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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26073: Elementos para a história do Pel Caç Nat 51 - Parte X: 43 anos depois, em casa do ex-mil José Daniel Portela Rosa (1946-2021), com a antiga enfemeira paraquedista Giselda e o ex-alf mil José Ribeiro (Armando Faria, ex-fur mil inf MA, CCAÇ 4740, Cufar, 1972/74)



Foto nº 1


Foto nº 2 


Foto nº 3

Sintra   > Casa do Portela Rosa > 29 de julho de 2015 >  Um reencontro emocionante ao fim de 43 anos: o ex-alf mil José Daniel Portela Rosa (Lisboa, 1946 - Sintra, 2021)  (Foto nº 3), com a ex-enfermeira paraquedista Giselda Antunes (Pessoa, pelo casamento) que o evacuou (de Cufar para o HM 241) (foto nº 1) e com o ex-alf mil José Albino da Silva Ribeiro da CCAÇ 4740  (Cufar, 1972/73), ambos feridos com gravidade no acionamento de uma mina A/C, em 29 de julho de 1972.

Fotos (e legendas): © Armando Faria (2024). Todos os direitos reservados 
[Edição e lendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Armando Faria, hoje e ontem


1. Mensagem do nosso tabanqueiro Armando Faria (ex-Fur Mil Inf Minas e Armadilhas, CCAÇ 4740, Cufar, 1972/74) (membro da Tabanca Grande desde 10 de maio de 2010;  tem 27 referências no nosso blogue; técnico de seguros reformado, vive em Vila Nova de Gaia; tem página no Facebook):


Data - 19 out 2024,  18:52 

Assunto - Pel Caç Nat 51

Boa tarde, camaradas.

Aqui está um assunto, Pel Nat 51, pessoal com quem convivi em Cufar.

Fiz parte da CCaÇ 4740, com origem no B.I.I. 17, Angra do Heroísmo, tendo chegado a Cufar a 22 julho de 1972.

Fomos render a CCaç 2797 e com eles estavam o Pel Caç Nat. 51, o Pel Caç Nat. 67 e o Pel Canhões S/R 3079.

A 29 de julho, numa saída de reconhecimento, sairam 2 Pelotões da CCaç.4740 e o Pel Caç Nat .51.

Foi nesse fatídico dia que o então alferes José Daniel Portela Rosa teve o acidente. Assim o descrevo no meu livro de memórias:

“Ano de 1972

A 29 de julho, trágico dia para todos nós, três oficiais, dois da C.CAÇ 4740 e um do Pelotão Caçadores de Nativos 51, são gravemente atingidos pelo acionamento de uma mina.

Em progressão de Cufar Novo à mata de Boche Mende-Camaiupa, três pelotões de combate o segundo e o terceiro da CCAÇ .4740 e o Pel Caç Nat 51, naquele que seria um reconhecimento de zona, foi acionada uma mina antipessoal pelo comandante do Pel Caç Nat 51, alf mil José Daniel Portela Rosa que ficou com uma perna amputada. Foram ainda atingidos com a projeção de estilhaços o alf mil José Lourenço Salvado de Almeida e o al f mil José Albino da Silva Ribeiro da CCAÇ 4740 que ficaram feridos com gravidade.

Foram evacuados os três para o HM2141, Bissau e seguidamente para o HMP, Lisboa.”



Junto aqui 3 fotografias, uma do Portela Rosa, uma o Portela Rosa com o então alferes Ribeiro e outra com a nossa enfermeira Giselda Pessoa.

Foi um encontro emocionante que se deu a 29 de julho de 2015, em casa do Portela Rosa.

Este encontro deveu-se a contactos que fiz para saber quem o acompanhou na evacuação de Cufar a 29 julho de 1972, pois ele não fazia ideia quem foi que o manteve “do lado de cá” nesse dia.

Um abraço a todos os Combatentes de todos os tempos, mas um especial aos de Cufar, aquele abraço do tamanho do nosso Cumbijã.

Cumprimentos,

Armando da Silva Faria

Fur Mil Inf Minas e Armadilhas, CCaç 4740.

https://www.facebook.com/groups/457725750912229

https://www.ccac4740.pt/

__________

Nota do editor:

(*) Último poste da série  > 19 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26057: Elementos para a história do Pel Caç Nat 51 - Parte IX: O cmdt que se seguiu ao Armindo Batata, entre dez70 e jul72, foi o alf mil inf José Daniel Portela Rosa (Lisboa, 1946 - Sintra, 2021)

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Guiné 61/74 - P25937: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (23): Victor Condeço (1943-2010), o ex-fur mil mec armamento, CCS/BART 1913 (1967/69), que documentou como ninguém o quotidiano da linda vila de Catió - Parte II

 


Guiné > Região de Tombali > Cufar > Foto 7 > Fevereirto de 1968 > Pista de Cufar, a "Bissalanca do Sul": o helicanhão ("Lobo Mau")



Guiné > Região de Tombali > Cufar > Foto 7 > Fevereiro de 1968 > Pista de Cufar topo do lado do aquartelamento (Operação Ciclone I, envolvendo forças pára-quedistas do BCP 12).


