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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24561: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (4): Tropa depois da Especialidade

Posição relativa de Ingoré


"A MINHA IDA À GUERRA"

4 - TROPA DEPOIS DA ESPECIALIDADE

João Moreira

Em Janeiro de 1969 fui colocado no RC 3, em Estremoz, onde fui promovido a Cabo Miliciano no dia 6.


Cabo Miliciano João Moreira. Estremoz

Em Fevereiro fui para Tancos para tirar o curso de Minas e Armadilhas.

Voltei ao RC 3.
Mobilizado para a Guiné.

Dei instrução aos militares da CCAV 2540, que fazia parte do BCAV 2876. Na semana de campo tive nova crise - Espinha bífida - e o médico mandou-me para o Hospital Militar de Évora, onde estive até ao fim de Setembro de 1969.

Regressado ao RC 3 fui gozar os 10 dias da mobilização, para ir ter com a minha CCAV 2540 que já estava em Ingoré, na fronteira do Senegal.

Ao 2.º ou 3.º dia recebi uma chamada telefónica do 1.º sargento da secretaria do RC 3 a dizer para voltar para o quartel porque tinha sido desmobilizado.

Estive colocado no Gabinete de Estudos até Dezembro. Nessa altura voltei a ser mobilizado para a Guiné.

Em Dezembro de 1969 fui para o RC 4, em Santa Margarida, para formar a CCAV 2721, novamente mobilizado para a Guiné.


O Cabo Miliciano Enfermeiro José Manuel CARVALHO e eu na semana de campo no RC 4 - Santa Margarida
Furriel João Moreira, com a farda n.º 1


Embarquei no T/T Carvalho Araújo em 4 de Abril de 1970. Cheguei a Bissau no dia 11 de Abril.

Quando embarquei já era furriel, embora ainda não tivesse sido promovido, porque já era cabo miliciano desde 6 de Janeiro de 1969 e na data de embarque já tinha 15 meses de cabo miliciano. Por isso a graduação em furriel que me fizeram em 4 de Abril de 1970, foi corrigida para promoção com a data de 15 de Janeiro do mesmo ano.

No embarque já tinha 21 meses de tropa efetiva mais 6 meses das 2 especialidades perdidas, num total de 27 meses desde a data da incorporação.


(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 10 DE AGOSTO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24547: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (3): EPC - Escola Prática de Cavalaria - Santarém: Especialidade

sábado, 13 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3614: Convívios (90): 1.º Encontro da CCAÇ 3, em 14 de Maio de 2005 em Alvados - Porto de Mós (João M. Félix Dias)

1. Mensagem do nosso camarada João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM, CCAV 2539/CCAV 2540/BCAV 2876 e CCAÇ 3, Guiné, 1869/71, com data de 8 de Dezembro de 2008:

O 1.º Convívio da CCAÇ 3 realizou-se a 14 de Maio de 2005 em Alvados - Porto de Mós no Restaurante Rosa. Estiveram presentes 26 ex-militares e alguns familiares.

O encontro foi organizado pelo ex-Alf Mil José Manuel S. Gonçalves, falecido no passado mês de Julho.

Também prestou grande colaboração, o ex-Alf Mil Francisco M. Branco Frutuoso.

Além de colaborar na organização, deu valioso contributo o nosso camarada Virgílio Alves Silva, no que concerne ao registo fotográfico e elaboração de vídeo do acontecimento e são de sua autoria as fotografias deste evento.

Foi celebrada missa pelos camaradas já falecidos.

Estiveram presentes:

O Sr. Coronel na Reforma Carlos A. Marques Abreu; igualmente, os ex-Capitães
João Galamarra Curado e Carlos Ricardo, que comandaram a Companhia nos anos de 1970 a 1972 em Binta, Guidaje e K3.

Também estiveram presentes:

João Ramex
João Torrinha
João Francisco Claudino Antunes
Fernando Alberto Barrios
António Manuel Godinho Pinto Ribeiro
José Cândido Barros Pereira
Henrique M. Madeira Neves
Manuel Fernando Alheira
Américo Formiga da Silva
Manuel Cabinas
Idalécio Castro
Artur J. Sousa Fernandes
José Espinheira
Luís Mendes Costa
António Fialho
Valentim Luz Pedro
Carlos Oliveira
Artur Pombinho
Vítor Domingues
Rui C. Branco Sena
Domingos Ribeiro













Nesta foto, pode-ver-se, de pé: Formiga Silva, Sena, Pedro, Neves, Ribeiro "balanta", Ribeiro "mecânico, Barrios; em baixo: Pereira, Cabinas, Alheira, Ramex e Pombinho.

