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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25170: In Memoriam (496): Major Inf Humberto Trigo de Bordalo Xavier (1935-2024), ex-cap QEO, "ranger", CART 3359 (Jumbembém, 1971), CCAÇ 12 (Bambadinca, c. 1972) e CCAÇ 14 (Cuntima, c.1973), aqui recordado por Victor Alves (1949-2016), Joaquim Mexia Alves e António José Pereira da Costa; passa a integrar, a título póstumo, a Tabanca Grande, sob o n.º 884

Major inf Humberto Trigo de Bordalo Xavier, natural de Lamego (c. 1942-2024). Foto: cortesia de Joaquim Mexia Alves e da Associação de Operações Especiais



1. Recordem-se aqui algumas referências elogiosas ao ex-cap inf "ranger", QEO,  Bordalo Xavier (1935-2024) (*), publicadas no nosso blogue:

(i) O saudoso Victor Alves (1949-2016), que foi, no seu tempo, fur mil SAM na CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73), escreveu sobre ele o seguinte:

(...) Amigo Luís, conforme informámos (...), lá realizámos o nosso habitual encontro (...) o 34º.  Tem causado algum espanto, o facto de se ter começado a realizar, tão cedo, os nossos encontros...

Foram vários os factores que contribuiram para isso. Porém, o grande causador disso terá sido a vinda, para a CCAÇ 12, do Cap Humberto Trigo Bordalo Xavier, oriundo das Operações Especiais, e amigo pessoal de Spínola.

Ele soube muito bem provocar uma aglutinação e consequentemente uma união entre todos, ao ponto de estabelecer uma messe e bar para todos os militares da companhia oriundos da metrópole, sem distinção de posto...

Foi, na minha óptica, eata a principal razão da nossa união. Eu, por exemplo, como vagomestre e sempre que havia uma operação, por exemplo com saída às 4 da manhã, lá estava a dar pequeno almoço, pão quente e café à rapaziada que seguia. Assim como, mal regressassem, por exemplo, às 3 da tarde, tinham sempre a refeição com meio frango ou meio bife com acompanhamento à sua espera...

Foi isso que o Capitão pediu e foi isso que se fez. É evidente, dentro dos limites da guerra. Com fomos todos em rendição individual, nem sempre nos encontros conseguimos reunir todos, alguns já faleceram, outros emigraram e outros não vão porque... não.

Este ano conseguimos trazer mais duas presenças novas o que foi maravilhoso, foram eles o cabo radiotelegrafista Andrade, de Caldas da Rainha, e o cabo cripto Simões, de Lisboa. Isto quer dizer que não nos víamos há 37 anos, portanto foi muito bom.(...)

Também dele fala, com entusiasmo e emoção, o Joaquim Mexia Alves, ex-alf mil op esp, que esteve n Guiné, entre dezembro de 1971 e dezembro de 1973, tendo pertencido à CART 3492 (Xitole), ao Pel Caç Nat 52 (Mato Cão / Rio Udunduma) e à CCAÇ 15 (Mansoa): nunca esteve aquartelado  mas sim no Rio Udunduma e no Mato Cão, destacamentos do Sector L1 (Bambadinca); ia de vez em quando à sede do Batalhão, o BART 3873, 1972/74, a que estava adida a CCAÇ 12: é um histórico da Tabanca Grande, régulo da Tabanca do Centro (Monte Real), tem cerca de 310 referências no nosso blogue:

(...) A sala de que fala o Vitor Alves, frequentei-a muitas vezes, aliás, para mim era a sala que eu frequentava nas minhas visitas a Bambadinca.

O Cap Bordalo Xavier, meu particularissimo amigo, é e foi na Guiné um homem de extraordinárias relações humanas, para além de um fantástico operacional, que conseguiu uma união notável com todo o pessoal, não só da CCAÇ 12 mas de outras unidades, como o meu 52.

Reside em Lamego, é major, obviamente na reserva, e é a alma da Associação de Operações Especiais. Infelizmente há muito que não contacto com ele, mas quero fazê-lo brevemente.

Retenho na memória, há uns anos em Monte Real, eu estava ao fim da tarde a jogar ténis no campo à frente do Hotel das Termas e vejo para um carro e dele sair uma pessoa que me pareceu o Cap Bordalo.

Achei que não podia ser, mas roído pela curiosidade pedi desculpa ao meu parceiro e fui perguntar ao porteiro do Hotel quem era a pessoa que tinha chegado. A resposta deu como certa a minha suposição. Não o via desde a Guiné.

Imediatamente pedi ao porteiro que ligasse para o quarto e pedisse ao capitão para vir à rcepção por um motivo qualquer. Quando nos vimos, literalmente num abraço como que lhe peguei ao colo, (o Cap Bordalo Xavier é bem mais baixo do que eu, o que não é de espantar), e ficámos ali não sei quanto tempo abraçados.

O hall do Hotel estava cheio de gente que ficou muito espantada de me ver assim abraçado a um homem de barbas. Foi dos encontros mais emocionantes da minha vida!!! (...) (***)


(...) "Quando estava no Pel Caç Nat 52, junto a Bambadinca, tinha uma forte ligação à CCAÇ 12, não só operacional mas de amizade com todos eles, especialmente o Capitão Bordalo e os seus Alferes, de que infelizmente neste momento não me lembro do nome de nenhum.

"Para além das operações e outras actividades que íamos fazendo, sobrava-nos tempo para algumas loucuras, resultantes de algum cacimbo e do cansaço provocado pelo stress permanente, e por alguma incompetência, de quem deveria ser competente.

"Entre algumas de que lembro, fomos uma vez à noite, o Capitão Bordalo Xavier, os seus Alferes e eu, armados até aos dentes, de Unimog jantar ao Xime, pela estrada de todos conhecida e que naquela altura só se fazia em coluna protegida, mercê das emboscadas que nela tinham acontecido.

"Quando regressávamos, num alarde a roçar a loucura, talvez também ajudados por uns uísques, parávamos na estrada, no sítio das emboscadas, e voltados para a mata, aliviámos as bexigas.

"Foi um momento hilariante, mas muito intenso, que nos uniu ainda mais na amizade e companheirismo" (...). (****)


(iii) António José Pereira da Costa 

Nosso grã-tabanqueiro desde 12/12/2007, coronel art ref, ex-alf art, CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74; autor da série e do livro com o mesmo n0me, "A Minha Guerra a Petróleo"; é um dos mais ativos membros do nosso blogue, onde tem 194 referências:

(...) Também eu sou amigo do Cap Bordalo (Xavier).

Já fui a Lamego e tive dificuldade de comunicar com ele por estar completamente surdo. Encontrei-o no Clube de Lamego na sua paixão (jogar bridge).

Fui agradecer-lhe a ajuda que me deu no dia 10 de agosto de 1972, quando morreram 3 soldados da CART 3494. Os detalhes deste acontecimento estão no meu livro "A Minha Guerra a Petróleo" (Ed Chiado Books, fev 2019). (...)

