraços
Catarina

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domingo, 27 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18685: Agenda cultural (638): Lançamento do novo livro de Catarina Gomes, "Furriel Não É Nome de Pai: Os filhos que os militares portugueses deixaram na Guerra Colonial" (Tinta da China, 2018, 224 pp.): Em Lisboa, na Feira do Livro, domingo, 3 de junho, 16h00; no Porto, Mira - Artes Performtivas, sábado, dia 2 de junho, 15h00






1. Mensagem da nossa amiga, jornalista e escritora, Catarina Gomes (, que tem cerca de 3 dezenas de referências no nosso blogue), com data de 21 do corrente:

Caro professor Luís Graça,

Como está?

Venho convidá-lo para o lançamento do meu novo livro "Furriel não é nome de pai-Os filhos que os militares deixaram na Guerra Colonial", que vai ter lugar na Feira do Livro de Lisboa dia 3 de Junho às 16h00 (o convite segue em anexo) e no Porto a 2 de Junho na Mira Artes Performativas (na zona de Campanhã), o convite também segue em anexo. Ambos os eventos são abertos e todos são bem-vindos.

Venho também pedir-lhe divulgue no blogue o livro que começa a ser vendida nas livrarias dia 25 de Junho (envio em baixo o comunicado de imprensa), mas que pode também ser comprado à distância através do portal da editora Tinta da China com portes gratuitos: 
Tudo começou no vosso blogue.

Faz este ano cinco anos que fui à Guiné-Bissau para escrever pela primeira vez sobre “os filhos do vento”, como lhes começou a chamar o José Saúde no vosso blogue. Não imaginam a quantidade de emails que recebi desde então, de filhos africanos em busca de pais, de alguns portugueses em busca dos seus irmãos africanos. 

Depois dessa primeira reportagem senti que a história tinha ficado incompleta. Que era preciso voltar sozinha à Guiné e continuar a contar as suas histórias. Chamo-lhe um livro de pós-reportagem porque trata do que aconteceu depois da reportagem e por causa dela:

por causa da reportagem Fernando Hedgar da Silva - um homem que um dia pensou que “furriel” era nome de pai e a quem este livro é dedicado - conheceu dezenas de outros “filhos de tuga” como ele e decidiu criar a associação “Filho de Tuga”;

por causa da reportagem Filomena decidiu trazer o sobrinho desconhecido para Lisboa e obrigar o irmão, ex-militar, a fazer um teste de DNA;

por causa da reportagem Emília descobriu os seus dois irmãos gémeos guineenses, Celestino e Celestina.

Ao último capítulo chamei “Pais Procuráveis”. Aqui volto à reportagem que fiz em Angola, em que acompanhei António Bento ao encontro do seu filho angolano desconhecido, e explico também o que aconteceu antes e depois.

Muito obrigada por tudo. Não poderia deixar de estar, juntamente com o José Saúde, nos agradecimentos.

Um abraço,

Catarina




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Nota do editor:

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15694: E as nossas palmas vão para... (11): Catarina Gomes, a nossa amiga jornalista do "Público" que venceu o Prémio Rei de Espanha, na categoria imprensa escrita, com o trabalho "Quem é o filho que António deixou na Guerra?"... (Trata-se da segunda parte de um trabalho, iniciado em 2013, sobre os "Filhos do Vento")

1. Mensagem da nossa amiga Catarina Gomes
jornalista do "Público", com data de hoje:

 Professor,


A minha história do furriel e do filho em Angola ganhou recentemente o Prémio de Jornalismo Internacional Rei de Espanha: https://www.publico.pt/sociedade/noticia/publico-vence-premio-rei-de-espanha-1719968

Por causa disso, há uma jornalista brasileira que quer fazer uma peça sobre este tema dos filhos do vento, a ver se damos visibilidade ao tema. Falei-lhe em si e do blogue e em como há quem, entre os ex-militares, defenda que estes filhos devem ter nacionalidade e queira fazer por isso. Posso dar-lhe o seu número? Chama-se Marana Borges e trabalha para o maior site de conteúdos do Brasil, o UOL, que é como se fosse o nosso Sapo.

Abraço

Catarina

2. Recortes de imprensa > Jornalista do PÚBLICO vence Prémio Rei de Espanha

PÚBLICO 12/01/2016 - 15:50 [reproduzido com a devida vénia]


Catarina Gomes é a vencedora com o trabalho Quem é o filho que António deixou na guerra. Há 23 anos que um português não era premiado na categoria de imprensa escrita.



O encontro do pai (António Graça Bento, 63 anos) e do filho (Jorge Paulo
Bento, conhecido por o "Pula",na Unidade de Intervenção Rápida,
de Luena, a que pertence; tem agora 40 anos e 4 filhos; a mãe,
Esperança, já morreu em 2005). Foto de Manuel Roberto, fotojornalista
do Público, reproduzida com a devida vénia.
A jornalista do PÚBLICO Catarina Gomes é a vencedora do Prémio de Jornalismo Rei de Espanha na categoria Imprensa com o trabalho Quem é o filho que António deixou na Guerra?, a segunda parte de um trabalho iniciado já em 2013 sobre os filhos nascidos de relações entre ex-combatentes da guerra colonial e mulheres africanas, os Filhos do Vento. Ambos os trabalhos foram publicados na Revista 2.

A reportagem conta a história do ex-furriel António Bento, que viveu durante a guerra com uma angolana chamada Esperança Andrade e que sempre soube que tinha deixado um filho para trás. A reportagem acompanhou este reencontro. Mas a maior parte dos filhos de ex-combatentes na Guiné-Bissau não teve a mesma sorte. Até hoje, continuam sem saber quem é o seu "pai tuga", revelou a primeira parte deste trabalho que ganhou em 2014 o prémio Gazeta Multimédia, na primeira vez que foi atribuído a um órgão de comunicação social.

O trabalho de Catarina Gomes, que é jornalista do PÚBLICO desde 1998, mereceu a unanimidade do júri dos Prémios de Jornalismo Rei de Espanha 2015, organizados pela agência de notícias espanhola EFE e pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional, que esteve reunido entre segunda-feira e hoje em Madrid. Em acta, o júri menciona "uma reportagem que narra com uma linguagem emocionante a história de António Bento e da sua busca pelo filho que teve juntamente com uma angolana durante a guerra. É uma história que ilustra a proximidade entre dois povos e o sarar de feridas passadas.” A história de António Bento foi fotografada pelo fotojornalista do PÚBLICO Manuel Roberto e filmada pelo videojornalista Ricardo Rezende. A última vez que um jornalista português tinha sido distinguido com este galardão na categoria imprensa escrita foi em 1993, um trabalho de Maria Augusta Silva para o Diário de Notícias.