Guiné > Região de Tombali > Cufar > CART 1687 (1967/1969) > Setembro de 1967 > Álbum fotográfico de Vitor Condeço > Foto 07 > Interior da messe e bar de Sargentos. O Victor Condeço, de bigode, parece ser o terceiro  da segunda fila, a contar da direita para a esquerda




Guiné > Região de Tombali > Cufar > CART1687 (1967/1969) > Setembro de 1967 > Álbum fotográfico de Vitor Condeço > Foto 07  > Pormenor: interior da messe e bar de Sargentos. O Victor Condeço, de bigode, parece ser o terceiro  da segunda fila, a contar da direita para a esquerda.



Guiné> Região de Tombali > Cufar > CART1687 (1967/1969) > Setembro de 1967 > Álbum fotográfico de Vitor Condeço > Foto 10 > "Outro interior da messe de Sargentos. Vejam-se os cadeirões feitos dos barris do vinho, a necessidade aguçava o engenho".


Guiné> Região de Tombali > Cufar > CART1687 (1967/1969) > Setembro de 1967 > Álbum fotográfico de Vitor Condeço > Foto 10 > Pormenor: "Outro interior da messe de Sargentos."... Na parede, um grafito: "Salta (periquito)..."


Fotos (e legendas): © Victor Condeço (2010).Todos os direitos reservados [Edição e legtendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 



1. São  fotos, selecionadas,  do álbum do nosso querido e saudoso amigo e camarada Victor Condeço (Vitinho, para os amigos de Catió) (1943-2010),  um dos históricos da nossa Tabanca Grande: sentou-se à sombra do nosso poilão em 3/12/2006. 

Esteve na Região de Tombali, em  Catió,  CCS / BART 1913 (Catió 1967/69) > Álbum fotográfico de Victor Condeço, ex-fur mil mec armamento.

Era natural do Entroncamento. Infelizmente a morte levou-o cedo, há 14 anos, em 18 de junho de 2010.

Não o conheci pessoalmente Falei com ele, ao telefone, algumas vezes. A última, na véspera do início do seu tratamento no IPO de Lisboa... Começou a ter sintomas da doença que o vitimou, a partir de fevereiro de 2010. Lúcido e corajoso, sabia o que tinha, conforme  mail de 10 de maio, que me enviou... A última vez que falei com ele, foi justamente no início do mês de junho. Estava apreensivo e ansioso, ia começar no dia seguinte o tratamento de radioterapia no IPO... Tarde de mais, infelizmente... 

Era uma homem discreto, afável e prestável.  
Temos dele  6 dezenas de referências no nosso blogue. Achámos, por isso, que estava na altura de revisitar o seu álbum, com belíssimas fotos da linda vila de Catió, e dos arredores (npomeadamente Ganjola e Cufar,  meticulosamente organizadas por áreas temáticas e e devidamente legendadas...  Estão dispersas no nosso blogue.

Um dos seus grandes amigos era o Benito Neves,  ex-fur mil atirador da CCAV 1484 (Nhacra e Catió, 1965/67), membro da nossa Tabanca Grande desde abril de 2007, natural de Abrantes,  bancário reformado.

As fotos deste poste são relativas a Cufar.

______________

Nota do editor:

Último poste da série  > 25 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25880: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (22): Victor Condeço (1943-2010), o ex-fur mil mec armamento, CCS/BART 1913 (1967/69), que documentou como ninguém o quotidiano da linda vila de Catió - Parte I

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Guiné 61/74 - P25886: Manuel de Pinho Brandão: entre o mito e a realidade - Parte V: "Colaboracionista" ? (Manuel Luís Lomba, autor de "Guerra da Guiné: A Batalha de Cufar Nalu", 2015)


Capa do livro do nosso camarada de 
Barcelos,  Manuel Luís Lomba, 
(Terras de Faria, Lda. 4755-204, 
Faria,  Barcelos, 2012).
 
Uma batalha de meses, 
que começou  em 20/21 de dezembro
 de 1964  (Op Ferro, com forças das
CCaç 617 e 728, CCav 703
 e 4ª CCaç).  
Ver aqui 

1. Escreveu o Manuel Luís Lomba, autor de "Guerra da Guiné: a Batalha de Cufar Nalu" (Barcelos, 2014); ex-fur mil cav, CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66):


(...) A Operação Tridente, acontecida há quase 60 anos, foi a primeira grande manobra da Guerra da Guiné, o BCav 490 os seus actores principais, as ilhas do Como, Caiar e Catunco o seu palco, foram 72 dias de combates na mata e em campo aberto.