Não tendo vantagem em ficar à beira do rio e debaixo de chuva torrencial, acabámos por "ser autorizados" a dirigirmo-nos a Bambadinca num percurso extremamente difícil pela bolanha. A certa altura começámos a ver uma luz para nos orientarmos. Era o Bordalo que, com um pequeno grupo da CCaç 12, trazia um petromax à cabeça para evitarmos as áreas mais alagadas.

Realizámos (a CART 3494) uma acção ("Garlopa II") com a CCAÇ 12, para Sul da zona da Ponta Varela. Fomos pela 2.ª vez a uma área que o In ocupava, usando a população como escudo humano. A CCAÇ 12 desceu pelo nosso lado direito em direcção ao Sul e, terminada a acção, retirámos pelas mesmas posições. Já no final houve um ligeiro contra-ataque sem consequências.

Sei que participou no 25 de Abril, mas não sei em que moldes. Depois de Abril, encontrámo-nos em Coimbra quando os oficiais da guarnição do Norte vieram pôr-se às ordens do brigadeiro Charais e alguns anos no breve contacto no Estado-Maior do Exército.(...)

(Seleção / revisão e fixação de texto / negritos e itálicos: LG)

2. Comentário do editor LG:

O saudoso cap inf op esp QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier , natural de Lamego, no TO da Guiné, foi  comandante de: (i)  CART  3359 (Jumbembém, 1971/73),, subunidade do BART 3844, "Bravos e Sempre Leais" (Farim, 1971/73; (ii) CCÇ 12 (Bambadinca, c. 1972); e CCAÇ 14 (Cuntima, c. 1973).

Tinha feito uma comissão de serviço em meados da década de 1960 em Angola, como cap mil grad inf, na 1ª Companhia (mais tarde, CCAÇ 211), do BCAÇ 3, unidade de guarnição normal (que a partir de 1abr67 passou a designar-se por BCAÇ 12).

O  major (na reforma) Humberto Trigo de Bordalo Xavier foi, ainda em vida, agraciado com a Ordem da Liberdade, Grande-Oficial (por Alvará n.º 12/2023, de 24 de abril de 2023, da Presidência da República, Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas, publicado no Diário da República n.º 80/2023, II Série, de 2023-04-24, pág. 23). 

A Ordem da Liberdade, criada em 1976, destina-se a "distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos valores da Civilização, em prol da dignificação da Pessoa Humana e à causa da Liberdade". (*****)

A notícia daua morte tambémfoi dada na página do Facebook da Associação de Operações Especiais, de que o Xavier Bordalo era sócio honorário e antigo membro da direção

Tendo 10 referências no nosso blogue, e sendo um oficial muito querido entre as companhias africanas (CCAÇ 12 e 14) e entre os nossos "rangers" (era também amigo pessoal do nosso coeditor Eduardo Magalhães Ribeiro), faz todo o sentido que o Bordalo Xavier repouse aqui, também, simbolicamente, entre os seus camaradas da Guné, à sombra do nosso poilão, nº lugar nº 884 (*******)

 _______________

Notas do editor:

(*) Último poste da série >  14 de fevereiro de  2024 > Guiné 61/74 - P25169: In Memoriam (495): major inf ref Humberto Trigo de Bordalo Xavier, ex-cap op esp QEO, CART 3359 (Jumbembém, 1971), CCAÇ 12 (Bambadinca, 1972) e CCAÇ 14 (Cuntima, 1973); era natural de Lamego (c. 1948-2024) (Joaquim Mexia Alves)

(***) Vd. poste de 11 de junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1834: O Capitão de Op Esp Bordalo Xavier, da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73) (Joaquim Mexia Alves)


(*****) Vd. poste de 18 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24411: (In)citações (250): Sou amigo do ex-cap QEO Bordalo Xavier, ex-cmdt da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/72); fui a Lamego pagar-lhe uma dívida de gratidão; sei que participou no 25 de Abril de 1974 mas não sei qual foi o seu papel (António J. Pereira da Costa, cor art ref)

(******) Vd. poste de 15 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24401: Louvores e condecorações (14): Ordem da Liberdade, Grande Oficial, para o antigo cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier, cmdt da CCAÇ 12 (e também da CCAÇ 14, e antes da CART 3359)

(*******) Vd. poste de 6 de janeiro de  2024 > Guiné 61/74 - P25040: Tabanca Grande (554): Alberto Pires, "Teco", natural de Angola, ex-fur mil da CCAÇ 726 (Guileje, out 64/ jul 1966): passa a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar n.º 883

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24401: Louvores e condecorações (14): Ordem da Liberdade, Grande Oficial, para o antigo cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier, cmdt da CCAÇ 12 (e também da CCAÇ 14, e antes da CART 3359)

Insígnia da Ordem da Liberdade.
Imagem: Cortesia de
Wikimedia Commons 



1. Por Alvará n.º 12/2023, de 24 de abril de 2023, da Presidência da República, Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas, publicado no  Diário da República  n.º 80/2023, II Série, de 2023-04-24, pág. 23, foi agraciado com a Ordem da Liberdade, Grande-Oficial, o major (na reforma) Humberto Trigo de Bordalo Xavier. 

A Ordem da Liberdade, criada em 1976,  destina-se a "distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos valores da Civilização, em prol da dignificação da Pessoa Humana e à causa da Liberdade".

 O antigo cap QEO Humberto Trigo Bordalo Xavier começou por ser o comandante da CArt 3359 
Jumbembém, 1971/73), do BART 3844, "Bravos e Sempre Leais" (Farim, 1971/73. Foi depois substituído pelo cap mil inf Francisco Luís Olay da Silva Dias. (QEO é a sigla de Quadro Especial de Oficiais, criado em 1969.)

Foi igualmente, neste período, o 3.º comandante, por ordem cronológica, da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74):

  • Cap Inf Carlos Alberto Machado de Brito
  • Cap Inf Celestino Ferreira da Costa
  • Cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier
  • Cap Mil Inf José António de Campos Simão
  • Cap Mil Inf Celestino Marques de Jesus

Mas também comandou a CCAÇ 14:
  • Cap Inf José Luís de Sousa Ferreira
  • Cap Inf José Augusto da Costa Abreu Dias
  • Cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier
  • Cap Inf José Clementino Pais
  • Cap Inf Mário José Fernandes Jorge Rodrigues
  • Cap Inf Vítor da Silva e Sousa
  • Alf Mil Inf Silvino Octávio Rosa Santos
  • Cap Art Vítor Manuel Barata
Fonte: CECA, 7.° Volume, Fichas das Unidades, Tomo II, Guiné, 1ª edição, Lisboa, 2002.


2. Sabemos pouco da ação do cap QEO no TO da Guiné.  Natural de Lamego, e tendo frequentado o Curso de Operações Especiais, como oficial miliciano, passou ao quadro de complemento. Continua  a viver em Lamego, mas está infelizmente muito surdo, o que dificulta ao máximo a interação com ele. Alguns dos nossos tabanqueiros, como os antigos "rangers" Eduardo Magalhães Ribeiro e Joaquim Mexia Alves, são alguns amigos ele.