Os Prémios de Jornalismo Rei de Espanha receberam 185 trabalhos de 18 países, entre os quais seis trabalhos de jornalistas portugueses (dois na categoria imprensa escrita, dois em televisão, um na categoria rádio e outro na de jornalismo ambiental). Os países que mais trabalhos apresentaram foram a Colômbia (44), seguido do Brasil (39) e de Espanha (32).

O mesmo júri — que este ano integrou jornalistas espanhóis, um peruano e um português — também deliberou sobre o Prémio Don Quixote de Jornalismo 2015 (12.ª edição), tendo decidido atribuí-lo à crónica Cusco en el tiempo, do peruano Mario Vargas Llosa, publicada no diário espanhol El País.

Cada premiado receberá uma escultura em bronze do artista Joaquín Vaquero Turcios e uma verba de 6000 euros. O Prémio Don Quixote ascende a 9000 euros e uma escultura comemorativa. Os prémios serão entregues pelo rei de Espanha em data ainda a definir.

Catarina Gomes recebeu o prémio Gazeta Multimédia (2014), com a reportagem Filhos do Vento, juntamente com Manuel Roberto e Ricardo Rezende, que veio dar a conhecer as histórias de filhos de ex-combatentes de militares portugueses com mulheres africanas, deixados para trás nos tempos da guerra colonial. O interesse por este tema começou durante a pesquisa do livro que escreveu em 2014, Pai, tiveste medo?, editado pela Matéria-Prima, que reúne 12 histórias sobre a experiência da guerra colonial vista por filhos de ex-combatentes.

Com a reportagem Infâncias de Vitrine, que conta histórias de vidas de filhos separados à nascença de pais doentes com lepra, adultos que passaram as suas infâncias a vê-los através de um vidro, recebeu em 2015 o Prémio AMI-Jornalismo contra a Indiferença – a par com a reportagem Perdeu-se o pai de José Carlos – trabalho que foi também um dos finalistas mundiais, na categoria do texto, do Prémio de Jornalismo Iberoamericano Gabriel García Márquez. Foi argumentista do documentário Natália, a Diva Tragicómica, produzido pela RTP2 e pela Real Ficção.

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Nota do editor:

Último poste da série > 30 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14420: E as nossas palmas vão para... (10): João Crisóstomo e António Rodrigues, amigos da causa de Aristides de Sousa Mendes (Parte II)

domingo, 5 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14838: Filhos do vento (40): abaixo-assinado dos "Fidju di Tuga" à Assembleia da República Portuguesa: "Somos atualmente cerca de meia centena de membros, apenas em Bissau, estimamos que existam pelo menos meio milhar de 'filhos de tuga' espalhados pelo país... Vimos pedir o reconhecimento do legítimo direito à nacionalidade portuguesa"... Entretanto, o 1º ministro Passos Coelho faz amanhã, 2ª feira, a sua primeira visita oficial à Guiné-Bissau.

1. Mensagem de Catarina Gomes, jornalista do Público,  autora (texto) da reportagem sobre os "Filhos do Vento" e "O Meu Filho Ficou lá";  filha de ex-combatente da guerra colonial (em Angola), escreveu o livro "Pai, tiveste medo ?" (Lisboa, Matéria Prima Edições, 2014):

[foto à esquerda: membros fundadores da Associação Fidju di Tuga, com sede em Bissau; cortesia da sua página na Net]
Data: 3 de julho de 2015 às 14:35
Assunto: abaixo-assinado

 Professor,

Aqui lhe envio o texto do abaixo-assinado da associação de que lhe tinha falado :

A Associação Fidju di Tuga/Filho de Tuga-Associação da Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes na Guiné-Bissau foi criada em 2013 para representar os chamados Fidju di Tuga, expressão que traduzida do crioulo significa Filho de Tuga, e que durante todas as nossas vidas foi usada para nos designar/ insultar na Guiné-Bissau.

Somos filhos de ex-combatentes portugueses que estiveram na Guiné-Bissau durante a guerra colonial/guerra da libertação e que tiveram filhos com mulheres guineenses e os deixaram para trás. Muitos de nós até hoje apenas sabem os apelidos e patentes dos nossos pais, dados incompletos que não nos permitiram saber quem é nosso pai português e tentar entrar em contacto com ele.

Criámos esta associação para representar todos estes filhos que ficaram. Somos actualmente cerca de meia centena de membros, apenas em Bissau. Estimamos que existam pelo menos meio milhar de "filhos de tuga" espalhados pelo país, todos nascidos durante os anos da guerra ou no ano imediatamente a seguir ao regresso definitivo das tropas portuguesas.

Os nossos pais estiveram na Guiné-Bissau ao serviço do Estado Português. Os abaixo-assinados vêm por este meio pedir o reconhecimento do seu legítimo direito à nacionalidade portuguesa como filhos de pais portugueses, solicitando que a sua causa seja debatida no Parlamento português.

Entretanto, soube que o 1º ministro Passos Coelho vai à Guiné dia 6 de Julho.

Abraço e boas férias, se for caso disso.

Catarina
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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14792: Filhos do vento (39): Será que tudo o que por aí se vai dizendo, da nossa vida sexual em zona de guerra, não será também, em alguns casos, uma grande mentira? (Tony Borié)

sábado, 20 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14774: Filhos do vento (38): O caso do António da Graça Bento que foi a Angola, 40 anos depois, conhecer o seu filho. Reporatgem "on line" e em papel, no jornal Público: texto de Catarina Gomes e imagem e som de Ricardo Rezende



Dois fotogramas do vídeo (31' 17'') publicado pelo Público "on line": "Quero que ele sabe que tem um pai".  Ricardo Rezende (imagem e som). Reproduzidos com a devida vénia.



O encontro do pai (António Graça Bento, 63 anos) e do filho (Jorge Paulo Bento, conhecido por o "Pula", na Unidade de Intervenção Rápida, de Luena, a que pertence; tem agora 40 anos e 4 filhos; a mãe, Esperança, já morreu em 2005). (*)

Foto de Manuel Roberto, fotojornalista do Público, reproduzida com a devida vénia.

