Pesquisar neste blogue

Mostrar mensagens com a etiqueta reabastecimento. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta reabastecimento. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26405: A nossa guerra em números (27): O "ventre" do BCAÇ 1860 (Tite, 1956/67)
















Guiné > Região de Quínara > Tite > BCAÇ 1860 (1965/67) > Resumo, ilustrado, da actividade logística (reabastecimentos) do batalhão, entre abril de 1965 e abril de 1967. Por mar, por terra e  por ar... 

Total: cerca de 82 mil toneladas movimentadas.  

Foto (e legendas): © Santos Oliveira (2008).  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]

 
Fonte: História da unidade, BCAÇ 1860 (Tite, 1965/67), conforme documentos digitalizados pelo nosso camarada Santos Oliveira (2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf OE, Pel Mort 912 ( Como, Cufar e Tite, 1964/66). Material em arquivo, enviado pelo Santos Oliveira  por mail em 2008...Infelizmente não sabemos quem é o talentoso autor da original infografia.


1. Eis um original e criativo, em banda desenhada, balanço da atividade logística do BCAÇ 1860 (Tite, 1965/67) (*)

Fornece-nos dados desagregados para podermos, com alguma precisão, obter o consumo "per capita" de diversos itens, como os géneros frescos, os géneros alimentícios, as trações de combate, o correio, os medicamentos, etc.,  mas também as munições, os combustíveis, os materiais de construção, etc., a nível de um batalhão e de um setor, ao longo de uma comissão de serviço (24 meses, nesta época).

Vamos estimar em 600 o número de militares metropolitanos presentes no Sector S1 (Tite), entre abril de 1965 e abril de 1967. 

Os milícias eram "desarranchados", não devendo por isso entrar no cálculo de certos valores como a alimentação... Por outro lado, o CIM de Bolama devia ser reasbastecido diretamente. E por outro lado ainda temos de ter em linha de conta o "abastecimento local" (Fulacunda, por exemplo, tinha uma horta, em 1972/74, e também já tinha o seu posto de abastecimento local, na foz do rio Fulacunda). 

Não sabemos se esta tonelagem toda se refere só a "reabastecimentos" ao longo de dois anos, ou  se inclui também as existências inciais (todos os materiais que o BART 1860 trouxe consigo quando foi colocado no Sector S1, em abril de 1965, tais como armas, munições, viaturas, géneros alimentícios, etc.).

Também não sabemos em rigor se estes dados se aplicam a todo o batalhão...ao longo de toda a comissão.

De acordo com a "ordem de batalha" de 1 de julho de 1966, era o seguinte o diispostivo  do BCAÇ 1860:


- BCAÇ 1860: Comando / CCS - Sector S1, Tite

- CCaç 1487: Fulacunda

- CCaç 1549 (-): Tite | 4° Pel: Enxudé

- CCaç 1566 (-); S. João | 1° Pel (+):  Jabadá | 1 Pel ( +): Fulacunda

- CIM: Bolama

- 1 Pel: Ilha das Cobras | 1 Sec(+) : Ilha das Galinhas

- Pel Mort 1039(-): Tite | 1 Sec(+):  Jabadá

- Pel AMetr Daimler 807 : Tite

- Comp Milícia 7 (-):  Tite | 1 Pel: Jabadá | 1 Pel: Fulacunda
 
 Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 6º volume:  aspectos da actividade operacionaç Tomo II: Guiné, Livro I. Lisboa: 2014. pág. 473.

Estimamos em 600 o pessoal metropolitabno (BCAÇ 1860, CCS + 3 companhias de quadrícula, 1 Pel Mort 1 Pel TRerc Daimler). E em 150 (4 pelotões) a companhia de milícia. (Todos os batalhões tinham agregadas a si companhias de milícia, pelo vamos fazer os cálculos seguintes tendo como divisor o valor 600, para simplificar.)

Transportes aéreos (Tite, Bissau, Jabadá, Fulacunda, São João, Empada) >

  • Passageiros transportados: 1068 militares | 209 civis;
  • Evacuações:  A=6; B=28; Y=10;
  • Frescos (peixe, frango, ovos...): 12 toneladas ( 20 kg "per capita");
  • Correio: Cartas: 2,5 t | Encomendas: 20 t (4,2 kg de cartas e aerogramas "per capita"; 33,3 kg de encomendas postais, "per capita");
  • Medicamentos: 3 t. (5 kg "per capita") (embora os medicamentpos também fossem distribuídas pelas milícias e a população civil).