Sabemos que os graduados e especialistas metropolitanos da CCAÇ 12, da chamada 2.ª geração (Bambadinca, 1971/72) tinham (e continuam a ter) uma estima muito especial por este oficial...  É recorrente referirem o seu nome nos convívios anuais (como aconteceu recentemente em Coimbra, no passado dia 27 de maio). Infelizmente há poucas referências (uma meia dúzia) ao seu nome, aqui no blogue. Aguardamos o envio de algumas fotos dele, por parte do Eduardo Magalhães Ribeiro e do Joaquim Mexia Alves.

Recordo aqui o elogio do cap QEO Bordalo Xavier feito pelo saudoso do Victor Alves (1949-2916), que foi fur mil SAM na CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73) (**)  

(...) Amigo Luís, conforme informámos (...), lá realizámos o nosso habitual encontro (...) o 34.º. Tem causado algum espanto, o facto de se ter começado a realizar, tão cedo, os nossos encontros...

Foram vários os factores que contribuiram para isso. Porém, o grande causador disso terá sido a vinda, para a CCAÇ 12, do Cap Humberto Trigo Bordalo Xavier, oriundo das Operações Especiais, e amigo pessoal de Spínola.

Ele soube muito bem provocar uma aglutinação e consequentemente uma união entre todos, ao ponto de estabelecer uma messe e bar para todos os militares da companhia oriundos da metrópole, sem distinção de posto...

Foi, na minha óptica, eata a principal razão da nossa união. Eu, por exemplo, como vagomestre e sempre que havia uma operação, por exemplo com saída às 4 da manhã, lá estava a dar pequeno almoço, pão quente e café à rapaziada que seguia. Assim como, mal regressassem, por exemplo, às 3 da tarde, tinham sempre a refeição com meio frango ou meio bife com acompanhamento à sua espera...

Foi isso que o Capitão pediu e foi isso que se fez. É evidente, dentro dos limites da guerra. Com fomos todos em rendição individual, nem sempre nos encontros conseguimos reunir todos, alguns já faleceram, outros emigraram e outros não vão porque... não.

Este ano conseguimos trazer mais duas presenças novas o que foi maravilhoso, foram eles o cabo radiotelegrafista Andrade, de Caldas da Rainha, e o cabo cripto Simões, de Lisboa. Isto quer dizer que não nos víamos há 37 anos, portanto foi muito bom.(...)

 

3. Também dele fala, com entusiasmo, o Joaquim Mexia Alves, ex-alf mil op esp, que esteve na Guiné, entre dezembro de 1971 e dezembro de 1973, tendo pertencido à CART 3492 (Xitole), ao Pel Caç Nat 52 (Mato Cão / Rio Udunduma) e à CCAÇ 15 (Mansoa). Nunca esteve sediado em Bambadinca, mas sim no Rio Udunduma e no Mato Cão, destacamentos do Sector L1 (Bambadinca); ia de vez em quando à sede do Batalhão, o BART 3873, 1972/74, a que estava adida a CCAÇ 12:


(...) A sala de que fala o Vitor Alves, frequentei-a muitas vezes, aliás, para mim era a sala que eu frequentava nas minhas visitas a Bambadinca.

O Cap Bordalo Xavier, meu particularissimo amigo, é e foi na Guiné um homem de extraordinárias relações humanas, para além de um fantástico operacional, que conseguiu uma união notável com todo o pessoal, não só da CCAÇ 12 mas de outras unidades, como o meu 52.

Reside em Lamego, é major, obviamente na reserva, e é a alma da Associação de Operações Especiais. Infelizmente há muito que não contacto com ele, mas quero fazê-lo brevemente.

Retenho na memória, há uns anos em Monte Real, eu estava ao fim da tarde a jogar ténis no campo à frente do Hotel das Termas e vejo para um carro e dele sair uma pessoa que me pareceu o Cap Bordalo.

Achei que não podia ser, mas roído pela curiosidade pedi desculpa ao meu parceiro e fui perguntar ao porteiro do Hotel quem era a pessoa que tinha chegado. A resposta deu como certa a minha suposição. Não o via desde a Guiné.

Imediatamente pedi ao porteiro que ligasse para o quarto e pedisse ao capitão para vir à rcepção por um motivo qualquer. Quando nos vimos, literalmente num abraço como que lhe peguei ao colo, (o Cap Bordalo Xavier é bem mais baixo do que eu, o que não é de espantar), e ficámos ali não sei quanto tempo abraçados.

O hall do Hotel estava cheio de gente que ficou muito espantada de me ver assim abraçado a um homem de barbas. Foi dos encontros mais emocionantes da minha vida!!! (...) (***)

(Seleção / revisão e fixação de texto / negritos e itálicos: LG)
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sábado, 29 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23748: In Memoriam (459): João Pedro Candeias da Silva (1950 - 2022), ex-Fur Mil At Inf, CCAV 3404 (Cabuca, 1972), CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1973) e CIM Bolama (1973/74)




João Pedro Candeias da Silva (1950-2022)


1. Mensagem do  António Duarte, um histórico do nosso blogue (tem cerca de 60 referências):

Data - 29 out 2022 15:16

Assunto - Partida do nosso camarada furriel miliciano Candeias da Silva (*)

Boa tarde,  Luís Graça

Mais um dos nossos que nos deixa para sempre.

Foi cremado no dia 18 o nosso camarada João Pedro Candeias da Silva, falecido na sexta feira 14, deste mês de outubro.

Morreu repentinamente, durante um jogo de ténis, desporto que praticava com alguma frequência e sem previamente ter tido sintomas de qualquer doença.

Nasceu em 13 de junho de 1950 e a sua vida profissional decorreu na EDP, grande parte do tempo na Central de Sines.

Residia em Santiago do Cacém, deixando viúva, uma filha, um filho e dois netos, um deles com 7 meses de idade.

Estavam destroçados com a dor, gerada por esta partida não prevista. Partilhámos aquando do funeral a nossa dor e a perda do amigo.

Estive com ele na CCaç 12 em 1973, quando ainda a companhia estava em Bambadinca e mais tarde no Xime.

Tinha a especialidade de atirador de infantaria e chegou à Guiné em rendição individual, ficando colocado, me janeiro de 1972 na CCav 3404, em Cabuca, do Batalhão de Nova Lamego.

Em novembro de 1972 frequentou o estágio para oficiais e sargentos, destinados às unidades africanas, em Bolama.

Após 7 meses na CCaç 12, foi transferido para o CIM em Bolama, onde permaneceu a ministrar instrução a militares do recrutamento local, até final da comissão e onde foi apanhado pelo 25 de abril.

Acompanhava de forma sistemática o nosso blogue, participando sob a forma de comentários a postes colocados, de onde destaco a que agora copio, do Poste P21646 de 15.12.2020 (**)
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Jorge [Araújo]

Eu sou o João Candeias que no Xime ficou no mesmo quarto com o Duarte e o Osório, enfermeiro. 
Não sei se é suficiente para me para te avivar a memória.

Estou a escrever-te porque li o teu testumunho sobre o nosso camarada Víctor Alves, infelizmente já desaparecido, sobre os tais dias difíceis que vivemos na  CCAÇ 12 em Bambadinca.