O António Bento, natural de Nisa, que trabalha em Montemor-o-Novo e vive em Vendas Novas, foi fur mil da 1ª C/ BART  6321/73 (1973/75), mobilizada pelo RAL 3 (Évora). Este batalhão esteve no leste de Angola (Lucusse, Luvuei, Cassamba e Lutembo). A 1ª companhia esteve no Luvuei. Eis aqui a sua história. 

A reportagem "Quem é o filho que António deixou na guerra?" é uma magnífica peça jornalística de Catarina Gomes (texto), Manuel Roberto (fotografia) e Ricardo Resende  (vídeo em Luanda e Luena).

"Esta é a história de um furriel português que foi viver para a sanzala e que foi feliz na guerra. E de um filho angolano que sempre viveu incompleto. Afinal, o pai de Jorge existe e foi ao seu encontro."

Vd. na edição em papel, domingo, dia 21, a reportagem completa (Público | Revista) (**)

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14764: Filhos do vento (36): SIC, Jornal da Noite, hoje, 4ª feira, 18, 20h00-21h30; e revista do jornal "Público", domingo, 21: "Tivemos a felicidade de acompanhar o António Bento, que esteve em Angola entre 1973 e 1975, e era furriel, e ir com ele ao encontro do filho que ele nunca conheceu, deixou a mulher com quem viveu durante um ano grávida" (Catarina Gomes, jornalista)

1. Mensagem da nossa amiga Catarina Gomes,  jornalista do "Público", coautora da reportagem sobre os "Filhos do Vento" e "O Meu Filho Ficou lá"; filha de ex-combatente da guerra colonial (em Angola), escreveu o livro "Pai, tiveste medo ?" (Lisboa, Matéria Prima Edições, 2014):

Data: 16 de junho de 2015 às 10:19
Assunto: Reportagem Angola

Caro professor,

Tal como lhe tinha dito, desde a ida à Guiné a a reportagem dos "filhos do vento",  fiquei com vontade de contar uma história ao contrário, pelo lado de um pai de um "filho do vento". Tivemos a felicidade de acompanhar o António Bento, que esteve em Angola entre 1973 e 1975,  e era furriel, e ir com ele ao encontro do filho que ele nunca conheceu, deixou a mulher com quem viveu durante um ano grávida.

É dessa aventura que dá conta a reportagem que sairá publicada na revista do "Público", no domingo dia 21 de Junho, e no Jornal da Noite da SIC,  esta quinta-feira dia 18 de Junho.

Espero que a reportagem possa inspirar muitos pais a olharem para o passado e talvez a lembrarem-se que deixaram um filho para trás.

Aqui lhe deixo  os dados da conta  bancária da:

Associação da Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes Portugueses na Guiné-Bissau (Fidju di Tuga)
Banco da África Ocidental em ligação à conta do Montepio em Lisboa.


114011010114

Um abraço
Catarina


2. Quinta-feira, dia 18 de junho, no 'Jornal da Noite', SIC [20h00-21h30], 

Grande Reportagem SIC: "O meu filho ficou lá" 


Sinopse:

A Guerra Colonial levou milhares de soldados portugueses para África e deixou por lá muitas crianças sem pai, filhos de militares portugueses que acabaram as suas comissões de serviço e regressaram a Portugal. Há quem desconheça que por lá deixou um filho, há quem o esconda porque construiu uma nova família após o regresso e há quem nunca esqueça o que se passou.

Já na parte final do conflito, António Bento foi enviado, por dois anos, para Angola onde prestou serviço militar entre 1973 e 1975. Foi colocado no interior de Angola, na província de Luena, perto da fronteira com a Zambia.

Durante a comissão de serviço, António Bento apaixonou-se pela angolana Esperança. O soldado chegou mesmo a mudar-se e a ir viver para casa de Esperança, numa aldeia perto do quartel. Mas no início de 1975, a comissão de serviço termina e António Bento regressa a Lisboa pouco antes do filho de ambos nascer. O ex-combatente nunca esqueceu que se tinha despedido de uma mulher grávida.

A longa guerra civil em Angola e as dificuldades de comunicação com o interior do país foram algumas das barreiras que impediram António Bento de descobrir o paradeiro do filho. Mas nunca desistiu.

Hoje "Zito", o filho de António e de Esperança, tem 40 anos, a mesma idade de Angola independente. E só ao fim de 4 décadas pai e filho encararam-se, pela primeira vez, olhos nos olhos.

"O Meu Filho Ficou Lá " é a história de uma viagem ao interior de Angola e à emoção do primeiro encontro entre um pai e um filho. Uma 'Grande Reportagem' em parceria jornal Público /SIC.

Reportagem : Catarina Gomes
Ricardo Rezende (imagem e som)
Montagem: Ricardo Rezende | Rui Berton
Uma parceria jornal Público / SIC
Coordenação: Cândida Pinto
Direcção: Alcides Vieira | Rodrigo Guedes de Carvalho

Fonte: Cortesia de:

SIC | Ana Margarida Morais
Assistente Gabinete de Comunicação e Relações Externas

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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14733: Ser solidário (185): Regressei de Bissau e trago um abaixo-assinado de 12 filhos, com as respetivas cópias do BI. A Associação "Fidju di Tuga" quer sensibilizar os deputados portugueses que passaram pelo TO da Guiné (Catarina Gomes, jornalista)

1. Mensagem da jonalista do "Público", Catarina Gomes, autora da reportagem "Filhos do Vento"e do livro "Pai, tiveste medo ?" (Lisboa, Matéria Prima Edições, 2014):


Data: 9 de junho de 2015 às 10:33

Assunto: Filhos

Bom dia,  professor Luís Graça,

Estou de regresso. Como descrever o que senti durante estes dias? Presenciei a uma reunião da associação "Fidju di Tuga", ofereci-lhes o gravador do Tiago Teixeira e a máquina fotográfica de João Sacôto, que os vai ajudar a registar as suas histórias.

O Pepito tinha-lhes prometido tempo de antena nas rádios comunitárias da AD e uma motorizada para que fizessem o levantamento dos filhos pelo país, mas infelizmente a nova AD não deu continuidade à promessa.

Constato que os filhos que eu conheci há dois anos não são os mesmos da associação, que outros novos se lhe juntaram, que há cada vez mais. Acompanhei o presidente, Fernando Hedgar da Silva [. foto à esquerda,] , e constato que a associação vai sendo cada vez mais conhecida na Guiné, e que reforçou laços entre pessoas que tiveram o mesmo destino e que agora já não estão sós, estão a forjar uma identidade em conjunto. As reuniões são tristes e alegres ao mesmo tempo.