Transportes marítimos (porto de Enxudé, por LDM e barcos civis): 

  • Combustíveis: 350 toneladas (583,3 kg, "per capita");
  • Artigos de cantina: 123 t  (72 t, carga grande; 51 t, carga pequena) (205 kg. "per capita": deve incluir bebidas: caixas de cerveja, uísque, etc.);
  • Munições: 31 t (51,7 kg. "per capita");
  • Géneros alimentícios (farinha, massas, batatas, etc.): 820 t (1366,7 kg. "per capita");
  • Rações de combate: 2,5 t (4,2 kg. "per capita");
  • Materiais de construção (ferro, madeira, cimento...): 475 t (791,7 kg. "per capita");
  • Material de aquartelamento: 4 t (6,7 kg. "per capita");
  • Material de transmissões: 2,5 t (4,2 kg. "per capita");
  • Material de guerra (armas, etc.): 3 t (5 kg. "per capita")
  • Sobresselentes para viaturas automóveis: 4 t (6,7 kg, "per capita")
  • C. A. [ Contabiliddae e Administração ?] 1 t (1,7 kg. "per capita")
  • Veículos automóveis + buldozzer: 13 t + 12 t (41,7 kg. "per capita").

Movimentação e transporte de terra, saibro e pedra > c. 80 mil toneladas (133,3 toneladas "per capita").


2. Comentário do editor LG:

Estávamos a 4 mil quilómetros de distância de Lisboa. Na Guiné não se produzia nada, da cerveja aos medicamentos, do material de guerra ao material de escritório, dos materiais de construção aos genéros alimentícios, das armas às munições,  etc., vinha tudo de barco até Bissau. 

E depois de Bissau seguia até aos portos fluviais (Enxudé, Porto Gole,  Xime, Bambadinca, Bafatá..., no rio Geba, por exemplo), por navios da marinha (LDG e LDM) e barcos civis (os famosos "barcos turras"). E depois era preciso transportar, em morosas, desgastantes e perigiosas colunas logísticas, toda a carag até ao seu destino final...

No tempo de Spínola, com a implementação da política "Por uma Guiné Melhor", alongou-se e complexificou-se a cadeia logística, com o aumento exponencial de materiais de construção necessários ao BENG 447 para construir os "reordenamentos" (casas e equipamentos sociais, como escolas, capelas, mesquistas, mercados, labadouros, fontes...).

Estes números não batem certo com os calculados por Pedro Marquês dos Santos (**),  segundo o qual:

(i) cada militar, a nível de companhia, necessitava em média, por mês, de 240 kg de abastecimentos (no essencial, víveres e artigos de cantina, mais de 70%)... 

(ii) o consumo "per capita" mensal de outros artigos era o seguinte: 50 kg de combustíveis; 4,4 kg de munições; 3,1 kg de medicamentos; 1,6 kg de correio... 

(iii) e o consumo diário de víveres frescos "per capita" por dia seria de 520 gramas...

Temos de ter sempre muita cautela com o uso (e abuso) das médias aritméticas... Mas certos valores aqui apresentados podem-nos dar uma ideia aproximada das necessidades de consumo do "ventre" da guerra... (***)



Guiné > Carta da Província (1961) / Escalaq: 1/500 mil > Detalhe: Região de Quínara, Setor S1 (Tite) > Posição relativa de Tite, Enxudé, Jabadá, Fulacunda, São João e Bolama.


Fonte: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2025)

 ______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8578: BCAÇ 1860 (Tite, 1965/67): Balanço da actividade logística, em banda desenhada: 22.5 toneladas de cartas e encomendas, 3 t de medicamentos, 12 t de frescos, 820 t de géneros alimentícios, 123 t de artigos de cantina, 2.5 t de rações de combate, 31 t de munições... (Santos Oliveira)


(**) Vd. pposte de 11 de novembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22707: A nossa guerra em números (4): Cada militar necessitava em média, por mês, de 240 kg de abastecimentos (no essencial, víveres e artigos de cantina, mais de 70%)... O consumo "per capita" mensal de outros artigos era o seguinte: 50 kg de combustíveis; 4,4 kg de munições; 3,1 kg de medicamentos; 1,6 kg de correio... E, miséria das misérias, tínhamos direito a... 520 gramas de víveres frescos por dia!

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15388: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (3): O que é um homem precisava no mato, num miserável destacamento como o de Banjara, em 1967 ?



