Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Guiné 61/74 - P20244: Consultório militar do José Martins (47): Das leis do Reino e da República, às leis da Igreja, com influência nas Forças Armadas (3)
Terceiro poste de uma série de cinco com mais um trabalho do José Martins (ex-Fur Mil TRMS, CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), desta vez dedicado aos Capelães Militares, com um enquadramento histórico, como só ele sabe fazer, fruto de muita pesquisa e paciência.
Desde já o nosso obrigado ao Zé Martins por mais esta preciosa colaboração que vem enriquecer o espólio deste Blogue.
(Continua)
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Nota do editor
Último poste da série de 15 de Outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20242: Consultório militar do José Martins (46): Das leis do Reino e da República, às leis da Igreja, com influência nas Forças Armadas (2)
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
Guiné 63/74 - P16458: Patronos e Padroeiros (José Martins) (36): Forças Armadas e Segurança - Nossa Senhora da Encarnação, Padroeira do Batalhão de Infantaria n.º 7 (1917/1918)
1. Em mensagem do dia 4 de Setembro de 2016, dia do seu aniversário, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude,
1968/70), dá-nos a conhecer mais um Patrono das nossas Forças Armadas, Nossa Senhora da Encarnação.
Boa tarde e continuação de bom Domingo.
Não podia deixar terminar o 69.º ano de vida sem enviar uma colaboração: mais um Patrono ou Padroeiro das nossas FFAA.
Desta feita, reporta-se ao ano de 1917/1918 e a Padroeira do Batalhão do Regimento de Infantaria n.º 7, de Leiria, que fez parte do Corpo Expedicionário Português, até 6 de Abril de 1918, data em que foi dissolvido, por insubordinação.
Trata-se de Nossa Senhora da Encarnação, que é Padroeira da cidade, cuja festa é celebrada a 15 de Agosto. É de realçar a colaboração do meu sobrinho João Paulo, que foi o autor das fotos, a pedido expresso meu.
Abraço
José Martins
Nossa Senhora da Encarnação é uma das muitas invocações de Nossa Senhora. Neste caso, refere-se à Encarnação do seu Filho, que veio ao mundo feito Homem, como lhe anunciou o Anjo Gabriel.
No local onde se situa a Capela ou Santuário de Nossa Senhora da Encarnação, em Leiria, num dos montes que circunda a cidade, existia uma ermida em honra de São Gabriel, desconhecendo-se quem a construiu e quem lá colocou uma imagem da Santa. Foi D. Braz de Barros, primeiro Bispo da Diocese de Leiria que, a custas suas, mandou levantar outra, que ficou concluída em 1554.
Na Ermida se rezavam, manhã muito cedo, missas nos nove dias que antecediam a data da Festividade da Anunciação, correspondendo cada dia a cada mês que Nossa Senhora transportou Jesus no seu ventre. Porém, no dia 11 de Julho de 1588, levaram para assistir à missa que era rezada no altar de Nossa Senhora da Encarnação, Susana Dias, uma mulher que habitava na localidade das Cortes, e se encontrava aleijada das pernas havia 28 anos, e que, por milagre da Santa, se levantou e começou a andar. Na Ermida estava, além de muito povo que ali acorria às missas no altar de Nossa Senhora, a esposa do Marquês de Vila Real, Dona Filipa.
O milagre foi logo reconhecido, o Cabido da Catedral foi em procissão até à Ermida, dar graças, tendo a presença de muita gente, os milagres continuaram, afirmando-se que, numa tarde véspera de festa e na noite seguinte, foram vinte e oito.
Começaram a ser recolhidos donativos para ali, na Ermida de invocação a S. Gabriel, se levantar a Ermida de Nossa Senhora da Encarnação, cuja primeira pedra foi colocada no local, com toda a solenidade, com missa cantada e bênção, foi colocada da parte do evangelho, junto da porta principal, sendo D. Pedro Castilho Bispo, o quarto desta diocese.
O quartel de Infantaria n.º 7 dispôs até 20 de Abril de 1911, data em que foi publicado o decreto que ficou conhecido como Lei de Separação da Igreja do Estado, de Capela Regimental, que era a actual Igreja de Santo Agostinho. É provável que os soldados passassem a frequentar a Ermida de Nossa Senhora da Encarnação.
Talvez por essa razão, ou outra, ao embarcarem para França, integrados no Corpo Expedicionário Português, os militares do Batalhão, levaram consigo uma imagem da Santa, que os acompanhava sempre que iam para a frente, onde tinha o seu nicho e era procurada pelos seus devotos.
Este facto foi noticiado no semanário católico “O Mensageiro”, de Leiria, no ano de 1917, pela pena do seu director, Padre José Ferreira Lacerda, Alferes Capelão do RI7/CEP que, de França, ia enviando crónicas e noticias para o seu jornal.
A Nossa Senhora da Encarnação é a padroeira da cidade de Leiria, pelo que no dia 15 de Agosto é realizada a festa em sua honra, organizando-se, durante as mesmas, uma procissão que, saindo da Igreja de Santo Agostinho vai até à Ermida.
Odivelas, 4 de Setembro de 2016
José Marcelino Martins
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Nota do editor
Último poste da série de 19 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10173: Patronos e Padroeiros (José Martins) (35): São Lourenço de Brindisi, Frade, combatente e Santo
Boa tarde e continuação de bom Domingo.
Não podia deixar terminar o 69.º ano de vida sem enviar uma colaboração: mais um Patrono ou Padroeiro das nossas FFAA.
Desta feita, reporta-se ao ano de 1917/1918 e a Padroeira do Batalhão do Regimento de Infantaria n.º 7, de Leiria, que fez parte do Corpo Expedicionário Português, até 6 de Abril de 1918, data em que foi dissolvido, por insubordinação.
Trata-se de Nossa Senhora da Encarnação, que é Padroeira da cidade, cuja festa é celebrada a 15 de Agosto. É de realçar a colaboração do meu sobrinho João Paulo, que foi o autor das fotos, a pedido expresso meu.
Abraço
José Martins
Patronos e Padroeiros XXXVI
Forças Armadas e Segurança
Nossa Senhora da Encarnação
Nossa Senhora da Encarnação, no exterior da Capela
© Foto: João Paulo Martins – Leiria - 2016
Padroeira do Batalhão de
Infantaria n.º 7 (1917/1918)
Nossa Senhora da Encarnação é uma das muitas invocações de Nossa Senhora. Neste caso, refere-se à Encarnação do seu Filho, que veio ao mundo feito Homem, como lhe anunciou o Anjo Gabriel.
No local onde se situa a Capela ou Santuário de Nossa Senhora da Encarnação, em Leiria, num dos montes que circunda a cidade, existia uma ermida em honra de São Gabriel, desconhecendo-se quem a construiu e quem lá colocou uma imagem da Santa. Foi D. Braz de Barros, primeiro Bispo da Diocese de Leiria que, a custas suas, mandou levantar outra, que ficou concluída em 1554.
Na Ermida se rezavam, manhã muito cedo, missas nos nove dias que antecediam a data da Festividade da Anunciação, correspondendo cada dia a cada mês que Nossa Senhora transportou Jesus no seu ventre. Porém, no dia 11 de Julho de 1588, levaram para assistir à missa que era rezada no altar de Nossa Senhora da Encarnação, Susana Dias, uma mulher que habitava na localidade das Cortes, e se encontrava aleijada das pernas havia 28 anos, e que, por milagre da Santa, se levantou e começou a andar. Na Ermida estava, além de muito povo que ali acorria às missas no altar de Nossa Senhora, a esposa do Marquês de Vila Real, Dona Filipa.
O milagre foi logo reconhecido, o Cabido da Catedral foi em procissão até à Ermida, dar graças, tendo a presença de muita gente, os milagres continuaram, afirmando-se que, numa tarde véspera de festa e na noite seguinte, foram vinte e oito.
Começaram a ser recolhidos donativos para ali, na Ermida de invocação a S. Gabriel, se levantar a Ermida de Nossa Senhora da Encarnação, cuja primeira pedra foi colocada no local, com toda a solenidade, com missa cantada e bênção, foi colocada da parte do evangelho, junto da porta principal, sendo D. Pedro Castilho Bispo, o quarto desta diocese.
Ermida de Nossa Senhora da Encarnação, parte sul da Capela
© Foto: João Paulo Martins – Leiria - 2016
O quartel de Infantaria n.º 7 dispôs até 20 de Abril de 1911, data em que foi publicado o decreto que ficou conhecido como Lei de Separação da Igreja do Estado, de Capela Regimental, que era a actual Igreja de Santo Agostinho. É provável que os soldados passassem a frequentar a Ermida de Nossa Senhora da Encarnação.
Talvez por essa razão, ou outra, ao embarcarem para França, integrados no Corpo Expedicionário Português, os militares do Batalhão, levaram consigo uma imagem da Santa, que os acompanhava sempre que iam para a frente, onde tinha o seu nicho e era procurada pelos seus devotos.
Este facto foi noticiado no semanário católico “O Mensageiro”, de Leiria, no ano de 1917, pela pena do seu director, Padre José Ferreira Lacerda, Alferes Capelão do RI7/CEP que, de França, ia enviando crónicas e noticias para o seu jornal.
A Nossa Senhora da Encarnação é a padroeira da cidade de Leiria, pelo que no dia 15 de Agosto é realizada a festa em sua honra, organizando-se, durante as mesmas, uma procissão que, saindo da Igreja de Santo Agostinho vai até à Ermida.
Odivelas, 4 de Setembro de 2016
José Marcelino Martins
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Nota do editor
Último poste da série de 19 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10173: Patronos e Padroeiros (José Martins) (35): São Lourenço de Brindisi, Frade, combatente e Santo
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Guiné 63/74 - P10173: Patronos e Padroeiros (José Martins) (35): São Lourenço de Brindisi, Frade, combatente e Santo
1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 15 de Julho de 2012 trazendo até mais um Padroeiro:
Boa noite
Não sendo Patrono de alguma "coisa", foi um capelão militar, portanto um combatente que se tornou Santo.
É uma homenagem aos capelães que, no exercício da sua missão, foram missionar terra inóspita, mas junto dos tiros que ouvimos, em colunas ou nos destacamentos, porque julgo que os comandantes de batalhão não os deixavam participar em patrulhas.
José Martins
Júlio César Russo, filho de Guilherme Russo e Isabel Masella, nasceu em Brindisi, centro da Itália, a 22 de Julho de 1559. Os seus pais, gente simples mas muito devota, tentaram incutir-lhe, desde o berço, os princípios da Fé Cristã. Aos oito anos, ainda uma criança, perdeu o pai. Mesmo assim é encaminhado para um pequeno seminário de franciscanos, destinado a meninos oblatos, onde se distinguiu pela sua inteligência e memória, facto que foi notado pelos mestres e condiscípulos.