Fiquei muito feliz com a sondagem do blogue, sobre o aparente consenso em torno da questão da nacionalidade. Acho que tem de haver mais a fazer por estas pessoas. Espero que a reportagem de dia 18 de Junho, do pai que voltou a Angola para conhecer o filho, ajude a despertar consciências adormecidas!

Não havendo possibilidade de reencontros entre pais e filhos, acho que chega a altura de o Estado português fazer alguma coisa por estas pessoas que vivem em condições muito parecidas com as que os ex-combatentes conheceram há 40 anos.

Será que me pode mandar o mail dos dois deputados que foram passaram pelo TO da Guiné ?  Falei neles ao Fernando e será ele a mandar o mail.

Penso que seria importante que os ex-combatentes se mobilizassem nesta causa, o professor tem feito por isso. Eu trouxe um pequeno abaixo-assinado, com as respectivas cópias dos bilhetes de identidade de 12 filhos.

Assim que descarregar as fotos do meu telemóvel mando-lhas. (**)

Até breve

Catarina Gomes
Jornalista
Jornal PÚBLICO
(+351) 21 0111179 (Directo)
cgomes@publico.pt
www.publico.pt

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Notas do editor:


quinta-feira, 4 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14697: Inquérito online: "Os 'nosso filhos da guerra' deveriam poder ter acesso à nacionalidade portuguesa"... A grande maioria (84%) dos respondentes (num total de 94) está de acordo


Foto de Júlio Tavares (1945-1986), publicado no blogue da sua filha Marisa Tavares, Are  you my brother ? (http://omadragoa.blogspot.com/ ) (*).

 O Júlio Tavares, mais conhecido por "O Madragoa",  foi sold cond auto, CCS / BART 1913 (Catió, 1967/69), a mesma unidade a que pertenceu o nosso saudoso Victor Condeço (1943-2010).

O blogue foi criado em 2010, com o objectivo de encontrar um irmão  guineense, um filho que o seu pai terá tido em Catió, conforme confissão feita por ele na hora da sua morte, em 1986. Qualquer informação sobre o paradeiro do seu meio-irmão guineense (,hoje com 46/47 anos, se  ainda estiver vivo,) pode ser enviada para o email da Marisa Tavares, hoje canadiana,  e de quem também já não temos notícias há muito:  mt_iphone@rogers.com



I. SONDAGEM: OS "NOSSOS FILHOS DA GUERRA" DEVERIAM PODER TER ACESSO À NACIONALIDADE PORTUGUESA


Resultados finais (n=94):


1. Discordo totalmente  (n=1) / 2. Discordo  (n=1)  (2%)

3. Não discordo nem concordo / Não sei  (n=13) (14%)

4. Concordo (n=38) (40%)


5. Concordo totalmente  (n=41) (44%)


A sondagem fechou às 22h do dia 30 de maio p.p.


II. Comentários,  para quê ? 

A grande maioria dos amigos e camaradas da Guiné, leitores deste blogue, estão de acordo quanto á possibilidade de atribuição da nacionalidade portuguesa àqueles/as dos/as filhos/as, concebidos/as durante a guerra colonial (grosso modo, entre 1961 e 1974), filhos de pais, militares portugueses,  e de mães guineenses.

A nossa sondagem parece ser conclusiva: 84% dos respondentes (numa amostra não aleatória de 94 votantes) está de acordo com a proposição, segundo a qual "os 'nossos filhos da guerra' deveriam poder ter acesso à nacionalidade portuguesa", se assim o desejarem ou requererem.

Os também conhecidos como filhos do vento poderão ter hoje entre 40 e 50 anos e, no caso da Guiné-Bissau, não deverão ultrapassar os 500 indivíduos de ambos os sexos, a viver em Portugal e a Guiné-Bissau, segundo estimativas da Conservatória de Registo Civil de Bissau que recebe os pedidos de nacionalidade com base na paternidade portuguesa (Fonte: Catarina Gomes, "Embusca do pai tuga", Público, 14/7/2013).

 A Associação "Fidju di Tuga", com sede em Bissau, que luta pela defesa dos direitos destes homens e mulheres, achava a estimativa conservadora. O mesmo pensam outros observadores (e atores) da realidade guineense como o nosso amigo Cherno Baldé.

A jornalista Catarina Gomes, que é uma profunda conhecedora deste dossiê, recorda a situação, algo similar, dos filhos dos soldados americanos no Vietname:

(...) "A história de guerras em que os combatentes que vão lutar fora do seu país deixam filhos não é uma realidade nova. No século XX, há, por exemplo, casos de alemães que, na Segunda Guerra Mundial, deixaram filhos de francesas que depois foram ostracizadas.

"Nos Estados Unidos, os filhos dos soldados americanos com mulheres vietnamitas até têm nome, chamam-lhes amerasians (fusão das palavras americanos com asiáticos). De tal forma o assunto se tornou público, que estes 'filhos do pó', como eram conhecidos no Vietname - cresceram muitos deles em orfanatos ou tornaram-se sem-abrigo - ganharam direito ao estatuto de imigrante americano de forma automática. Em 1987, o Amerasian Homecoming Act deu-lhes esse direito, sem necessidade de haver provas de paternidade, bastava terem a mínima presença de traços físicos ocidentais. 

"Ao abrigo da lei, emigraram para os Estados Unidos 26 mil filhos e mais 75 mil dos seus familiares.
Um estudo publicado no Journal of Multicultural Counseling and Development sobre este universo concluiu que 76% desejavam conhecer os seus pais, mas só 33% sabiam os seus nomes. Outros 22% tinham tentado estabelecer contacto, mas só 3% tinham tido a oportunidade de conhecer os seus pais biológicos" (...) (Fonte: Catarina Gomes, "Embusca do pai tuga", Público, 14/7/2013).

Pode perguntar-se: amigos e camaradas, o que é que o nosso blogue pode fazer, mais e melhor, por estes "nossos filhos da guerra" ? Para já vai dando visibilidade a um problema que era também, até há alguns anos atrás, mais um dos "esqueletos guardados no armário" da história da guerra colonial.

A Catarina Gomes tem um endereço de email expressamente destinado ao envio de informações julgadas relevantes para "a busca destes filhos de ex-militares portugueses":
filhosdovento@publico.pt.