Fotos: © Virgílio Silva (2008). Direitos reservados.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Guiné 63/74 - P3267: Controvérsias (1): Sedengal, 21 de Dezembro de 1970 (Carlos Matos Gomes / J. M. Félix Dias / Carlos Silva / José Martins)

Guiné > Região de Cacheu > Ingoré > CCAÇ 1590 (1966/68) > Aquartelamento de Ingoré. Ao fundo, a ponte sobre Ingoré e saída para o Senegal" (Luís de Matos). Até à data não temos fotos de Sedengal... apenas a carta.

Foto: Luís de Matos (2007) (Bogue de Luís de Matos >
Memórias da Guerra da Guiné > Fotos da CCAÇ 1590, 1966/68) (Com a devida vénia...)

Uma unidade que
também passou por Sedengal e Ingoré, foi a CCAÇ 1590 (1966/68), segundo imnformaçãop do nosso camarada A. Marques Lopes:

(...) "A CCAÇ 1590 ficou colocada inicialmente em Bissau, como subunidade de intervenção e reserva do Comando-Chefe e foi prioritariamente atribuída em reforço do BCAÇ 1857, tendo-se deslocado para Mansoa a fim de actuar em diversas operações realizadas nas regiões de Date, Bará, Bissorã e Olossato, entre outras, de 23 de Agosto de 1966 a 1 de Setembro de 1966, de 19 de Setembro de 1966 a 10 de Outubro de 1966 e de 21 a 24 de Outubro de 1966.

"Em 3 de Dezembro de 1966, foi integrada no dispositivo do seu batalhão instalando-se em Ingoré, com vista à realização de operações nos corredores de Canja e Sano e mantendo um pelotão destacado, ora em Barro, ora em S.Domingos, ora em Susana.

"Após deslocamento para S. Domingos, desde 4 de Maio de 1967, para realização de acções de contrapenetração naquela área, com destaque para a operação Drambuie I, regressou a Ingoré, a fim de, em 13 de Julho de 1967, em substituição da CCAV 1482, assumir a responsabilidade do respectivo subsector, com um pelotão destacado em Sedengal.

"Em 23 de Abril de 1968, foi rendida no subsector de Ingoré pela CCAÇ 1801 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso" (...).


1. Relembremos a mensagem do Cor na Ref Matos Gomes, com data de 21 de Setembro de 2008:

Assunto - Um pedido de ajuda

Olá, Luís, mais uma vez parabéns pelo excelente local de convívio e memória que tu e os “camaradas” criaram. Aproveito-o para um pedido de ajuda.

Eu e o Aniceto Afonso estamos a ultimar uma colecção de livros sobre a história contemporânea de Portugal que se centra nos “Anos da Guerra”. Algo que contribua para conhecermos melhor este período recente da nossa vida colectiva. Vamos incluir os factos que consideramos mais importantes para a compreensão do que se passou em cada um dos territórios, em Portugal e no mundo e cheguei a uma dúvida: o nosso comum amigo Josep Cervelló, que é, mais uma vez, nosso colaborador, inclui um facto que não consigo confirmar.

Escreve o Josep Cervelló nos factos relevantes de 1970:
- Dia 21 de Dezembro de 1970, ataque do PAIGC ao aquartelamento português de Sedengal, que causou onze mortos.

Alguém, entre os tertulianos, pode confirmar, ou dar alguma informação relativa a este ataque, ou a ataques a Sedengal? Ficaria muito grato por esta ajuda.

Entretanto, quando a obra tiver data de saída informarei a tertúlia.

Recebam os melhores desejos de felicidades, de continuação de êxito e de sã camaradagem que tenho tido a oportunidade de verificar nas minhas frequentes e sempre proveitosas visitas ao site.
Carlos Matos Gomes


2. Face ao pedido do Cor Matos Gomes, além da publicação do poste 3251 (*), foi enviada mensagem à tertúlia no sentido de conseguir algum esclarecimento.