A segunda grande manobra foram as Operações Campo, Alicate I e II, a CCav 703 os seus actores principais, o seu palco foi Cufar, a sua malta escavou abrigos em todo o perímetro da sua desmantelada fábrica de descasque de arroz e viveu 63 dias como toupeiras, mais sob a terra que sobre a terra. 

 A Operação Tridente, entre janeiro e março de 1964, foi a “guerra da restauração” da soberania portuguesa sobre aquelas três ilhas, então a “República Independente do Como”, proclamada por Nino Vieira, abandonadas em 1962 pelo fazendeiro Manuel de Pinho Brandão, originário de Arouca (constava que passara a fornecedor do PAIGC).

As operações “ Campo”, “Alicate I, II,´” e “Razia”, entre dezembro de 1964 e maio de 1965, foram a “guerra da restauração” da soberania portuguesa sobre a “área libertada” de Cufar, começada com a 
ocupação da tabanca e das ruínas da fábrica de descasque de arroz, abandonada pelo fazendeiro Álvaro Boaventura Camacho, madeirense originário de Cabo Verde (patrão e o “passador” para Conacri do então alfaiate e futebolista Bobo Quetá), continuada com a expugnação da base da mata de Cufar Nalu, comandada por Manuel Saturnino Costa, ora aumentada e reforçada com a força retirada do Como, consolidada em 15 de junho pelas CCaç 763, 764 e 728 (Operação Satan?). (...) (*)


2. Comentário do editor LG:

Gostava de saber se o nosso querido amigo e camarada Manuel Luís, o nosso "alcaide de Faria" (última reincarnacão...), tem mais alguma informação adicional sobre estes dois grandes comerciantes e proprietários do sul da Guiné, o Manuel de Pinho Brandão e o Álvaro Boaventura Camacho. Como outros colonos, ficaram com a fama (e se calhar o proveito) de terem sido "colaboracionistas"... 

Um era o dono da ilha do Como, o  outro o patrão de Cufar... O que lhes terá acontecido com a guerra e a depois da guerra, se é que chegaram ao "fim do filme" ?... Ambos terão feito fortuna com o arroz... dos balantas.

Já se escreveram coisas provavelmente fantasiosas sobre o Manuel de Pinho Brandão (**)... Não sabemos como nem quando  chegou à Guiné, nem muito menos quando e onde morreu..

Em 1964 correu um processo de expulsão de dois homens, de apelido Pinho Brandão... Um deles pode ser o nosso Manuel de Pinho Brandão e o outro pode muito bem também ser o seu filho  Francisco ("Chiquinho" ?).

Estamos à espera que  alguém consiga aceder a este documento do Arquivo Histórico Diplomático... A expulsão do território, provavelmemnte ao tempo do novo governador e com-chefe Arnaldo Schulz,  faria sentido no caso de o homem pactuar (ou ter pactuado) com o IN...


Código de Referência: PT/AHD/MU/GM/GNP/RNP/0559/08865

Título: Expulsões de Manuel de Pinho Brandão e Francisco Pinho Brandão

Data(s): 1964 

(...) Notas: Classificador do Arquivo do Gabinete dos Negócios Políticos: P17: Segurança Nacional: Sanções Penais aos colaboracionistas com os inimigos.

Entidade detentora: Arquivo Histórico Diplomático. (Negritos nossos)

_____________

Nota do editor:  

(*) Vd.  29 de outubro de 2020 >  Guiné 61/74 - P21492: (In)citações (172): Crónica da Guerra da Guiné, segundo um seu Veterano - Parte I (Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil Cav da CCAV 703)

(**) Último pposte da série > 23 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25873: Manuel de Pinho Brandão: entre o mito e a realidade - Parte IV: Proprietário ou concessionário de terras ?

sábado, 13 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25740: Elementos para a história do Pel Caç Nat 51 - Parte VIII: Cufar, no tempo do Manuel Luís Lomba (1965), do Armindo Batata (1970) e do Luís Mourato Oliveira (1973)



Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Cufar > Pel Caç Nat 51 > s/d (c.1970) > A pista de Cufar

Fotos (e legenda): © Armindo Batata (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


Foto nº 2> A antiga pista de Cufar, usada pela Força Aérea Portuguesa durante a guerra colonial (1961/74). Posto de sentinela do tempo da CART 2477 (Cufar, 1969/71). (**)

Fotos (e legenda): © Martin Evison  (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Foto nº 3 > Guiné > Região de Tombali > Cufar > 1973 > Fonte com bomba manual de volante com roda de balanço... Vinho empo do colono cabo-verdiano, grande produtor e comerciante de arroz, Álvaro Boaventura Camacho que terá cedido estas instalações (incluindo o aeródromo) à administração do território, com o início da guerra. Ainda se vêm em Portugal em muitas terras da província. Era uma tecnologia que se vulgarizou no séc- XIX:
Foto (e legenda): © Luís Mourato Oliveira (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