O seu trabalho de investigação jornalístico já se estendeu entretanto também a Angola. No dia 29 de maio último, ela voltou á Guiné-Bissau, "por sua conta e risco". Ou seja, ele já não é apenas uma jornalista, é uma também  ativista na luta pela defesa dos direitos destes homens e mulheres, "nossos filhos da guerra",  que carregam às costas um passado de humilhação. discriminação e sofrimento. Na realidade, é esperado que os governos de Portugal e da Guiné-Bissau possam fazer algo mais por estas vítimas, colaterais, da guerra.

Apraz-nos registar, por outro lado, que a reportagem Filhos do Vento, de Catarina Gomes (texto), Ricardo Rezende (vídeo) e Manuel Roberto (fotografia), foi distinguida, em 2014, com o Prémio Gazeta na categoria Multimédia, atribuído pelo Clube de Jornalistas.

E, por fim, recorde-se que não são apenas os filhos (guineenses) a procurar o "pai. tuga".. São também os irmãos (portugueses) a procurar os irmãos guineenses... Recorde-se aqui o caso, comovente,  da Marisa Tavares, que vive no Canadá (*). O seu blogue ainda continua ativo; Are you my brother ? [Em português, és meu irmão ?], sinal de que ainda não encontrou o irmão de Catió, que a estar vivo deverá ter 46/47 anos...  O pai, ex-sold cond auto, esteve em Catió e Ganjola, entre 1967/69 (vd. foto acima).

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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14667: Filhos do vento (34): Festival Rotas e Rituais, 2015: 22 de maio > Conferência "Filhos da Guerra": vídeo com a intervenção da jornalista Catarina Gomes



Vídeo (12' 42'')   > You Tube > Luís Graça

 [Pode-se aumentar o volume de som, clicando na imagem, em baixo, à direita]


1. Lisboa, Cinema São Jorge, Festival Rotas & Rituais, 2015 > 22 de maio: conferência "Filhos da Guerra".

Intervenção de Catarina Gomes, organizadora e moderadora do painel, em que intervieram ainda Margaridade Calafate Ribeiro, Luís Graça e Rafael Vale e Reis. A Catarina é a primeira, à esquerda.

A jornalista do Público deu visibilidade mediática ao problema dos filhos da guerra ou filhos do vento. E, mais  do que isso,  apoiou, discretamente,  à criação, em Bissau, da associação Fidju di Tuga (que ainda não tem existência legal por falta de meios financeiros e logísticos). Voltará a Bissau no próximo dia 29.

Ver (ou rever) aqui, no Público, a reportagem,  Filhos do Vento, de Catarina Gomes (texto), Manuel Roberto (foto) e Ricardo Rezende (vídeo). [Trata-se de um trabalho financiado no âmbito do projecto Público Mais]

(...) No tempo da guerra colonial havia quem lhes chamasse "portugueses suaves", agora, há entre os ex-combatentes quem prefira "filhos do vento". A maioria dos filhos de militares portugueses com mulheres guineenses guarda pedaços de história incompletos, com a ambição de que um dia esses poucos dados os venham a reunir aos pais. Andaram boa parte das suas vidas  Em busca do pai tuga. (...). 



2. Na altura da publicação da reportagem da Catarina Gomes, por volta de julho de 2013, escrevemos,  entre outros e outras coisas,  o seguinte, no nosso blogue (**);

(...) "Pronto, a Catarina Gomes e o 'Público' abriram a 'caixinha de Pandora'!... E ainda bem... A comunicação social chega a outros públicos que nós não podemos atingir... Nós que,  no blogue,  há já muito que falamos destas e doutras coisas da Guiné, esquecidas, se não mesmo silenciadas... Sempre o dissemos e sempre temos defendido que no blogue não há (nem deve haver) tabus...

Por outro lado, a liberdade de pensamento e de expressão é um valor intocável, inalienável... De qualquer modo, não deixam de ser disparatados alguns comentários que alguns leitores estão a mandar para o sítio Público > Filhos do vento...

É bom que alguns de nós lá escrevam, e deem o seu testemunho.  Às tantas vamos todos ser crucificados como os maiores... bandidos da história!... Admito que alguns comentários sejam meras provocações, outros sejam pura ingenuidade, e outros ainda fruto da compulsiva necessidade de "marcar o terreno" (, como fazem alguns grafiteiros quando veem um muro limpinho)... 

Enfim, há de tudo, dos comentários de gente intelectualmente séria e honesta aos mais hipócritas e cínicos... Alguns fazem-me simplesmente sorrir... De qualquer modo, temos de prevenir e combater a santa ignorância que é a mãe do pérfido preconceito, a par do falso moralismo que é o pai de muitas tiranias... Felizmente que a vida e a história dos homens e das mulheres não são feitas nem escritas a 'preto e branco' " (...).

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Notas do editor

(*) Últimos postes da série:

24 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14657: Filhos do vento (31): Festival Rotas e Rituais, 2015: 22 de maio > Conferência "Filhos da Guerra": vídeo com a intervenção de Rafael Vale e Reis, especialista em bioética e direito da família ("Filhos do Vento: direito ao conhecimento das origens genéticas ?")

25 de maio de  2015 > Guiné 63774 - P14659: Filhos do vento (32): Festival Rotas e Rituais, 2015: 22 de maio > Conferência "Filhos da Guerra": apontar o dedo ou dar a mão para ajudar ? (Hélder Sousa / João Sacôto)

26 de maio de 15 > Guiné 63/74 - P14663: Filhos do vento (33): "Quando a guerra terminar, e a tropa se for embora, ainda hei-de ver por aqui alguns brancos a trepar às palmeiras", dizia-me um chefe de tabanca no meu tempo (Domingos Gonçalves, ex-alf mil, CCAÇ 1546 / BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68)


Os primeiro postes desta série (ou sobre este tema) remontam a 2011:


23 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8813: Filhos do Vento (1): Nem branquear os casos nem culpabilizar ninguém (José Saúde)

20 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8799: (In)citações (36): Filhos do vento, ontem, brancu mpelélé, hoje (Cherno Baldé)


Na realidade o tema é mais antigo ainda, no blogue,  se quisermos,  já vem dos "primórdios", provando que não temos tabus:

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14659: Filhos do vento (32): Festival Rotas e Rituais, 2015: 22 de maio > Conferência "Filhos da Guerra": apontar o dedo ou dar a mão para ajudar? (Hélder Sousa / João Sacôto)

1. Comentário de Hélder Sousa [, ex-fur mil de trms TSF (Piche e Bissau, 1970/72), ribatejano, engenheiro técnico, residente em Setúbal, membro da Tabanca Grande desde abril de 2007 e nosso colaborador permanente]:


Um conjunto de circunstâncias felizes permitiram-me ter estado presente. (*)

Gostei e não gostei.