Foto nº 1 >  A "lavandaria" de Banjara... O detergente OMO eras um bem de primeira necessidade


 Foto nº 2 > Com acúcar, com afeto...



Foto nº 3 > Fósforos e cigarros: outros dois produtos de primeiríssima necessidade no mato...


Foto nº 4 >  Só havia 3 camas e 3 colchões (!)  para as praças do pelotão. o cmdt,  alferes Alfredo Reis, aqui
à entrada de um abrigo...



Foto nº 5 > Inventário das munições existentes no destacamento de Banjara, em 5 de junho de 1967... 7900 cartuchos de 7,9 m/m (para Mauser, usada pela milícia) e 4000 cartuchos de 7,62 m/m (para a G3)... Em caso de ataque, os defensores teriam mesmo que poupar as munições... As munições de G3, a divirdir, por 30 homens, davam para 6 carregadores (de 20)... O ataque a um destacamento como este, à noite, isolado, sem possibilidades de socorro, podia dura 1, 2, 3 horas...



Foto nº 6 > Requisção de material, com data de 9/VI/67:

fósforos, 
palha de aço, 
camisas para petromax de 150 velas, 
torcida e vidro (?) para o frigorífico, 
pregos (...), 
aerogramas, 
selos, 
12 esferográficas (uma vermelha e as outras azuis), 
bloco de cartas, 
OMO e sabão, 
uma garrafa de whisky,  
Sumol ou outros sumos, 
camas e colchões para as praças (só havia 3...), 
500 tijolos (...), 
cabeça para a máquina a petróleo (...),
3 jogos de talheres,  
12 pratos de alumínio, 
1 barril de vinho, 
latas de cerveja 
e 100 gramas de piri-piri... 

Nota final: "Agradecemos o envio dos artigos requisitados e os preços dos que têm de ser pagos por nós".



Guiné > Zona leste > Geba > CART 1690 (1967/69) >  Destacamento de Banjara c. 1967


Fotos: © Alfredo Reis (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: LG] (*)



Dois antigos alferes da CART 1690: Alfredo Reis (à esquerda)
e Domingos Maçariço (à direita). 24 de julho de 2010:
recordando, 42 anos depois, o ataque ao destacamento de
Banjara. Foto: Alfredo Reis (2010)
1. As fotos (acima. numeradadas de 1 a 6) são do álbum do ex-alf mil Alfredo Reis que, tal como o A. Marques Lopes, pertenceu à CART 1690. juntamente com o António Moreira e o Domingos Maçarico, todos  eles membros da nossa Tabanca Grande.

O Alfredo Reis é veterinário, reformado, vivendo em Santarém.    A seleção, a legendagem e a organização temática do álbum (cerac de 170 fotos) são do A. Marques Lopes. (*)

 Além da sede (Geba), o Alfredo Reis esteve nos vários destacamentos da CART 1690, alguns dos quais, como Banjara e Cantacunda, eram os piores "buracos" do CTIG na época. 

Os destacamentos não tinham luz eléctrica e as condições de segurança eram precárias. Banjara (a noreste, mais próximo de Mansabá) e Cantacunda (a norte) eram os destacamentos mais distante: ficavam a 45 km e 50 km, respetivamente, da sede da companhia, que era em Geba...

Banjara não tinha população civil (apenas milícia em reforço...) e estava cercada por mata densa; era defendida nesta época por um pelotão, 30 efectivos (, podendo ser reforçado); a um quilómetro havia uma fonte onde, alternadamente, os NT e o PAIGC se iam fornecer de água. Às vezes, encontravam-se… Mas havia uma fuga concertada dos dois lados, sem tiroteio. (**)

____________________

Notas do editor:

(*) Postes anteriores da série:

15 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15371: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (1): Eu e o meu pelotão em Cantacunda (Parte I)

19 de novembro de  2015 > Guiné 63/74 - P15386: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (2): A visita, à sede da companhia, do Conjunto Académico João Paulo, em 24 de agosto de 1968



(...) «Banjara fica situada a cerca de 40 Km de Geba e a cerca de 20 Km de Mansabá, na estrada Bissau/Bafatá. Fica no coração da mata do Oio, e teve, antes da guerra colonial, uma unidade industrial de serração de madeiras. (...)