1. Mensagem enviada,  ao Armindo Batata, pelo editor LG, com data de 18/06/2024, 17:09

Armindo: Aqui tens mais um poste sobre o teu Pel Caç Nat (ou só Pel Caç 51, como vem nos livros da CECA sobre a atividade operacional) e sobre Cufar com algumas das tuas fotos de Cufar "reeditadas" e legendadas. (***)

Toda esta zona (Catió / Cufar ) era o grande celeiro da Guiné, com as melhores e maiores bolanhas... Os balantas de Mansoa começaram a emigrar para aqui, nos anos 20/30, expulsando para as florestas-galeria do Cantanhez "os donos do chão", os nalus, hoje minoritários... Mas também vieram chineses de Macau,  deportados da metrópole, colonos de Cabo Verde... (O contributo dos chineses de Macau, no início do séc. XX, foi decisivo para  o desenolcimento e o sucesso da cultura do arroz, no sul da Guiné, segundo o António Estácio,1947-2022)

O dono de Cufar era o "ponteiro, cabo-verdiano, Álvaro Boaventura Camacho, que nos anos 30 conseguiu uma importante concessão de terras...Era um grande produtor e comerciante de arroz. A fábrica de descasque era dele... 

Tinha uma pista de aviação, ao que parece. Terá cedido ou alugado tudo à tropa no início da guerra... Sabes algo mais sobre ele ? 

Cufar, como sabes, era a "Bissalanca do Sul", com uma pista de aviação, alcatroada com 2,2 km de comprimento... O António Graça de Abreu escreveu bastante sobre Cufar, esteve lá de meados de 1973 até abril de 1974, no CAOP1 (que já não é do teu tempo)...

"Mantenhas". Vamos estando em contacto... e recuperando memórias destas nossas subunidades africanas... de que, infelizmente, "não reza a história"! (Não têm "fichas de unidade", nos livros da CECA - Comissão para o Estudo das Campanhas de África)

PS1- Tens alguma ideia do alferes que foste render ? Provavelmente nem o conheceste... O primeiro comandante, como te disse, era o João Perneco (Guileje, 1966/68), que será alentejano...Já publicámos há dias uma foto de grupo dele..

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/06/guine-6174-p25654-elementos-para.html

E do teu 1º cabo trms, que sabia latim e grego, o José Maria Martins da Costa, autor do "Silvo da Granada" ? Tens alguma notícia dele ? Deve viver no Porto...

PS2 - O teu Pel Caç Nat 51 continuava em Cufar (em 1 de julho de 1971 e 1 de julho de 1973).



2. Resposta do do Armindo Batata 

Data - 1/7/2024, 17:08

Caro Luís Graça


Puxando pela memória, surge de facto o tal Camacho. Passou por Cufar quando eu lá estive, i.e., em 1970, tendo viajado em avião civil. 

Na altura perguntei de quem se tratava e a resposta que obtive foi a de que era o dono de Cufar, das instalações que ocupávamos e defendíamos, a quem o exército pagava renda. Recordo-me que foi resposta mais do que suficiente para voltar as costas e continuar com o que estava a fazer.

O alferes que me rendeu, nos últimos dias de dezembro de 1970, foi o Manuel Rosa. Creio não estar enganado no nome, até porque conheci-o na metrópole onde estive de férias,  no final da minha comissão, tendo regressado quando me faltava cerca de um mês para completar os 24 meses. 

O pai dele tinha uma loja de pneus na Rua São Filipe Neri, em Lisboa,  e almocei com ele e a família numa casa que eles tinham em Dona Maria / Belas. Imagina o quanto constrangedor foi aquele almoço, em que todos queriam saber "coisas" sobre o local para onde ele ia.

Quanto ao 1º cabo de transmissões José Maria Martins da Costa, sabia que ele tinha sido seminarista mas pouco mais soube. 

O cabo de transmissões, assim como o maqueiro, eram incorporados na escala de serviços da companhia para as saídas, o que limitava bastante os contactos e relacionamento, que em Guileje eram mais frequentes precisamente por sairmos menos do que em Cufar. 

O que retenho sobre ele não tem interesse algum para esta recuperação de memórias que em boa hora iniciaram. Quanto ao livro (o "Silvo da Granada"), de que nunca tinha ouvido falar, vou tentar encontrá-lo.

Abraço, 
Armindo Batata

Capa do livro do nosso camarada de Barcelos, 
Manuel Luís Lomba,“A Batalha de Cufar Nalu” 
 (Terras de Faria, Lda. 4755-204 – Faria, 
Barcelos, 2012). Uma batalha 
de meses, que começou 
em 20/21 de dezembro de 1964
 (Op Ferro, com forças das
CCaç 617 e 728, CCav 703 e 4ª CCaç).  
 