E tu sabes que quem mais sofreu foi o Victor por lá ter a esposa, e todos compreendemos.
Aquando da primeira e frustrada tentativa de nos mandarem para o Xime,  ele formou ao meu lado direito e quando o tenente coronel disse "quem se recusa ir para o Xime, dê um passo em frente", dos europeus só ele o deu. Eu puxei-o pelo braço e ele corrigiu rapidamente o gesto instintivo que, felizmente, não foi detectado pelo tenente coronel. Depois a confusão, a ordem de prisão ao soldado da 12.

Como terminou,  tu deves estar bem recordado. Tu ficaste pelo Xime, eu mais três furriéis fomos despachados para outros companhias, no meu caso CIM, centro de instrução militar em Bolama.

Curiosamente o teu final muito parecido com o meu. Também comprei bilhete e vim na TAP mas já em Maio, tu em Abril, por pouco não nos encontramos em Bissau.

Abraço e bom Natal.
João Candeias da Silva

Fiz um email ao Luis Graça onde descrevo o que aconteceu naquela semana. Se ele o publicar espero que faças um comentário para ver se tiveste a mesma opinião.

24 de dezembro de 2020 às 20:50

Nota Minha - O Vítor que o Candeias da Silva refere foi o vagomestre da segunda geração da CCAÇ  12. O nosso vagomestre em 1973 tinha a esposa e um bebé em Bambadinca. Trata-se de uma troca de nomes, por parte do Candeias da Silva, já que foi noticiada a morte do Víctor Alves, vagomestre da CCAÇ 12 da segunda geração de graduados, que foi em vida bancário no BES.
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Falávamos frequentemente, nomeadamente por mensagem, as últimas no dia da partida.

Também almoçámos aqui em São Pedro do Estoril, há uns meses, no qual também tivemos a presença do Manuel Lino, furriel do pelotão de artilharia de obuses 10,5 cm, instalados à época no Xime.

Havia ainda a particularidade de o Candeias da Silva e o Manuel Lino terem sido condiscípulos, nos anos 60 nas Oficinas de São José, em Lisboa pertencentes aos Salesianos (reconheceram-se no Xime no início de 1973). 

Digamos que foi um almoço de "romagem" aos tempos da Guiné e aos apoios dados pela artilharia, aquando de emboscadas e ataques ao aquartelamento, bem como a revisitar lugares, pessoas e cheiros daquela terra que nos marcou para sempre.

Daquilo que conheço do Candeias da Silva, parece-me que se justifica a sua integração na nossa tabanca, lamentavelmente a título póstumo, pois era um leitor assíduo dos nossos escritos e fez várias intervenções, sob a forma do comentário, como o que atrás copiei do poste. (o que está copiado será o mais recente, mas há mais)

Aproveito para juntar algumas fotografias, com legendas explicativas, que também poderão servir para suportar a entrada para o blogue.

Um abraço a todos os camaradas
António Duarte
ex-fur mil, Cart 3493 (Mansambo) e Ccaç 12 (Bambadinca e Xime)- Dez de 71 / Jan de 74 (foto atual à direita)

2. Comentário do editor Luís Graça:

(i) Bolas, António, são só notícias tristes. No mesmo dia faço dois In Memoriam, o do Manuel Marinho (*)  e agora o do João Candeias da Silva. 

Nunca o consegui trazer, a este último,  para a Tabanca Grande. Era arisco. Mas de vez em quando vinha comentar... Ele deu algumas achegas importantes para a história da CCAÇ 12 no teu /vosso termpo... Umas vezes assinava João Candeias, outras João Candeias da Silva. Chegámos a ter, por lapso, os dois descritores, João Silva e João Candeias. Fica definitivamente como João Silva. Tem 12 referências no blogue. Era franco e frontal. (**)

Perguntei-te, hoje, se fazia sentido integrá-lo, a título póstumo, na nossa tertúlia...Tu conheceste-lo melhor do que eu. Eu nem sequer o conheci pessoalmente. O que é que achavas? E eu lembrei-te o nosso lema: "Ninguém fica na vala comum do esquecimento"... 

Acabo de fazer este  In Memoriam com o teu material e algo mais que eu tenho dele... 

(ii) Depois de ler a tua mensagem completa, e a segunda que mandaste, hoje, logo a seguir, não tive mais dúvidas: o João Silva irá ser apresentado, em poste a seguir, amanhã ou depois,  como o grã-tabanqueiro nº 866. Entra e vai logo para o nosso "panteão", o dos que "da lei da morte já se foram libertando".  Tenho pena que ele não tenha entrada em vida, aceitando o meu reiterado convite para se juntar a ti e a todos nós. 

Com ele, passam a ser 127 os nossos queridos mortos, desde a existênia do blogue.  Sei que que o João tinha grande apreço pelo nosso blogue, mas cultivava um  perfil discreto. Transmite à sua viúva, filhos e demais família os votos de pesar da equipa do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné

Recordo aqui, para os nossos leitores, que o João Silva, fur mil at inf, de rendição individual, passou pela CCAV 3404 (Cabuca, 1972), CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1973) e CIM Bolama (Bolama, 1973/74).
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(...) A minha filha, e não sei porquê, ofereceu-me o livro em questão há cerca de uns 3 meses. Mas, ao iniciar a leitura, reconheço que o fiz sem grande entusiamo, parei logo, quase ao início, quando a autora na pág. 12 escreveu: "A maioria dos combatentes esteve apenas 2 anos na guerra mas penso que terá havido poucos mais momentos transformadores nas suas vidas".

Aquele "apenas" retirou-me a vontade de o ler. Quem considera que 2 anos na guerra é pouco tempo na vida de um jovem na casa dos 20 anos, não tem a mais pequena perceção da realidade.
São 2 anos em que quase conseguimos recordar cada dia, cada hora e, nalguns casos, passado quase meio século, e garanto que foram extremamente longos.

Tenho dois filhos na casa dos 30 e tal anos e nenhum me perguntou se tive medo. Nem mesmo depois da oferta do livro. Há muitos livros sobre a guerra colonial e nenhum até agora me cativou. O mesmo acontece com a produção cinematográfica/documental.

Talvez porque coloque a fasquia muito alta. Talvez porque a nossa guerra não teve o impacto nem a dimensão de outras. Talvez porque não temos experiência acumulada como os americanos. Talvez porque não temos massa critica. Não sei. Alguns povos têm conseguido, especialmente os americanos, utilizar a tela dos cinemas para exorcizar e muitas vezes de forma crítica a sua participação na guerra.

Destaco a guerra do Vietname, a que mais se aproxima, por excesso, da que conheci na Guiné. Nem todas foram boas obras, como exemplo, Os Boinas Vermelhas. Mas noutros casos foram excelentes como no caso do Caçador, para mim o melhor.

Não sei se este sentimento é partilhado por outros companheiros de armas, porque cada um de nós teve a sua experiência e também a sua missão. Uns foram atiradores, um nome que hoje dito em inglês - sniper - causa logo alguma efervescência, outros, amanuenses, cozinheiros, telegrafistas, mecânicos, etc. Mas quem foi atirador e esteve numa companhia africana teve uma experiência diferente. Não foram muitos deste milhão a que a autora do livro diz terem passado pelo teatro de operações, que o viveram.