Quando chegou à adolescência, foi viver com um tio paterno, o Padre Rossi, que dirigia uma escola privada, em Veneza, para os alunos que seguiam o seu curso na Universidade de São Marcos. Apercebendo-se dos dotes do seu sobrinho, não hesitou a incentivá-lo a seguir a vida eclesiástica.
Júlio César decide entrar para a Ordem dos Capuchinhos em Veneza, adoptando para si o nome de Lourenço, dedicando-se ao estudo das línguas latina, hebraica e grega, enquanto aprofunda os conhecimentos em História, Filosofia e Teologia. O seu grau de memorização era tal que, confidenciou a um condiscípulo que, se a Bíblia desaparecesse ele, Lourenço, seria capaz de reconstrui-la.
Mesmo antes de ser ordenado sacerdote, já Frei Lourenço fazia sermões, que levaram muitos à conversão, e de tal forma o fez que, o Papa Clemente VIII o incumbiu de pregar aos judeus de Roma.
Aos 30 anos foi eleito Superior do Convento de Baiana del Grappa, a que se seguiu a eleição para Vigário Provincial da Toscana e Definidor Geral da Ordem e, mais tarde Superior do Convento de Veneza e Provincial de Veneza.
Surgem apelos, do Tirol e do Império Austro-húngaro, para a ida de missionários católicos romanos para aquelas paragens, a fim de “contrapor” a influência que os protestantes exerciam sobre o Imperador Rodolfo, através de várias figuras da sociedade, que reivindicavam a expulsão dos missionários.
Liderando um grupo de doze confrades, Frei Lourenço dá início à fundação de novos conventos no império em Praga, Viena e Gratz, cidade de que era governador o Arquiduque Ferdinando, que veio a ser Imperador.
Noutra fase, quando a Hungria foi invadida pelos turcos, que após a sua conquista avançaram sobre Viena, foram solicitados dois frades para servirem de capelães do exército. Frei Lourenço foi um dos que se ofereceu para esse mister e, de tal forma o levou à prática, que era normal vê-lo, no meio dos combates, com o crucifixo ao alto, incitando os soldados ao combate.
Os invasores ao notarem a figura do religioso que, mesmo desarmado, animava as tropas na batalha, passaram a dirigir os seus ataques sobre ele, mas nada o fazia derrubar. De tal forma que os próprios soldados o seguiam com confiança, certos de que a sua presença era uma muralha que os protegia.
Frei Lourenço também protagonizou uma outra situação semelhante quando, a pedido do Papa Paulo V, solicitou a Filipe III de Espanha uma acção contra os mouros daquele país que, organizados, já constituíam uma força considerável. O pequeno exército comandado por Dom Pedro de Toledo e, com o ânimo de Frei Lourenço, expulsou os antagonistas das suas posições e apoderaram-se dos seus bastiões.
Frei Lourenço, na sua ânsia de defesa da Fé Católica, não só esteve sempre na linha da frente contra o que considerava herético, mas também desenvolveu actividade diplomática, junto dos príncipes católicos, evitando muitas vezes o confronto pelas armas, como era uso na época para a resolução das divergências entre estados.
De cima do púlpito, da forma como interpretava e transmitia a sua fé e os seus conhecimentos aos fiéis, deixou bem expressa a sua devoção a Maria, Mãe de Deus: "Todo dom, toda graça, todo benefício que temos e que recebemos continuamente, nós os recebemos por Maria. Se Maria não existisse, nós não existiríamos e não haveria o mundo" e "Deus queira que todos, todos, todos, e desde a infância, aprendessem bem depressa essa verdade: aquele que se confia a Maria, que se entrega a Maria, não será jamais abandonado, nem neste mundo nem no outro".
A missão que enfrentou junto de Filipe III, rei do maior país católico da Europa no final da segunda década do Século XVII, estava a tornar-se muito difícil de levar a cabo, o que o levou a “prever” e a anunciar a sua própria morte, a que se seguiria a morte do rei espanhol e do próprio pontífice, e que, o oponente do monarca espanhol também teria a sua morte a curto prazo.
Em 22 de Julho de 1619, na cidade de Lisboa no dia em que completava sessenta anos de idade e na sequência de um ataque de gota, morria Frei Lourenço de Brindisi, que seria trasladado para Villafranca del Bierzo, no norte de Espanha.
Tendo sido já considerado santo pelos seus seguidores, a Igreja Católica reconhece-o como Beato em 1783, pelo papa Pio VI, é canonizado pelo papa Leão XIII em 1881 e proclamado Doutor da Igreja, em 1959, pelo Papa João XXIII, sendo fixada a sua festa litúrgica para o dia 21 de Julho.
José Marcelino Martins
14 de Julho de 2012
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 14 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10152: Patronos e Padroeiros (José Martins) (34): S. João Capistrano - Patrono dos Capelães Militares
Boa noite
Não sendo Patrono de alguma "coisa", foi um capelão militar, portanto um combatente que se tornou Santo.
É uma homenagem aos capelães que, no exercício da sua missão, foram missionar terra inóspita, mas junto dos tiros que ouvimos, em colunas ou nos destacamentos, porque julgo que os comandantes de batalhão não os deixavam participar em patrulhas.
José Martins
Patronos e Padroeiros XXXV
São Lourenço de Brindisi
Frade, combatente e santo
Frade, combatente e santo
Imagem Lepanto, com a devida vénia
Júlio César Russo, filho de Guilherme Russo e Isabel Masella, nasceu em Brindisi, centro da Itália, a 22 de Julho de 1559. Os seus pais, gente simples mas muito devota, tentaram incutir-lhe, desde o berço, os princípios da Fé Cristã. Aos oito anos, ainda uma criança, perdeu o pai. Mesmo assim é encaminhado para um pequeno seminário de franciscanos, destinado a meninos oblatos, onde se distinguiu pela sua inteligência e memória, facto que foi notado pelos mestres e condiscípulos.
Quando chegou à adolescência, foi viver com um tio paterno, o Padre Rossi, que dirigia uma escola privada, em Veneza, para os alunos que seguiam o seu curso na Universidade de São Marcos. Apercebendo-se dos dotes do seu sobrinho, não hesitou a incentivá-lo a seguir a vida eclesiástica.
Júlio César decide entrar para a Ordem dos Capuchinhos em Veneza, adoptando para si o nome de Lourenço, dedicando-se ao estudo das línguas latina, hebraica e grega, enquanto aprofunda os conhecimentos em História, Filosofia e Teologia. O seu grau de memorização era tal que, confidenciou a um condiscípulo que, se a Bíblia desaparecesse ele, Lourenço, seria capaz de reconstrui-la.
Mesmo antes de ser ordenado sacerdote, já Frei Lourenço fazia sermões, que levaram muitos à conversão, e de tal forma o fez que, o Papa Clemente VIII o incumbiu de pregar aos judeus de Roma.
Aos 30 anos foi eleito Superior do Convento de Baiana del Grappa, a que se seguiu a eleição para Vigário Provincial da Toscana e Definidor Geral da Ordem e, mais tarde Superior do Convento de Veneza e Provincial de Veneza.
Surgem apelos, do Tirol e do Império Austro-húngaro, para a ida de missionários católicos romanos para aquelas paragens, a fim de “contrapor” a influência que os protestantes exerciam sobre o Imperador Rodolfo, através de várias figuras da sociedade, que reivindicavam a expulsão dos missionários.
Liderando um grupo de doze confrades, Frei Lourenço dá início à fundação de novos conventos no império em Praga, Viena e Gratz, cidade de que era governador o Arquiduque Ferdinando, que veio a ser Imperador.
Noutra fase, quando a Hungria foi invadida pelos turcos, que após a sua conquista avançaram sobre Viena, foram solicitados dois frades para servirem de capelães do exército. Frei Lourenço foi um dos que se ofereceu para esse mister e, de tal forma o levou à prática, que era normal vê-lo, no meio dos combates, com o crucifixo ao alto, incitando os soldados ao combate.
Os invasores ao notarem a figura do religioso que, mesmo desarmado, animava as tropas na batalha, passaram a dirigir os seus ataques sobre ele, mas nada o fazia derrubar. De tal forma que os próprios soldados o seguiam com confiança, certos de que a sua presença era uma muralha que os protegia.
Frei Lourenço também protagonizou uma outra situação semelhante quando, a pedido do Papa Paulo V, solicitou a Filipe III de Espanha uma acção contra os mouros daquele país que, organizados, já constituíam uma força considerável. O pequeno exército comandado por Dom Pedro de Toledo e, com o ânimo de Frei Lourenço, expulsou os antagonistas das suas posições e apoderaram-se dos seus bastiões.
Frei Lourenço, na sua ânsia de defesa da Fé Católica, não só esteve sempre na linha da frente contra o que considerava herético, mas também desenvolveu actividade diplomática, junto dos príncipes católicos, evitando muitas vezes o confronto pelas armas, como era uso na época para a resolução das divergências entre estados.
De cima do púlpito, da forma como interpretava e transmitia a sua fé e os seus conhecimentos aos fiéis, deixou bem expressa a sua devoção a Maria, Mãe de Deus: "Todo dom, toda graça, todo benefício que temos e que recebemos continuamente, nós os recebemos por Maria. Se Maria não existisse, nós não existiríamos e não haveria o mundo" e "Deus queira que todos, todos, todos, e desde a infância, aprendessem bem depressa essa verdade: aquele que se confia a Maria, que se entrega a Maria, não será jamais abandonado, nem neste mundo nem no outro".
A missão que enfrentou junto de Filipe III, rei do maior país católico da Europa no final da segunda década do Século XVII, estava a tornar-se muito difícil de levar a cabo, o que o levou a “prever” e a anunciar a sua própria morte, a que se seguiria a morte do rei espanhol e do próprio pontífice, e que, o oponente do monarca espanhol também teria a sua morte a curto prazo.
Em 22 de Julho de 1619, na cidade de Lisboa no dia em que completava sessenta anos de idade e na sequência de um ataque de gota, morria Frei Lourenço de Brindisi, que seria trasladado para Villafranca del Bierzo, no norte de Espanha.
Tendo sido já considerado santo pelos seus seguidores, a Igreja Católica reconhece-o como Beato em 1783, pelo papa Pio VI, é canonizado pelo papa Leão XIII em 1881 e proclamado Doutor da Igreja, em 1959, pelo Papa João XXIII, sendo fixada a sua festa litúrgica para o dia 21 de Julho.