Gostei da exposição fotográfica que serviu de 'motor de arranque' ao evento. É um conjunto de fotografias de grande categoria, com rostos expressivos, com paisagens e enquadramentos que nos fazem reviver e pensar. ´[É da autoria de Manuel Pedrosa

Gostei das explicações que foram dadas para a exposição e também, já agora, do que foi oferecido aos visitantes: cachupa, bolo de gengibre, bebida de manga com hortelã, camarão frito...






O festival Rotas & Rituais 2015, dedicada este ano aos 40 anos da descolonização e da independência dos países africanos de expressão oficial portuguesa, está a decorrer em Lisboa, até ao dia 29 de maio. Ver aqui a página oficial.






Lisboa > Cinema São Jorge > Festival Rotas & Rituais, 2015 > 21 de maio de 2015 > "No foyer do Cinema São Jorge, Manuel Roberto mostra-nos as caras de 'Filhos do Vento', filhos que a guerra colonial fez nascer e depois esqueceu" (Fotos e legenda da página do Facebook do festival, reproduzidas aqui, no nosso blogue, com a devida vénia).[Sobre o Manuel Roberto, ver aqui a sua página pessoal no Facebook]

Gostei do facto de a Conferência ter tido uma razoável assistência, várias dezenas de presenças.
Gostei das intervenções dos membros do Painel: da Catarina, com o enquadramento justificativo e explicativo do que a motivou e também de como se emocionou com a sua viagem à Guiné (para nós isso já não constitui 'novidade'); da intervenção da Professora Margarida; do nosso camarada Luís Graça, que perspectivou, quanto a mim, o assunto (e as designações que têm vindo a causar algum 'desconforto' entre camaradas) em moldes correctos; a intervenção do ponto de vista do "direito" por parte de Rafael Reis.

Não gostei da forma como algumas intervenções da assistência, no período das questões, deturparam as ideias que foram expressas.

Por exemplo, em determinado momento o nosso camarada Jorge Cabral fez uma explanação sobre o seu entendimento de como surgiram casos como o que motivava a Conferência, terem nascido crianças em resultado de relações entre militares portugueses, metropolitanos em comissão de serviço, e mulheres guineenses.


Em nenhum momento sugeriu que seriam relações suportadas por situações do tipo de prostituição, antes pelo contrário, foi sublinhado que, no "nosso tempo",  esse tipo de 'actividade' tem indicações em Bissau, no "Cupilon", no "Chez Toi" e também houve referências a Bafatá, mas nada mais.

E não é que algumas outras intervenções, por "distracção", por ignorância, por "cartilha tipo cassete", por maldade, tentaram 'fazer passar' a ideia que os militares portugueses 'descartavam' os filhos por alegarem que eles seriam fruto de prostituição e não poderiam, naquela altura, assumir a paternidade ?!

Felizmente que uma guineense, com grande nível, ajudou a colocar as coisas na verdadeira perspectiva, mas lá que fiquei a 'desgostar' da forma como ainda hoje, em vez de se procurar encontrar a solução possível para a situação dessas pessoas "sem Pai", se faça mais foco na procura de 'culpabilidades' impossíveis de determinar.

Mas valeu a pena!
Hélder S.

2. Sobre este tema também comentou o João Sacôto (*) 

[ex-Alf Mil da CCAÇ 617/BCAÇ 619, Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66)]

Infelizmente, não estive presente, porém é, para mim, fácil entender a opinião do Hélder Valério, no que toca às coisas de que não gostou. Também não gosto de ouvir certas correntes de opinião que insistem em culpabilizar sistematicamente os comportamentos de jovens em vivências tão incomuns e extraordinárias. Direi mais, esses comportamentos teriam sido muito diferentes se vividos pelos mesmos em tempo de paz mas afastados do seu ambiente habitual?


3. Novo comentário do Hélder Sousa (*):

Meus amigos, motivado pela observação do Gabriel,  ainda acrescento mais alguns aspectos, sendo certo que o cerne da questão não é mais do que saber se aquelas crianças de então, adultos de hoje, têm direito a conhecer o progenitor e, já agora, por extensão, se têm direito à nacionalidade portuguesa [, tema que esta semana é objecto de uma sondagem do blogue].

Começando pelo fim a resposta só pode ser sim. 

Então não é verdade que eles são portugueses por nascimento, na medida em que isso ocorreu em território sob administração portuguesa? Isso só vale quando convém para diabolizar o que se quiser? Este aspecto é uma questão do Direito e competirá ao Estado (aos Estados) resolver.

Agora, se os progenitores (estou sempre a distinguir 'progenitor' de 'pai') estão ou não em condições de assumir essa paternidade, isso é muito mais complicado.

É uma decisão, uma atitude, do foro íntimo e, se não foi tomada antes, dificilmente poderá ser tomada agora. Já muita água correu debaixo das pontes....

E nem sabemos (nem poderemos saber e, na realidade, também só poderemos especular) os motivos porque antes não foi feito. Admito que em alguns casos até possa ter havido desconhecimento da gravidez, mas também sabemos de vários outros que não foi assim e aqui entraram outros preconceitos a funcionar.

Quanto a mim, este assunto tem estas duas vertentes: a 'nacionalidade' e a 'paternidade'.

Lateralmente às vezes leva-se a discussão para outros aspectos como o da sexualidade desbragada, da violação, etc., e sempre centrados nos jovens militares metropolitanos mas, propositadamente, ou não, omitem-se outras 'abordagens, como a dos relacionamentos de soldados africanos 'deslocados' territorialmente. 

Além disso também se poderia inquirir, tal como o Gabriel indica, como seria um relacionamento "em tempo de paz", como é que se passa agora com os "cooperantes". Como é que os jovens metropolitanos de então se relacionavam nas suas aldeias e vilas. Como haviam tantos "filhos de pais incógnitos" por essas terras.