3. Comentário do Manuel Luís Lomba ao poste P18074 (**)
[ O Manuel Luís Lomba foi fur mil cav, CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66, autor de "Guerra da Guiné: a batalha de Cufar Nalu", 2012; membro da Tabanca Grande desde 17 set 2012].
 
Olá, Luís  (Oliveira):
Antes da guerra, Cufar seria o principal centro da produção arrozeira do chamado celeiro da Guiné - Catió e Cacine. O edifício da vossa "intendência" era o que restava da moderna fábrica de descasque de arroz, que pertencera ao cabo-verdiano de origem madeirense Álvaro Boaventura Camacho

O abrigo subterrâneo parece dos escavados por nós (em 1965). A bomba de picota também é desse tempo. 

A pista de Cufar era a segunda maior da Guiné, inaugurada em 1958 pelo PR  General Craveiro Lopes, na ocasião da inauguração do aeroporto/aeródromo da base de Bissalanca, transitado de Brá (futuro aquartelamento da Engenharia, dos Comandos, dos Adidos e futuro Ministério das Obras Públicas da República da Guiné-Bissau).

A nossa subunidade (CCav 703) ocupou Cufar: a fábrica e a povoação estavam totalmente destruídas, por acções de guerra, entre Janeiro e Março de 1965, em operação de "intervenção às ordens do Comando-chefe"; em Dezembro de 64 participara na operação à mata de Cufar-Nalu e em Maio de 65 foi recorrente na operação que limpou essa mata, pelo desempenho decisivo da CCaç 763, do camarada Mário Fitas, que nos havia rendido na ocupação de Cufar. 

Nessa altura, a base de Cufar Nalu do PAIGC era comandada por Manuel Saturnino Costa, que virei a conhecer pessoalmente como ministro das Obras Públicas de consulado de 'Nino' Vieira e que chegará a seu Primeiro-ministro, ainda vivo, creio eu, - os meus votos da melhor saúde. [ Nascido em 1942, em Bolama, morreu em Bissau, em 2021, aos  78 anos: era irmão do Vitorino Costa].

Falei há dias com o ex-alferes Ramos Sequeira, julgo que foi o último comandante do pelotão de canhões s/r de Cufar 
[Pel Canh s/r 3079 ?] , recentemente regressado da visita a Cufar, que me disse: "Cufar encontra-se destruída e abandonada, os seu campos de arroz não foram recuperados, o capim vai até à pista de aviação que, do seu contributo à guerra da Guiné, passou a contribuir para a sua desgraça".

E como o blogue me permite, informo-te que sou autor de um livro centrado em Cufar e na mata de Cufar Nalu.

Ab. Manuel Luís Lomba
_________________

Notas do editor:


terça-feira, 18 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25654: Elementos para a história do Pel Caç Nat 51 - Parte VII: Notícias do Armindo Batata e fotos do seu tempo de Cufar (1970)



Foto nº 56



Foto nº 64 


Foto nº 65


Foto nº 66


Foto nº 60


Foto nº 57


Foto nº 63


Foto nº 62

Guiné > Região de Tombali > Cufar > Pel Caç Nat 51,  > 1970 > Álbum fotográfico do Armindo Batata, ex-alf mil, que esteve em Guileje (de jan 69 a jan 70), e depois em Cufar (de jan a dez 70), até acabar a comissão,como comandante do Pel Caç Nat 51.

Fotos  acima, nºs  56, 57, 60, 62,  63, 64, 65, 66

Fotos (e legenda): © Armindo Batata (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



1. Mensagem de Armindo Batata (foto atual à esquerda):

Data - segunda, 17/06/2024, 18:03
Assunto - Pel Caç Nat

Caro Luís

As minhas desculpas por não te ter respondido de imediato como devia ter feito, mas ... sempre alguma coisa (inventada) para fazer, cumulativamente com a crescente vontade de preguiçar.

Quanto ao Pel Caç Nat 51, pouco ou nada tenho para contribuir para esse louvável movimento de recuperação de memórias. Durante umas duas dezenas de anos, ou mais, após o meu regresso da Guiné, essas memórias foram atiradas para um qualquer pego bem fundo nos confins das recordações. Felizmente que por lá ficaram.

Prometo que vou ter o cuidado de ler tudo o que se publicar referente aos tais dois anos em que por lá estive (1969 e 1970) e pode ser que alguma coisa venha à tona.

Um abraço
Armindo Batata


2. Republicam-se, reeditadas, mais algumas fotos do álbum do nosso camarada, que esteve em Cufar, em rendição individual, durante o ano de 1970,  como comandante do Pel Caç Nat 51, depois de ter estado, durante o ano de 1969, em Guileje. 