José Marcelino Martins
14 de Julho de 2012
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 14 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10152: Patronos e Padroeiros (José Martins) (34): S. João Capistrano - Patrono dos Capelães Militares
sábado, 14 de julho de 2012
Guiné 63/74 - P10152: Patronos e Padroeiros (José Martins) (34): S. João Capistrano - Patrono dos Capelães Militares
1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 10 de Julho de 2012 trazendo até mais um Padroeiro, desta vez o dos Capelães Militares:
Boa noite Carissimos
O Padroeiro que hoje envio, é simultâneamente uma homenagem a todos os sacerdotes que, deixando as suas paróquias e após um curso mais ou menos intensivo, partiram junto com os soldados para uma guerra, que nunca pensaram estar nos seus horizontes, quanto mais nos seus dias, conformando os que ficavam e encomendando a Deus, os que partiam.
É o Patrono dos Capelães Militares.
Um abraço
José Martins
Filho de um fidalgo que acompanhou o Duque de Anjou, que se fixou naquelas paragens, João nasce a 23 de Junho de 1386, em Capestrano, pequena cidade no reino de Nápoles. Nada, ou muito pouco se sabe da sua infância e juventude, apenas que estudou humanidades na sua terra natal.
Mais tarde fez, na Universidade de Perússia, estudos de direito civil e canónico. Foi colocado numa cidade italiana como governador mas, devido a perseguição política, acabou preso.
Aos 30 anos, viúvo e desiludido com a vida e, inspirado em São Francisco, resolve acolher-se num mosteiro de Franciscanos – Ordem dos Frades Menores. Vendeu todos os seus bens, distribuindo o dinheiro pelos pobres. Ordenou-se sacerdote, adoptando o nome de João Capistrano e passou a cumprir todas as tarefas, confortando os doentes nos hospitais da cidade ou na pregação, com humildade e carinho.
Para com a Virgem Maria, João Capistrano tinha uma terna e profunda devoção a ponto de, quando falava sobre Ela, emocionava quem o ouvia, até às lágrimas.
Alguns “sinais” envolveram a sua vida e a sua presença entre os homens: No decorrer de um sermão sobre o Apocalipse, os assistentes puderam ver uma estrela sobre o espaço, lançando raios de luz sobre o pregador; noutra ocasião a chuva forte que caía parou ou os pássaros chilreando calaram-se, para não perturbar o sermão; vendo recusado o transporte para atravessar o Rio Pó, o santo fê-lo caminhando sobre as águas; pregando sobre as vaidades humanas, em Áquila, viu, com espanto, que no final as mulheres lançaram sobre uma grande fogueira os seus ornamentos sumptuários.
Um sermão em Praga, sobre o Juízo Final, teve como consequência o desejo de uma centena de jovens abraçar a vida religiosa; o mesmo tema provocou, quando apresentado na Morávia, a conversão de quatro mil hussitas.
A grande missão, de João Capistrano, foi-lhe atribuída pelo Papa Nicolau V (pontificado de 6 de Maio de 1447 a † 24 de Março de 1455), quando o nomeou Capelão da Cruzada que foi movida contra o Sultão Maomé II que, após conquistar Constantinopla em 1453, havia jurado colocar a bandeira Otomana no Capitólio de Roma. Com as suas exortações, plenas de fé, incentivou os cristãos a defenderem, pelas armas, a sua fé. Porém, com a morte do pontífice, a guerra foi adiada.
Após a eleição, como Pontífice, de Afonso de Bórgia em 8 de Abril de 1455 e que adoptou o nome de Calisto III († 6 de Agosto de 1458), retomou a organização da cruzada, reunindo um exército de perto de quarenta mil homens, recrutados na França, Itália, Polónia, Alemanha, Hungria entre outros, sob o comando de Ladislau (rei da Hungria), João Uniade (senhor da Transilvânia) e George (príncipe da Rússia).
Fizeram avançar as suas tropas sobre Belgrado, que se encontrava cercado pelo exército muçulmano, mas em número muito superior ao exército cristão.
Durante a deslocação em direcção ao local do combate, João Capistrano foi alertado, por uma flecha que caiu do céu. Na flecha vinha uma mensagem que tinha escrito: “Não temas; triunfarás sobre os turcos pela virtude de meu Nome e da Santa Cruz, que tu transportas”.
De facto, a arma que João transportava era apenas uma cruz, que agitava no ar, incitando os seus companheiros combatentes, de tal forma que levaram os muçulmanos de vencida, provocando imensas baixas estando entre elas o Sultão Maomé II que foi ferido. O capelão, João de Capistrano, apesar de sempre ter estado nos locais em que o combate foi mais renhido, como por milagre, não sofreu sequer um arranhão.
Cerca de três meses após estes acontecimentos, a 23 de Outubro de 1456, João de Capristano morria atingido por uma peste que assolou a região de Vilach, na Áustria.
Aqueles contra quem havia pregado, sabendo-o morto, procuraram a sua sepultura e lançaram os seus restos mortais ao rio Danúbio, donde os cristãos o resgataram e lhe deram sepultura em Elloc, perto de Viena.
Foi canonizado, em 1724, pelo Papa Bento XIII, tendo sido fixado o dia da sua festa litúrgica em 23 de Outubro. Os capelães militares costumam encontrar-se no dia do seu Patrono para o louvar e pedir a sua protecção.
José Marcelino Martins
9 de Julho de 2012
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 6 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10126: Patronos e Padroeiros (José Martins) (33): S. Cristóvão - Patrono dos Condutores
Boa noite Carissimos
O Padroeiro que hoje envio, é simultâneamente uma homenagem a todos os sacerdotes que, deixando as suas paróquias e após um curso mais ou menos intensivo, partiram junto com os soldados para uma guerra, que nunca pensaram estar nos seus horizontes, quanto mais nos seus dias, conformando os que ficavam e encomendando a Deus, os que partiam.
É o Patrono dos Capelães Militares.
Um abraço
José Martins
Patronos e Padroeiros XXXIV
Patrono dos Capelães Militares
São João Capistrano
Imagem: © As Cruzadas
Filho de um fidalgo que acompanhou o Duque de Anjou, que se fixou naquelas paragens, João nasce a 23 de Junho de 1386, em Capestrano, pequena cidade no reino de Nápoles. Nada, ou muito pouco se sabe da sua infância e juventude, apenas que estudou humanidades na sua terra natal.
Mais tarde fez, na Universidade de Perússia, estudos de direito civil e canónico. Foi colocado numa cidade italiana como governador mas, devido a perseguição política, acabou preso.
Aos 30 anos, viúvo e desiludido com a vida e, inspirado em São Francisco, resolve acolher-se num mosteiro de Franciscanos – Ordem dos Frades Menores. Vendeu todos os seus bens, distribuindo o dinheiro pelos pobres. Ordenou-se sacerdote, adoptando o nome de João Capistrano e passou a cumprir todas as tarefas, confortando os doentes nos hospitais da cidade ou na pregação, com humildade e carinho.
Para com a Virgem Maria, João Capistrano tinha uma terna e profunda devoção a ponto de, quando falava sobre Ela, emocionava quem o ouvia, até às lágrimas.
Alguns “sinais” envolveram a sua vida e a sua presença entre os homens: No decorrer de um sermão sobre o Apocalipse, os assistentes puderam ver uma estrela sobre o espaço, lançando raios de luz sobre o pregador; noutra ocasião a chuva forte que caía parou ou os pássaros chilreando calaram-se, para não perturbar o sermão; vendo recusado o transporte para atravessar o Rio Pó, o santo fê-lo caminhando sobre as águas; pregando sobre as vaidades humanas, em Áquila, viu, com espanto, que no final as mulheres lançaram sobre uma grande fogueira os seus ornamentos sumptuários.
Um sermão em Praga, sobre o Juízo Final, teve como consequência o desejo de uma centena de jovens abraçar a vida religiosa; o mesmo tema provocou, quando apresentado na Morávia, a conversão de quatro mil hussitas.
A grande missão, de João Capistrano, foi-lhe atribuída pelo Papa Nicolau V (pontificado de 6 de Maio de 1447 a † 24 de Março de 1455), quando o nomeou Capelão da Cruzada que foi movida contra o Sultão Maomé II que, após conquistar Constantinopla em 1453, havia jurado colocar a bandeira Otomana no Capitólio de Roma. Com as suas exortações, plenas de fé, incentivou os cristãos a defenderem, pelas armas, a sua fé. Porém, com a morte do pontífice, a guerra foi adiada.
Após a eleição, como Pontífice, de Afonso de Bórgia em 8 de Abril de 1455 e que adoptou o nome de Calisto III († 6 de Agosto de 1458), retomou a organização da cruzada, reunindo um exército de perto de quarenta mil homens, recrutados na França, Itália, Polónia, Alemanha, Hungria entre outros, sob o comando de Ladislau (rei da Hungria), João Uniade (senhor da Transilvânia) e George (príncipe da Rússia).
Fizeram avançar as suas tropas sobre Belgrado, que se encontrava cercado pelo exército muçulmano, mas em número muito superior ao exército cristão.
Durante a deslocação em direcção ao local do combate, João Capistrano foi alertado, por uma flecha que caiu do céu. Na flecha vinha uma mensagem que tinha escrito: “Não temas; triunfarás sobre os turcos pela virtude de meu Nome e da Santa Cruz, que tu transportas”.
De facto, a arma que João transportava era apenas uma cruz, que agitava no ar, incitando os seus companheiros combatentes, de tal forma que levaram os muçulmanos de vencida, provocando imensas baixas estando entre elas o Sultão Maomé II que foi ferido. O capelão, João de Capistrano, apesar de sempre ter estado nos locais em que o combate foi mais renhido, como por milagre, não sofreu sequer um arranhão.
Cerca de três meses após estes acontecimentos, a 23 de Outubro de 1456, João de Capristano morria atingido por uma peste que assolou a região de Vilach, na Áustria.
Aqueles contra quem havia pregado, sabendo-o morto, procuraram a sua sepultura e lançaram os seus restos mortais ao rio Danúbio, donde os cristãos o resgataram e lhe deram sepultura em Elloc, perto de Viena.
Foi canonizado, em 1724, pelo Papa Bento XIII, tendo sido fixado o dia da sua festa litúrgica em 23 de Outubro. Os capelães militares costumam encontrar-se no dia do seu Patrono para o louvar e pedir a sua protecção.
José Marcelino Martins
9 de Julho de 2012
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 6 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10126: Patronos e Padroeiros (José Martins) (33): S. Cristóvão - Patrono dos Condutores
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Guiné 63/74 - P10126: Patronos e Padroeiros (José Martins) (33): S. Cristóvão - Patrono dos Condutores
1. Em mensagem do dia 30 de Junho de 2012, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais um trabalho para a série Patronos e Padroeiros.