Hélder S.
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Nota do editor:


Vd. também  poste de 21 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14642: Agenda cultural (400): Conferência "Filhos da Guerra", Festival Rotas & Rituais, 2015, Lisboa, Cinema São Jorge, 6ª feira, 22, 19h30... Participantes: Catarina Gomes (moderadora), Margarida Calafate Ribeiro (Os netos que Salazar não teve), Luís Graça (Que guerra se conta aos filhos?) e Rafael Vale e Reis (Filhos do vento: direito ao conhecimento das origens genéticas?)... Entrada gratuita... Às 18h, inauguração de exposição sobre o tema

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14642: Agenda cultural (401): Conferência "Filhos da Guerra", Festival Rotas & Rituais, 2015, Lisboa, Cinema São Jorge, 6ª feira, 22, 19h30... Participantes: Catarina Gomes (moderadora), Margarida Calafate Ribeiro (Os netos que Salazar não teve), Luís Graça (Que guerra se conta aos filhos?) e Rafael Vale e Reis (Filhos do vento: direito ao conhecimento das origens genéticas?)... Entrada gratuita... Às 18h, inauguração de exposição sobre o tema


Guiné > Zona leste > Região de Gabu >  Nova Lamgo > CCS/BART 6523 (1973/74) > O fur mil op esp José Saúde e a "menina do Gabu"... que não chegou a conhecer o pai..- Terá morrido aos 12 anos, segundo informação da mãe (foto abaixo).




Guiné > Zona leste > Região de Gabu >  Nova Lamgo > CCS/BART 6523 (1973/74) > A mãe da "menina do Gabu"


Fotos (e legendas): © José Saúde  (2011). Todos os direitos reservados.


(...) Era linda! Por ironia do destino não consigo lembrar-me do seu nome. Sei, e afirmava o povo com certezas absolutas, que era filha de um camarada, furriel miliciano, que anteriormente esteve em Nova Lamego. Era uma criança dócil. Meiga. Recordo que a sua mãe era uma negra, muito negra, com um rosto lindo e um corpo divinal. Conheci-a e verguei-me perante a sua sensibilidade feminina. Da menina, agora feita senhora, nunca mais soube.

Os seus cabelos eram loiros. Maravilhosos. De cor morena, e de olhos negros, a criança, ainda de tenra idade, era de facto graciosa. Simpática, e de sorriso aberto, a menina espalhava simpatia nos braços de um qualquer soldado… desconhecido. Perdi algum tempo a deliciar-me com a sua meiguice. Dei-lhe o carinho dos meus braços e o seu sorriso tenro transmitiu-me um infinito afecto. Hoje, lamento a ausência do seu nome. Ficou retida na minha memória a sua pequena fisionomia. A sua imagem dócil deixou-me saudades. A menina foi, afinal, mais um dos “filhos do vento” que marcaram os conflitos em África.


(...) Do pai nada se soube. Partiu. A mãe, uma cidadã comum de uma tabanca, conviveu de perto com uma menina nada parecida com outros meninos com os quais partilhava brincadeiras de crianças. E assim terá crescido. Com a minha saída de Nova Lamego perdi-lhe o rasto. Não sei qual terá sido o seu futuro. Será, hoje, uma mulher ilustre na Guiné? Terá procurado futuro num país distante? Ter-se-á encontrado com o seu pai? Será que ele a reconheceu como filha? Será que sua mãe, outrora esbelta e linda, fez dela uma mulher digna no seio do seu clã? Será que estamos agora na presença de uma cidadã guineense com nome internacional? Enfim, um rol de interrogações que me conduz à decência de procurar no infinito do horizonte alvíssaras da sua presença. Fica o pedido! (...) (*)



1.  Festival Rotas & Rituais, 2015 > Filhos da Guerra | Conferência

Lisboa | Cinema São Jorge
6ª feira, 22 de maio de 2015 | 19h30
Sala Montepio


Filhos da Guerra

Sinopse > Entre 1961 e 1975, cerca de um milhão de homens portugueses foram enviados para três frentes de batalha, na tentativa de manter um moribundo império colonial. Há uma geração de filhos que cresceu com histórias desta guerra, umas contadas, outras mais ou menos escondidas. Com o passar dos anos, os álbuns de fotografia foram sendo arrumados nas arrecadações de muitas casas portuguesas.

O que trans­mi­ti­ram estes pais sobre as suas expe­ri­ên­cias de guerra?

O que se pode con­tar a um filho? Terão alguns des­tes homens con­tado aos seus filhos por­tu­gue­ses que têm irmãos afri­ca­nos que nunca conheceram?

Nos sítios onde houve guerra, alguns des­tes ex-militares fize­ram filhos a mulhe­res afri­ca­nas. Na altura, havia quem lhes cha­masse por­tu­gue­ses sua­ves, hoje, filhos do vento. São homens e mulhe­res, que eram cri­an­ças e que hoje são adul­tos, e que con­ti­nuam a per­gun­tar “quem é o meu pai tuga?”.

Cata­rina Gomes


FILHOS DE CÁ E FILHOS DE LÁ | CATARINA GOMES

Jor­na­lista do Público há 17 anos e autora do livro Pai, tiveste medo? (edi­ções Matéria-Prima) que reúne doze his­tó­rias sobre a guerra colo­nial vista por filhos de ex-combatentes, sendo tam­bém ela filha de um ex-combatente. Do livro nas­ceu a repor­ta­gem Filhos do Vento. Em 2015, a jor­na­lista rece­beu o Pré­mio AMI – Jor­na­lismo Con­tra a Indi­fe­rença com duas repor­ta­gens, uma sobre o desa­pa­re­ci­mento de um pai que tinha Alzhei­mer (Perdeu-se o pai de José Car­los) e outra sobre his­tó­rias de filhos de doen­tes com lepra sepa­ra­dos dos pais à nas­cença (Infân­cias de Vitrine).


OS NETOS QUE SALAZAR NÃO TEVE ! MARGARIDA CALAFATE RIBEIRO

Dou­to­rada em Estu­dos Por­tu­gue­ses pelo King’s Col­lege de Lon­dres, é investigadora-coordenadora no Cen­tro de Estu­dos Soci­ais da Uni­ver­si­dade de Coim­bra e res­pon­sá­vel pela Cáte­dra Edu­ardo Lou­renço da Uni­ver­si­dade de Bolo­nha e apoio do Ins­ti­tuto Camões. Das suas publi­ca­ções destacam-se os livros África no femi­nino: as mulhe­res por­tu­gue­sas e a Guerra Colo­nial, Uma his­tó­ria de regres­sos: impé­rio, Guerra Colo­nial e pós-colonialismo e ainda, em con­junto com Roberto Vec­chi, Anto­lo­gia da memó­ria poé­tica da guerra colo­nial. Entre 2007 e 2011, coor­de­nou o pro­jecto Os filhos da guerra colo­nial: pós-memória e representações.