(...) Banjara gozava da fama, e do proveito, de ser o segundo pior destacamento da Guiné, a seguir a Beli, na zona de Madina do Boé. Não apenas pelos ataques mas, sobretudo, pelo perigo que representava, por estar muito isolado da Companhia, e por estar cercado por uma cintura de destacamentos IN, que vigiavam de fora do arame farpado e do alto das gigantescas árvores que o envolviam todos os movimentos da nossa tropa [tinha Sinchã Jobel do lado sul e Samba Culo do lado norte].

O destacamento era constituído por uma caserna, quatro abrigos subterrâneos e um posto de comando, que era uma casa abarracada, sem portas nem janelas, por onde os sardões e as cobras vagueavam livremente, sem nenhum obstáculo que lhes barrasse a passagem, a não ser a presença humana. Tinha ainda outros abrigos à superfície. A envolver este destacamento, que no essencial era uma clareira circular com cerca de mil metros de diâmetro, duas fiadas de arame farpado paralelas e em círculo. O capim era necessário cortá-lo de dois em dois meses, para evitar a aproximação camuflada do IN. As casas de banho, como é de calcular, eram a céu aberto.

A guarnição deste destacamento, comandado por um alferes, variava entre 60 a 80 homens, normalmente (houve alturas em que tinha só um pelotão), bem armados e disciplinados, capazes de aguentar debaixo de fogo uma boas dezenas de horas. O seu comando era rotativo (...).

(..:) O dia, em Banjara, iniciava-se naqueles anos (1967/1968), por volta das 18 horas. A essa hora o Comandante mandava distribuir a 3ª refeição, e as sentinelas avançadas ocupavam os seus postos. Toda a gente vestia então o seu camuflado, calçava as botas e recarregava as armas. Não é que de dia estivessem todos a dormir, mas durante a noite entrava-se em alerta máximo. Durante a noite era rigorosamente proibido acender luzes, fazer fogo e fumar à vista desarmada para não denunciar a presença e a localização de ninguém.


Tomada a 3ª refeição e colocadas as sentinelas, que eram sempre dobradas, iniciava-se toda uma série de rondas de posto a posto, podendo os soldados que estavam de folga, e só nos abrigos subterrâneos, jogar cartas, conviver e confraternizar, pôr a correspondência em dia, etc.  (...)

Durante a noite, de vez em quando, uma sentinela nossa dava um tiro, à aproximação do arame farpado de um macaco ou qualquer outro bicho (podia não ser...). Logo todos corriam para as armas pesadas e, normalmente, o IN respondia com dois tiros ao longe. Então a nossa sentinela, aquela ou outra, respondia passado algum tempo com três tiros. A seguir a resposta de novo do IN, então com 4 tiros. Era um jogo macabro, que nos mantinha constantementevivos e despertos.

O dia amanhecia, então, e, pelas 7 da manhã, iniciava-se a distribuição da 1ª refeição. As horas mortas do pessoal eram gastas, durante o dia, à caça, quando isso era possível e o capim estava seco e caído no chão, a jogar cartas, pôr a correspondência em dia e jogar futebol. O jogo de futebol era normalmente diário, mas sempre a horas diferentes, para não se cair na rotina, e sempre com os abrigos guarnecidos de atiradores.

Terminada a 1ª refeição iniciavam-se os trabalhos de rotina, para o que o efectivo estava dividido em 4 grupos, cada um deles composto por 15 ou 20 homens, comandados por um sargento.Um grupo estava de serviço à água e à lenha para as refeições. Os banhos eram tomados na bolanha a um quilómetro do arame farpado, e sempre com 10 ou 12 homens armados em vigia. Outro dos grupos era o piquete que realizava, normalmente, uma patrulha de reconhecimento nas imediações do aquartelamento. O terceiro grupo estava de prevenção rigorosa e o quarto estava de folga.

Este destacamento tinha apenas uma coluna de reabastecimento por mês, no máximo, mas chegava a estar mais de 2 meses sem alimentos frescos e sem correio. Não havia população civil, apenas militares.(..:)

(...) [Em Outubro de 1969, quando a CART1690 saíu de Geba, a CCAÇ2406, que estava
em Mansabá, colocou um pelotão em Banjara. No entanto, saíu de lá em Janeiro
de 1970, sendo o destacamento desactivado] (...)

sexta-feira, 13 de março de 2015

Guiné 63/74 - P14355: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXIX: Quando falhava o abastecimento, ainda havia o recurso à "bianda com marmelada"...