É apenas um comentário pessoal e nada mais do que isso. Se chegar a ler o livro, talvez mude a opinião com que fiquei das primeiras páginas. (...)


Vd. também:



sábado, 12 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21639: In Memoriam (377): Victor Alves (1949-2016), natural de Santarém, ex-bancário, ex-fur mil SAM (vagomestre), CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/73)


Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 >  Da esquerda para a direita: Luís Graça (ex-fur mil, CCAÇ 12, 1969/71), Victor Alves (ex-fur mil SAM, CCAÇ 12, 1971/72), Celestino Ferreira da CostaMajor inf ref,  o 2º Capitão da CCAÇ 12, 1971/72, residente na Trofa, trazido pela mão do Fernando Sousa), Jorge Cabral (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 63, 1969/71).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. 
Só agora, lamentavelmente,  soubemos da morte do Victor Alves, ocorrida em 12 de março de 2016, pela leitura de um comentário do António Lalande Jorge, ex-fur mil mec auto, CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, março de 1972/ abril de 1974), com data de 4/8/2016, deixado num poste de 20 de maio de 2011 (*).

O comentário, que vamos reproduzir na íntegra num outro poste, dizia o seguinte em relação ao Victor Alves:

Meus caros camaradas. 

(...) Nunca escrevi nada no blogue porque nunca fui "expert" em computadores e é para mim muito difícil dominar estas tecnologias.No entanto sempre acompanhei, lendo todos os comentários que por aqui foram passando.

Resolvi escrever agora porque achei muito triste não se ter ainda comentado a infeliz partida do nosso camarada Victor Alves, que foi vagomestre da CCAÇ 12 e um dos grandes impulsionadores dos convívios que vimos efectuando há 43 anos consecutivos e que muita saudade nos deixa...Paz à sua alma. (...) 



2. Comentário do nosso editor LG:

 O Victor Alves merece, mesmo que muito tardiamente, ser lembrado aqui, por várias razões:

(i) foi um dos nossos "periquitos",  chegou a Bambadinca, à CCAÇ 12, em fevereiro de 1971, para render o fur mil SAM Jaime Soares Santos (vulgo,  vagomestre; aliás, um dos camaradas a que chamamos os "pais-fundadores" da CCAÇ 12,  que também nunca mais vi, depois do nosso regresso em março de 1971; disseram-me que se formou em  economia e trabalhou na TAP);

(ii) natural de Santarém, era um dos históricos da nossa tertúlia: descobriu em 207, maravilhado, o nosso blogue:

(iii) fazia a ponte entre a geração dos "pais-fundadores" da CCAÇ 12 (, a minha, 1969/71), a segunda geração (a dele, 1971/73), e a da terceira  (como o António Manuel Sucena Rodrigies, 1951-2018);

(iv) tentou. sem êxito, que se realizasse apenas um convívio anual do pessoal da CCAÇ 12, juntando os,  afinal, escassos representantes das três gerações (1969/71, 1071/73, 1973/74);

(v ) conheci-o pessoalmente em Óbidos, em 2010, por ocasião do 16º Convívio do pessoal de Bambadinca (1968/71), bem como o ex-cap inf Celestino Ferreira da Costa (vd. foto acima);

(vi) falámos algumas vezes ao telefone e trocámos alguns emails;

(vii)  foi um dos camaradas que andou a angariar fundos para custear  a  vinda a Portugal do José Carlos Suleimane Baldé  (que eu tive a alegria de rever e abraçar em Coimbra, em 2011); 
(**)

 (viiI) em fevereiro de 2014, escrevia-nos: "Já há algum tempo que nada tenho lido sobre o blogue. Hoje ocasionalmente deparei-me com esta situação.[, inquérito 'on line']. Como tantos também não gostaria de morrer sem voltar à Guiné. Contudo, devido a problemas de saúde, tudo teria de ser bem revisto. Mas em principio também gostaria."

Infelizmente não teve ensejo de realizar esse sonho. Morreria dois anos depois, de doença. Presumimos que tenha nascido em 1949. (****).  

Fica honrada a sua memória. Este caso, de resto, não será virgem: suspeitamos que possa haver mais camaradas  nestas circunstâncias: já falecidos, sem conhecimento dos editores... O blogue vai fazer 17 anos e há membros da nossa Tabanca Grande de quem não temos notícias há muito. 

PS - Soube, entretanto, pelo Fernando Sousa, que o nosso camarada Celestino Ferreira da Costa, major inf ref,  o 2º Capitão da CCAÇ 12, 1971/72, casado e  residente na Trofa, também já nos deixou.

________

Notas do editor:


15 de maio de  2012 > Guiné 63/74 - P9903: Tabanca Grande (338): José Carlos Suleimane Baldé, ex-1º cabo at inf, CCAÇ 12 (Contuboel, Bambadinca e Xime, 1969/74)

22 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8311: Os nossos camaradas guineenses (32): José Carlos Suleimane Baldé... Pensando na CCAÇ 12, em Coimbra, em Amedalai, em Bambadinca... Andando pelo Planaltod as Cesaredas, à procura de amonites e orquídeas-abelhas... Celebrando a biodiversidade, a etnodiversidade, a camarigagem, os nossos encontros e desencontros... (Luís Graça)

(***) Último poste da série > 8 de dezembro de  2020 > Guiné 61/74 - P21622: In Memoriam (376): Raul Albino (1945-2020): recordando as peripécias da formação e partida da CCAÇ 2402 / BCAÇ 2851, com menos duas baixas de vulto, à chegada a Bissau
 
(****) Alfageme Santarém, Blog dos Antigos Alunos da Escola Industrial e Comercial de Santarém, fundada em 1956. > Faleceu Vítor Alves

Publicado em 2016/03/12 por alfagemesantarem

(...) Amigas, Amigos, acabamos de receber a triste notícia do falecimento do Colega Vítor Manuel Ferreira Alves. Estava casado com Madalena Simões Alves, que também andou na nossa escola.

Frequentou o Curso Geral de Comércio, curso diurno. Foi jogador de hóquei em patins pela equipa da nossa Escola, dos Caixeiros e da Académica de Santarém. Trabalhou no ex-Banco Espírito Santo.

O corpo está em velório desde as 16 horas, numa das capelas das Portas do Sol. O funeral é amanhã [113/3/2016], domingo, às 15 horas, seguindo depois para cremação, em Póvoa de Santa Iria.

Na foto abaixo, Vítor Alves é o 7º, a contar da esquerda, em baixo.

À Família enlutada, expressamos o sentimento do nosso profundo pesar.

A Coordenação.



O Victor Alves, elemento da equipa de hóquei em patins da sua escola, a Escola Industrial e Comercial de Santarém, Nesta foto, sem data, é o 7º a contar da esquerda, assinalado a amarelo.

Cortesia de Alfageme Santarém (Blogue dos Antigos Alunos da Escola Industrial e Comercial de Santarém, fundada em 1956)

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12694: Inquérito online: "Muito sinceramente, não gostaria de morrer, sem um dia ainda poder voltar à Guiné"... Resultados finais (n=285)... Entre o desejo e a realidade, as opiniões de A. Vasconcelos, A. J. Pereira Costa, H. Sousa, H. Cerqueira, J.L. Mendes Gomes, J. Cabral. L. Graça, M. Amaro e V. Alves


Foto nº 12_155

Guiné-Bissau > Região do Oio  > Mansabá >  Dia nº 12 da viagem > 16 de abril de 2006 > Mullher com 2 dentes de ouro...