QUE GUERRA SE CONTA AOS FILHOS? | LUÍS GRAÇA

Soció­logo de for­ma­ção e dou­to­rado em saúde pública pela Uni­ver­si­dade Nova de Lis­boa, é inves­ti­ga­dor e pro­fes­sor uni­ver­si­tá­rio, além de direc­tor da Revista Por­tu­guesa de Saúde Pública´(desde 2007). Tem uma página pes­soal na inter­net sobre saúde e tra­ba­lho desde 1999, e desen­volve o blo­gue Luís Graça & Cama­ra­das da Guiné, desde 2004, um caso raro de par­ti­lha de memó­rias e afe­tos entre anti­gos com­ba­ten­tes da guerra colo­nial, com­posto por cerca de 700 membros.


FILHOS DO VENTO – DIREITO AO CONHE­CI­MENTO DAS ORI­GENS GENÉTICAS? |  RAFAEL VALE E REIS

Assis­tente con­vi­dado da Facul­dade de Direito da Uni­ver­si­dade de Coim­bra e inves­ti­ga­dor do Cen­tro de Direito Bio­mé­dico da Facul­dade de Direito, da Uni­ver­si­dade de Coim­bra. Inte­gra a equipa do Obser­va­tó­rio Per­ma­nente para a Adop­ção no âmbito do Cen­tro de Direito da Famí­lia da Facul­dade de Direito de Coim­bra. É autor de O Direito ao Conhe­ci­mento das Ori­gens Gené­ti­cas, publi­cado em livro pela Coim­bra Edi­tora em 2008.



Convite extensivo a todos os amigos e camaradas da Guiné (**)


2. Perguntas ao noss editor Luís Graça

A Catarina Gomes, jornalista do Público, que vai moderar a conferência, e que me comvidou para participar, mandou-me a seguinte mensagem ontem:

Caro professor,

Aqui lhe deixo algumas das perguntas a que gostava que tentasse responder na sua intervenção, que deverá ter 10 a um máximo de 15 minutos. O nosso painel [, Filhos da Guerra,] começa às 19h30, a exposição dos Filhos do Vento inaugura às 18h00.

  • Que guerra se conta aos filhos? 
  • Existe o direito ao silêncio?
  • Será que alguns destes pais contaram aos seus filhos que deixaram ou poderão lá ter deixado filhos?
  • Que relações eram estas entre ex-combatentes e mulheres locais durante a guerra?
  • Têm esses filhos direitos a procurar os seus pais? 
  • Têm estes pais direito a não ser encontrados?

Até sexta.

Catarina Gomes

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Notas do editor:


(...) Confirmava-me, recentemente, o camarada Amílcar Ramos, ex Furriel Miliciano BAA,  residente em Castelo Branco, e meu companheiro da Messe de Sargentos em Gabú, que no ano de 1999 visitou a Guiné e, como é óbvio, o Leste do País, sendo que dessa viagem ressalta uma visita a Bafatá e Gabú, locais onde prestou serviço, tendo então reencontrado velhos amigos e amigas que lhe comunicaram a morte da tal “Menina do Gabú"”.

Dizia-me o antigo camarada que ao ler os meus apontamentos (...) , decidiu contactar e elucidar-me sobre o infeliz desaparecimento daquela pequena flor que ousei trazer à estampa.(...) 


terça-feira, 19 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14635: Ser solidário (183): Parto para Bissau no dia 29 e levo alguma ajuda para a Associação Fidju di Tuga (que ainda está por legalizar) (Catarina Gomes, jornalista e escritora)

1. Da nossa amiga Catarina Gomes, jornalista do "Público" e autora do livro "Pai, tiveste medo ?" (Lisboa, Matéria Prima Edições, 2014):


Data: 19 de maio de 2015 às 10:27
Assunto: Filhos do vento

Caros Carlos Vinhal e José Nunes,


Parto para a Guiné dia 29 de Maio, onde estarei até 5 de Junho, precisamente para tentar escrever sobre esta associação [, Filhos de Tuga,] que surgiu na sequência de uma reportagem feita por mim já lá vão dois anos, no Público:

http://www.publico.pt/temas/jornal/em-busca-do-pai-tuga-26784585


Estou a tentar angariar e levar o que a associação me pediu, já tenho uma máquina fotográfica digital dada por um ex-combatente, um gravador áudio dado por um filho de ex-combatente, falta o computador portátil. (*)

Estou também a tentar que tenham uma conta para receber donativos a partir de Portugal, consegui que tenham a possibilidade de ter uma sem comissões no Banco da África Ocidental, que está em articulação com o Montepio mas dizem-me do banco precisamente que eles precisam de ter a
escritura feita e eles não têm verbas para isso. Não sei como se resolve este problema antes da minha partida...

Fernando Hedgar da Silva. presidente
da associação Fidju di Tuga
Deixo-vos o contacto do presidente Fernando Hedgar da Silva:
002455880597

E o email: shedgar.fds@gmail.com

Nem sempre os contactos são fáceis.

Deixo-vos também um convite para estarem presentes na exposição e conferência para debater precisamente  o tema dos filhos do vento e que eu ajudei a organizar, é esta sexta, dia 22, no cinema São Jorge. (**)

Ao vosso dispor,

Catarina Gomes


2. O nosso camarada José Nunes, e mail de 18 do corremte, ja nos tinha alertado para a situação da associação Fidju di Tuga, ainda não legalizada. Esse email foi reencaminhado para a Catarina Gomes:

Camarada, está a ser criada na Guiná a Associação Fidju di Tuga, segundo me informaram carece de tudo,e para a sua legalização e escritura notarial não dispõem de verba. Não seria possivel sensibilizar os nossos camaradas do Blogue e fazer-mos uma "quete"e enviar para Bissau, para assim ajudar aqueles filhos de nossos Camaradas que por lá foram abandonados ?!

Penso que com a ajuda da AD seria mais fácil concretizar.

Abraço
José Nunes
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 12 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14602: Ser solidário (182): Vamos apoiar, com material de escritório, a Associação Fidju di Tuga, com sede em Bissau