Beldade... de Canjambari [Fotógrafo desconhecido]


Canjambari... Um bar ou cantina onde podia faltar muita coisa, até o feijão mas não a cerveja... "estupidamente gelada", como na letra da célebre canção de Chico Buarque, de 1977 (*) [Fotógrafo desconhecido]


1. Continuação da publicação das "histórias da CCAÇ 2533", a partir do documento editado pelo ex-1º cabo quarteleiro, Joaquim Lessa, e impresso na Tipografia Lessa, na Maia (115 pp. + 30 pp, inumeradas, de fotografias). (**)

Hoje reproduz-se  mais dois textos deliciosos, da autoria do ex-alf mil Timóteo Rosa, do 4º pelotão : (i) o cardápio do rancho da CCAÇ 2533, planeado para o mês de jullho de 1969 (p, 94); e (ii) o "apicultor" da companhia, o srgt Félix (p. 97)...

Quem disse que a malta rapava fome no CTIG e não tinha sentido de humor ?... Por outro lado, nunca será de mais recordar, como facto digno de nota, que esta publicação é uma obra coletiva, feita com a participação de diversos ex-militares da CCAÇ 2533 (oficiais, sargentos e praças), num louvável esforço  de partilha de memórias comuns...

A brochura, com cerca de 6 dezenas de curtas histórias, de uma a duas páginas, e profusamente ilustrada (cerca de meia centena de fotos), chegou  às mãos dos nossos editores, em suporte digital, através do Luís Nascimento, que vive em Viseu, e que também nos facultou um exemplar em papel. para consulta. Até ao momento, e com muita pena nossa, ele é o único representante da CCAÇ 2533, na nossa Tabanca Grande, apesar dos convites, públicos, que temos feito aos autores cujas histórias vamos publicando.

Temos autorização dos responsáveis pela edição e pelos  autores para dar a conhecer, a um público mais vasto de amigos e camaradas da Guiné, as aventuras e as desventuras vividas pelo pessoal da CCAÇ 2533, companhia independente que esteve sediada em Canjambari e Farim, região do Oio, ao serviço do BCAÇ 2879, o batalhão dos Cobras (Farim, 1969/71). O primeiro excerto destas histórias foi publicado em 16 de abril de 2014, com um texto do ex-comandante da companhia, o cap inf Silvino R. Silva, hoje cor ref.


P. 94

p. 97

_____________

Notas do editor:

(*) Feijoada completa 
Chico Buarque/1977
Para o filme Se segura malandro de Hugo Carvana

[Letra, reproduzida aqui, com a devida venia... da página oficial do cantor]


Mulher
Você vai gostar
Tô levando uns amigos pra conversar
Eles vão com uma fome que nem me contem
Eles vão com uma sede de anteontem
Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão
E vamos botar água no feijão

Mulher
Não vá se afobar
Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar
Ponha os pratos no chão, e o chão tá posto
E prepare as linguiças pro tiragosto
Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão
E vamos botar água no feijão

Mulher
Você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja-bahia ou da seleta
Joga o paio, carne-seca, toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão

Mulher
Depois de salgar
Faça um bom refogado, que é pra engrossar
Aproveite a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira
Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão


1977 © Marola Edições Musicais
Todos os direitos reservados. Copyright Internacional Assegurado. Impresso no Brasil


14 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13893: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXVI: O finório e o 1º sargento (José Luís Sousa, ex-fur mil, 1º pelotão)

6 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13854: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXV: (i) o final da comissão em Farim, com os últimos mortos e feridos na zona de Lamel;: (ii) humilhados e ofendidos: regressados á Pátria, somos obrigados a ir a Chaves, num comboio ronceiro, entregar meia dúzia de trapos desfeitos, os restos das nossas fardas ! (Agostinho Evangelista, 1º pelotão)

8 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13709: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXIV: o Artur, que arranjava sempre desculpas para se baldar... ao mato. Porque, afinal, na guerra e noutras situações-limite em que se arrisca a vida, "quem tem cu tem medo"... (Agostinho Evangelista, ex-sold inf, 1º pelotão)

24 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13642: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXIII: O quotidiano em Canjambari...(Agostinho Evangelista, 1º pelotão)

16 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13614: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXII: No T/T Niassa,, em 24/5/1969, a caminho do "desterro"... (Agostinho Evangelista, 1º pelotão)

28 de agosto de 2014 > Guiné 63/74 - P13542: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXI: Lembranças de Chaves (Agostinho Evangelista, 1º pelotão)

