segunda-feira, 25 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P10071: Patronos e Padroeiros (José Martins) (28): S. Mateus, Patrono da extinta Guarda-Fiscal




1. Em mensagem do dia 16 de Junho de 2012, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos mais um trabalho para a série Patronos e Padroeiros.






Patronos e Padroeiros XXVIII

PATRONO DA GUARDA-FISCAL

São Mateus
Imagem da colecção de Manuela Martins
© Foto de José Martins.


São Mateus

Com a data e local de nascimento desconhecida, o filho de Alfeu, Mateus, ou Levi como também era conhecido, e sobre quem há pouca informação, situa-o na cidade de Cafarnaum com a profissão de publicano, termo que designa o cobrador de impostos ou “homem de negócios”, mas com sentido pejorativo.

Cafarnaum, que possuía uma alfândega e uma guarnição romana, cujo comandante se mostrava bastante amistoso com os judeus, tendo, inclusivamente, construída uma sinagoga, sugere que se tratava de uma cidade fronteiriça.

Da Bíblia podemos retirar a forma como foi descrito o encontro de Jesus com Mateus, e como este se tornou seu seguidor.

Em Marcos (2.14) “Ao passar viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe; Segue-me. Ele levantando-se, o seguiu”; em Lucas (5.27,28) “Depois disto, saiu ele e viu sentado na colectoria um publicano chamado Levi, ao qual disse: Segue-me. Ele, deixou tudo, levantou-se e o seguiu”; e no texto do próprio Mateus (9.9) “Partindo Jesus dali, viu um homem que estava sentado na colectoria, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. Ele, levantando-se, o seguiu”. Numa linguagem “dos nossos dias”, devemos entender que este homem, Mateus, seria um funcionário tributário ou um técnico de contabilidade que, com base na lei e nos rendimentos, calculava e cobrava os impostos, uma das razões que o elevaram a Patrono dos Contabilistas.

O facto relatado, deu-se quando Jesus, depois de atravessar o Lago Tiberíades, na sua missão de pregação e quando procurava encontrar os apóstolos para que continuassem a pregação.

Seguiu Jesus durante a vida pública deste, estando presente na Última Ceia, na Ascensão e no Pentecostes, partindo em missão de evangelização, para as regiões da Palestina e da Etiópia, acabando por escrever o que é considerado o primeiro Evangelho, para assim mais facilmente ser difundida a mensagem junto da comunidade cristã recém-saída do judaísmo.

Morreu cerca do ano de 70, e tem o seu dia festivo em 21 de Setembro. São Mateus foi declarado Patrono da Guarda Fiscal, por breve de Sua Santidade o Papa Paulo VI, de 25 de Março de 1964, sendo o Dia da Guarda Fiscal comemorado em 21 de Setembro de cada ano, data da celebração litúrgica do Santo

 
Nota do Autor:

A Guarda Fiscal era uma força policial dependente do Ministério das Finanças, criado em 17 de Setembro de 1885, substituindo na função o Corpo de Guarda-Barreiras, tendo por missão a fiscalização fronteiriça e aduaneira. Foi extinta em 26 de Junho de 1993, tendo sido criada uma brigada, junto da Guarda Nacional Republicana para as mesmas funções. Mais tarde passou a ter a designação de Unidade de Acção Fiscal.


Pesquisa e texto de José Marcelino Martins
17 de Junho de 2012

© Foto do militar da Guarda-Fiscal de Carlos Vinhal
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 21 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P10057: Patronos e Padroeiros (José Martins) (27): Bartholomeu Costa, Patrono do Serviço de Material

3 comentários:

José Marcelino Martins disse...

Quero agradecer ao Carlos Vinhal a inclusão da foto de um militar da extinta Guarda Fiscal, que veio trazer ao post, um valor acrescentado, para memória futura.

Carlos Vinhal disse...

Peço desculpa ao camarada José Martins por utilizar, sem o consultar primeiro, a foto do 1.º Cabo Esteves, um brioso militar da GF.
Tenho muito orgulho neste meu tio (e padrinho), hoje com 93 anos de idade, de quem lembro o porte impecável e uma honestidade que são exemplos para quem, como ele, exerceu (ou exerce) funções na área da fiscalização económica e controle de mercadorias e pessoas. O meu pai e ele são as minhas referências enquanto cidadão.
Carlos Vinhal
Co-editor

José Marcelino Martins disse...

Não precisasde pedir desculpa.
So a inclusão da fotografia, como disse, valorizou o post.
Agota tem um valor muito maior, dado a foto ser de quem é e, sobretudo pelas razões que partilhas-te a foto connosco.
Uma curiosidade:
A primeira continência que recebi e à qual, atabalhoadamente, correspondi, foi ao Guarda Fiscal que estava de serviço ao barco em que fui para a Guiné.