Patronos e Padroeiros XXXIII
Patrono dos Condutores
São Cristóvão – Baixo-relevo existente nas escadinhas com o nome do santo, em Lisboa
© Foto José Martins (29/11/2012)
São Cristóvão
Sendo um santo venerado pela Igreja Católica, Igreja Ortodoxa Oriental e Ocidental, e das Igrejas Anglicana e Luterana, nada ou pouco se sabe acerca da sua vida. Além de santo muito popular, está ligado a quem viaja, nomeadamente a quem desenvolve a sua actividade profissional na estrada. Mesmo os que não são “crentes”, profissionais ou amadores, dedicam-lhe na sua viatura um local, mesmo que recôndito, para transportar uma medalha, invocando a sua protecção.
O seu culto foi reconhecido tardiamente, cerca de 1550, e o seu dia é celebrado a 9 de Março nas igrejas orientais e a 25 de Julho nas igrejas ocidentais, em conjunto com outros Santos Mártires.
Conta a história, ou lenda, que a um rei pagão, cujo reino se situava na zona arábica e cuja esposa devido a sua devoção e oração à Virgem Maria, os abençoou com o nascimento de um filho, a quem baptizaram com o nome de Offerus e o consagraram ao Deus Apolo.
A criança foi crescendo em tamanho e em força e, resolveu que só serviria os que fossem fortes e poderosos. E assim tentou proceder.
Procurou quem quisesse o seu trabalho e passou a servir, não só um poderoso rei, mas também um outro individuo que afirmava ser o próprio demónio. Porém, em pouco tempo descobriu que o rei temia o nome do diabo, enquanto o demónio tremia com medo de encontrar uma cruz na estrada.
É por esta altura que um frade eremita encontra Offerus. Toma-o por amigo, baptiza-o e dá-lhe a conhecer a fé cristã, mas o catecúmeno não aceita jejuar e a rezar a Cristo, como lhe aconselhava o seu amigo frade.
Os antigos amos, o rei e Satanás, já não lhe inspiravam confiança, pelo que deixou de os servir e, devido a sua estatura e força, aceitou uma tarefa: ajudar as pessoas a atravessar um rio, perigoso pela impetuosidade das águas, que já tinha originado a morte de muitos que tiveram necessidade de o atravessar sem ajuda.
Certo dia, apresentou-se-lhe uma criança pedindo-lhe que o transportasse para a outra margem. Tomou a criança sobre os ombros e, à medida que avançava para a outra margem, a criança parecia aumentar de peso, como se carregasse o mundo sobre os seus ombros. Quando disse à criança a sensação que tinha tido, ao transportá-la da outra margem, esta respondeu-lhe: Eu sou o Criador e Redentor do Mundo. E mais. Disse-lhe para fixar o seu bastão em terra.
Offerus assim fez e, no dia seguinte e naquele local, estava uma exuberante palmeira, e o povo passou a chamar-lhe Christophorus, que significa “aquele que carrega Cristo”, ajudando à conversão de muitos, para desespero do rei da região.
Cristovão, a mando do governador de Antioquia, foi preso e martirizado, vindo a falecer no ano de 521 dC, tendo sido canonizado por volta do ano de 1550.
Oração do Motorista:
“Ó Senhor, por intercessão de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas, dai-nos firmeza e vigilância nos muitos caminhos da vida em busca de trabalho, lazer, felicidade e realização.
José Marcelino Martins
30 de Junho de 2012
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 4 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10114: Patronos e Padroeiros (José Martins) (32): Jozé Maria das Neves Castro - Patrono do Instituto Geográfico do Exército
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Guiné 63/74 - P10114: Patronos e Padroeiros (José Martins) (32): Jozé Maria das Neves Castro - Patrono do Instituto Geográfico do Exército
1. Em mensagem do dia 30 de Junho de 2012, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais um trabalho para a série Patronos e Padroeiros.
Patronos e Padroeiros XXXII
Patrono do Instituto Geográfico do Exército
Jozé Maria das Neves Costa
Brigadeiro
Nasce a 14 de Agosto de 1774, em Carnide (Lisboa), filho de Manuel Cláudio Costa e Josefa Maria Vieira. Filho de pais não abastados, estudou no Real Colégio das Necessidades, frequentando o curso de Humanidades.
Entre 1791 e 1793 frequentou a Academia de Marinha e, entre 1793 e 1796, estudou na Academia de Fortificação de Artilharia e Desenho, tendo sido considerado um dos melhores alunos na sua época.
Foi promovido ao posto de Segundo-Tenente de Engenharia em 4 de Dezembro de 1796, desempenhando funções na secretaria do Duque de Lafões, e comissões importantes na Brigada de Engenharia até 30 de Março de 1801, altura em que é promovido a Primeiro-Tenente. Em Maio desse ano é promovido ao posto de Capitão de Infantaria e nomeado Ajudante de Campo do Marquês de Marialva.
Por Decreto do Conselho de Guerra de 20 de Julho de 1802, foi nomeado Inspector-Geral das Fronteiras e Costas Marítimas do Reino, o Oficial do Exército Real de França e ao serviço do nosso Exército, Louis-François Carlet, Marquês de la Rosière, em cujo Estado Maior foi colocado o Primeiro-Tenente Neves Costa, onde, se encontrava o Conde de Cambors, pelos quais nutria grande estima e admiração.
Em 1806, com o posto de Capitão de Engenharia a que tinha promovida a 4 de Novembro, é encarregado da reorganização do Arquivo Militar, a convite do Marquês de Marialva, até à entrada em Portugal das tropas comandadas por Junot, que deu inicio ao período das Invasões Francesas.
Durante o governo de Junot, Neves da Costa já com a patente de Major à qual foi promovido em 24 de Junho de 1807, é encarregado pelo Coronel Vicent, engenheiro francês do “Corps du Génie” que acompanhou o exército invasor, e com a supervisão do então Coronel Carlos Maia de Caula, a elaborar o levantamento topográfico das zonas a norte de Lisboa até Peniche.
No ano de 1810, sob a orientação do engenheiro inglês Flether, trabalhou na construção das fortificações que constituem as Linhas de Torres Vedras. Porém, para si, não eram estranhos os projectos adoptados uma vez que lhe é atribuída a autoria, com a indicação dos pontos nevrálgicos, para a defesa de Lisboa. No ano seguinte, 1811, dirigiu os trabalhos de fortificação da Praça de Almeida, finda a qual voltou à sua paixão principal, a topografia, fazendo o levantamento da Carta da Península de Setúbal.
É promovido, a 22 de Janeiro de 1820 ao posto de Tenente-Coronel, e a Coronel, antes do final desse ano, em 18 de Dezembro de 1820. Defensor da ideologia liberal é eleito deputado em 1822 e, por decreto de 28 de Maio de 1823, é nomeado Ministro da Guerra, cargo que não exerceu, por ter sido restaurado o poder absoluto.
Em 1826 é nomeado Governador do Forte de Lippe, também conhecido como Forte Nossa Senhora da Graça, localizado na actual freguesia de Alcáçovas. Foi nesse período que o Coronel José Maria das Neves Costa, em 29 e 30 de Abril de 1827 aquando da revolta aí acontecida, conseguiu repor a ordem, o que lhe valeu ser citado na Ordem do Exército.
Nesse ano de 1827, enquanto esteve no Forte de Lippe, escreveu uma obra acerca dos direitos e deveres dos soldados perante a sociedade civil que intitulou de “Memoria sobre a Organização e Disciplina do Exercito Portuguez, em relação ao Systema Constitucional”.
Em conjunto com o Visconde de Vilarinho de S. Romão e Manuel Gonçalves de Miranda, formaram um grupo de trabalho para participar, em 1835, na reforma do Sistema de Pesos e Medidas e introdução do Sistema Decimal.
A pedido do governo, em 1837, examina a documentação topográfica existente no Arquivo Militar, com a missão de propor a execução da documentação que fosse necessária para um plano de defesa do país, instituição que Neves da Costa bem conhecia, por ter trabalhado nessa instituição por diversas vezes. Reformado por doença, “sem o haver pedido”, e graduado no posto de Brigadeiro, escreveu as suas “Considerações militares tendentes a mostrar quais sejam no território português os terrenos cuja topografia ainda falta conhecer para servir de base a um sistema defensivo do Reino, que seja conforme com a sua natureza geográfica e com os princípios gerais da ciência da guerra” no ano de 1841.
Faleceu em 1841, em Setembro ou Outubro conforme as fontes, no dia 19, com 67 anos de idade, sem ter recebido em vida qualquer distinção, além das insígnias de Cavaleiro da Ordem Militar de S. Bento de Avis.
Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, e o elogio à sua memória foi feito pelo Tenente-Coronel Augusto Xavier Palmeirim e publicado, em 1 de Dezembro de 1841, no Diário da Republica.
Por despacho do General Chefe do Estado-Maior do Exército, de 06 de Outubro de 2005, o Brigadeiro José Maria das Neves Costa foi considerado o Patrono do IGeoE - Instituto Geográfico do Exército, tendo em conta as suas qualidades de topógrafo e cartógrafo, assim como a sua vida dedicada à cartografia e a Portugal.
José Marcelino Martins
20 de Junho de 2012
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 2 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10103: Patronos e Padroeiros (José Martins) (31): Patrono do Instituto de Odivelas - Infante D. Afonso de Bragança
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Guiné 63/74 - P10103: Patronos e Padroeiros (José Martins) (31): Patrono do Instituto de Odivelas - Infante D. Afonso de Bragança
1. Em mensagem do dia 27 de Junho de 2012, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais um trabalho para a série Patronos e Padroeiros.
Patronos e Padroeiros XXXI
Patrono do Instituto de Odivelas
Busto de D. Afonso de Bragança, no Instituto de Odivelas
© Foto José Martins - 14 de Dezembro de 29011
Infante D. Afonso de Bragança
Filho de D. Luís I, 33.º monarca português, e de sua mulher D. Maria Pia de Sabóia, princesa da Sardenha, nasce na Ajuda, em Lisboa, a 31 de Julho de 1865, o Infante D. Afonso a quem, segundo a tradição, foram atribuídos vinte e um nomes próprios, seguidos dos nomes de família: Afonso Henriques Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Humberto Amadeu Fernando António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando Inácio de Saxe-Coburgo-Gota e Bragança.
Como filho segundo do rei, seguia-se, na ordem de sucessão, ao príncipe herdeiro, pelo que tinha o tratamento de Alteza Real (S.A.R.) e direito aos uso dos títulos subsidiários de Duque de Bragança, Duque de Guimarães e Duque de Barcelos, Marquês de Vila Viçosa, Conde de Arraiolos, Conde de Ourém, Conde de Barcelos, Conde de Faria, Conde de Neiva e Conde de Guimarães.