Aproveita-se para recompletar as legendas com a ajuda de vários camaradas que passaram por Cufar em diferentes períodos:

(i) Mário Fitas (ex-fur mil, op esp,  CCAÇ 763, "Os Lassas", Cufar, 1965/66);

(ii)  Eduardo Campos (ex-1º cabo trms, CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74);

(iii) António Graça de Abreu (ex-alf mil, CAOP1, Canchungo / Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74)


Acrescente-se, da nossa lavra, que nas fotos nº 56 e 64 vê-se o pau da bandeira e, na sua base, um pequeno monumento de homenagem à CART 1687 (Cachil e Cufar, 1967/69). 
Na foto nº 57  é visível um posto de vigia no alto de uma árvore, com uma escada de acesso. Devia ter uma bom ângulo de visão.

 
(i) Mário Fitas
  • Foto nº 62 > À esquerda identifica-se a pista de Cufar em terra batida, inaugurada em 1957 pelo então presidente da Republica Craveiro Lopes na sua visita à Guiné. Esta pista tinha na altura mil e novecentos metros de comprimento. No começo da pista ficava a entrada principal do aquartelamento. Ao fundo vê-se a mata de Cufar Novo, de onde foram extraídas as palmeiras para construção dos abrigos do novo aquartelamento. Do lado direito, vislumbra-se a mata de Cufar Nalu onde existia uma importante base do PAIGC e que foi tomada em 15 de naio de 1965 na operação "Razia". É bastante visível no sentido descendente a estrada para o cais do rio Manterunga.
  • Foto nº 56 > É a parada com o pau de bandeira, que não consigo identificar, se é o cibe que nós lá colocamos. Ao lado direito a Capela construída pelos "Lassas" e que posteriormente por outra companhia foi transformada em armazém.
  • Foto nº 64 > Parada, vendo-se ao fundo a antiga fábrica de descasque de arroz do sr. Camacho, e que em seu redor em abrigos cavados no chão era o aquartelamento que existia. De março a maio de 1965 foi um trabalho de loucos, para não sermos apanhados pelas chuvas nos buracos.
  • Foto nº 65 > Esta foto foi tirada do varandim da habitação da antiga quinta e transformada em habitação e funcionamento do comando.
  • Foto nº 66 > Julgo tratar-se da fachada norte do comando onde existia a tabanca dos milícias do João Bacar Jaló.
  • Foto 60 > Varandim do comando, vendo-se ao fundo a casa do gerador. Na altura da CCaç 763, de permeio, existia o canil.  
(ii) Eduardo Campos (esteve em Cufar apenas 4 meses em diligência, ao serviço do Cop4 e adido a CCAC 4740.)

  • Foto nº 57 e 62 > "O que a foto 57 nos mostra, tenho a certeza que já não existia, no meu tempo, pois pela sua originalidade eu jamais poderia esquecer o engenho e obra de arte que a mesma transmite."
  • Foto nº 62 > É Cufar, mas quando lá cheguei em 1972 o 'aglomerado residêncial' era muito maior. Do lado esquerdo da foto, parecer ser a pista em terra (quando lá cheguei já era em alcatrão) e saída para Catió e Matofarroba. Lado direito, o que parece ser uma estrada, seria a picada que ia para o porto no rio Combijã.
  • Fotos nºs 56, 64 e 65 > Recordo, aqui sem dúvidas, que são de Cufar. As restantes fotos não me recordo. Quanto a boas recordações de Cufar, direi que sim foram mesmo muitos boas: manga de ataques com foguetões (...), dois ataques de armas ligeiras ao arame, dormir numa tenda de campanha em que o colchão foi feitas de folhas de árvores e ainda alguma fominha á mistura. 40 anos depois e podendo até ser irónico, tudo isso para mim hoje, são mesmo boas recordações. As restante fotos não consigo identificar (...), mas por breves momentos voltei a Cufar, o que por si foi bom.

(iii) António Graça de Abreu

  • Fotos nº 57, 63 e 65: Não é uma terra portuguesa, é Cufar, com certeza. Mas Portugal andou por lá. Cufar é, na Guiné o único lugar onde eu gostava de regressar. Sofri em Cufar tanta, tanta dor, coisas que não tenho vergonha de contar seja a quem for. Adiante, camarada, ávante. Sou tão português que ainda gosto de sofrer, como se está a ver. 
  • Na foto 63, a tabanca mais à esquerda foi a minha casinha durante uns quatro meses. Os bidons cheios de terra eram uma segurança nas flagelações, mas havia muitas valas. O poleiro alto na foto 57 já não existia em 73/74. 
  • Mas a capela lá estava  (foto  65) e foi usada, infelizmente com demasiada frequência para guardar corpos de militares falecidos em combate, antes de vir o cangalheiro para depois seguirem de DO ou Noratlas para Bissau.