Caros camaradas e amigos tertulianos:

O Cor Matos Gomes precisa de recolher informações sobre um ataque que houve a Sedengal, no dia 21 de Dezembro de 1970, do qual resultaram baixas com mortos.
Se entre os que nos lêem, houver alguém que tenha informações que possam ser úteis ao nosso camarada Matos Gomes, por favor encaminhem-nas para ele ou para nós.

Um abraço e desde já obrigado.
Carlos Vinhal

3. No mesmo dia, o nosso camarada João Manuel Félix Dias, dizia-nos:

Estive no destacamento de Sedengal na CCAV 2540, não me recordo se em 1969 ou 1970, com o Pelotão do ex-Alf Manuel Luís Ramos, de Santiago do Cacém, salvo erro.

Faziam-se rotações em cada 3 meses. Não sei quem estaria no destacamento aquando desse ataque. Eu estava em Sedengal num dia de ataque a Canjandi, tabanca próxima na estrada de/para S. José.

O senhor General Vieira, que o senhor Ayala (1) conhece, era o Comandante de Companhia.

No RC3 existe um arquivo da CCAV 2540 igual ao que está em Santa Apolónia no Arquivo Histórico Militar.

João Manuel Félix Dias
_________

(1) - Carlos Ayala Botto, hoje Cor Cav, na situação de reforma


4. Ainda no dia 30, o nosso camarada Carlos Silva adiantava

Luís

Acabo de ler o pedido do nosso camarada Carlos Gomes sobre o ataque do PAIGC ao Sedengal em 21-12-1970 que causou 11 mortos, não referindo se das NT ou se civis.

De imediato fiz as minhas investigações e presunções:

(i) Não consta tal facto relevante na História da Unidade? Seria falha grave.
E que os nossos camaradas Aniceto Afonso e Carlos Matos consultaram de certeza absoluta, tendo sido aquele Director do AHM.

(ii) No livro [Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África 1961-1974, 8 Vol - Mortos em Campanha Tomo II – Guiné Livro I, do Estado Maior do Exército, Comissão para o Estudo das Campanhas de África], na página 567, relativamente ao dia 21-12-1970, são referidos um soldado e o meu grande amigo Alferes Ambrósio que morreu em Lamel nesse dia (e a propósito do qual, eu disse de forma revoltada, para o meu Capitão, que nunca mais sairia para o mato).

Logo seria outra falha grave.

(iii) Acabo de falar com o nosso camarada e meu amigo Arquitecto Francisco Machado de Lima, ex-Alferes, que em Março passado [, 2008,] também me acompanhou na visita ao Sector de Farim e ao dele a Ingoré.

O Lima pertenceu à CCS do BCAV 2876 sediado, ao tempo em Ingoré, onde estava a CCAV 2540, a qual tinha destacado nessa altura um Pelotão no Sedengal e Antotinha, e, sobre o assunto ele disse-me ser essa história pura ficção.

(iv) Também me parece. Pois não constar da História da Unidade um facto desses????

Tens aqui uma resposta para o Matos Gomes (...)

Eu não tenho mail dele e não consta da vossa lista, caso contrário, também lhe enviava a resposta ao pedido

Recebe um abraço
Carlos Silva


5. Destas informações foi dado o devido conhecimento ao Cor Matos Gomes, que hoje mesmo nos enviou esta mensagem

Meu caro Carlos Vinhal e restantes companheiros:

Obrigado pela vossa disponibilidade e pronta resposta.

Eu sabia da força do blogue e das gentes que o habitam, mas nunca imaginei que fosse tanta. Só posso sentir-me feliz por saber e verificar que, passados tantos anos, se forjaram nos tempos difíceis amizades e cumplicidades tais que permitem desenvolver relações tão fortes e tão francas.

Só posso congratular-me por, em termos geracionais, pertencer a uma geração que soube ultrapassar as dificuldades com galhardia e coragem, que soube ser generosa, solidária e bem disposta.

Por fim, mas não no fim, gostaria de salientar a correcção e a educação (ou o que assim era designado) de todos os participantes neste fórum que, respeitando as divergências e as diferenças, sabem e querem manter o diálogo cortês e sereno. (Com o que se lê por aí não é pequena coisa sermos educados).

Quanto ao assunto sobre o qual pedi a vossa a ajuda fiquei esclarecido sobre a não existência do ataque ao Sedengal em Dezembro de 1970.