Foi Condestável de Portugal, desde o nascimento até à queda da monarquia em Outubro de 1910: Duque do Porto, desde 1889 até à data da sua morte; Vice-Rei da Índia no final do ano de 1895, quando comandou o Corpo Expedicionário do Reino, onde em conjunto com as forças da guarnição da Índia e um contingente de marinheiros do cruzador Vasco da Gama, tendo comandado e dirigido várias operações para apaziguar aquele território, até ao regresso ao reino em finais de 1896.
Foi General de Divisão do Exército, Inspector-Geral da Arma de Artilharia e Comandante Honorário dos Bombeiros Voluntários da Ajuda.
Para poder proporcionar às filhas dos oficiais, que tivessem morrido em combate ou por doença, fundou, em 14 de Janeiro de 1900, no palácio do Conde de Sobral, à Luz, um colégio que foi inaugurado com a presença do rei e da família real, começando a funcionar com 17 alunas.
Com o regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, em que perderam a vida o Rei D. Carlos e o Príncipe D. Luís Filipe, a 6 de Maio de 1908, com a aclamação do novo rei D. Manuel II, é jurado, novamente herdeiro presuntivo da coroa portuguesa, que se manteve até ao exílio em Pisa (Itália), aquando da implantação da Republica.
Casou com Nevada Stoody Hayes, cidadã americana, em Madrid no ano de 1917, de cujo casamento não houve descendentes.
Faleceu a 21 de Fevereiro 1920, em Nápoles, Itália, tendo sido trasladado em 1921 para o Panteão dos Bragança em S. Vicente de Fora.
Instituto de Odivelas
Medalha de Ouro do Instituto de Odivelas
Foto: © http://www.institutodivelas.com/medalha-ouro.html
Fundado em 14 de Janeiro de 1900, dando corpo ao desejo de um grupo de elementos das Forças Armadas, com o nome de Instituto D. Afonso, foi inicialmente instalado no palácio de Conde de Sobral, à Luz.
Tendo por modelo as Escolas da “Légion d’Honneur” fundadas em 1806 por Napoleão, com o objectivo de proporcionar às filhas dos oficiais que tivessem morrido em combate, ou por doença, uma educação condigna.
Em 1902 é transferido para o Convento Cisterciense de São Dinis e São Bernardo, em Odivelas, privilegiando cursos cuja formação permitisse a entrada no mundo do trabalho, não descurando a cultura geral das alunas.
Tomando a designação de Instituto de Torre e Espada, em 6 de Novembro de 1910, vê, em 25 de Maio de 1911, o seu nome alterado para Instituto Feminino de Educação e Trabalho, assim como o seu plano de estudos.
Em 1942 passa a designar-se por Instituto de Odivelas e é tutelado pelo Ministério da Defesa Nacional.
Tem como divisa “DUC IN ALTUM” (Cada vez mais alto)
José Marcelino Martins
25 de Junho de 2012
josesmmartins@sapo.pt
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 29 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10089: Patronos e Padroeiros (José Martins) (30): Brigada de Intervenção - Infante D. Pedro, 1.º Duque de Coimbra
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Guiné 63/74 - P10089: Patronos e Padroeiros (José Martins) (30): Brigada de Intervenção - Infante D. Pedro, 1.º Duque de Coimbra
1. Em mensagem do dia 24 de Junho de 2012, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais um trabalho para a série Patronos e Padroeiros.
Patronos e Padroeiros XXX
Patrono da Brigada de Intervenção
Infante D. Pedro, 1.º Duque de Coimbra
O Painel dos Cavaleiros, no políptico de S. Vicente, que se pensa representar os quatro filhos mais novos de D. João I. D. Pedro, com o cinto da Jarreteira cruzado no peito (à direita da foto).
© Foto Wikipédia, com a devida vénia.
Infante D. Pedro
Filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nasceu em 1392, sendo o quarto de nove filhos, dos quais apenas seis chegaram à idade adulta, ficando na história como “Ínclita Geração”. Recebeu esmerada educação, tendo em conta que na altura, os nobres eram pouco mais que analfabetos, se não o fossem na maior parte.
O Infante D. Pedro, assim como os irmãos Duarte e Henrique, acompanharam o pai e rei, na expedição e conquista de Ceuta, tendo a praça moura sido tomada no dia 22 de Agosto de 1415. No dia seguinte, e após a sagração da Mesquita à Fé Católica, foram armados cavaleiros os três príncipes e, outorgado os títulos de duque, sendo D. Pedro o 1.º Duque de Coimbra e D. Henrique o 1.º Duque de Viseu.
Devido às muitas viagens que fez ao estrangeiro, também ficou conhecido como o Príncipe das Sete Partidas, tendo recebido, por vontade do imperador Segismundo da Hungria, o feudo de Treviso, assim como o integrou na “Ordem do Dragão” conhecida pela sigla D.E.S.I.R. (Draconis Equitas Societas Imperatur et Regis). Foi investido, também como cavaleiro, por Henrique IV de Inglaterra, seu tio, na Ordem da Jarreteira.
Em 1429 casa com D. Isabel de Aragão, condessa de Urgel, de cujo casamento nasceram seis filhos.
Quando D. Duarte morre, em 9 de Setembro de 1438, o príncipe D. Afonso, seu filho e herdeiro da coroa, ainda é menor, tendo deixado a indicação de que a regência seria exercida por D. Leonor, Infanta de Aragão e rainha-mãe. Tal decisão não obteve consenso, pelo que, de imediato, os seus opositores se manifestaram por serem de opinião que qualquer um dos tios, irmãos do falecido D. Duarte, seriam mais capazes.
Foram convocadas Cortes, que se iniciaram em 20 de Dezembro de 1439, que veio a declarar o Infante D. Pedro “Regedor e Defensor do Reino” assim como tutor e curador do futuro rei.
A decisão é bem aceite pela burguesia e pelos mercadores, mas contestada pela aristocracia, encabeçada pelo conde de Barcelos, meio-irmão de D. Pedro que, insinuando-se junto do futuro rei, com o beneplácito da rainha viúva, conseguindo que o jovem o considerasse o seu tio preferido.
O Infante D. Pedro, indiferente a estas intrigas, dedica-se aos negócios do reino tornando o país mais próspero, dando importância aos assuntos do mar, concedendo subsídios, para fomentar o estudo e exploração do oceano. Numa atitude conciliatória, D. Pedro constitui o ducado de Bragança, tornando seu meio-irmão D. Afonso, o seu primeiro Duque.
A 9 de Junho de 1448, ao atingir a maioridade, D. Pedro entrega a governação ao seu sobrinho D. Afonso V. É nesta altura que se nota a influência que D. Afonso, 1.º Duque de Bragança tem sobre o rei. Em 15 de Setembro, o rei anula todos os éditos do antigo regente D. Pedro, que se retira para Coimbra.
No ano seguinte, 1449, o Infante D. Pedro, duque de Coimbra, é declarado rebelde pelo rei, com base em factos que se viriam a provar serem falsos.
A instabilidade instalada no reino, dá origem a uma guerra civil entre os dois partidos. D. Pedro resolve avançar sobre Lisboa, tendo parte do seu exército deixado Coimbra em 5 de Maio de 1449, vindo a reforçar as suas forças nas imediações da actual vila da Batalha, chegando à Castanheira em 17, acampando junto ao ribeiro de Alfarrobeira, em Vialonga, a 18 desse mês. Sabedor de que o povo de Lisboa não estava a seu favor, resolve não continuar a marcha sobre Lisboa.
Entretanto, D. Afonso, no dia 16, parte de Santarém para travar o avanço das forças do seu tio e ex-regente. O recontro entre os dois exércitos dá-se em Vialonga no dia 20 de Maio de 1449, no que ficou conhecido como a Batalha de Alfarrobeira. É nesta batalha que D. Pedro encontra a morte em combate, mas, a hipótese de ter sido assassinado nunca foi descartada.
Pelo que fez pelo país, Luís Vaz de Camões refere-se a D. Pedro na estrofe XXXVII do canto VIII dos Lusíadas:
"Olha cá dois infantes, Pedro e Henrique,
Progénie generosa de Joane:
Aquele faz que fama ilustre fique
Dele em Germânia, com que a morte engane;
Este, que ela nos mares o publique
Por seu descobridor, e desengane
De Ceita a Maura túmida vaidade,
Primeiro entrando as portas da cidade.”
donde foi retirada a Divisa da Brigada de Intervenção, de cuja unidade o Infante D. Pedro é o Patrono.
Brigada de Intervenção
Criada pelo Decreto-Lei n.º 61/2006 de 21 de Março, no âmbito da organização prevista na Lei Orgânica do Exército, sendo uma unidade da Força Operacional Permanente do Exército Português.
Na génese desta unidade está a Brigada de Forças Especiais, tendo o Comando e Estado Maior sediado no Forte do Bom Sucesso, em Lisboa, e transformada em Brigada Ligeira em 1 de Junho de 1992, sendo transferida para o Forte do Alto do Duque em 1 de Setembro de 1992 até 1 de Julho de 1993, data em que foi transferida para Coimbra, para as actuais instalações, onde esteve o Convento das Eremitas de Santo Agostinho de Sant’Ana e, mais recentemente, o Quartel General da Região Militar Centro.
Desde 1998, com a denominação de Brigada Ligeira de Intervenção e, mais tarde, como Brigada de Intervenção, aprontou militares para diversas Missões de Paz em diversos países em que Portugal participou.
Herdeira da história e tradições das suas antecessoras, por despacho do Presidente da Republica de 3 de Junho de 2005, o seu Estandarte Nacional ostenta a Medalha de Serviço distintos, Grau Ouro.
Tem como Divisa “Que fama ilustre fique” e o Infante D. Pedro, como Patrono.
José Marcelino Martins
24 de Junho de 2012
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 27 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10082: Patronos e Padroeiros (José Martins) (29): D. Fernando de Portugal - O Infante Santo
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Guiné 63/74 - P10082: Patronos e Padroeiros (José Martins) (29): D. Fernando de Portugal - O Infante Santo
1. Em mensagem do dia 23 de Junho de 2012, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais um trabalho para a série Patronos e Padroeiros.
Patronos e Padroeiros XXIX
Soldados que se tornaram Santos
D. Fernando de Portugal
"O Infante Santo"
Imagem retirada do Livro de Leitura da 3ª Classe da Instrução Primária.
© Montagem e foto de José Martins
D. Fernando de Portugal
Infante da Ínclita Geração, filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre nasce, em Santarém no dia 29 de Setembro de 1402, Fernando de Portugal, que a história viria a imortalizar como “O Infante Santo”.