Guiné > Região de Tombali > Cufar > CART 2477 (1969/71) > O Jorge Simão, 
 residente em São João da Madeira, foi 1º Cabo Escriturário, CART 2477, Cufar, 1969/71. Aqui junto ao edifício da secretaria... Várias companhias por aqui passaram, além da CART 2477: CCAÇ 763, CCAÇ 1621, CART 1687...  Na foto de cima, uma vista aérea de Cufar...


Fotos (e legenda): © Jorge Simão (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

3. Comentários adicionais de Armindo Batata: 

(i) Olha o Jorge Simão !!! Um abraço,  caro Jorge. A secretaria era ao lado do meu quarto. Tinha de facto uma 'chaise long'  à porta. Seria aquela?


(ii)  Caros Mário Fitas e Eduardo Campos: Disseram tudo o que era importante. Deixem-me só acrescentar dois pormenores: Foto nº 60 > Do lado de cá do extintor é a porta da secretaria e do lado de lá, a do meu quarto; Foto nº 57 >  Era um posto de vigia, raramente ocupado, junto ao canhão s/r e do lado de Cufar Nalu.

13 de outubro de 2012 às 21:37



Comentário do nosso leitor Henrique Reis, um "cufarense":

Feliz por estar aqui a conhecer a história duma tabanca/aldeia onde cresci (por meu pai lá ter trabalhado 5 anos pós a guerra colonial), anos e anos depois da vossa vida lá.

Vendo os vestígios da guerra colonial mas sem poder interpretar ou melhor conhecer bem a história, claro, ninguém podia nos contar. Conheço bem a pequena tabanca/aldeia de Cufar, vi os vestígios (sucatas de carros queimados logo depois do quartel e atrás a casa de gerador tínhamos sucatas de carros queimados... de balas de armas pequenas e grandes por todo e quanto é lado em Cufar, os restos do barco queimado ainda até a data está lá a ponta do barco no pequeno porto...o quartel ainda lá está). E vou lá de quando em vez visitar e prometo ainda dentro de dias poder ir visitar de novo e, se possível, vos trazer fotos daquela pequena aldeia/tabanca de Cufar que conheciam.

Meus muito obrigado à todos vocês.
"Cufarense"
Henrique Reis

8 de agosto de 2019 às 03:56

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25650: Elementos para a história do Pel Caç Nat 51 - Parte VI: A propósito do assassino do alf mil Nuno Gonçalves da Costa, o soldado Mutaro Djaló, que já em Cufar tinha má reputação, e que chegou a viver na Venda Nova, Amadora (Luís Mourato Oliveira, último cmdt do Pel Caç Nat 52, Mato Cão e Missirá, 1973/74)

Foto à direita: Luís Mourato Oliveira, o último comandante do Pel Caç Nat 52 (Mato Cão e Missirá, 1973/74); veio  da CCAÇ 4740 (Cufar, 1973). Tem cerca de 75 referências no nosso blogue.. É autor da notável série "Álbum fotográfico de Luís Mourato Oliveira".

1. Mensagem de Luís Mourato Oliveira, com data de ontem, domingo, 16 de junho, às 19:57:

Olá, Luis

Tenho recebido por email, e por essa razão respondo na mesma via, alguma informação relativa à história dos Pelotões de Caçadores Nativos, uma delas deixa-me sempre alguma triesteza porque se trata do assassinato do Costa, comandante do Pel Caç Nat 51 com quem convivi em Cufar quando este pelotão estava ali colocado antes de se deslocar para Jumbembem. (*)

O Nuno Gonçalves da Costa era um companheiro pacato, sincero e alguém que podemos classificar como um homem bom, título que considero o mais ilustre para um ser humano.

Foi assassinado por um soldado que já em Cufar tinha má reputação e que se chama, se ainda viver, Mutaro Djaló. 

Num encontro que tive há cerca de um ano para entregar uma encomenda com destino à Guiné Bissau, encontrei-me com o portador nas Portas de Benfica e tivemos uma longa conversa sobre o passado colonial e falámos nas tropas africanas de que o guineense tinha feito parte e do assassinato do Costa.

Fiquei a saber que o assassino viveu na Venda Nova, Amadora, e que regressou à Guiné Bissau, não posso precisar quando.

Pela narrativa, o crime não foi devidamente punido e um assassino de um homem bom, oficial do exército português, viveu com impunidade e com as regalias que os antigos combatentes foram privados e muitos foram executados criminosamente pelo novo regime instaurado após a independência.

Portugal e PAIGC ficaram mal na fotografia que há-de ser um testemunho da História. 

Também, não sei se por coincidência porque muitos nomes há iguais em todo o Mundo, existe na Guiné Bissau pelo menos um Mutaro Djaló que deve ter a idade do assassino e que foi ministro do interior e posteriormente director geral da imigração e fronteiras. Há crimes com recompensa e, neste caso, quem sabe?