A obra terá, certamente, erros e falhas, mas não terá este.

Logo que eu e o Aniceto Afonso tenhamos conhecimento da data de apresentação da obra (são 15 volumes) terei o maior gosto em o comunicar a todos por este meio.

Recebam, meus caros amigos, a expressão da minha amizade e disponibilidade, além dos votos de continuação do êxito do blogue.

Do Carlos Matos Gomes

6. O nosso camarada José Martins não podia deixar de dar o seu contributo e escreveu hoje:

Bom dia Camaradas

Sobre o poste referido e correspondendo, com muito prazer, ao pedido do camarada e amigo Matos Gomes, procurei obter alguns dados e constatei o seguinte:

(i) Sedengal foi guarnecido por um Pelotão do Exército desde 28Jul63 até 30 de Agosto de 1974.

(ii) Na data indicada, 21 de Dezembro de 1970, era ocupada por uma força da CCAV 2540

(iii) Na data indicada não existe registo de mortos nesta Unidade nem, eventualmente, de milícias que pudessem estar em reforço daquele destacamento.

Por hoje é tudo e, se for o caso até amanhã.

Um abraço
José Martins
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Nota de CV

Vd. poste de 30 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3251: Em Busca de ... (41): Notícia sobre o ataque a Sedengal, em 21/12/1970 (Cor Carlos Matos Gomes)

domingo, 7 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3183: Tabanca Grande (85): João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM, CCAV 2539, 2540 e CCAÇ 3, Guiné 1969/71


João Manuel Félix Dias
ex-Fur Mil SAM
CCAV 2539/CCAV 2540/BCAV 2876 e CCAÇ 3
Guiné, 1869/71


1. Mensagem com data de 5 de Setembro de 2008 do nosso novo camarada João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM que pertenceu às CCAV 2539 e 2540/BCAV 2876 e à CCAÇ 3, Guiné 1969/71.

Curriculum Vitae

1968 - RI5 Caldas da Raínha CSM;

1969 - BC8 Elvas, instrutor de 2 recrutas;

1969 - RC3 Formação BCAV 2876;

A 19 de Julho segui no "Uíge" como Furriel Graduado SAM para S. Domingos Sector Ingoré.

Poucos meses (3/4 ?) depois fui substituído e fiquei à ordem do Comando.

A 13 de Novembro de 1969 na estrada de S. Domingos-Susana indo eu na GMC "rebenta-minas" apenas com o condutor Oliveira (Vasculho), próximo de Nhambalã aconteceu que a 3.ª viatura, Unimog, em que seguia o ex-Alf Nelson Gonçalves, do Pel Caç Nat 60, accionou uma mina anti-carro que o feriu gravemente; como consequência sofreu amputação de uma perna e ferimentos em todo o corpo.
Além de outros, foi o acontecimento que mais me marcou durante os dois anos, e que profundamente marcou o meu comportamento desde então. Costumo pensar que se não foi daquela, vai ser difícil ser doutra.

Recordo que Armstrong, Aldrin e Collins a bordo da Apolo 11 chegaram mais rápido e primeiro à Lua, a 21 de Julho, que o 'Uíge' a Bissau, a 24 do mesmo mês.

Transferido para a CCAÇ 3 em 1970.

Regressei a 2 de Agosto de 1971.

Nome: João Manuel Félix Dias
Posto/Espec.: Fur Mil Grad SAM
Unidades: CCAV 2539/2540/BCAV 2876 e CCAÇ 3
Zona: S. Domingos, Canjandi (Ingoré) Binta e Guidage
Comissão: 1969 a Agosto de 1971
Morada: S. Francisco - Alcochete


2. Comentário de CV

Caro Félix Dias

Estás apresentado à tertúlia como julgo seria o teu desejo.

Esperamos que nos contes agora as tuas estórias, que não serão poucas, uma vez que andaste de Unidade em Unidade e de terra em terra pelo Norte da Guiné. Se tiveres fotos, podes ilustrar as estórias que nos mandares, com elas.