Aparentando pouca vida e um pouco de debilidade, mesmo assim não foi descurada a sua educação, cultivando o seu espírito e o seu carácter. Muito religioso, mas sem extremismos, empregava muito do seu tempo nas práticas religiosas e obras de caridade e, apesar dos seus rendimentos serem reduzidos em relação ao de seus irmãos, mandava celebrar com magnificência os ofícios divinos na sua capela.
Por mercê do rei, seu pai, datada de 21 de Agosto de 1429, era senhor da vila de Salvaterra de Magos e terras circundantes com as atribuições de aplicação da justiça e administração dos padroados pertencentes à coroa.
Por morte de João Rodrigues de Sequeira, que sucedeu a D. João como Mestre da Ordem de Avis quando este ascendeu a rei de Portugal, D. Fernando de Portugal foi nomeado administrador da Ordem de Avis, a título perpétuo. Esta nomeação foi confirmada pelo Papa Eugénio IV, em Bula de 1434. O mesmo Pontífice, através de D. Gomes Ferreira, Núncio Apostólico, ofereceu o Capelo de Cardeal, ao Infante D. Fernando, que este recusou por humildade.
No entanto, também tinha necessidade de aumentar os seus bens materiais, pelo que várias vezes tentou partir para o estrangeiro, à procura de servir o Papa, um Imperador ou um Rei, no caso o seu tio Henrique IV, de Inglaterra.
A fim de obstar esse intento, D. Henrique propõe a seu irmão D. Duarte I, que já havia ascendido a rei, para se organizar uma expedição a Tânger para a sua conquista para a Coroa portuguesa. Ainda que não totalmente de acordo, aceitou a proposta do irmão, sendo que nesta expedição seguiria o seu irmão Fernando.
A armada sai do Restelo em 22 de Agosto de 1437, com destino a Marrocos, sob o comando do Infante D. Henrique, coadjuvado pelo Infante D. Fernando e pelo Conde de Arraiolos, sendo iniciado o combate à praça de Tânger em 13 de Setembro seguinte. Apesar da bravura que as tropas portuguesas sempre demonstraram, a sorte não pendeu para as hostes nacionais, tendo-se saldado por um fracasso, obrigando a uma rendição humilhante, de que resultou a entrega, como refém, do Infante D. Fernando e outros sete companheiros, entre eles Mestre Martinho, seu médico pessoal e Frei João Álvares, secretário pessoal. Tais reféns destinavam-se a garantir que o rei português procederia à entrega da cidade de Ceuta, conquistada em 1415.
As tentativas, de resgatar o Infante, tornaram-se praticamente impossíveis; as tentativas de fuga, com auxílio interior ou exterior à prisão, saíram goradas; a promessa da entrega de Ceuta, foi posta de parte; a tentativa de novo assalto a Tânger, não obtinha consenso; as resoluções das Cortes de Leiria, em Janeiro de 1438, foram inconclusivas; a possibilidade de devolução da praça aos infiéis, terra cristã, era impensável.
Em 1440 foi a viúva de D. Pedro, tio, tutor e regente de D. Afonso V durante a sua menoridade, que decidiu enviar, a Marrocos, o fidalgo D. Fernando de Castro, com a missão de entregar Ceuta contra a libertação do Infante. Não concluiu a missão, por ter encontrado a morte num combate contra piratas genoveses, ao largo da costa portuguesa. Assume a tarefa seu filho, D. Fernando de Castro que, por desconfianças mútuas, portugueses e mouros, acrescidas pelo montante do resgate exigido (dez vezes mais do que o oferecido), não é concluída a libertação.
No cativeiro, em Fez, morre no dia 5 de Junho de 1443 o Infante D. Fernando de Portugal que, mesmo depois de morto foi pendurado, de cabeça para baixo, nas ameias da muralha de Fez, durante quatro dias. Foi o seu sobrinho, o rei D. Afonso V, o Africano, que, em 1471, resgatou o seu corpo e o fez trasladar para a Capela do Fundador.
O povo, perante o padecimento a Fernando de Portugal foi sujeito, e de acordo com a mentalidade da época, já não era caso virgem, entoam preces e orações ao “Infante Santo” ao “Novo Santo Português”. Chegou a ter culto na Batalha, Guimarães e Lisboa mas, por volta de 1610, D. Martim Afonso de Mexia, 5.º Bispo de Leiria - de 1604 a 1615, proibiu o culto na sua diocese, sob pena de excomunhão, já que o culto não estava autorizado, apesar de haver autores que fixam o ano de 1470 para a sua Beatificação pelo Papa Paulo II.
Empurrado para uma guerra que não procurou, acabou por ser vítima da mesma. Durante algum tempo, aqueles que sabiam o que tinha sofrido, tentaram prestar-lhe culto, mas rapidamente essa tentativa foi abafada, remetendo-o, quase, para o total esquecimento.
José Marcelino Martins
23 de Julho de 2012
josesmmartins@sapo.pt
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 25 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10071: Patronos e Padroeiros (José Martins) (28): S. Mateus, Patrono da extinta Guarda-Fiscal
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Guiné 63/74 - P10071: Patronos e Padroeiros (José Martins) (28): S. Mateus, Patrono da extinta Guarda-Fiscal
1. Em mensagem do dia 16 de Junho de 2012, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais um trabalho para a série Patronos e Padroeiros.
Patronos e Padroeiros XXVIII
PATRONO DA GUARDA-FISCAL
São Mateus
Imagem da colecção de Manuela Martins
© Foto de José Martins.
São Mateus
Com a data e local de nascimento desconhecida, o filho de Alfeu, Mateus, ou Levi como também era conhecido, e sobre quem há pouca informação, situa-o na cidade de Cafarnaum com a profissão de publicano, termo que designa o cobrador de impostos ou “homem de negócios”, mas com sentido pejorativo.
Cafarnaum, que possuía uma alfândega e uma guarnição romana, cujo comandante se mostrava bastante amistoso com os judeus, tendo, inclusivamente, construída uma sinagoga, sugere que se tratava de uma cidade fronteiriça.
Da Bíblia podemos retirar a forma como foi descrito o encontro de Jesus com Mateus, e como este se tornou seu seguidor.
Em Marcos (2.14) “Ao passar viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe; Segue-me. Ele levantando-se, o seguiu”; em Lucas (5.27,28) “Depois disto, saiu ele e viu sentado na colectoria um publicano chamado Levi, ao qual disse: Segue-me. Ele, deixou tudo, levantou-se e o seguiu”; e no texto do próprio Mateus (9.9) “Partindo Jesus dali, viu um homem que estava sentado na colectoria, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. Ele, levantando-se, o seguiu”. Numa linguagem “dos nossos dias”, devemos entender que este homem, Mateus, seria um funcionário tributário ou um técnico de contabilidade que, com base na lei e nos rendimentos, calculava e cobrava os impostos, uma das razões que o elevaram a Patrono dos Contabilistas.
O facto relatado, deu-se quando Jesus, depois de atravessar o Lago Tiberíades, na sua missão de pregação e quando procurava encontrar os apóstolos para que continuassem a pregação.
Seguiu Jesus durante a vida pública deste, estando presente na Última Ceia, na Ascensão e no Pentecostes, partindo em missão de evangelização, para as regiões da Palestina e da Etiópia, acabando por escrever o que é considerado o primeiro Evangelho, para assim mais facilmente ser difundida a mensagem junto da comunidade cristã recém-saída do judaísmo.
Morreu cerca do ano de 70, e tem o seu dia festivo em 21 de Setembro. São Mateus foi declarado Patrono da Guarda Fiscal, por breve de Sua Santidade o Papa Paulo VI, de 25 de Março de 1964, sendo o Dia da Guarda Fiscal comemorado em 21 de Setembro de cada ano, data da celebração litúrgica do Santo
Nota do Autor:
A Guarda Fiscal era uma força policial dependente do Ministério das Finanças, criado em 17 de Setembro de 1885, substituindo na função o Corpo de Guarda-Barreiras, tendo por missão a fiscalização fronteiriça e aduaneira. Foi extinta em 26 de Junho de 1993, tendo sido criada uma brigada, junto da Guarda Nacional Republicana para as mesmas funções. Mais tarde passou a ter a designação de Unidade de Acção Fiscal.
Pesquisa e texto de José Marcelino Martins
17 de Junho de 2012
© Foto do militar da Guarda-Fiscal de Carlos Vinhal
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 21 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10057: Patronos e Padroeiros (José Martins) (27): Bartholomeu Costa, Patrono do Serviço de Material
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Guiné 63/74 - P10057: Patronos e Padroeiros (José Martins) (27): Bartholomeu Costa, Patrono do Serviço de Material
1. Em mensagem do dia 16 de Junho de 2012, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais um trabalho para a série Patronos e Padroeiros.
Patronos e Padroeiros XXVII
Patrono do Serviço de Material
Bartholomeu da Costa
Foto: http://campus.fct.unl.pt/prmpedra/fotos/ft15.htm, com a devida vénia
Figura pouco conhecida da nossa história, nasceu em Lisboa no dia 1 de Novembro de 1731, e aos 17 anos, como era hábito na época, iniciou a sua carreira militar, como artilheiro e andou embarcado, na Armada da Guarda Costeira, durante quatro anos.
Em 1758, ao ser promovido a Condestável-Mor de Artilharia da Guarnição da Corte, passa ao serviço de terra, e desenvolve a sua actividade no Arsenal do Exército, no aperfeiçoamento da técnica, aperfeiçoamento de máquinas e de novos procedimentos tecnológicos, que muitos úteis se tornaram em Portugal.
A sua carreira foi considerada extraordinária. Aos 27 anos era Condestável-Mor de Artilharia; Ajudante de Artilharia em Janeiro de 1762 (31 anos) e a Julho desse ano, Capitão de companhia de Bombeiros; é promovido a Sargento-Mor de Artilharia, em Maio de 1764 (33 anos); e em Dezembro de 1774, com 43anos, ascende a Tenente-coronel de Infantaria, mas continuando a prestar serviço em Artilharia.
Aos 58 anos, Maio de 1789, é promovido a Marechal de Campo e com 67 anos a Tenente-General (Dezembro de 1796).
Da sua actividade industrial, realçaremos que em 1762, toma a iniciativa de orientar a fundição de 12 peças de artilharia ligeira, para suprir atrasos verificados na encomenda que havia sido feita a Inglaterra. Para tal utilizou as instalações de uma antiga fundidora de sinos. Construiu dois obuses e aumentou o número de oficinas de duas para vinte no Arsenal, aumentando a autonomia do exército, evitando, desta forma, a recorrer a fornecedores particulares. A duração das peças de artilharia, devido a uma nova liga que criou, passaram a ter o dobro de tempo de duração, assim como inventou uma máquina para brocar, perpendicularmente, as peças de artilharia de vários calibres.