Grande abraço

Luís Oliveira
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terça-feira, 11 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25631: Humor de caserna (65): Afinal, Deus não gosta dos mais velhos, diz o nosso Cherno Baldé...


Foto nº 38



Foto nº 39 

Guiné > Região de Tombali > s/l (Guileje ?) > c. 1969 > Foto de um grupo de adolescentes . A bajuda do lado direito (foto nº 38) usa relógio de pulso e a rádio portátil, transistorizado... Acrescenta o Cherno Baldé: "Uma familia cristã, crioula, assimilada, provavelmente, de origem cabo-verdiana ou das praças de Cacheu, Bissau, Bolama ou Geba".

Fotos: © Armindo Batata / AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentários ao poste P25624 (*).


(i) Luís Graça

Obrigado, Cherno, tens um "olho de lince", como se diz aqui nossa terra. Vês mais longe e mais fundo, sentado junto ao tronco do poilão da Tabanca Grande do que os "tugas" todos juntos, lá no alto das suas cátedras...

Pois, claro, aqueles jovens das fotos nº 38 e 39 não podiam ser futa-fulas, mas "assimilados" (não gosto do termo"), "grumetes" ou "cabo-verdianos"... Enfim, jovens de famílias cristãs... As raparigas por certo que trazem fios ao peito com o crucifixo (não dá para ver bem...).

Talvez fossem de Cufar: antes da guerra, havia grandes armazéns de arroz, de um conhecido comerciante, velho colono, que veio de Cabo Verde, e apoiante (discreto) da causa nacionalista: escapa-me o nome, Benjamim Correia ? Ou qualquer coisa Barbosa ?

Julgo que a grande pista de Cufar (800 metros...), a "Bissalanca do sul", foi feita em terras dele... Está para aí escrito algures, num dos nossos quase 26 mil postes...

10 de junho de 2024 às 10:51

(ii) Cherno Baldé:  

Essa do Poilão foi boa, fartei-me de rir em boas gargalhadas, sozinho, sentado debaixo da sombra de um enorme poilão em Catió, ao lado da administração da mesma região, onde me encontro nestes dias em missão de serviço.

Você é um homem dotado de muita sabedoria e bom humor, que Deus, Alláh e os Irãs te concedam saúde e resiliência para nos continuar a formar, informar e divertir através deste Blogue de veteranos, antigos combatentes da Guiné que, infelizmente, são cada vez menos.

Eu não sou nenhum sábio, não faço qualquer esforço suplementar de memória, simplesmente vivi e, "malgré moi,  acompanhei a Guiné nos últimos 60 anos. Como se diz na nossa lingua: Deus não gosta dos mais velhos, simplesmente já convivem há muito tempo, facto que lhe empresta alguns conhecimentos por experiência própria.

10 de junho de 2024 às 20:14

2. Comentário de LG:

Obrigado, Cherno, pela tua amabilidade e pachorra para continuar a aturar estes velhos combatentes, últimos soldados do império, naufragados e  perdidos lá pelas bolanhas, rias e braços de mar da tua querida terra que, por uma qualquer maldição dos irãs, eles não conseguem esquecer...

Não sei se Deus gosta ou não dos velhos (ou dos mais velhos),  confesso que já  não converso com Ele desde os meus 15 anos, não podendo por isso saber a sua divina opinião... O que eu sei (e que é pouco, também não me arrogo, como tu,  o privilégio da sabedoria), é que, citando a sabedoria popular portuguesa  (que é, afinal, universal),  "perde-se o velho por não poder e o novo por não saber"...

Já vou no km 77 da picada da vida e tu, ainda "djubi", com os teus viçosos 60. Nunca mais me apanhas, mas eu gosto de poder continuar a  conversar contigo. Sentados, os dois, à sombra do nosso mágico, frondoso, secular, fraterno poilão da Tabanca Grande. 

Que Deus, Alá e os bons irãs te protejam e te deem saúde e longa vida... O que também quer dizer... "dormir o q.b.... Lembra-te sempre que "quatro horas dorme um santo, cinco o que não é santo, seis o estudante, sete o caminhante, oito o porco e nove... o morto" (***).

PS - Ah, e mando-nos um "postalinho" de Catió!

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Notas do editor:


(**) Último poste da série > 9 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25622: Humor de caserna (64): O anedotário da Spinolândia (XII): o "caco" que foi parar ao caldeirão da cozinha de Guileje...

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/06/guine-6174-p25622-humor-de-caserna-64-o.html

(***) Vd. poste de 1 DE JANEIRO DE 2024

Guiné 61/74 - P25026: Manuscrito(s) (Luís Graça) (243): Provérbios populares sobre a doença, a medicina, a saúde, a vida e a morte: o que podemos aprender com eles? - Parte Va: 'Pés quentes, cabeça fria, cu aberto, boa urina - Merda para a medicina' 1. A arte de bem conservar a saúde