10 de agosto de 2014 > Guiné 63/74 - P13481: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XX: a festa dos meus 25 anos, em Farim (Carlos Simões, ex-fur mil op esp. 1º pelotão)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8578: BCAÇ 1860 (Tite, 1965/67): Balanço da actividade logística, em banda desenhada: 22.5 toneladas de cartas e encomendas, 3 t de medicamentos, 12 t de frescos, 820 t de géneros alimentícios, 123 t de artigos de cantina, 2.5 t de rações de combate, 31 t de munições... (Santos Oliveira)


Guiné > Região de Quínara > Tite > BCAÇ 1860 (1965/67) > Resumo, ilustrado, da actividade logística (reabastecimentos) do batalhão, entre Abril de 1965 e Abril de 1967. Por mar, por terra e  por ar... (*).

Total: cerca de 82 mil toneladas movimentadas (71 mil carga grande; 11 mil carga pequena)...




Transportes aéreos (Tite, Bissau, Jabadá, Fulacunda, São João, Empada) >

Passageiros transportados: 1068 militares; 209 civis;
Evacuações:  A=6; B=28; Y=10;
Frescos (peixe, frango...): 12 toneladas;
Correio: Cartas: 2,5 t; Encomendas: 20 t;
Medicamentos: 3 t.




Transportes marítimos (porto de Enxudé, por LDM e barcos civis): 

Combustíveis: 350 toneladas;
Artigos de cantina: 123 t;  
Munições: 31 t;
Géneros alimentícios (farinha, batatas, etc.): 820 t;
Rações de combate: 2,5 t;
Materiais de construção (ferro, madeira, cimento...): 475 t;
Material de aquartelamento: 4 t;
Material de transmissões: 2,5 t;
Material de guerra: 3 t;
Sobresselentes para viaturas automóveis: 4 t;
C. A. [ Contabiliddae e Administração ?] 1 t;
Veículos automóveis + buldozzer: 13 + 12 t

Movimentação e transporte de terra, saibro e pedra > c. 80 mil toneladas

Foto: © Santos Oliveira (2008). Todos os direitos reservados.

[Edição de imagem, legendagem e título: L.G.]

Fonte: História da unidade, conforme documentos digitalizados pelo nosso camarada Santos Oliveira (2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf, Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66). Material em arquivo, enviado pelo Santos Oliveira  por mail em 2008...




Guiné > Região de Quínara > Carta  de Tite  (1/50000) (1955) (Pormenor) > Posição relativa de Tite, Enxudé e Jabadá.

Fonte: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2011)

 ______________

Nota do editor:

(*) Vd. poste anterior relacionado com o BCAÇ 1860 > 20 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8575: BCAÇ 1860 (Tite, 1965/67): Balanço da actividade não-operacional, em banda desenhada... (Santos Oliveira)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7822: Memória dos lugares (140): Bedanda e o seu reabastecimento no meu tempo (Rui Santos, ex-Alf Mil, 4ª CCAÇ, 1963/65)


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1971 > Reabastecimento do aquartelamento e povoação através do Nordatlas e do lançamento de géneros por pára-quedas, durante a época das chuvas.  Foto do Álbum de Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med, CCS / BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72)... Esteve em 1971 em Bedanda, onde foi rendido em Dezembro de 1971 pelo Mário Bravo.





Foto: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservado

1. Texto do nosso camarada Rui Santos [, foto à direita, ](ex-Alf Mil da 4.ª CCAÇ, Bedanda, 1963/65),  sobre as suas recordações dos reabastecimentos a Bedanda (*)




Bedanda, Setembro de 1963 a Agosto de 1964, datas entre as quais posso testemunhar o que vi e vivi, tudo o que se possa ter passado fora desse tempo foi de ouvir dizer.


Assim, vamos aos reabastecimentos, os mais desejados “bojecas” e “visques”, a seguir os morfos correntes, batatas, arroz, bacalhau, azeite em bidões, óleo alimentar em bidões, gasolina em bidões, garrafões de 10 litros de vinho tinto e branco, vinagre, munições, enfim um sem número de coisas que nos eram imprescindíveis e, sempre, todos os acessórios para os petromax de iluminação do perímetro do aquartelamento de Bedanda, o meu pelotão reforçado, com cerca de 80 nativos três sargentos, alguns cabos brancos e tintos, e um “sorna” cabo branco de pele e de alma, que era o homem dos petromax e dos dois motores dos “excelentes” (!?) barcos M1 (como o chamávamos sempre: ò sorna! Não me lembro do nome real...)