Inventou máquinas para tornear munhões, peças para canhões, e máquinas de tornear morteiros.
Fez história na arte de fundir, um feito sem precedentes, ao fundir, de um só jacto, a estátua equestre de D. José I, assim como a máquina que haveria de retirar da “cova de fundição” a peça inteira e o seu transporte, assim como providenciou um carro, para o transporte das colunas para o Convento do Santíssimo Coração de Jesus da Estrela, mandada erigir por D. Maria I.
Inventou um granador e um peneiro cilindrado, para separar vários tipos de pólvora, assim como iniciou a manufactura de espingardas, com fechos idênticos, permitindo, assim, não só a produção das mesmas em série, mas também a possibilidade de trocas de peças avariadas mais facilmente.
Exerceu, ainda, outras actividades como o desenvolvimento de um novo tipo de porcelana, melhoria da fundição de ferro, em Paço de Arcos, recuperação da mina de carvão natural no Cabo Mondego, melhorou o método de fabrico de alcatrão, recuperação do pinhal de Leiria, etc.
Propôs que o Arsenal da Marinha fosse transferido para a margem sul, facto que só se veio a concretizar dezenas de anos mais tarde.
Uma das suas últimas obras foi a construção e direcção da doca seca da Ribeira das Naus que permitiu, em pouco mais de dois anos – Dezembro de 1792 a Março de 1795 – a reparação de cinco naus.
Foi Cavaleiro da Ordem de Cristo, Fidalgo da Casa de Sua Majestade, sócio da Academia Real das Ciências, entre outras.
Foi um insigne militar e técnico industrial, pelo que foi eleito como Patrono do Serviço de Material.
Vindo a falecer em Calhariz, com 70 anos de idade, no dia 7 de Junho de 1801, tendo-lhe sido dado sepultura na Igreja do Mosteiro de Belém.
José Marcelino Martins
16 de Junho de 2012
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 19 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10050: Patronos e Padroeiros (José Martins) (26): Patrono do RI 14 (Viseu) e Curso da Escola do Exército - 1951/1954
terça-feira, 19 de junho de 2012
Guiné 63/74 - P10050: Patronos e Padroeiros (José Martins) (26): Patrono do RI 14 (Viseu) e Curso da Escola do Exército - 1951/1954
1. Em mensagem do dia 15 de Junho de 2012, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais um trabalho para a série Patronos e Padroeiros.
Patronos e Padroeiros XXVI
Patrono do Regimento de Infantaria n.º 14 (Viseu)
e Curso da Escola do Exército - 1951/1954
e Curso da Escola do Exército - 1951/1954
Viriato – Painel, em azulejo, que existiu no Restaurante Viriato, em Odivelas (Bons Dias).
© Foto José Martins
Viriato
Capitão da Lusitânia
A LUSITANIA foi um território que existiu, em grande parte, no território que é agora ocupado por Portugal, mas que acabou dominado por Roma cerca do ano 29 a.C. Eram povos ibéricos pré-romanos, com origem indo-europeia e habitavam estes territórios desde a idade do ferro. Não existem registos escritos anteriores à dominação romana, mas pensa-se tratar-se de tribos celtas, oriundas dos Alpes suíços que, migrando em busca de climas mais amenos, se tenham vindo a estabelecer nestas zonas, e miscigenaram-se com celtas, dando origem aos Lusitanos.
Tinha como chefe um homem a que chamaram Viriato e, sobre o qual, a história pouco regista. Não existe data em que poderá ter nascido e, como data da sua morte, é referido o ano de 139 a.C., com a idade de cerca de 50 anos.
Esse homem, devido às agruras do terreno e da época, habituado à dureza da vida e às privações que esta lhe impunha, não deixava de ser um nómada – pastor e guerreiro – mas não trocava hipotéticos luxos, pela sua liberdade e pela liberdade do seu povo, com o qual se identificava.
Viriato – Desenho existente na Pastelaria Viriato, em Odivelas (Jardim da Radial).
© Foto José MartinsCaio Vetílio, no ano de 147 a.C, cerca os Lusitanos na Turdetânia, concretamente no vale de Bétis, aos quais de opõem sob o comando de Viriato que, viria a derrotar as tropas romanas no desfiladeiro de Ronda, onde Vetílio vem a encontrar a morte.
Nova força romana, sob o comando de Caio Pláucio, é derrotada em Segóbriga e, em 146 a.C, é a vez de Cláudio Unimano, governador da Hispânia Citerior ser derrotado e, no ano seguinte, teve igual sorte a força comandada por Caio Nígido.
Nesse ano de 145 a.C, Roma nomeia cônsul da Hispânia Citerior Fábio Máximo, irmão de Cipião o Africano, a quem são dadas ordens de dar combate a Viriato, pelo que lhe é entregue o comando de duas legiões. Os lusitanos sofrem algumas derrotas mas, em 143 a.C, passam à ofensiva e conseguem empurrar os romanos até Córdova. É o inicio duma revolta dos celtibéricos que só vem a terminar em 133 a.C, com a queda de Numância,
Viriato inflige uma pesada derrota ao novo cônsul, Máximo Servilliano, a quem são mortos cerca de 3000 romanos e que, para evitar represálias sobre si, garante a autonomia dos lusitanos. Mas, quando a notícia chega a Roma, o Senado considera o acordo humilhante, pelo que toma a decisão de continuar a luta contra a Lusitânia, pelo que envia nova força sob o comando do general Servílio Cipião, com o apoio das tropas de Popílio Lenas.
O general ao sofrer nova derrota, altera a estratégia para dominar as forças lusitanas, recorrendo ao suborno de alguns companheiros de Viriato, acabando este por ser morto à traição.
Viriato viria a ser sucedido por Sertório, antigo general romano, acabando por ser capturado pelos romanos.
Estrabão, (63 a.C. ou 64 a.C. - ca. 24), historiador, geógrafo e filósofo grego, definiu, assim, a Lusitânia: "A mais poderosa das nações da Península Ibérica, a que, entre todas, por mais tempo deteve as armas romanas".
Armas
- Escudo de Prata, cinco aneletes de negro em sautor, cada um com uma cabeça de águia contornada e cortada, também de negro, e ensanguentada de vermelho, inclusa;
- Elmo militar, de Prata, forrado a vermelho, a três quartos para e dextra;
- Correia de vermelho perfilada a oiro;
- Paquife e virol de Prata e de negro;
- Timbre um toiro furioso e de negro;
- Condecorações: Pendentes do escudo a medalha de Cruz de Guerra de 1ª Classe;
- Divisa: num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir «CUJA FAMA NINGUÉM VIRÁ QUE DOME».
- Grito de Guerra: num listel ondulado, sobreposto ao timbre, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir «VIRIATOS».
Simbologia e Alusão das Peças
- No escudo, a PRATA enlaça a «humildade» - dos meios disponíveis – com a «esperança» - na inventiva do homem das serranias – em alcançar a «vitória», simbolizado no VERMELHO do sangue que escorre das cabeças decepadas das águias.
- Os aneletes - «virae» em latim – recorda a forma como os romanos identificaram VIRIATO, a quem se referiam denominando-o por « o que usa braceletes ».
- As cinco cabeças de águia decepadas em sinal de derrota das forças romanas, invocam as vitórias de VIRIATO sobre os cinco pretores que venceu antes de pela traição se abatido.
- O Touro, alude a VISEU porque perpetua a recordação do ardil de guerra com que os lusitanos desbarataram as forças de CAIO NIGIDIO que, encurraladas na cave – hoje designada de VIRIATO – debandaram em pânico quando sobre elas carregou em tropel uma manada de trezentos touros enlouquecidos pelo aguilhão de varas de ferro aquecidas ao rubro.
- VIRIATOS inscreve no brasão o tradicional grito de guerra da Unidade.
Os Esmaltes Significam
- PRATA: humildade e esperança;
- VERMELHO: vitória;
- NEGRO: constância e firmeza.
Imagem e texto retirados, com a devida vénia, da página do Exercito Português. http://www.exercito.pt/sites/RI14/Historial/Paginas/Heraldica.aspx
José Marcelino Martins
14 de Junho de 2012
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 9 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9163: Patronos e Padroeiros (José Martins) (25): Anjo Custódio de Portugal
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Guiné 63/74 - P9163: Patronos e Padroeiros (José Martins) (25): Anjo Custódio de Portugal
1. Em mensagem do dia 7 de Dezembro de 2011, o nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais um Patrono.
PATRONOS E PADROEIROS XXV
Anjo Custódio de Portugal
Anjo Custódio do Reino
Escultura de Diogo Pires, o Moço (séc. XVI) 1518-1520, calcário
Museu Nacional Machado de Castro, Coimbra, Portugal.
© Foto: O Portal da História, com a devida vénia.
Santo Anjo da Guarda de Portugal
O Anjo de Portugal é, até hoje, o único Anjo da Guarda, de um país e com culto público oficializado e foi o único Anjo Guarda de uma nação que apareceu aos homens.
Foi em 1504 que, a pedido do monarca português D. Manuel I, e bispos portugueses, o Papa Leão X (n. 11 de Dezembro de 1478, eleito a 19 de Março de 1513, † 1 de Dezembro de 1521), com base de que já era um culto antigo em Portugal, instituiu a festa oficialmente.
Com esta oficialização, D. Manuel manda expedir instruções para todas as Câmaras Municipais, indicando que as festas, ao Anjo Custódio, devem ter a participação de todos, desde as autoridades e instituições, das cidades e vilas, assim como todo o povo, assim como devem ser celebradas com toda a solenidade.
Esta festividade tinha lugar no terceiro Domingo do mês de Julho, só equiparada a Festa do Corpo de Deus, a maior festa em que a nação afirmava a sua Fé na presença de Cristo na Eucaristia, manteve-se desde o Século XVI até ao Século XIX, altura que o país conhecem mais um dos seus piores períodos.
Vários acontecimentos se sucedem neste país desde a Guerra das Laranjas, com a perda de Olivença; Invasões Francesas: Lutas Liberais, escaramuças breves mas frequentes em África, não só com os autóctones, mas também com forças externas; Conferência de Berlim e consequente corrida a África, Campanha de Pacificação, entre outras.
A festividade e o culto ao Anjo Custódio alcançaram grande brilho, especialmente nas cidades de Braga, Coimbra e Évora, celebrada no dia 9 de Julho. Porém, durante o pontificado de Pio XII (n. em 2 de Março de 1876, entronizado em 12 de Março de 1939, † 9 de Outubro de 1958), a festa do Anjo de Portugal foi restaurada, passando a celebrar-se no Dia de Portugal.