Foto nº 12_186

Guiné-Bissau > Região do Oio > Mansabá > Dia nº 12 da viagem > 16 de abril de 2006 > Esta não não é seguramente uma tabanca de fulas

Foto nº 13_059

Guiné-Bissau > Região do Cacheu   > Sâo Vicente >  Dia nº 13 da viagem > 17 de abril de 2006 >  Estrada que já foi alcatroada


Foto nº 13_307

Guiné-Bissau > Região do Oio  > Jumbembem >  Dia nº 13 da viagem > 17 de abril de 2006 >  Menino com "brinquedo"


Foto nº 13_338


Guiné-Bissau > Região do Oio  > Canjambari >  Dia nº 13 da viagem > 17 de abril de 2006 >  Burros


Fotos (e legendas): © Hugo Costa (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: L.G.]

1. Terminbou em 30/1/2014, às 15h23, a sondagen sobre o eventual desejo de voltar á Guiné. Responderm, 285 leitores, o que é uma recorde em termos de resposta a sondagens no nosso blogue. 

Recorde-se qual era a pergunta:

"MUITO SINCERAMENTE, NÃO GOSTARIA DE MORRER, SEM UM DIA AINDA PODER VOLTAR À GUINÉ"...
Eis os resultados finais:

Discordo totatmente =10 (3%)
Discordo em parte = 4 (1%)
Discordo = 6 (2%)

Não discordo nem concordo = 19 (6%)

Concordo =57 (20%)
Concordo em parte = 18 (6%)
Concordo totalmente = 120 (42%)

Não aplicável, já lá voltei uma vez = 29 (10%)
Não aplicável, já lá voltei mais do que uma vez = 22 (7%)

Votos apurados=  285 (100%)


2. Graficamente, os resultados poderiam ser assim apresentados (Gráficos nºs 1, 2 e 3):



Gráfico 1


Gráfico 2


Gráfico 3


Fonte: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)


3. Comentários de alguns dos nossos grã-tabanqueiros, ex-combatentes:

Álvaro Vasconcelos  [ex-1.º Cabo Transmissões do STM, Aldeia FormosaBissau, 1970/72]

Na minha juventude vivi períodos que marcaram o meu ser. Todos eu gostava de poder reviver.
Não sou muito viajado, mas por onde já passei, no nosso "jardim á beira mar plantado", já estive na sede de todos os Concelhos, alguns conheço-os bem. Devo ter passado em, pelo menos, 3000 das quatro mil e não sei mais quantas freguesias, algumas tenho no coração!
Contarei cerca de meia dúzia de países que fugazmente visitei (Espanha, França, Suíça, Itália, Tunísia, Principado de Andorra, Gibraltar e cidade de Ceuta.
Quem dera que me fosse possível reviver: Voltar a todos os lugares por onde passei, mas será impossível!
Certamente não poderei voltar aos locais da Guiné onde passei momentos difíceis. Por isso gostava de lá voltar. Já me não lembro dos menos difíceis, seria que a memória mos aclarava?

António J. Pereira da Costa [alf art na CART 1692/BART 1914,Cacine, 1968/69; e Capitão Art Cmdt das CART 3494/BART 3873, Xime eMansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74]

Depois dos resultados desta sondagem venham cá dizer-me que o Pélissié não tem razão.
Somos mesmo uns "nostálgicos"!

Reparem que o Cabral pergunta (e bem) de que Guiné estamos a falar quando falamos da Guiné...

Mas ser nostálgico não é mal! Só que, é uma espécie de... visão de um regresso ao passado que já não há.

Hélder Sousa [ex-fur mil trms TSF, Piche e Bissau, 1970/72]

(...) A 'sondagem' em si mesmo, ou melhor, a questão, parece pertinente.  A esta distância 'dos acontecimentos', vivendo cada vez mais 'o ocaso da vida', suportando as dificuldades que a todos (uns mais que outros, certamente) vai tocando, é pelo menos interessante 'sentir' qual a relação que a maior parte de nós tem com esse seu passado.

Seja lá por que motivo for: revivalismo, busca da juventude, saudosismo, etc. É tão legítimo dizer que não se quer ir, para se guardar as boas imagens que se tem e não se chocar com aquilo que se diz que se irá ver, como se dizer que sim, que se quer ir, sob um pretexto qualquer.

Eu votei que sim, que "não gostaria de morrer, sem um dia ainda poder voltar à Guiné". É uma ideia antiga, que já foi mais forte, mas que ainda permanece. No entanto o tempo vai passando e as hipóteses vão diminuindo. Não há 'condições'....

Henrique Cerqueira [ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74]

Camaradas e amigos: Nunca mais voltei á Guiné e na realidade nunca tive vontade de lá voltar. Creio que jamais irei visitar a Guiné. No entanto eu tenho muito apreço e respeito pelo sacrifício que o povo da Guiné Bissau tem passado desde a Independência. Fico sempre satisfeito quando encontro algum natural da Guiné, mas isso não me dá vontade alguma de a visitar. Mas não será só por ser a Guiné pois que eu não gostaria de visitar qualquer país africano. 

Já agora e a talho de "foice" eu também nunca mais visitei Tavira no Algarve porque tal como a Guiné me foram impostos e não gostei mesmo nada de lá ter passado parte da minha vida. Já Caldas da Rainha, Elvas e Évora que também me impuseram,  eu guardo gratas recordações de acolhimento e até de vida militar.

Em relação á Guiné é pura e simplesmente porque não gostei nem gostaria de [voltar a pisar] território africano.

Joaquim Luis Mendes Gomes [ex-alf mil, CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66]

Não! Voto não. Prefiro deixar como está...minha lembrança de lá...com muitas horas de dor...mas também, com outras tantas felizes...Quero levá-las assim, como estão...

Jorge Cabral [ex-alf mil at art, cmdt Pel Caç Nat 63, Fá Mandinga e Missirá, setor L1, Bambadinca, 1969/71]:

Voltar à Guiné? A que Guiné? A de hoje não é a do nosso tempo.Missirá tem uma Discoteca..Os meus soldados africanos , já morreram quase todos. As belas bajudas são avós..
Era bom, era voltar a ser jovem...mesmo na Guiné da nossa juventude...

Luís Graça [ex-fur mil, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71]


(...) O René Pélissier chamou-nos "blogue de veteranos nostálgicos da sua juventude"... Alguns de nós afinámos... Aliás fizemos uma sondagem a propósito da "boca" do gaulês...

(...) Pessoalmente não me senti insultado. "Nostálgico" vem do "nostalgia", do francês "nostalgie"... O nosso vocábulo "saudade" é mais complexo, do ponto de vista conceptual e semântico, filosófico, psicológico, antrpológico...