Nunca fomos reabastecidos por terra,  via Cantanhez, por razões óbvias!


Éramos sempre reabastecidos via marítima por barcos da Casa Gouveia, um era o rebocador N/M Gouveia 16 (que puxava um batelão) e ía sempre Unguariuol acima até ao caisito de Bedanda a cerca de 700 mts da povoação.


Já em tempos descrevi o ataque ao Gouveia 16 aqui no blogue, e desde aí nunca mais vi barco nenhum perto de Bedanda, senão em Cobumba, 6/7 kms da povoação, aí era sempre o N/M (navio motor) Gouveia 17 que era mais comprido que o 16 e não entrava no afluente do Cumbijã , e ficava acostado a um dos lados da rampa que ali existia, e por vezes também trazia batelão, era descarregado e os materiais levados para o armazém em frente do chefe de posto e as munições para dentro do quartel da Companhia.


Estes barcos eram sistematicamente atacados nas curvas do Cumbijã entre Cadique e Cafine, mas, antes dos fuzileiros “limparem” literalmente essas duas povoações, causando dezenas de mortos ao IN e apreendendo muito material de guerra, os barcos começaram a ser escoltados por LDM dos fuzileiros, mas não no tempo que mencionei.


O correio, alimento essencial para o “psique”, vinha sempre via aérea em Dorniers ou em Auster militares, ou Dornier e Cessna civis, que por vezes também traziam medicamentos e algo essencial que tivesse sido pedido de urgência.


No período da “menopausa” marítima, lá vinham os Nordatlas em voo razante “despejar” caixotes de legumes, bacalhau, conservas, não mandarem as “bojecas” foi uma sorte, o bacalhau era o único que não se espalhava pelo mato pois vinha forrado de chapa de alumínio, mas fomos assim “tratados” apenas duas vezes.


Comentando a foto [ vd. acima,] tirada a bordo da aeronave que se aproximava do campo de aviação e estava sobre o Cantanhez, (aliás já nas “bordas” do Cantanhez):


(i) a sombra do avião cruza o Cumbijã exactamente no ponto do cais de Cobumba;


(ii)  os 4 telhados brancos mais à direita da foto eram o antigo aquartelamento da 4ª CCAÇ;


(iii)  ao centro sobre a esquerda a povoação de Amedalai que, pelo que leio, os da CCAÇ 6 lhe chamavam Bedanda (mas para que a verdade seja reposta é só verem o que “diz” o mapa cartográfico);


(iv)  saindo de Amedalai vê-se para sul a estrada para a mata do Cantanhez, Salancaur, Cabedu, Mejo, Lisboa, Cacilhas, etc.;


(v) para norte descendo para Bedanda cruzando o “campo de aviação dos legumes espalhados”, logo à saída de Amedalai e nessa direcção vê-se um pouco indistintamente o tal aldeamento das casas com telhado de zinco do lado esquerdo da estrada Amedalai /Bedanda, que o Vasco Santos ilustrou numa foto dirigida ao blogue, da qual eu duvidei, e peço desculpa, pois no Google Earth nada consta actualmente desse bairro mandado edificar pelo snr. Cap. Ayalla Botto (!?) nem o conjunto de moranças do lado direito da estrada sentido Amedalai/Bedanda, que também se avista em parte nesta excelente foto;


(vi) Lá para baixo, os “meus aposentos”, e as casas comerciais!


Em todos os pontos da foto, e muito mais para os lados coloquei as minhas botas e por vezes a minha barriga e o corpo inteiramente vestido e armado dentro de um riozito com cerca de 2mts de profundidade, salvando dois (cabo branco e soldado acastanhado) e recuperando o armamento por eles perdido.


Lá ao fundo mesmo longe na última curva do Cumbijã que se vê na foto,  rebentei sozinho da margem (direita na foto esquerda do rio) duas “big” canoas.


Como não ter saudades ? 22/23 anos, menos 40 quilos, juventude, inconsciência, sempre pronto. Só tenho pena de não ter tido um comando à altura das circunstância, e mais não digo!


_____________


Nota de L.G.:


(*) vd. poste de 17 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7802: Álbum fotográfico de Amaral Bernardo (Alf Mil Med, CCS/BCAÇ 2930, Catió, Cacine, Bedanda, Guileje, Gadamel, Tite, Bolama, 1970/72) (1): O reabastecimento de Bedanda, no tempo das chuvas, através do Nordatlas, com lançamento de pára-quedas


Último poste desta série >


14 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7778: Memória dos lugares (139): Bedanda no meu tempo (Rui Santos, ex-Alf Mil, Op Esp, 4ª CCAÇ, 1963/65)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7810: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (22): Quando choviam... frangos em Fajonquito !