Com a viragem do século e a entrada do novo, o 20.º do calendário romano, volta a falar-se no Anjo da Guarda de Portugal: o Anjo aparece a três crianças, na Loca do Cabeço, perto de Fátima. Essas três crianças, dois irmãos e uma prima, que naquele ano 1916 pastoreavam o gado pertença da família, como era uso e costume das populações rurais.
Eram Francisco de Jesus Marto (n. Fátima, Ourém, 11 de Junho de 1908 † Fátima, Ourém, 4 de Abril de 1919), Jacinta de Jesus Marto (n. Fátima, Ourém, 11 de Março de 1910 † Lisboa, 20 de Fevereiro de 1920), beatificados em 13 de Maio de 2000, pelo Papa João Paulo II e Lúcia de Jesus dos Santos (n. Aljustrel, Fátima, Ourém, 28 de Março de 1907 † Coimbra, 13 de Fevereiro de 2005), que, de acordo com o seu testemunho, um Anjo apareceu-lhes e identificou-se como: "Eu sou o Anjo da Guarda, o Anjo de Portugal".
Em muitos monumentos que imortalizam os nossos heróis, aparece uma figura alada, que protege o Soldado Português, e em muitos deles colocando-lhe, sobre a cabeça, uma “coroa de louros”, enaltecendo o seu espírito de sacrifício e patriotismo.
Miniatura do Anjo de Portugal, inserido no Grupo escultórico inaugurado na Loca do Cabeço, Fátima, em 12 de Agosto de 1958, da autoria da escultora Maria Amélia Carvalheira da Silva
Colecção de Maria Manuela Martins
© - Foto José Martins
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 8 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9156: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (2) (José Martins)
Vd. último poste da série de 11 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9023: Patronos e Padroeiros (José Martins) (24): São Martinho de Tours, militar que se tornou santo
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Guiné 63/74 - P9023: Patronos e Padroeiros (José Martins) (24): São Martinho de Tours, militar que se tornou santo
1. Mensagem do nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 3 de Novembro de 2011:
Caros amigos e camaradas
Mais um pequeno texto sobre um militar que alcançou a honra dos altares.
O seu dia - o dia de São Martinho.
Podemos saudar o São Martinho, como um antigo camarada de armas, que realmente foi.
Abraço para todos
José Martins
© Imagem recolhida no “Blogue S. Martinho”, com a devida vénia.
A figura de São Martinho está, e estará, ligada ao “verão de São Martinho”. A lenda, ou realidade, atribuída a este Santo, destinado a ser um militar ao serviço de Roma, foi motivada por um sentimento de partilha e de amor ao próximo.
Decorria o ano de 316 D.C., data provável do nascimento de Martinho, filho de um tribuno e oficial do exército romano. Foi na cidade de Sabaria, situada na Panónia Superior, província de Roma [onde hoje se situa a Hungria] que nasceu e cresceu, e onde foi iniciado na educação tradicional da família, no seio da qual veio ao mundo, venerando os deuses mitológicos do Império Romano.
Com cerca de 10 anos entra para um grupo cristão, de catecúmenos, preparando-se para ser baptizado na fé cristã, facto esse que foi interrompido pelo pai que, contrariando os desejos de Martinho e pretendendo afasta-lo da igreja, o fez ingressar no exército romano, que o envia para a Gália, na sua nova missão de militar.
Foi na altura em que o seu regimento se encontrava destacado na Gália, que Martinho se apercebeu, num dia cinzento de Novembro, dum pobre que, quase nu, tiritando de frio caminhava, em sentido contrário ao do militar, tendo-se afastado para que este pudesse passar, enquanto lhe estendia a mão solicitando esmola.
Desmontando, aproximou-se do ancião e vendo o estado em que o pedinte se encontrava, desembainhando a sua espada cortou a meio o seu manto, dando metade ao velho para se agasalhar. Reza a tradição que, nesse momento, o sol brilhou aquecendo a terra, amenizando o frio que se fazia sentir. Durante a noite, aparece-lhe Jesus, coberto com a parte da capa que Martinho dera ao pobre agradecendo-lhe, a partilha da capa, para se proteger do frio.
Este acontecimento foi, como hoje se diria, o “ponto de viragem”. Decide abandonar a vida militar e dedicar-se à vida religiosa.
Teria cerca de 22 anos quando foi baptizado, julga-se que pelo Bispo de Amiens, e tornou-se monge e discípulo de Santo Hilário, na altura Bispo de Poitiers, na Gália, que o ordena diácono (primeiro grau na ascendência ao sacerdócio católico).
Disposto a difundir a fé que abraçara, volta à sua terra, não só para rever a família, mas também para evangelizar os seus conterrâneos. Porém, os seguidores de Ário ou Árius (n. 256 - † 336), que foi um sacerdote da igreja cristã em Alexandria e fundou a doutrina cristã do arianismo, (esta doutrina tinha divergências com a doutrina tradicional da igreja no que respeita à divindade de Cristo), expulsam-no da sua terra, passando cerca de cinco anos (entre 355 e 360) isolado na ilha de Galinário, no meio do mar Tirreno.
Em 361 S. Martinho volta para Poitiers, onde funda uma comunidade monástica em Ligugé, a primeira da Gália e da, actual, Europa Ocidental. É a partir deste mosteiro que os monges partem, evangelizando as populações, dando o exemplo e, sempre que possível, fundando novas casas para, assim, estarem mais perto dos pobres e doentes que queriam converter e amparar.
Dez anos mais tarde, no ano de 371, a diocese de Tours ficou sem bispo e, apesar da resistência inicial, acabou por aceitar a nomeação para Bispo, proposta e aprovada pela população.
Tal função não retira, a Martinho, a vontade de continuar a sua missão, fundando novo mosteiro, perto de Tours, a que chamou de Marmoutier, tendo a sua influência sido difundida por toda a região, tornando-o amado e querido pelo povo.
São Martinho, Bispo de Tours, morre a 8 de Novembro de 397, em Candes, perto de Tours. A sua festa litúrgica é celebrada no dia 11 de Novembro, data em eu foi sepultado na localidade de Tours. Foi o primeiro Santo não mártir, a ter culto oficial da Igreja.
Odivelas, 3 de Novembro de 2011
José Marcelino Martins
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 25 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8946: Patronos e Padroeiros (José Martins) (23): D. Afonso Henriques - Exército Português
Caros amigos e camaradas
Mais um pequeno texto sobre um militar que alcançou a honra dos altares.
O seu dia - o dia de São Martinho.
Podemos saudar o São Martinho, como um antigo camarada de armas, que realmente foi.
Abraço para todos
José Martins
PATRONOS E PADROEIROS XXIV
Militares que se tornaram Santos
© Imagem recolhida no “Blogue S. Martinho”, com a devida vénia.
São Martinho de Tours
A figura de São Martinho está, e estará, ligada ao “verão de São Martinho”. A lenda, ou realidade, atribuída a este Santo, destinado a ser um militar ao serviço de Roma, foi motivada por um sentimento de partilha e de amor ao próximo.
Decorria o ano de 316 D.C., data provável do nascimento de Martinho, filho de um tribuno e oficial do exército romano. Foi na cidade de Sabaria, situada na Panónia Superior, província de Roma [onde hoje se situa a Hungria] que nasceu e cresceu, e onde foi iniciado na educação tradicional da família, no seio da qual veio ao mundo, venerando os deuses mitológicos do Império Romano.
Com cerca de 10 anos entra para um grupo cristão, de catecúmenos, preparando-se para ser baptizado na fé cristã, facto esse que foi interrompido pelo pai que, contrariando os desejos de Martinho e pretendendo afasta-lo da igreja, o fez ingressar no exército romano, que o envia para a Gália, na sua nova missão de militar.
Foi na altura em que o seu regimento se encontrava destacado na Gália, que Martinho se apercebeu, num dia cinzento de Novembro, dum pobre que, quase nu, tiritando de frio caminhava, em sentido contrário ao do militar, tendo-se afastado para que este pudesse passar, enquanto lhe estendia a mão solicitando esmola.
Desmontando, aproximou-se do ancião e vendo o estado em que o pedinte se encontrava, desembainhando a sua espada cortou a meio o seu manto, dando metade ao velho para se agasalhar. Reza a tradição que, nesse momento, o sol brilhou aquecendo a terra, amenizando o frio que se fazia sentir. Durante a noite, aparece-lhe Jesus, coberto com a parte da capa que Martinho dera ao pobre agradecendo-lhe, a partilha da capa, para se proteger do frio.
Este acontecimento foi, como hoje se diria, o “ponto de viragem”. Decide abandonar a vida militar e dedicar-se à vida religiosa.
Teria cerca de 22 anos quando foi baptizado, julga-se que pelo Bispo de Amiens, e tornou-se monge e discípulo de Santo Hilário, na altura Bispo de Poitiers, na Gália, que o ordena diácono (primeiro grau na ascendência ao sacerdócio católico).
Disposto a difundir a fé que abraçara, volta à sua terra, não só para rever a família, mas também para evangelizar os seus conterrâneos. Porém, os seguidores de Ário ou Árius (n. 256 - † 336), que foi um sacerdote da igreja cristã em Alexandria e fundou a doutrina cristã do arianismo, (esta doutrina tinha divergências com a doutrina tradicional da igreja no que respeita à divindade de Cristo), expulsam-no da sua terra, passando cerca de cinco anos (entre 355 e 360) isolado na ilha de Galinário, no meio do mar Tirreno.
Em 361 S. Martinho volta para Poitiers, onde funda uma comunidade monástica em Ligugé, a primeira da Gália e da, actual, Europa Ocidental. É a partir deste mosteiro que os monges partem, evangelizando as populações, dando o exemplo e, sempre que possível, fundando novas casas para, assim, estarem mais perto dos pobres e doentes que queriam converter e amparar.
Dez anos mais tarde, no ano de 371, a diocese de Tours ficou sem bispo e, apesar da resistência inicial, acabou por aceitar a nomeação para Bispo, proposta e aprovada pela população.
Tal função não retira, a Martinho, a vontade de continuar a sua missão, fundando novo mosteiro, perto de Tours, a que chamou de Marmoutier, tendo a sua influência sido difundida por toda a região, tornando-o amado e querido pelo povo.
São Martinho, Bispo de Tours, morre a 8 de Novembro de 397, em Candes, perto de Tours. A sua festa litúrgica é celebrada no dia 11 de Novembro, data em eu foi sepultado na localidade de Tours. Foi o primeiro Santo não mártir, a ter culto oficial da Igreja.
Odivelas, 3 de Novembro de 2011
José Marcelino Martins
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 25 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8946: Patronos e Padroeiros (José Martins) (23): D. Afonso Henriques - Exército Português
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