A opinião do Pélissier é apenas isso, uma opinião... Quanto às motivações para "voltar" à Guiné (que já não é a mesma Guiné do nosso tempo) são todas legitimas...  A motivação humana é complexa, dinâmica, multifatorial... Todas as motivações são legítimas desde que não "atropelem" os outros...Eu fui lá em 2008, com sentimentos ambivalentes... Já aqui escrevi sobre esse regresso, por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledje... Estive lá de 28 de fevereiro a 7 de março de 2008...

Pôr as coisas em termos de simples "nostalgia da juventude" é redutor, quanto a mim (...)

Manuel Amaro  [ex-Fur Mil Enf da CCAÇ 2615/BCAÇ 2892, Nhacra, Aldeia Formosa e Nhala, 1969 a 1971]

Não há dois tabanqueiros iguais, apesar de não sermos assim tão diferentes uns dos outros. Isto para dizer que eu não voltei, nem tenciono voltar à Guiné.
Alguma coisa contra? Nada.  Até deixei lá alguns amigos.  Um foi Procurador Geral da República e depois de escapar à morte num dos muitos golpes de Estado, teve que trabalhar como taxista. Outro, depois de alguns anos sem dar nas vistas, fez parte da primeira Comissão Nacional de Eleições.
Por fim, o amigo Henrique Rosa foi Presidente da República, interino, durante dois anos.

Mas, não. Nunca senti qualquer chamamento para visitar a Guiné.  Dirão que não tenho espírito solidário, porque quem lá vai é para ajudar. Pois, mas eu ajudo onde estou.

Tenho acompanhado aqui as brilhantes actuações solidárias dos nossos camarigos tabanqueiros, nas várias áreas a que se têm dedicado. Admiro a sua coragem e tenacidade.

Portanto, não fui, nem penso ir, sem que isso signifique menos consideração por aquele povo tão sacrificado.

Concluindo, achei que a sondagem estava bem estruturada, obedecendo a princípios e normas científicas, usadas em casos semelhantes.


Victor Alves [(ex-Fur Mil SAM, CCAÇ 12, Bambadinca, 1971/72)
Já há algum tempo que nada tenho lido sobre o blogue. Hoje ocasionalmente deparei-me com esta situação.

Como tantos também não gostaria de morrer sem voltar à Guiné. Contudo,  devido a problemas de saúde,  tudo teria de ser bem revisto. Mas em principio também gostaria.

 __________________

Nota do editor:

Postes anteriores:

28 de janeiro de 2014 >  Guiné 63/74 - P12650: Sondagem: "Muito sinceramente, não gostaria de morrer, sem um dia ainda poder voltar à Guiné"... Resultados preliminares (n=262): mais de 68% dos respondentes (n=172) gostariam de poder visitar a Guiné-Bissau... 18% dos votantes (n=48) já lá voltaram, uma ou mais vezes... Falta pouco mais de um dia para fechar esta sondagem em relação à qual o António J. Pereira da Costa faz uma crítica metodológica

25 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12631: Sondagem: "Muito sinceramente, não gostaria de morrer, sem um dia ainda poder voltar à Guiné"... Resultados preliminares (n=153): 2/3 dos respondentes (n=103) gostariam de poder visitar a Guiné-Bissau... Um em cada cinco dos votantes já lá voltou...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8213: Convívios (325): Coimbra, 21 de Maio: 38º Encontro do Pessoal da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/72) com a presença do José Carlos Suleimane Baldé (Victor Alves)



Óbidos > Restaurante A Lareira > 22/5/2010 > 16º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 > Luís Graça (ex-Fur Mil, CCAÇ 12, 1969/71), Victor Alves (ex-fur mil SAM, CCAÇ 12, 1971/72), Celestino Ferreira da Costa (Major inf ref,  o 2º Capitão da CCAÇ 12, 1971/72, residente na Trofa, trazido pela mão do Fernando Sousa), Jorge Cabral (ex-alf mil Pel Caç Nat 63, 1969/71).   


Foto: ©  Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados




1. Através do António Murta (ex-1º Cabo Op Cripto, da CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71), organizador do 17º Convívio do Pesssoal que esteve em Bambadinca, 1968/71, recebemos cópia de uma mensagem do ex-Fur Mil SAM Victor Alves, que é um dos organizadores do 38º Encontro da CCAÇ 12 (1971/72)... No mesmo dia, e na mesma cidade...

De: Victor Alves
Enviada: sábado, 30 de Abril de 2011 19:37
Assunto: Almoço - Coimbra - 21 Maio

Boa tarde, Amigo de Guerra António Murta,

Eu sou aquela pessoa que estive o ano passado no vosso convívio já a meio da tarde, e fui lá recolher alguns  donativos, destinados ao pagamento da vinda a Portugal do José Carlos Suleimane Baldé, militar da nossa CCaç 12, que começou convosco em Contuboel e depois em Bambadinca. Fui  incorporado em rendição individual, sendo portanto elemento da 2ª. CCaç 12 (Quadros vindos da metrópole) para vos render [em Março de 1971].


Por outro lado,  nós desde que chegámos em Dezembro  de 72, temos vindo sempre a fazer o nosso encontro. Vamos este ano fazer o 38º encontro,  comemorando os  40 anos da nossa chegada à Guiné.

O ano passado,  em Óbidos,  sugeriu-se que fizéssemos um encontro [conjunto] na  Herdade da Lobeira,  do Vacas de Carvalho. Alguns de vocês,  porque já tinham tudo acertado para aí,  Coimbra, e também porque já tinham ido à Lobeira duas vezes (e para além disso da última vez não tinha sido bem aquilo que vocês desejavam),  recusaram a ideia,  de um novo encontro, na Lobeira. Isto  foi o que ouvi em Óbidos.

Assim sendo,  nós resolvemos fazer também o nosso 40º  encontro no mesmo dia, 21 de Maio, em Coimbra .

Está pensado durante a tarde alguns de nós levarmos o José Carlos Suleimane Baldé ao vosso convívio, de modo a que alguns de vós, pricipalmente quem pertenceu ao 4º Pelotão,  o possa rever. Para além disso poderemoss ficar a saber melhor o que foi feito ao pessoal da CCaç 12 após a independência [da Guiné-Bissau]. (*)

Resta-me desejar-lhes um bom encontro, que corra tudo efectivamente como vocês desejam. (**)

Cumprimentos

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1832: Convívios (15): CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971-73), 2 de Junho de 2007, Azeitão: o 34º encontro anual (Victor Alves)

Guiné > Zona Leste > Estrada Xime- Bambadinca > 1969 > O Capitão do Quadro Permanente Carlos Brito, da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71). 

Foi o primeiro comandante da CCAÇ 12, uma unidade de intervenção, constituída por quadros metropolitanos e por soldados do recrutamento local, que esteve ao serviço do Sector L1 da Zona Leste. Os quadros metropolitanos eram de rendição individual. Carlos Brito é hoje coronel e vive em Braga. Julgo ter sido substituído pelo Cap Mil Humberto Trigo Bordalo Xavier, com formação em Operações Especiais, em Março de 1971. É a ele que se refere, no texto a seguir, o nosso camarada Victor Alves. 

Foto: © Humberto Reis (2006). Direitos reservados. 

  1. Mensagem do Victor Alves, que foi furriel miliciano vagomestre na CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73), o periquito do Jaime Sanjtos, o primeiro vagomestre da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadina, 1969/71). 