Por meu intermédio, recebe um abraço de boas vindas de toda a tertúlia.
Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 7 DE SETEMBRO DE 2008 > Guiné 63/74 - P3180: Tabanca Grande (84): Jorge Teixeira, ex-Fur Mil, Guiné, 1968/70

terça-feira, 12 de julho de 2005

Guiné 63/74 - P105: Bibliografia de uma guerra (1): "As Ausências de Deus", por António Loja; "No Regresso Vinham Todos", por Vasco Lourenço e "sairòmeM - Guerra Colonial", por Gustavo Pimenta

1. O Jorge Santos, autor de uma excelente página sobre a guerra colonial e nosso companheiro de tertúlia (embora tenha sido combatente noutra frente, em Moçambique) sugeriu-me, há dias, a inserção no nosso blogue de uma "Bibliografia sobre a Guerra Colonial na Guiné". Eu achei logo a ideia muito interessante e pedi-lhe para se encarregar dessa tarefa.

Ele respondeu-me: "Posso dar o meu contributo, enviando dados referentes a alguns livros, com uma pequena sinopse, bem como a foto da capa e uma nota biográfica do autor (sempre que possível). Outro pessoal [da tertúlia] colaborará, de certeza, e será uma forma de divulgar o que se tem escrito".

2. Da ideia ao acto foi um passo e aqui chegam as referências aos primeiros livros, que são também sugestões de leitura para as férias. Aqui ficam, pois, as três primeiras sugestões do Jorge Santos, a quem agradeço a excelente colaboração. Há já outras na calha. Para quem quiser aprofundar o conhecimento das relações entre a guerra colonial e a literatura (nomeadamente o romance de ficção), há vários sítios com artigos interessantes, como por exemplo:

Margarida Calafate Ribeiro (Centro de Estudos Sociais, Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra) > Uma história de regressos: império, guerra colonial e pós-colonialismo

René Pelissier > Militares, polítios e outros mágicos. Análise Social. xxxviii (166)


TÍTULO: As Ausências de Deus - No Labirinto da Guerra Colonial.
AUTOR: António Loja
EDITOR: Editorial Notícias
ANO: 2001

RESUMO: Num quarto de hospital onde se encontra internado para uma intervenção cirúrgica, o autor regressa, de maneira obsessiva, à guerra de há trinta anos atrás. Desde os ruídos do dia-a-dia no hospital às pessoas com quem se cruza, tudo o faz voltar a uma guerra que nunca o abandonou, mesmo passado tatnto tempo. Memórias que o arrastam, sem querer, para as situações de combate e para aqueles que a viveram. Brancos e negros, todos povoam as suas recordações de um modo irrecusável.

Sem regularidade, mas sob pressão das memórias de cada noite e da dormência da recuperação pós-operatória, o autor mantém, entre Fevereiro e Setembro de 2001, uma espécie de diário, onde revive momentos que supunha esquecidos. E entrecruzando personagens e situações reais, em recordações diluídas pelo tempo, recria a realidade, numa teia com alguns nomes fictícios para não afectar a imagem (e pôr em causa o direito à privacidade) dos que, como ele, foram compelidos a lutar na Guiné, na época de 1966/68.


TÍTULO: No Regresso Vinham Todos
AUTOR: Vasco Lourenço
EDITOR: Editorial Notícias
ANO:1978

RESUMO: Mais do que a narração da guerra, este livro, escrito por um dos capitães de Abril, descreve-nos pequenos acontecimentos de uma comissão na guerra colonial, na Guiné (onde foi comandante da CCAV 2540), e sobretudo dá-nos conta das emoções, dos sentimentos, dos medos, dos passatempos, que passaram pela mente, pelo coração e pela vivência de um punhado de homens atirados para essa guerra.

No Regresso Vinham Todos é bem um testemunho da forma como a guerra colonial se desenrolou. A maioria dos portugueses que a ela eram obrigados, faziam-na com a ideia fixa no regresso, sãos e salvos, e nunca com a convicção da sua justeza e da sua razão de ser.



TÍTULO: sairòmeM - Guerra Colonial
EDITORA: Palimage
AUTOR: Gustavo Pimenta
ANO: 1999

RESUMO: A realidade, quando é sublimemente contada, ultrapassa quase sempre a ficção. De leitura de cortar a respiração, este relato da vida prende-nos à sua conclusão, afinal já conhecida, transportando-nos para o inferno da Guiné, onde se emprestam à memória do leitor as pequenas alegrias do dia seguinte e as marcas mais indeléveis que só a guerra consegue deixar. Memórias – sairómeM – de uma geração que se revê inevitavelmente na dor que delas transpira.