1. Comentário de Cherno Baldé ao poste P7802 (*):


Caros amigos,

Aconteceu por várias vezes o quartel de Fajonquito ser abastecido de géneros por meio destes lançamentos aéreos [, ou seja, por pára-quedas] . Ficaram-me na memória particularmente a imagem dos frangos, enormes e completamente depenados,  como nunca tinha visto antes. 

Dava muito trabalho a recolha do produto,  pois, às vezes,  o vento afastava os pára-quedas para longe e atenção !!!  A tropa tinha que chegar lesto-lesto ao local caso contrário os djubis [, putos,] já estavam lá a fazer das suas. 

A carga partia-se muitas vezes ao bater no chão e era depois difícil de controlar. A miudagem escondia partes da carga no meio dos arbustos. E aqueles que assim roubavam escondendo o material, muitas vezes, eram depois roubados por outros que se infiltravam entre o momento da recolha e o regresso dos pilantras. Era bastante divertido. 

Quando conseguíamos desenrascar alguns frangos, era um dia de grande festa da rapaziada, nem os ossos ficavam por prova. Afinal os vizinhos ajudam-se mutuamente, no bem e no mal. 

Cherno Baldé

[ Revisão / fixação de texto / título: L.G.]
______________

Nota de L.G.:


Último poste desta série > 27 de Novembro de 2010 >Guiné 63/74 - P7350: Memórias do Chico, menino e moço (21): Cap Teixeira Pinto e as guerras de pacificação


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7802: Álbum fotográfico de Amaral Bernardo (Alf Mil Med, CCS/BCAÇ 2930, Catió, Cacine, Bedanda, Guileje, Gadamel, Tite, Bolama, 1970/72) (1): O reabastecimento de Bedanda, no tempo das chuvas, através do Nordatlas, com lançamento de pára-quedas






Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1971 > Reabastecimento do aquartelamento e povoação através do Nordatlas e do lançamento  de géneros por pára-quedas,  durante a época das chuvas. Fotos do Álbum de Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med, CCS / BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72)... Esteve em 1971 em Bedanda (*), onde foi rendido em Dezembro de 1971 pelo Mário Bravo.

Fotos: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados.


"Estive em Bedanda, durante 13 meses, sob o comando do capitão de cavalaria Ayala Botto [, CCAÇ 6]. Um grande comandante, um verdadeiro oficial de cavalaria... que nos derretia com mimos: ovos liofilizados e outras delícias, que vinham de Lisboa, de uma fábrica da família...
 
"Estive primeiro em Cacine, que era deslumbrante... Percorri todo o sul, acabando em Bolama, depois de passar por Bedanda, Gadamael, Guileje, Tite... A CÇAÇ 6 tinha fulas e um pelotão de balantas... Em Bedanda, os tipos do PAIGC apareciam nas minhas consultas, nas calmas, disfarçados com a população...
 
"Bedanda, no tempo das chuvas, era inacessível por terra, transformava-se numa ilha. Ficava entre dois rios, o Cumbijã, a oeste e o seu afluente, o Ungariol, a leste e a norte... Era abasteciada  pelos fuzileiros e pela força aérea...
 
"Em 2005 falei com o Nino sobre os ataques a Bedanda, quando ele era o comandante da região sul... Havia malta na tabanca que lhe fazia sinais de luz (com uma lanterna) para orientação do tiro... À terceira, eles acertavam todas...
 
"Os melhores abrigos, à prova do 120, eram os de Guileje... Mas o Spínola proibiu a construção de mais bunkers, queria que o pessoal fosse todo para as valas... Foram tempos muitos duros, tive uma [grande] actividade como médico... e eu próprio cheguei a desejar secretamente ser ferido para poder ser evacuado dali" (Amaral Bernardo, membro da nossa Tabanca Grande, desde Fevereiro de 2007).


 _____________
 
Nota de L.G.:
 
(*) Vd. poste de 16 de Fevereiro de 2011 > Guiné 7799: Os nossos médicos (22): Um pedido de desculpas por uma falsa informação a (e um firme repúdio pelas insinuações de) o ex-Cap Art Morais da Silva, comandante da CCAÇ 2769 (Amaral Bernardo)