O Victor vive em Santarém e aderiu recentemente ao nosso blogue. Amigo Luís, Conforme informámos (1), lá realizámos o nosso habitual encontro, que eu informei ser o 32º, mas vou corrigir para 34º. Tem causado algum espanto, o facto de se ter começado a realizar, tão cedo, os nossos encontros... 

Foram vários os factores que contribuiram para isso. Porém, o grande causador disso terá sido a vinda, para a CCAÇ 12, do Cap Humberto Trigo Bordalo Xavier, oriundo das Operações Especiais, e amigo pessoal de Spínola. 

Ele soube muito bem provocar uma aglutinação e consequentemente uma união entre todos, ao ponto de estabelecer uma messe e bar para todos os militares da companhia oriundos da metrópole, sem distinção de posto... 

 Foi, na minha óptica, eata a principal razão da nossa união. Eu, por exemplo, como vagomestre e sempre que havia uma operação, por exemplo com saída às 4 da manhã, lá estava a dar pequeno almoço, pão quente e café à rapaziada que seguia. Assim como, mal regressassem, por exemplo, às 3 da tarde, tinham sempre a refeição com meio frango ou meio bife com acompanhamento à sua espera... 

Foi isso que o Capitão pediu e foi isso que se fez. É evidente, dentro dos limites da guerra. Com fomos todos em rendição individual, nem sempre nos encontros conseguimos reunir todos, alguns já faleceram, outros emigraram e outros não vão porque... não. 

 Este ano conseguimos trazer mais duas presenças novas o que foi maravilhoso, foram eles o cabo radiotelegrafista Andrade, de Caldas da Raínha, e o cabo cripto Simões, de Lisboa. Isto quer dizer que não nos víamos há 37 anos, portanto foi muito bom. 

 Para além deles vieram também o Canas (Alf Mil Mecânico do Bart 2917), o H. Martins (Alf Mil Pel Nat 54) e o J. L. Vacas de Carvalho (Alf Mil Pel Rec Daimler 2206): estes últimos já são clientes habituais, embora faltem algumas vezes. 

 De qualquer forma é sempre uma grande alegria, vermo-nos e estarmos juntos. Para o próximo ano é no dia 31 de Maio (Sábado) em Lamego e quem vai organizar é o J. Andrade (Fur Mil CCAÇ 12). 

 Um abraço Victor Alves 

  2. Comentário de L.G.: 

 Victor, ainda não nos mandaste as duas 'chapas da praxe', uma fotografia do teu tempo de furriel vagomestre e outra, mais recente... 

Além disso, tens de trazer, contigo, malta da nossa querida CCAÇ 12. Eu pertenço à primeira vaga de quadros metropolitanos (1969/71), tu pertences à segunda (1971/73)... Temos que reconstituir o puzzle. É espantoso como até agora não mantivémos quaisquer contactos... Mas nunca é tarde. Teremos que nos (re)encontrar, algures, um belo dia destes. O ponto de partida pode e deve ser o nosso blogue. 

Parabéns pelo vosso 34º encontro anual. Isso quer dizer que vocês se têm reunido todos os anos, religiosamente, desde o vosso regresso em 1973 !... Gostava conhecer a história da tua/nossa companhia nesse período em que lá estiveste (1971/73). 

O teu ex-comandante, o Cap QEO Bordalo Xiavier, está contactável ? Já lhe falaste no nosso blogue ? Ele deve ter sido um excelente líder, a avaliar pelo que nos dizes. 

 Um abração para ti e demais camaradas periquitos da CCAÇ 12. 

Luís.

 _________ 

 Nota de L.G.: 

terça-feira, 29 de maio de 2007

Guiné 63/74 - P1791: Convívios (11): 32º encontro da CAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73) (Victor Alves)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Finete, regulado do Cuor > 1969: Destacamento de milícias e aldeia em autodefesa de Finete, junto ao Rio Geba, frente a Bambadinca. 

Na foto, o autor (furriel miliciano Henriques) e dois dos soldados africanos da CCAÇ 12, do 4º Grupo de Combate, o Soldado Arvorado (mais tarde promovido a 1º cabo) Samba Só e o Soldado Umarú Baldé, apontador de morteiro 60 (na foto, de pé, de cachimbo)... 

Na época, quando o conhecemos em Contuboel, em Junho de 1969, na instrução da especialidade, o Puto não teria mais do que 16 anos... Ainda hoje me pergunto quem foi o inconsciente que o admitiu nas fileiras do exército português... O Umaru era uma criança... O Umaru, o Puto (assinalado com um rectângulo a amarelo), era uma espécie de mascote da companhia... 

Depois da independência, terá fugido para o Senegal e alcançado Portugal. Vivia na Amadora, trabalhando nas obras. Morreu há tempos, por doença. Soube-o há dias, com tristeza. O Puto teria hoje 53 ou 54 anos, se fosse vivo. 

 Foto: © Luís Graça (2005). Direitos reservados. 

1. Mensagem do Victor Alves, que foi furriel miliciano vagomestre na CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73), o periquito do Jaime, o primeiro vagomestre da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadina, 1969/71). 

 O Victor, que vive em Santarém, acaba, maravilhado, de descobrir o nosso blogue. Há 32 anos que os nossos periquitos da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73) se reunem anualmente, sem a gente (a velhice) saber. 

O Victor Alves, o Jaime Pereira (ex-Alf Mil) e outros camaradas de que perdemos o contacto começaram a chegar a Bambadinca em Fevereiro de 1971 para nos render... (Cada um de nós, quadros e especialistas metropolitanos foi rendido individualmente). 

No dia 2 de Junho vão realizar o seu 32º almoço de convívio... Aqui fica o programa. 

Victor, aparece na nossa tertúlia e entretanto dá um grande abraço ao resto da malta. Diz-lhes que o Puto morreu. Provavelmente de doença ou de saudade do seu chão, Badora... L.G.

 Santarém, 14 de Maio de 2007 

 Companheiros, Vamos realizar o 32º Almoço da CCAÇ 12 - Dia 2 de JUNHO -Zona Setúbal 

EMENTA 

 - Entradas: Moscatel, Pão regional, queijo de ovelha, manteigas, azeitonas, etc… 

- Peixe: Polvo assado c/ batata a murro e alho c/ azeite da quinta-feira 

- Carne: Borrego Assado no Forno c/ batatinhas e Legumes 

- Nota: Servido em ½ Doses 

- Bebida: Vinhos Branco e Tinto da Casa, Refrigerantes e Águas 

- Digestivos: Excluídos 

 LOCAL: 

RESTAURANTE PÉ DE VINHO 
Rua dos Trabalhadores da Empresa Setubalense 10 
VILA FRESCA DE AZEITÃO 2925-495 AZEITÃO 
Telefone: 212 188 048 

 IMPORTANTE: Preço por pessoa: 20 € (euros)  

Contamos com a presença de todos. 

 Contactos: 93 581 08 98 (Victor Alves); 91 725 50 26 (Jaime Pereira) 

 Victor Alves R: Bernardim Ribeiro-38 r/c 2000-202 SANTARÉM